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OUiCJ)B¥- ~~ ~~"f':~I~..);L
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DESIGN E TEOFUA
Em paralelo ao desenvolvimento da metodologia do Design foram
desenvolvidas reflex6escomo desenvolver uma tearia do design
que pudesse ser formuladaem relagao a esta disciplina. Tendo a
metodologia do design uma meta clara, a de esclarecer 0processo de
projeto e fornecer as ferramentas necessarias para sua otimizagao,
as idEdastearicas sobre 0design eram mais difusas. Uma tarefa
importante era certamente, segundo tal forma - ou seja, por meio
de hip6teses e experiencias - 0fbrnecimento de conhecimentos
que permitam se visualizar a estrutura de usa da disciplina, como no
exemplo: 0que pode, 0que deve e 0" que sera a Oesigh.
Colocar a estetica no ponto focal de uma tearia pr6pria certamente
nao seria enriquecedora para0design, com sua variedade recfproca
de efeitos. Procurc u-ssemuitomais se orientar pelas categorias
tecnol6gicas, s6cia-econ6micas, ecol6gicas ou mesmo politicas e com
isto vafidar elegitimar a discipline.
NaAlemanha no Forum Congresso do roz de Berlim em 1977, fa;
tentada pela ortrnetre vez se obter urn retrato da teoria do design.
Gerda Muller Krauspe (1978) descreve quatro linhas de reflexoes sobre
teoria do design, que ate aquela epoca eram valide s:
-0 as+orco para tornar 0pracesso de design transparente e chegar
ametodos de projeto operacionais (Metodologia do Design)
-Dominar 0problema da quantificagao dos fenomenos visuais
(Estetica da lnformacao).:. '_ .. ' .
-Terc'ltE3bria do design critica (Pundarneritacao Polftico-Economica),
assirn como
-A discussao do f'uricf orratl srrro. da qual se infere a aplicaQaa de um
"funciCinalismo arnptlado"
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274 DESIGN E TEOR1A
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ROLFGARNICH. cetcutos cs medlda"
eatetlca de urn bule de cafe (1968)
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276 DESIGN E TEOAIA
dinheiro nao disponfvel, somente para se lrnpor ao outro, tem a
formula mais perniciosa de se ganhar 0pao de cada dia"(PaPClhek,· .
1972).
Sob a influencia da obra de Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e
Herbert Marcuse, foram tambem divulgadas criticas de designers sobre
a fungao social de sua propria profls sao. Os trabalhos de diploma
na HfG Ulm de 1968 (Michael Klar) e 1969 (Thomas Kuby) foram as
primeiras contrlbulcoes em um contexto de urna "Critica da Estetica
das Mercadorias" ("Kritik der Warenasthetik") mals abrangente (Haug,
1971).
Grande abrangenciatevea fundagao do IDZ Bedim (Internationales
Design-Zentrum), que na sua abertura publicou urna cioournerrtaoao
com 0titulo "design? Umwelt wird in frage gestellt" ("Design? 0
malo ambiente colocado em questeo"] em 1970. Com mais de 40
corrtrib ulcoe s de autores diversos foi desdobrado urn horizonte da
sociedade em geral, onde 0design se movimenta e necessita ser
criticado. Hal!g caracterizava 0design da seguinte forma: ."No mundo
capitalista 0design tem uma runcao que pode ser igualada a da Cruz
Vermelha nos tempos de guerra. Ele cuida de algumas poucas - nunca
as piores - fer'ides que 0eapitalismo oeasiona. Ele cuida das feridas
visiveis e prolonga assim, no momento em que as deixa mais bonitas
e melhora, a moral do oapttallsmo, como a Cruz Vermelha, a da guerra"
(Haug, 1970).
Com posi~6es como as que ericorrtrerno.s nos trabalhos de Haug
(1970,1971,1972,1986),0 design teve uma verdadeira paralisia. 0
niilismo do projeto, especialmente instalado nas escolas de design,
ate hoje fundamenta de forma consciente a separacao entre teoria e
pratlca no design (vejatambem: Burdek, 2002). Oeste ponto em diante,
nao era mats possivel um principio de emancip·ag§~. Como alt~rnatjva
permansola aperias a ltusao, baseada em anaflses sociats,de se juntar
aos trabalhadores e preperar:a Iuta de ctasses.
NO CAMINHO DA TEORIA DO DESIGN DISCJPLlNAR
A diJuigao .das reflex6es datoorla do design nas ·discuss6essociais
necessitava de novas corrtrlbutcoes , que se lrilclaram partieularmente
no IUP Institut fur Umvveltplanung (Instituto para Planejamento
Ambiental). Sob 0temada "Dletatica da Configuragao";Jochen
Gras (1971) pubtlcou algumastesesque tinham como obje'tivo a
reorlerrracao dos princ lplos tradtctonatscroprojeto (funcionalismo) em
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DESIGN E TEO RIA 277
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direr;i3o a LIma configu\"ar;ao de alto nfvel (0 funcionalismo expandido).
Especialmente, a Irrtrocluoao das aspectos psicol6gicos nos conceitos
da configurar;§o conduziu a uma vlsao mais ampla do design.
Entretanto, somente de forma Tentaadquiriu corpo a idela de que na
teo ria do design era neoeaaario se desenvolver e trabalhar as campos
de conhecimento especfficos a esta disciplina. A sobrepostcao. por
exemplo, das necessidades socia is deve ser estudada de forrna
irrterrfis cipllrrar, onde a teoria do design deve contribuir com algo
especffico, como com urna linguagem profissional e precisa, com a
qual a conhecimento da disciplina pode ser descrito. Uma competencla
profissional na disciplina e a base necessaria para trabalho
interdiscipfiriar.
Um papel importante foi 0de Siegfried Maser que, com seus
trabalhos (1972, 1976), produziu as primeiras suposigoes teoricas
cientfficas necessarias em geral. Para ilustrar os princfpios de sua
teoria dentifica, ele cunhou os conceitos de "Conhecedor" ("Kenner")
edb "Expor't" ("Kanner"). 0 Conhecedor de um campo e aquele queesia na posloao de(pos~ivelmente) saber tudo 0que se deve ter
para resolver umproblema Goncreto. Ele precisa, possivelmente,
ter urn amploconhecimento sobre muitos campos. 0 EXpert, ern
contrapartida, e 0profissional no sentido classleo. Eleconhece
sua disciplina (par exemplo,' a ffsica, a qufmica, a tecnologia, 0
marketing ou 0design) de forma plena. Ele e chamado no processo de
desenvolvimento para a resolucao de problemas.
Na pratica do design, esta diferenr;a tern um significado importante.
Assim, 0designer como "Expert" e 0responsavel pelos aspectos
configurativos e comunicativos dos produtos, e no que se atem as
quest6es da ergonomia, da producao, do calculo ou semelhantes ele
at;ua como "Conhecedor", ja que para isto existem lnumeros outros
especial istas.
Esta posigao e defendida desde maados dos anos 70 especialmente
na HfG Offenbacl)e, desde errtao, e continuamenteaperfeiyoada. Nos
anos 80, foram editadas algumas publicagoes a respeito (Fischer/Mi-
kosch, 1984; Gross, 1983/1987) que porem ficaram durante multo
tempo isoladas no ambito do design, ao mesmo tempo em que, no
contexto do desenvolvimento de produtos (design, economia, ecolo-
gia, tecnologia) do mundo profissional, eram recebidas de forma entu-
siastica;
Da mesma forma, o'sdesigners e as instituir;oes de design ainda
gostam -- se bemqLJeno nfvel declamat6rio - de se apresentar
como "melhoradoresdo mundo", 0que sempre e demonstrado
nos congresses internaCionais, como par exemplo, nos do lCSID
--rude)0 que ae pen sa. ae
racorrheoe e sa argumenta
sobra 0da$~9n deve S o a r
compreendido na seQifencla
como 'teor-le do dAsign:
quesrtces da substanciaHdad-e
e sabra a exlstAncla do de$ign~
iii errrtce do design, a val idade
e a fUndamerO"t8r;:ao des tee
crttlcas., a criaCBo do design ..a
ht9'tOrla. 0 pessado e Q futuro, a
comcreensec do designer oomo
artesao, erttste ou cientlsta,
nee mates e Idea~s.dodesign.
as rela~6es com outree areas
de conhecimento e de etuecao,
elem de multas outras.
__ SIEGFRIED MASER. 1993
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ICSID 2001 SEOVL INDUSTRIAL DESIGNERS DECLARATiON...-~.,. ,.
278 DESIGN E TEORIA
.Challenge.
=lnduetriel design vvillrio longer be a term defining design for
industry in the limited sense used hitherto.
-lnduetriet design will no longer safely direct its attention toward
the method of industrial produotion.
-Induetriet design will no longer regard the environment as a
separate entity.. .
-triduetriet design .will no longer aspire only to.rneterietweti being.
Mission
-tnauetrietaeeiqn shaff seek for proeotive cornrriunicetion :
.ootvvoen people and ttielr artificial €!nvironmen 1 ; by prioritizing the. .
queetion "Why?" over that of reechlno. conclusive answers to the
premature question "Ho.w?". . . . .
-Inciuetrie! design shall strive to erreriqernutuei, ·equalandholistic
relationships between people; people and objects; people and'
nature; and the mind and body by se~rchin.gforthe place 6f. ha;mony between subject and object.'
e-jndustdf.//(iesiRIl shall enpo~rage people tpexp!3rience the depth
and diversity o f /ifepylinkfng the vi:sible .end theinvisibIEi.·
-industrial de!?ign shall bs'';nopen c~ncept,answeringthe ..
derneride at.bath present and future eocletiee-tlexiblv:- . .. I • .•.• '. • ~ , .•
Henew~q Calling
~We,. a$~thical ir)dustrfaldesfgriers, sh~U cuf#v~te i1tl~a'n'
eutonornvend ~onfer tusrner: digh/tybyproviding th,e
opportunitiee in which the individuals cen corretete-toertiteote
creatively.' .
- .We~as9.1obal j;'dustrial designers,shallpursu~thepath·-oi, ..~
s.ustairiable dev(3(opmentpy I;;oordi'n.atingthedifferen.t eepeete.
". influencingitsartainrnentsu.e:h as,politips;ecorwmy; culture, .
t.echnoJogy end environmerrt ..
- We, a s enlightened iriduetrlel desj9.!lers~:~~hall.promote 'Cj_life.
bte.seed by the rediscoverydf thedeeoervelueeeria meanings'.
coriceeled in everYclave)(istei1Ce, ins·tead.of provokingehcjfes::;hurnen desires. . . "
-'We, ci;humaneindustrial de's;gner.s, shall contrtbute to the.' .,' .
coexistence .ot cuituree tworomotiriq dialogue' between them,
'.' whilen;:;specting' their aivereit»:
. '-And,rno.stof af/,as reeponeibte iridrJstrjC!P.desii:/ne~$,we. muet.
'b e aware-that fTl8king today's des/gndecisfonls <::tn,:8ct;.thatwill
inffuen~e the cdiJrseoftornorrow.
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280 DESIG N E TEOAIA
design. Sao ciclos de 40 anos, ondese evidenclam as modificagoes
paradigmaticas que ocorreram:
-Nos anos 20 comegou a inte9ra913odo reconhecimento cientifico
na formaQao em design (Bauhaus).
-Nos anos 60 aconteceu 0florescimento da metodoJogia do design
(lnglaterra, HfG UJm,EUA) que pode ser caracterizado como a
epoca do cientificismo no design.
-Desde as anos 2000 concentramo-nos em perfilar 0design como
discipline autonorna (Cross, 2001).
Com este"pfaydoyer"culminaum debate internacionaJ que tem,
nada rnerio's , que a intengao de iguaJar0design a outras disciplinas.
Um ponto de vista cornum livra 0design da pecha do charlatanismo
eo admite na comunidade cientffica. Ali ele se posicionara de
forma permanente quando coriseguir como disciplina autorioma
desenvolver conhecimento proprio e quando puder se comunicar
com as outras disciplinas. 0neces.sario "oorpo do saber" (body
of knowledge)ainda eralo e pbuco estabeJecido."Design as a
discipline, rather than design as a science. This discipline seeks to
develop domain independent approaches to theory and research in
design. The underlying axiom of this discipline is that there are forms
of knowledge peculiar to the awareness and ability of a designer,
independent of different professional domains of design practice"
(Cross, 2001).
No futuro, sera cada vez rnals frequerrte quoo cOnhecimentoerri
design seja desenvolvido e comunicado tanto de forma vertical
(disciplinar). assim como de forma horizontal (interdisciplinar).Alain
FindeJi (Universidade de Montreal, Quebec, Canada) constatou na
primeira Doctoral Design Conference de 1998 em Columbus, Ohio, que
hoje 0conhecimento de design ja e transferido para outras dlsclpllnee.
como par exemplo, ciE!Ociasda engenharia, do marketing, das mfdias,
da pedagogia, de forma queassim fica mais proximo de se determinar
este "conhecimento em design",
ASPECTOS DE UMA TEORIA DISCIPLINAR DO DESIGN
Quando se fala de uma teoda do design a serdesenvolvida, entra-
se em confrono com dlversas possibilidades de como ela pode ser
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ASPECTOS DE UMA TEORIA DISCIPLINAR DO DESIGN 281
cbnstrufda: interdisciplinar, multtdlsotpllnar ou mesm0 transdisciplinar.
Muito raramente se diz que uma teoria do design tarnbern pode ser
"disciplinar". Pode ser que os apologistas de uma teoria do design,
tenham tao pouca corrfiarica em suas pr-oprias corrtrlbutcoes que
necessitem sempre se apoiar em outras disciplinas. A lsto se soma
que a interdisciplinaridade (0 trabalho em conjunto de diversas
disciplinas) e hoje em dia muito valorizada, 0 que, em ultima analise,
tambern e neces sarlo pel as sempre mais complexas tarefas, onde a
conf'lqurecfio tem sua partlctpacao.
o design sempre teve dificuldade em desenvolver alga especffico,
em cuja base pudes se cooperar com outras disciplinas. Isto eincompreensfvel, ja que a tao propalada interdisciplinaridade S9 pode
existir quando as disciplinas individuais podem atuar em conjunto.
Desta forma, a sugestao de Lutz Gobel (1992) parece interessante
para 0design: as empresas nao necessitam tanto de especialistas(pessoal que entende multo de poueo) ou de generalistas (pessoal
que pauco entende de tudo) e sim eada vez mais de "integralistas",
ou seja, pessoa] que tanha uma boa n0980 de diversas disciplinas
com aprofundamento em pelo menos um setor. Estes precisam ser
especialmente qualifieados, pensar a negoeiar de forma global.
Em eonsequencia do desenvolvimento dos programas.doutbraisOu
de Ph.D. em design na hierarquia superior das empresas (palavra
de ordem: gestao do design). tornou-se necessario encontrar sua
competencia e fortalece-la rnacicamerrte. A Universidade Carnegie
Mellon, por exemplo, forcou uma iniciativa para que seu proqrama de
pos-graduaC;ao se voltasse para isto, seus graduados devem poder agir
como administradores das disciplinas ("ste'Wards of the disciplines")
(Golde/Walker, 2001).
Tudo isto parece s'er multo rico e novo para 0design, mas nos
anos 70, por exemplo, na HfG Offenbach ja se trabalhava neste
assunto com 0 conceito das "fungoes sensoriais" em um discurso
disciplinar parao design (Gross, 19"76).A codificac;ao dupla da palavra
"sensorial", ou seja "perceptlvel com os sentidos" e "que faz sentido"
ao mesmo tempo (semelhante ao concerto de Kant de unidade da
razao), neste caso nao foi compreendida, totarmente ou mesmo mal
interpretada de formaproposital. Do sensorii3lfgiestabelecida .. J m a
.·nga9~oG()ITlOd~~i~Il~~~~ual erotica, 0que,depois de muito tempo
de rigidez doftrriclorietlsimo alernao, tinha sua atra980, mas palas
dificuldades epi:da falta de possibilidades de tradu980 deste termo em
outros idiomas, aoabciu fracassando.
A critics do design ee encorrtra
boje, aquI e an. em urnn~vel
lrrtelec'tua! oonatderevel, 0
que nee acontece com a
-teorie do design em si I com
a fundamenta~.ao tecrtce do
design. Ela e -treodentemente
menclonada palos cr+thma
"en pnaae.rrr". A tecrra do
design ate equI fornecids
palos prottastonats com
pratlce profi ss~ona~ sees,
se obeervade palos criterios
comuns da cleocle e rnuite.s
vezee macula a eree.
__ HOLGERVAN DENBOOM,
1994
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DESIGN E TEOAIA
"Ii, .,
Por issb, no lnlclo dos arios 80, 0conoeito de "fungoes sensoriais"
-~\?fol substitufdo par "Iinguagem do produro ". Nesta epoca, esta nova
designag80 vinda da semi6tica - par meio de Charles Jencks em "A
finguagem da arquitetura p6s-moderna" (1978) - estabeleceu al e par
este meio urn paralelo interessante.
Das reflex6es ate aqui ficaevidente que, sob a vis·ao da 'teoria da
cierrcia, a teo ria do design constr6i uma base a partir da;sclenctas
humanas. Por outrolado, e necessaria que ela tenha em primeira ,
lnstancla uma expresaao disciplinar desta.reorla, quer clfzer, que
o design necesslta gerar alga espedfico, urn pr6prio "oorpo de
conhecimento", desenvolver sua pr6pria teorla.'
Siegfried Maser (1972)[ quanta a questao de como uma ciericla
se caracteriza, nomeou tres 1m ortantescategorias: objetivo (me'ta),
objeto (assunto) e metoda (procedimento). Apesar de 0design por Sl-
56 nao ter a .ernblcao de ser uma cieriola. estas categorias se adaptam
a se esboc;ar uma tebria do design.
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ASPECTOS DE UMA TEORIA DISCIPLINAR DO DESIGN
o objetivo
E 0desenvolvimento de uma linguagem proff aaioraal, quer dizer,
formular conceitos e frases de tal forma que sejam validos amplamentepara a disciplina.
o objeto
Sera 0especffico caracterizado na' disCiplina. No design compraende
as que stoes da forma e contexte au forma e significado, que podem
ser descritos com 0conceito da funr;;ao comunicativa.~
ometoda
Deve ser procuraclo no ambito' das ciandas rurmanaa, ja que nao se
pode descrever a essenciacomunicativa especffica do design com a
ajuda das dancias neturals ou com os metodo s forrnals das cienclas.
A Hngua -:-:-ou a m~nipula9§0 comunicativa- f'oideflriida uma vez
por JurgenHaber~as(198!3) como "ChavedaConstrur;;ao da Taorla",
com a qual poderemos ter l'l1elt;or domlnio dasestrutur.as,propriasdo
mundo da vida. Por melocla Hngua e ,que se dissemina e esclarece a
verdade, urn aspecto que tarnbam diz respeito ao design. AI uma outra
analogia e significatlva: a Irngua nao e urna unidade, ha difererrtes'linguagens, e nelas ternos dialetos, estilos, etc. A lingua s uma
estrutura multifacetada, com a qual se podedescrever procedimentoscomplicados e complexos. Cada lingua possui tarnbem as regras
de como utlllze-Ie. Alern disso, cada lingua com a uso e com seu
desenvolvimento passa a se diferenciar, fornecendo novos meios de
de.screver procedimentos, contribulndo assim para sua dtterericlecao.
Isto tambern acontece com a linguagem dos prociutos. A cornunicacao
se desenvolve par meio de urn processo coritfnuo.datroce, que se
baseia sempre em novos "entendimentos" (convenr;;oes). Os, produtos
nao falam por si sos , eles sao levados a falar por meio da linguagem.
Como estes principios de teo ria do design disciplinar: provaram ter
sucesso na pr'a'tlca, mesmo a internadonal, sera dernoras'trado por
alguns exe,fuplos.
A FUNCAOINFORMACIONAL DO PR,ODUTO
N'o ensino da administragao empresarial, foi constatado por
Wilhelm Vershofen (1939) que os produtos possuem usos ba.slcos e
Nao apenas a Unguagem
verbal tern algo a nos dlzer,
os objetos 'tarnbern falam 6 .
quem 8 aenstvel a ent.ender
saus srnets. 0mundo eo chelo
de oonflgura90as, cheto de
mimic-as. cheio de roetoe: de
todos os lados estlmulam nosso
senso os acerms d~s fo-mee,
das cores da atmosfera.
__ PETERSLOTERDIJK. 1883
263
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" ' . P I . . . , . . . . .~ ·~"~-:~";"'~"'''"'-'''·-'''·~''"-''···i..-'''-·'''·-O'-~·=~=~~~---D-E-S-I-G~N:-:-CE::-::T::E:-O::::R:;IA-:-----------------~------------------------
AMBIENTEDEUMCOLECIONADOREARTEemMllao
Design: Masanori Umede
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____ _
ASPECTOS DE UMA TEOAIA DISC1PLINAI'l DO DESIGN
usos acessortos , quemuitocedosao direcionados, e quepodernse
provar produtivos. tarllbern para0design .•Apartir daf,deserwol\ieucccc
o engenheiro e econ<:>tTlist~Theodor Ellinger (1966)CI~briceit()de"informac;:ao do prodJt().",pero qLlalse compreendea cap~~idade
dos objetos em transtTlf1:ir;.def()rma ativ~>informac;:oes
mesmos ao mercado:"6pr()duto po depossuir Iihguag*rrI
e em multicamadas que6fl'1aisabrangente e variadadOque urria
linguagem verbal". Ellinger emprega tambern p~rai~s6pelapriiTlei
vez 0termo "Iinguagern doproduto", que eledescrevedasegJi~t~<
forma: "Pertencem aliry9Llagemdo produt()di;';~rsasfOrrrlakd~
expre sseo como p.ex.Climerls§o, forma,estruturafisica da.§Uberffcie,
movi~ento, caracterfstica~d6'materi~l,f();.h,~de ·pr~erJ9Ileta'fGr:;·¢c~o,
cores e configura9ao graficadci ~upeffrciei ru,d()s~t{)r1~,~c-lbdbc.cc·.··.c·.cc
che iro, temperatu ra, ernb ala g~ r nr .re~i~te~ci~aihflu~hci~sJ)(t~rn~s .
••tg~Jr:;::sp~::~:;:120T~· •.t~fllJ·~cr1·~·irr}ip().~.itivk~uir1~~~.~i\f~I"r1~nf~{)··.·
D ~ ~ b i ~ o £ r l e ~ ; ~ r ~ ~ ~ ~ r ~ ~ ~ t r ~ & ~ t a ~ ~ I ~ l ~ ' ~ i l ti611'at.9<:ios··pr()~Llt()~.·.bGi~i.h~~i6·.des.igri.~~6tiC6"(j4tati[(cfCl.irlgl~.~ / . . . j / .haptiC.·tElf~rE:lr11:ea{:)t~tb,·•N/r.Y($1:ta~sMahh,2()d3)qLl@~s1:§o··.···············...... .
..s~hd() ·terYlatjzados·.l11ai~~6~rlt~l11el1te.··~spe~jI I m~nte,~lhduitria··.·············
.atrtornobflls tica lnves te aorrias coristderavele na pesquisaehO', '_ -, ..
desetwolvimsntodestasareasque colocam oaractertsttcas .impottahtes .
rlode~envolVjmento mercadoloclco ("branding") da.empreea. !Jrha •...........
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· · S ~ · ·.dif~r~·l"1ciatde.·~bt~§~videl1t~.En1 ger~lda-seao"m~t()r~~lor··.·.·············.
semarltjco·'arnai()ri~ifE!8gecl6ainCiustria.·aLlt()mobiHstica .•·Assfrh.
o cOnglol11eraclOb~jrl1l~tc: hrVslerab riui~11TBe~lirrlLlrn.d~ntro.de •
pesquiaas que sorn~nte<s~{)duba··.c6m8sen§it>ilidadeerrlO~i() rlaldo s- , _ ' ' . - : -.- , _ .'. - ' ,: .,'_ '.< :,< ."_ "', : -: : -'. ': .: - : ", : ." _'_ ": :'_ :', ': ,: : - , · , : : · ' i - : · , : ' " : - · ' _ , : : : _ : ' ' : '- ( ' _ . < : : ,' , : ,: , _ : : ' .: . . ;. ' : : . ' :_ : ' : " ' . . -' . ,' , .- . _ ' ,- : , . ,_ '. . " . ._ ._ ._ ' :'- , ' : , : '_ . - - . - . . . . : . . .
uauarlos de autorn6veis:apsrcepc;:~soriatdbClicar de.botoes,8~ c c i c c c c . > c c c . c c c • • . " . . . c c c c · ' . . • c c c c c c c c c < c c . · . · . c.cccc<·.••·...•cc.c...cctextura dos matetiaisernprega~os no int~d6r,~sefeitos des sistemas
telematicos, omundodosisentldos.dosusuariosepesquisado de
forma~mprriGa ,(~TF{t 2 0 . 0 3 . c .i . > . J ·. e. • . · c os..•....esLllta.d.c•..•.ObtidoSSe()~tilizadosna ..prociucao em sene. . .'. ..• '.
Emgeral, as refl~)(oe$de~IIirigerr~fer~M-sede forma.multo,
atual, por exemplo, aorel§6idl1ari1!:intotri~!lgular~ntrefabridante,
pr6C1utovendido e comptadotksp6tencial$()uenfreas .dlfererrcas da's
inforrnacoes do produto qua 1 " 1 to. a O~igem~walidade, de.screverido
multodo que tern side debiltidocot11r'efereot:iaaot11ercadb e'a
valoriz<:l9aOda marca (BrandirlfJ).NatOi:Ciflclade.trai:a~se de Identidade da
empresa, que € I conseguida e transmitida tambem por meio do design.
285
I
II
I
II!I
I
!
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--~~---~-~------~-------~~-.
,0286 DESIGN E TEORIA
DESIGN COMO LlNGUAGEM DO DIA-A-DIA
o historiador de design alemao Gert Selle coris tetou. em 1973, que
,0design tinhase tornado uma linguagsm do dia-a-dia. 'Par iseo. ele. . . ..
explieitamente adedu a reflexfio de Ellinger: "Podemosfalar de sua
linguagem do p+oduto na medida em que objetos de design nao
sao nas par adores de f Ges mas sao sempre portadores de
informag.ab". Selle realg.aai espeeialmente afung.ao social que as~produtos pOssuem eada vez mais. Par meio dos pro dutoe , podem ser
pereebidos'sinais sobre seus uauartos (p.ex. seu status), e tambam
sabre .o.s produtores destes objetos.Efe percebla a "codtflcacao"
da Iinguagem dos produtoecomo uma tareta futura importante do
design e deferidla sua pesquisa eientffica;'''Linguagem a um meiode tnteroretaceo da realidade e a linguagemdo prbduto permits ao
eonsumidor possibilidades de iderrtlf loac ao born a produto e sua
prop oate verbal de nlvel de realidade pareee murtas vezes lrraclonal
e orurlca". Para Selle, parece rarnbarn eviderrte que este princfpio de
"Iinguagem de produto" naD seja seguido de forma afirmativa e 81m de
. forma critica, poisse trata de descobrir sob a "Jinguagem de definiC;ao
dos produtos" os conhecimentos subjacentes e tarnbern comunioa-
los. Desta forma, ele submote o design ao fenomeno da comunlcacao
de massa, 0que para a 'apoca demonstrava ser uma po.slcao de
vanguarda.
ji
I
: 1
I
o SENSa DAS COISAS
II
, I, I' I
I
Dois economistasfizeram, nos anos 80 nos EUA, estudosempfricos
sobre 0morar, oride analisaram especialmente as rslag.oes entre
os moradores e seus pertences. A este estudo (Cslkszentmihayil~ .
Rochberg-Halton, 1989) praticamente nao foi dada importancia no
ambito do design. Nele eles estudaram 0significado psicossocial
dos objetos como preconizado pelos antropotopo s (Levi-Strauss)
e estruturalistas (Barthes) franeeses, mas rarnbern pelos te.orl cos
da sernlo tioa e da ecologia soclal. Ao coritrarlo da socializag.ao
(processo de ordenacao do indivlduo na sociedade), fixou-se 0
conceito de "cuttlvacao " pelo qual ocorre 0dialogo do homem corn
os objetos (produtos) e se compreendem as suas eproprtacoee:
"Par meio da irie lusao .sirribolic a da realidade material ele se define
e amplia-se a si proprio, ja que assim ele ganha sua identidade. areflexo dos slnais externos a lndispens8vel para 0desenvolvimento
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ASPECTOS DE UMA TEORIA DISCIPLINAR DO DESIGN 287
de si mesmo, assim como para a constituIg8o da sociedade" (Lang,
1989).
Csikszentmihayi e Rochberg-Halton designaram as coisas como
unidades de informag8o, que sao percebidas e registradas no
consciente das pessoas. Do ponto de vista sem16tico, trata-se de
signos, de cuja relagao triedlca ja falamos de forma pormenorizada.
Al!3mdisso, remetem a que as objetos que nos rodeiam nac sao
apenas ferramentas, e sim estruturas de cobertura que formam
nossas expertenctas e servem para nos estr~turar an6s mesmos:
o conceito da ciencia da comunlcacao "capaclctade de conexao "
e perfeitamente utiliz8vel neste caso: experlericlas (conven90es)
caracterizam nossa relageo com os produto s. A p~rplexidade~
por exemplo, com que nos defrontamos com as rnaqulnas de
vender passagens para transportes urbanos em cidades que neo
conhecemos, tem a ver com nossa falta de experlenc!a, 0que
pode nos tornar corifus os, Que neste <;:asoas diferengas culturals
sao relevantes nao necessitamos e::.ta:t:izar.Os chamados estudos ;
culturais (Cultural studies) tentam esp~cificamente atacar este deficit,
e sao utilizados no design, de formaainda tjmlda.
No que tratamos do morar, e evlcierrte que os objetos que as.
p_essoasutilizam representam em potencial sua vida interior. A moradia
passa a ser 0ref'lexo de Sua personalidade. Mais tarde nos anos
80, isto adquiriu um sfmbolo de status e com isto se deabancou 0
autom6vel em alguns casos. 0nterior cumpre 0pap'el de fornecer a
diferenga hierarquica que estabelecera a ordem social. Com0exemplo
do design de rnobtllarlo, podemos confirmar de forma evidente: quer
na Ikea, nos olaastcos da Bauhaus, no Bel Design ltaliano, no novo
design alernao, quer na vangLi"arda corrtemporanea, os objetos tem tal
carga aemanttce que eles servem tambem como ajuda na orlerrtaoao, .<f-----
do corrtexto social.
N.§.osa percebe que as
funQoes nade rna Is sao do que
dlstin-c;5es UngOist.icas feltas
pm- urnobsetvador. As fungoes
nac estao nos prcdctos e
elm na Ungusgern. Com Isto
fica corrflrrnaclo 0cer-eter de
configurag:§o ~ e essim porq ue
__ GUI60NSIEPE,1991
A ESGOLA DE MUNIQUEDE EUGEN LEITHERER
o professor da Urrlveraldade de Muntque; Eugen Leitherer,estudou 0
design industrial como um objeto olantttlco (1991),0 que arnpreerrdeu
sob 0ponto de vista metoQol6gico, em um nfvel sensorial-perceptivo.
Sua deflnigao de design era: "0design industrial proje'ta aqualidade
perceptiva e pouco vista do produto", onde eleaborda e emprega
uma observag8o disciplinar ou espedfica, mas que tambem se atem a
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, I
II
I)
I
I1
IIa'II
I
j
, I
I
:288 DESIGN E TEOAIA
problemas graves: "A corrfipuracao do design' de prod uto s industrials
- ou seja, 0estabelecimento de sua faixa qualitativa, espeeialmente
J sua apareric!a externa,suaquaJidade estetico-cultural- e Lima
oportunidade especialmente chela de riscos".
Para definir com mais precisao'o disciplinar do design elese
utiliza em seus textos do desenvolvimento da filosofia da lihguagem
(Ferdinand Sussurre, Karl Buhler e outro s) e se utilize do conceitode
"Iinguagem do produto" no seu sentido clas sicoe semi6tico.
-No nfvel stntattco como a linguagem dos sighos ou sues ligagoes
entre si
-No nlvel sernerrtlco como 0significado dos sinais paraseus'
receptores e
-No nivel pragmati,eo como a linguag~m do usuartooos sinaise
suas intenc;6es.
.',',
'.)
"A lrrtericao do designe, agora, agruparestes elementos de: tal
forma que eles afirmem,. divulguem mensagens, dito de melhor
forma: "falem": Leitherer procura com isto, no minimo,encontrarum
_fundamento para esquematizar urn "voo abulerto da linguagem do
produro", que se construa a parrir da teoria da Gestalt.
E de se mencionar as, dissertar,;:6essob. sua orierrtacao, a de H..J.
Escherle (1986) e especialment~ a de Sybille Kircherer (1987), que
par sua vez comentam de forma ampia 0princfpio .da "linguagem do,
produto" e elaboram importantes reflex6es como 0fate de 0design
de produtos, no sentido do design corporativo ou da gestao do
design, poder atuar estrategicamente de forma efetiva na empresa. A
"cornunlcacao" entre produto, uauario e empresa foi por 'eles descrlta
como 0cerne do design.
<s
A ESCOlA DE COLONIA DE UDO KOPPElMANN
o professor da Universidade de Colonia, Udo Koppelmann, se ocupa
desde os anos 70 com a agao continua, entre design eo ensino da
adrnlntstracao. Ele se valeudos conceitos definldos por Vershofen de
que produtos pos suerri usos baelco s e usos, aces sorlo s e concluiu
dal a atual diferericlac.ao entre "re sultacio s objetivos" e"resultados
aubjetivo s" dos produtos (Koppelmann, 1978).
As Indicat;6es de Koppelmann for~m comperactas ~ob os aspectos
terminol6gicos, sem§Aticos e de corrteucio e corrip aredes com os c,
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------------------------- .. --- ..
.
ASPECTOS DE UMA TEORIA DISCIPLINAR DO DESIGN 299
princfpios de Ifnguagem dos produtos em urn dialogo fundamental,
(Burdek/Gros, 1978). Nele ficaram claros os paralelos entre, por
um lado, resultados objetivos e resultados subjetivos e, par
outro, entre as fungoes praticas e as fungoes sernioticastcle,
linguagem do produto) evidentes. Koppelmann se concentra em
suas cons rrucoes especial mente sobre os chamados "meios de
projeto", que ele diferencia em meios elementares como tecidos,
materiais, formas, cores, e signos e meios complexos como tuncao,
principios construtivos, principios hle'tortcos de eotucao e pecas
do produto. Estas bases teoricas serviram para criar uma "Escola- - . . . ~
Koppelmann", onde se realizou em .umperfodo de 20 anos urna
serie de dissertagoes que so se ocuparam com as ques'toesrda
configuragao, assim criando e contribuindo para a-coriatrucao de,c
uma verdadeira disciplina, um "corpo de conhecimento" do design.
Devem ser mencionados os trabalhos de Volkhard Dorner (1976),
Friedrich-Liebenberg (1976),Schmitz-lVIaibauer (1996}. Holger Hase
(1989), Jana-Maria Lehnhardt (1996),assim comootrabalho de
Patrick Reinmollers, "Linguagem do produto: Compreensao de como
lidar com produtos por meio do design de produtos" (1995). Esta e
ate esta data a melhor contrlbulcao para a coristrucao de uma toor!e
de design disciplinar. Com os 1.429 reconhecimentos registrados
por 'Reinmoller, ele pesquisou de +ormaquase perfeita ocampo da
linguagem do prod uta, se bern que 0proqresso de reconhecimehto
acabou sendo aquem do desejado.
PRODUTOS COMO MENSAGEM"
A ps.icolope austriaca HeJeneKarmasin publicou um abrangente
estudo sobre 0tema "Produtos como Mensagens" (1993). Nele uniu
os aspectos da psicologia (cognitiva e verbal}. sociologia, ciancias
da cultura, asstrn como das ciericias da cornurilcacao (semi6tica) e
desenvolveu dar uma contrlbuicao singular e altamente original. A
afirmagao central e umstatement sobre produtos ou servico s: "0
que estes fazem nomercado de forma unica, diferente e interessante
e certamente seu significado, seu valor sernantico ag~egado".,Para
Karmasin, este significado etransmitido por meio de signos e sistemas
de signos e ela tira dar um progn6stlco de que 0sucesso de novos
produtos se apola multo mais no ambito da "Gestao de Signos". afundamento cientffico te6rico disto estaria na semi6tica.
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. . ..
;
i.DESIGN E TEORIA290
,.j . .1 -· ,
,~~ . . . . . . . . . . . . . . .L O • _h . _ .
Com produtos podernos ter cClmunicaC;80e a cornbiriacao de
diversos produtos individuais conduz a urn mix de comunicac;a'o que
pode ser visto como uma construgao de significado (conotacao). ,
que pode ser interpretado (denotado) por diversos grupos socia is, de
forma diferente. lsto descreve de forma precisa 0 procedimento atual
no design, onde 0principio das "capacidades de conexao " tem papel
importante.
Em um outro trabalho, Karmasin (1998) tornou claro com que
merodo pode-se adequadamente descrever culturas. Nele ela se vale
da "Teoria Cultural," desenvolvida por Mary Douglas (1973,1992).
Com lsto tornou claro que produtos nao devem ser vistos apenas sob
o ponto de vista da satisfagao de necessidades ou da maximlzacao
do uso individual, mas ternb em corno meio de cornunlc acao. 0 que.
dito em outras palavras - riovarnerite coloca urna analogia a ."fung8o
comunicativa do design~', Karmasin descreve uma serie de culturas,
como a hlerarquica, a individual, a igualltaria ou a fatalista, das
quais podemos deduzir conceitos de design os mais diversos (para a
des crlcao da metodologia veja: Karmasin, 1997).
.. .
TRES CONTRIBUIC6ES ESCANDINAVAS
Carl Eric Linn,urn consultor organizacional sueco, quetematua.gBo
tanto no desenvolvimento de produtoscomo em.marketing, publicou
um livro ricamente instrutivo (199'2), que infelizmente teve pouca
recepcao no design, Lin parte do princfpio de que produtos possuem
caracterfsticas materiais e lmaterlals. 0ermo por ele escolhido de
"metaprodutos" abrange todos oaaspectos imateriais como a imagem,
o perfil, 0posicionamento ea diferenciaC;Bdde produtos, na qual ele
se utiliza de uma metatora n:i..Jitoapropriada: "0 produto na sua mao
riurica e igual ao produto na sua corioep cao ". 0nteressante e que 'a'
vivenciapositiva de um produto pode, por exernpto, fazer com quea
relagao prer,;;o-demanda seja anulada. Com outras palavras: quando 0
valor agregado ("added value") pelo design e muito grande, a prod uta
e comprado apenas por ele e nao por sua fun9ao pratlc a. Os modelos
lancado s no mercado, no infcio deste seculo, de autom6veis de luxo
como 0Maybach (Daimler Chrysler), Beritlev e Phaeton (Volksvvagen)
au Rolls Royce (BMW) sao exemplos concretos, onde 0prtriclpio da
tre nsferericia de imagem e demonstrado como resultado. Para Lin, a
"Linguagem dos objetos" e momenta central de como este mecanismoH--
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. . .... ,. .. .....
ASPECTOS DE UMA TEORIA DISCIPLlNAR DO DESIGN 291
pode ser descrito e iniciado: "Urna exigencia inques tionevel a func;:ao
do produto e a de que seja cornurilcavel. 0 produto necessita ser
descrito de tal forma que a interlocutor entenda a que ale 9". Atarefado design a leva a um denominador: ele precisa informar, cornunlcare
s irribotlzar,
o sueco R~neMoho publicou seu trabalho com 0terna 'iDesign para, . .", '. . .
a cornpreenaao do produto" (Design for Product tJnderstanding) (1997),
que no seu subtftulo designava explicitamente como um procedimento
semi6tico para a es'tetlcedo sprociutos ,Mono se vale, entre outros, do
trabalho de Umberto Eco (1972) que tinha declaraa~ a semi6tica como
cultura universal. Elese apropria doconceito de Metaproduto de Lin,
que ele descrev8 como corrtaxro par tr'as do ffsico,onde se encontrarn
o preconceito, status, nostalgia ou a pertenc;:aa grupos. Seu recurso
a teoria da Gestalt indica uma fundamentac;:ao conjunta de teoriae
pratfca para uma teortabaaaadaria 'percapcao e na linguagem. M'on6'
defendeum prinblpio urtlfic ado, istoe ele investiga 0efeito de signos
sob a ponto de vista acustico, visual, sensorial, olfativoe tatil, como
que podem ser atlnqldos os diferentes ntvele da configuragao do
produto. Eletambem sa vale da "Teoria da.fala" de Karl Buhler como
importante elemento de uma teo ria e pratlca do design baseadas em
uma linguagem do produto. Com sua pubtlcacao sabre "Semantice
do Produto", ele se une ao trabalho de Reinhart Butter e KlaJ-ls
Krippendorff. (Veja a respejto: McCoy, 1996).
A professora Susann Vihma da UIAH de Helsinque publicou
suadissertac;:ao "Produtos como Representac;:oes" ("Products as
Representations"). (1995), um estudomuito bem fundamentado que
pode ser consideradouma. das oorrtrlbtrlooe s essenc;:i<)is teoria do
design dos anos 90. Elase vale de uma base.semi6tica (Barthes,
Eco, Pierce) e envereda por questoes de quais efeitos stmbotlcoe
emanam dos produtos. Em uma primeira abordagem Vihma descreve a
dtmerisdo stntatlca, pragmatica e semantlca. Com a usa de lnurnero s .
casos de "precedencia" como ferms de passar, barbeadqres, cabines
telef6nicas, ela discute de forma conaequerrte seus efeltos de
significac;:ao. Seus eatudoatambem conduzem a ummodele onde 0
design e entendido como cornunloacao.
DUAS CONTRIBUIC;::OES HOLANDESAS
Andries van Onck, nascido na Holanda, estudou no infcio dos anos 60
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,292 DESIGN E TEORIAI
.]
.. : ..!
- -- ..~., .
Hevta a ainde hi! a forma, A
que coohecemoe no design
e ne arqu~tetura. Acredito
que a forma oeec vez rnels
se 'trer-rsrforrna em Infcrrrna-
r;ea. Ne arte era 8 arte de
forma .srmultaneamente uma
dtefu nclonaftaecao do ambients
que nilo e erte. Esta era a
-tuncao de a r t e . Fora"isto;·valase
unir a forma- e a-funQ9o.
__ .JOCHEN GERZ. i996
na HfG Ulm e emigrou para a lt alla onde trabalhou para Kartell, Olivetti,
Zanussi e outros. Suas ref'lexoe s em "Design 0 senso da form.a dos
produtos" (Design il sensa delle forme dei prodotti) (1994) resurtaram
de estudos teoricos e sobre exemplos de pradutos; e como tals
podem ser vistas como urn excelente exemplo de "pesquisa bas'eacia
na prattca" ("practice based research") em design. Van Onck dedicau
um amplo caprtulo sobre 0tema "Uma sernlotica do design" ("Una
sernlotlca del design") com relacao a Eco, Barthes, ..Jacobsen, Levi-
Strauss, Maldonado, formulou uma "Iinguagem de produto nao
verbal". Utilizando-se tambem de muitos cas os de precedencia da
historia do design do secul020 (inclusive com alguns dos de sua
propria autoria), ele desdobra urn espectro muito ligado a pratica
sobre este tema. SUBS reflexoesse unem em uma "significa<;ao par
melo de produtos", com a qual ele atinge a faceta mais atual dos
criadores da teoda do design. 0 hornem como "ente gerador de
sfmbolos" manipula hoje em dia cada vez mais com aeus procluto s:
ritos e mitos sao determinados pela linguagem dos produtos.
~0docente da TU Delft Wim Muller com 0trabalho "Ordem eI.
Significado no Design" ("Order and Meaning in Design") (2001)
publicou uma obra padrao para os aspectos aqui discutidos.
Impregnado de uma forte base metodol6gica, desenvolvida
por muitos anos na TU Delft, ele se con centra nos aspectos
configurativos do projeto. De outro Iado , todas as fungoes materials
que os produtos possuem se referem ternbem aos valores sociais
e culturais do design. A conctus ac dohistoriador de arte .Ernst
Gombrich (1979) de que a forma da ordem e significado euma
importante pos lcao de partida. Mas Muller escreve tarnbam sobre
o debate de que "a forma segue afun<;ao" - movimentoqueate·
os anos 90 era 0pressuposto disciplinar do design: a li9a9ao
entre a forma do prociuto. a fun<;aoe a utlllzacao. 0debate aobre
as "fun<;oes sensorlais" que a HfG Offenbach coriduz, t.ambern s a
utili za dos discursos semlotlcos de Umberto Eco. Desta maneira,
a forma hoje em dia.nao segue, faz tempo, a fun<;ao mas sim a
conven<;80. 0 saber do design nao e mais neoes.sarlo apenas sabre
as tecnologias mas 0e especial mente para os fundamentos das
ciencias comportamentais que caracterizam a intera9ao homem-
produto. Muller defende veementemente uma pesquisa empfrica
sobre 0usode produtos, de forma a reduzir as falhas de corioepcac
no desenvolvimento de produtos.
.j.
}:»;
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SOBRE A FUNI;;Ao COMUNICATIVA DO DESIGN 293
NAO RESUMD
/
Somente OS exemplos aqui discutidos -cque nao aspiram representara integridade -tornam evidente que em muitos palaes s~ estabeleceu
urna "teoria do design disciplinar" que se originou em pontos te6ricos
semelhantes e coincide em seus resultados. Assim vista, 0design tern
se firmado, ao final do seculo 20, como urna dlaclpllria aut6noma que
formou urn roapertavel "body of knovvledge" (corpo de saber).
SOBRE A FUNC;Ao COMUNICATIVA DO DESIGN
Com a conceito "linguagem do produta" nos anos ;80, confirmou-se
que 0design se encarrega principalmente das rela90es homem-objeto,~
quer dizer as Iiga90es entre 0ueuarlo e objeto (produtos e s,istemas
de produtos, vefculo.s. projetos de interiores, design publico, produtos
tecnicos, etc.) estao no meio dos interesses do conhecimento. De.
significado especial sao as ~!ivas, par rneio das q~aisse
intermediam as sentirh tos das Q~s.soas.A semi6tica pode forriecer
importantes subsldios para isso como modelo de esclarectrnerrto.
ALGUNS PRECURSORES
Como pioneiros destesprincfpios podemos registrar a fil6sofa
americana Susanne Langer. Ela e Charles W. Morris .sao os mais
importantes representantes de; escola aernantica da estetica____:_......- •.• ~ ••. c.·· . ~
americana. Ela concentrou 0seu trabalho na teo ria dos slmbolos- - - - - - ., . ..'
de Ernst Cassirer e ,entendia a arte como um processo serntotloo,
quer dizer ligada a signos. As manifesta90es ourturals das pessoas,
suas falas, rituais, mustca, etc. sao descritas como n,anifestagoes
simb61icas da vida.
No seu trabalho publicada em 1942, "Filosofia de 'urn rncidoriovo"("Philosophy in a New Way"), ela diferencia os termos "sinal" e
"sfmbolo" que se tornaram especialmente importantes para a de'sign.
Sinais sao signos diretos e imediatos, sfmbolos por sua vez s,ao
signos Indtrotos e cornunlcavels. Sinais mostrama disponibilidade
(presente, passada ou futura) de algo, um fata ou uma situagao. Em
sua apresenta9ao, Suzanne Langer diferencia entresinais naturals e
artificiais. Estradas molhadas sao um sinal de que choveu; 0cheiro de
A ass.;nc:: ie do design sa chama
oornunlcaceovOs designers
aprenderam e der aoe QbJeto~
urns UnguElge\1: l , e ale~nab ..
serac mudos no "futuro: mesmo
quando no futuro se fizer Dada
vez merroe a configura9ao de
hardware, ou seje, de prcctutc s
reais, e atrn a configu rayeo
de software, de ideias reels e
cornclexee.
__ THOMAS REMPEN, 1994
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. .
-··-·'··'~~~~-~~··~---------------'D=--=E-::S-::I-::G-::N-:-:E::-:T:-:E:-O:::-':R::l-:A---------------------------------------
RELOGIOS SVvJ\TCH, M~delos Centon
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SOBR~ A FUNi;AO COMUNICATIVA DO DESIGN 295
_ _ _ .
culturais. Por isto e importante que stmbolo s nao sejam natura is~ " . ' ' ' . _ , ' : . , : - . , - : " - ' . . . : , : : - . " : _ ' o " : ' · _ . - ' _ ' . , _ : : _ .
e sim que~xistam por meiodeconvent:;:oes, 6useja, por acordossociais, tr~dit:; :oes ou coisa~ semelh~ntes. Espedalmente por m~io
do trabalhb de Alfred Lorenzer' (1970, 1974)soQre as "interat:;:Oes
simb6Iic~~''', que se constn.liralTlsobre a psicanalise de Sigmund
~coT1trou no design LJrrireconhecin1~1"1tb,cujo instrumental
se torn()l..imLJito util. . .
OllnguistC'i Jan Mukaro~skY em sua am"ilisedafung8o estetica. .
partiu do fa to de que 0es'te'tloo se ordena e se submete sob a
vi sao social (Mukarovsky, 1970). Baseado no princlpio das ciencias
lingufsticas (semi6ticas), ele postulou que 0conceito de "belo\ he
seculosdiscutido, deveria ser substitufdo pelo da fung8o. Neste
lJ.I"!fll)--fu"~s do--------l'rOO\IIDP r o d l . 1 1 0
->.",,", F'''Illosd.
p n l t i t a t ! i n g u a g e m ~(I p m d u l . o
" : : - . _ -,:" :
conceit8,se coloca a quest§() de sua tlpolopta, oride do ponto
de vistafE3flomenoJ6gico seC()nstr6i um modelogeral: "Esta e,
na nossa\fisao, a tipologia dasfungoes: dois grupos, as fungOes
espont§l")ea~ e as significant~~, que se dividem~inda; as fung6e~
F l l n l j . f i 1 ; ! . ! ;
t o ,m a l ' l 3 : s l b [ i C i i S
UM MODELO DAS FUNC;::OES DO PRODUTO
As figagoes de troca de cada fungao foram conduzidas por
Mukarovski como um processo dlnamico - baseado nos principios do
estruturalismo - em que 0modelo conduzido em seguida par Gross
(1983) se provau mais uma camisa-de-forga. A crltica se fazia por
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.,,296 DESIGN E TEORIA
Cuidemos para que
"configuraoaD~ 'renhe meior
significado do que design de
produtc. Talvez consfpemos
que um dia e ,.configu r.a9,ao"
Iri c+ua as formas verbals da
oomurrlcecao. De 'forma qUA,
pen-exernplo. names .da "mesa
reeeeveoe" sejern corrtcncrrtoe
como "sorn e tumaea" •
.JURGEN HAOSSER, 2001
Noaaa grande chance €I ter a
configurSII;:i§lo total do eec.ulo em
noaaes m,§os.
~_GERHARD SCHRODER.
2002
'..
um lade a rigida dlviaao da estetica formal, das fun<;:?es indicativas e
simb6licas (a ehamada "Triangula<;:ao de Offenbach"), que na pratlca
nao pode ser seguida completamente. Por outro lado, e problernattcoo carater autopoettco deste modelo, ja que reage de menos a
problemStica forma-contexto. Especialmente por causa do rapido
desenvolvimento das novas midias e das novas areas de tarefas como
a design estrategieo, 0design de aervlc os e 0design de tntormacao.
foram abertos novos temas, para os quais e necessario que se
interpretem as novos concertos a serem deaanvotvido.s.
SOBRE A NOVA RELEVANCIA DA CONFIGURAC;AO
Em muitas das tentativas imponentes de explicar o mundo com 0
design e tentar modlfioa-Io, alga ficou no caminho, que desde a infcio
marcou esta disciplina: a configura<;:ao.
A percepcao e a teoria da Gestalt determinaram importantes
fundamentos para isto, a ponto de 0termo "Configura<;:ao"
(Gestaltung, no original) ser compreendido e aplicado em um sentido
mais amplo. Um design, que se orienta no postulado da forma e do
contexto, tem mais energia envolvida na investiga<;:ao do contexto do
que na forma. Quase poderia se dizer que de' alga tao trivial como "dar.
uma configuragao" as designers nern precisam mais ouidar.,
o f l16sofo e consultor de empresas Bernhard von Mutius (2002,
2004), em uma conferencia da "Form", esbocou um novo conceito da
configura<;:ao e com isto abr lu novas perspectivas para 0design no
securo 21. Ele defende inicialmente a igualdade dos objetos materials
e imateriais, asslm vista como justaposj<;:ao de hardware, software
e servic;;;os- que juntos estao. no foco do design. ,0momenta c~ntral
e que se pode, por meio do design, fazer a invislvel (0 abstrato).~ "
novamente visfvel. Mutiua meneiona - no senso de Niklas Luhmann~ .
- tambern uma nova "capacidacle de coriexao'' de nossas lnteracoe.scomunieativas. Ele tambern se refere a minha tese, onde'defino que
design e rarnbem a "vis uafizacfio de Inovaooe s" (Burdek, 1999). Por
outro lado, ele ve a necessidade de "passar das matertae-prtmas para
as informagoes", querendo com isto mencionar 0tema do "design do
conhecimento" .
A "oornpe tericla de coriflquracao" signifiea essenciaJmente mais_____--.--~ . -.
do que 0como as eoisas adquirem sua forma; Mutius entende
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AS FUN~O ES ESTETICO-FOR MAIS 297
af um espectro completo de novos temas, como oorrnrriic acao,
criatividade, aolucoes de segunda ordern, cooperacao, criacao de
valor, transformac;;ao, proqres so. globalizaC;80, polaridade ou sinergia.Para tudo isto, e neceaearto desenvolver novas formas delinguagem
adequadas a cada tema. "Comperencte em configurayao" pode se
- - - - - - - -ornar uma competencla-chave para as soluyoes criativas de muitos
problemas tecnol6gicos, economicos e sociais no futuro.
A eleboracao de rotos e imagens pertence ao dominio trrestrrto
do design e assim deve ser entendida tambern a nova area do
"imageneering", ondase pretende tornar vlstvej s posslveis novas e
futuras interayoes, mas ternbem novos produtos, multo antes de sua
realizac;ao.
Com 0conceito de Luhmann da "capacidade de conexao", Mutiusconseguiu uma base para poder valorizar de todo qualidades dos
processos imateriais. As tradlcionais malhas tridimensionais para
o design de produtos, par exempto. nao sao mais .adequadas.
Neste sentido, e necessaria quenovamente se reflita sobre novas
"qualidades de configurac;;ao". Isto s6 sera posslvel com a retomada
seria do discl..lrso do irtlclo do seculo 20.
A arte e a arqultetura nao
levern a aerlo sua fun Cao de
gula aultural, que e nestes dlee
exerclcle pelc des~gn.
_HEASERT H. SCHULTES,
2003
AS FUNC;OES ESTETICO-FORMAIS
o par de terrno.s forma e conteudo vem sendo utlllzado por seculos
para coriduzir 0dlscurao sobre 0 valor (estetico) e a qualidade material
de ume obra dearte. 0 sa6uio20 ficou marcado por uma forte
fixa<;.:aoria forma como as obras de arte sao executadas, e pouco
sobre seu valorvA perda de senti do dai advinda se tornou evlderrte na
arqutterure. no design e na arte. 0orrnalismo estetico (clerrtificamente
tambi§m designado 'esteticaformaf) se define claramente da esiatica
do con'teudo. Esta se refer'eexctualvarnente a vivencia de impres soes
sensoriais de elementos formals. Ritmo, proporcoe s, harmonias sao
importarrtes elementos de obras de arte ou configuradas.
Nos produtos, estes aspectos sao chamados de func;;6esformal-
esteticas, que podern ser eprecladaa, sem se observar seu significado
de conteudo. Na terminologia da aernio tica, trata-se da diferenc;;aentre
sintaxe e serriarrtice. De urn lado, temo s em cada lingua as regras e
normas, de como os signos (por exemplo, palavras e fraee s) podem
ser formulados e descritos. Repassado ao design isso signifiea; uma
;
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!.
298OESIGN E TEORIA
\ < 1 ' c[f."r-l t;,.\
,\".::,0. G-{'~"'"'1> !( ' , I\'U
q'o/,::["gramatica da configura98o. Asintaxe e livre de qualqUersignificado. '-p-,
Somente por meio da referenoia as fungoes prilticas (fung6e's
indicativas) oudo contexto soclal (fungoes sirnbotlcas). os sfgnos
recebem no design. seus sfgnificados. AI se fala de forrnallerno, quando
meios formais (signos) sao empregadossem criteria e dequalquer
forma. sern que setJsignificado venha refletir seLi usa.
A PESQUISA DA PERCEPC;;Ao INICIAL
As bases da estetica forrnal foram estabeleoldas ria pesquisa da
percepg8o, que neste meiotempopode sevarer de uma grande e forte
tradigao. Preclsamente, os inicios nos remetem aAris'totete s, que"".,,,"""
determinou os cinco sentidas coma base da percep9aa. ,~.,.
No secuto 18, 0filo sofo ingles Gearge Berkeley (1686-1753)
desenvolveu uma teoria da percepcao eutorrorna. onde pesqui~ou a
vi.sao do homem e SEWS componerrtee.
Progresso decisivo foi conaeouido no secura 19 quando Hermann
~Helmholtz desenvolveu os principios da percepceio visual. Paraele ;. .,
a percep980 era composta por um'procas so de duas etapas: os
fundamentos saoseritirhentos, cuja quatldade eintensidade sao natas
e sao limitadas par meio das carecterlsttcas especificas dos orgaos dos
sentidos; Estes sentimeritossao signos que adquirem significado no
processo de deaenvolvlmento por melo de e.ssoc+acoes (experlericla).
Qutros importantes furidarneritoepera a teoria da percapcao foram
as pesquisas com ilusoes optlco-peornetrtcas. que foram publicadas
primeiro em meados do seculo 19.
PIONEIROS DA PSICOLOGIA DAGESTALT
Wilhelm Wundt (1832-1920) eo co-furtdador de psicologia
moderna, pelo fato de que deu independencia ao objeto e ao
rnerodo e a construiu no modelo das clenciasnaturais. Ele definiu a
psicologia como clericla, cuja expertertcta imediata seria baseada em
expertmerrtacoes e observa90es.
Contra ouso de.m8todos das ciencias naturaisna psicologia se .
colocava especialmente Theodor Lipps (1851 '-1914). Elea definia como
ciericia da vidaespiritual. Todas os conhecimeritos ele procurou basear
nas experiencias humanas mais fntimas. A obra de Lipps tern estreita
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AS rUNCOES ESTETlCOeFORMAIS 299
relagao com Wilhelm Dilthey, isto porque para ele artee literatura
englobam as expre ssoes da vida e podiam ser compreendidas rraaua
essencia. Especialmente importante para Lipps era a investigagaodascaracterfsticas das obras de arte e dos objeto s. Asformas libertam
sentimentos, 0que pode ser compreendido inteiramente em o'postcfio
aos principios da psicologia da Gestalt. 0princfpio postulado por Lipps
da "Unidade da Variedade" (Schneider, 1996) remete aos elementos
opostos e comuns que sao atuantes em objetos estetico s e que
caracterizam a sua visibilidade. Assim e exposta a crlacao de tensoes
ede dlas onariclas , assim como a procura do.prtnclplo harmonico nas
obras de arte - 0que tarnb em vale da mesma maneira para form as e
cores. Com 0principio de Lipps, 0"preenchimento" fica tematizado
como urn processo geral de oorru.micacao , daqual ele dasenvolvau. .
uina teoria dos simbolos propria: "Apenas pelo preenchimentoem urn
acontecimento sensorial ou uma rnantres tacao de vida, algo se torna
strnbotlco" (Schneider, 1996).
Da meerna forma em 'OPOSiC;:80 Wundt se colocava a escola
austT-racade psicologia, que foi fundada ao final do seculo 19, e da.
qual, ao lado de Lipps, faziam parte Alexius Meinong e Christian von
Ehrenfels.
Alexius Meinong (1853-1920) pertenceu aosprecursores da
psieologia da Gestalt, na qual destacava que fenomenos psfquicos
eram algo mais complexo do que a adiC;:80de elementos individuais.
Em sua "teoria dos objetos" (1907) incitava aoensino da percepcao.
que seriao fuhdame"';to da vlvencla psiquica (apresentar, pensar,
sentir, querer) e darla umas.surrto proprio.
Heconhecer ou per-caber q UE!r-
dlaer primeiramenta recucac
de comptexidade. e a procura
de elgor-itmos cor'nprfrnlcloa
ou de cransrrarrtea. Recon hecer
quer enaer reorlrnlr, nac reparer,
deacujder, rettrar, encu r-tar,
retlrer, comprlmlr lrrrormacao,
__ FLORIAN ROTZER. 1988
A,IMPORTANCIA ESPECIAL DE CHRISTIAN VON EHRENFELS
Como 0 verdadeiro fundador dapsicologia da Gestalt, Christian von
Ehrenfels (1859-1932) era um aluno de Meinong. Em 1890 publicou
um pequeno texto que 0tornoufamoso: "Sobre qualidades de
configurag8o" ("Ober Gestaltqualitaten"). Neste texto ele cons'teta
que na percepg80 he urn momenta que e independente dos serrtldos:
a chamada qualidade de configurag:ao. Um triangulo e urn trii3ngulo,
nao importa em que cor ele e representado, se e grande ou pequerio."
A Ehrenfels e atribuida a frase da psicologia da Gestalt, "0 todoe mais
do que a soma de suas partes", Isto quer dizer, por exernplo, queuma'
melodia e feita de uma quantidade de tons, seu efeito entretanto s6se de com a unidade entre eles. EhrenfeIs se batia contra a separacao
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· ,
'300DESIG N E TEORIA
Aeelrn. as pslc61ogos da
dos elementos da psicologra eexercia uma grande influencia sobre
os psic610gos da Gestalt, David Katz, Wolfgang Kohler au Max
Wertheimer.
Em 1916, Ehrenfels publicou um ensaio sobre'''Altura eapirreze da
configurac;ao" ("Hohe und Reinhert der Gestalt") que somente mais
tarde adquiriu um significado central para 0 design. Ele descreve 0 fato
de que existe uma certa medlda de configurac;ao, que concede a cada
figura um grau alto de conflpuracao. Uma fjgura com alta configura<;;:ao
se diferencia de uma com grau baixo, pelo fato de ter uma medida
maior de conjunto e dlfereiwa (Iimpeza de corrflqurac ao. alto grau de
configurac;ao). 0 oorrcelto de conjunto pode ser descrita par ordem
eo concelto de dlterence pode ser com 0 de comp!exidade. Assim, a
"altura" da configura9ao no produto e determinada pela ordem (0) e
pela complexidade (C).
Destas arlrmacoes fOI extratdo e desenVo!vldo, ~os anos 60, par
Max Benseo conceitode "estetica exata" que obedecia a frase:
"Configura<;;:ao e a oroducao de ordern" ("Gestaltung is'tdie Erzeugung
von Ordnung"). Esta lrrterpre'tacao estaem eatrelta ligagao com a
princlpio do funcionalisma, .oride se desenvoJveram conceitos 'de
configurar;;ao com a usa apenas de elementos e s61idos geometi"ibos'
simples (como quadrado, tri~ngulo, circ uto. cubo, piramide, esfera).
Com isto, por um lado, 0conceito de Ehrenfels foi seguido, isto
e, aornerrte 0concerto da limpeza de configura<;;:aoera 0 foco do
interesse, ou como Dieter Rams sempre enfatizou: "Menos design
e mais design". A configuragao se desenvolveu entao sempre em
campo de terisao entre ordem e complexidade, au seja, a "medida de
configura<;ao"(M) etrma funcao (f) de ordem (0) e da complexidade (C).
Geatatt, como Wolfgang
Metzger- onWolfgang Kahrar,
consegulram moetrer, j.e
nos enos 30. que operemoe
.cenetorreeroente oom ae
cnterences antra figura e funoo.
__ SIEGFRIED J. SCHMIDT!
GUIDO ZURSTIEGE. 2000
OS GRANDES PSICOLOGOS DA GESTALT
Pelo fato de, especial mente na primeira metade doseculo 20 terem
sido conseguidas grandes pesquisas basjcas nestecampo, alguns
representantes e seus conceitos devem ser menqionados.O medico
e pslcologro Karl Buhler (1879-1963) e considerado 0 fundador da,
pesquisa sernantlca da linguagem (aconhecida teoria daHnguagem) .e
faz parte da tradtcao ria pesquisa de processos, do ponto de vista geral.
Na "eacola de Berllm" foram desenvolvidas, nos anos 30, as rnals
importantes corrtrib uicoe's para a psicologia do pensamento e da .
percepr;;80. A ela perranctam Max Wertheimer (1889':'1943) e tarnbom
Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941). 0seu objeto
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., ..
AS FUN<;OES ESTETICO-FORMAIS 301
de estudo eram os .processos de comportamento e de-vivencla como
urn rodo. Apo se Segunda Guerra. estes 'estudos foram continuados
por Wolfgang Metzger (1899-1979) e Rudolf Arnheim (nasc, 1904).
Wertheimer demonstrou como a percepQ80 se submete a urn'a
estruturag80 configurativa por meiode uma serie de prlriclpio s
de organizag8o (as conhecidas leis da Gestalt,). Com elas ele
demonstrou comoobjetos sao percebidos e agrupados no amblente
ou no tempo.
Kohler publicou ensatossobre 0 problema daapr·ovag60 corietarrte
sobre a repercuss80 de imagens, sobre psieologia do aprendizado e
da mem6ria. assirn como sobre teoria da Gestalt, aplicada a pSicologia
cerebral.
Koffka publicou em 1935 seus "Princfpios da Psicologia da Gestalt"
que ate af era a mais completa tentativa de introduzir os resultados da
pesquisa da psicologia da Gestalt, nos mais diversos campos. Na sua
teoria doaprendizado, indicava que a mem6ria trabalha na diregao da
"boa configurag80" (regu!aridade e pregnancia).
David Katz (1979) esJudou especia[mente a percepctiocias cores e
formulou uma serie.:de leis de contlquraoao. Seu trabalhoseaproxima
muito dos principios deWertheimer, Kohler e Koffka.
Wolfgang Metzger e considerado 0 llder da pstcoloqlade 'Gestalt,
da "Escola de Berlim". Ele se titulou com Kohler e foi assistente
deWertheimer. Sew porito forte de pesquisa era a psicologia da
A pelcoloale. csesce a psicoiog~a
da Bea'telt; rerrabatnou mtfltoa
'turidemerrtc-s que ee t.ornaram
de grande va He para os
designers gr'itfiC:os.Torncu-ae
e. ...dente que enxe.rgsmcs nao
com as ornoe, mas sim com 0
cerebra.
_FELlC!DAD ROMERO-
TEJEDOR,2003
. .
perCeP¢80e doperrsarnerito, asslm como a psicologia pedag6gica. As
investigagoes aob+ea vis§oe suas leis foram divulgadas. em 1935 e.
ainda valern hoje em dia como padrao da psicorogia da Gestalt, e da
percepg8o; como as obras estao esgotadas ha longo tempo, podemos
apenas nos yarer das co!etaneas dos anos 1950 ate 1982 (Stadler!
Crabus, i999).
Nas pubrica<;roesdos psic6logos da Gestalt, e da poroapoao foram
descritas. mais de 100 leis da Gestalt, . Oafpode ser visto como na
percepg8o. se constr6i 0todo. Estas leis daGestalt constroem ainda
hoje importantes fundamentos para0projeto e produzem lmpressoes
perceptivas gerais. Elas pociern ser utlllzadaerio design; especialmente
nas funQoesestetico;. formais ou nasfungoes informacionais.
As leis da Gestalt podem ser observadas em praticamente todo
objeto de design bi ou trfdlmeris+onal. Como puro instrumento
sintatico (ou seja, sem nenhum Significado especffico) nao oferecem,
entretanto, nenhuma Indlcaoao sabre a percepcao geral do objeto
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302 DESIGN E TEORIA
",:.;
.r,
u.;~: ; . . . ._._- . o curto tempo sem conoorrencla de design. Sem actlrnerrsao semfmtica,permanecem por si mesmas
da -reor+a do oonheclmento apenas no nfvel do formalismo.
do constrUtfv~5moradical
nos diz que 'tecta EI percepcao
e interprSUII;:ao e que eeoc
\~ sistema prectse corratr-ufr sue PERCEPCAO E PENSAMENTO
pr6p ria in1ormayao. Nos ne a
verdace objettva. mas slm uma
Estes principios dateoria da Gestalt, foram. no decorrer de seu
desenvolvimento, criticados muitas veze s e retrabalhados. Um novo
corrieco foi formulado porRudotfArnhatm (1972), onde ele procurava
chamar a atericao para 0fato de que peroep cao e pensamento nao
devem ser separados. Ele defende a coristrue.ao de conceitos que se
baseiam nas ldelas da peroopcao.
Os conceitos serao inicialmente daros por rnelo da aselrnllacao
dos processos do pensamento. 0 f'undarriento do pensamentopara
Arnheim e a capacidade humana da ebetracao. Ele diferencia ainda
duas espedes do pensamento explfcito: 0pensamento intelectual e
o pensamento irrtultlvo. Neste ultimo esta presente, na sua base, 0
pensamento produtivo - assim como 0criativo - nas ciencias, nas
~ artese rarnb ern no design.
-teenoe conhecimento de orne
org6'nfzaQ20 de expeetencta.
__ NORBERT 80 LZJDAVID
aOSSHARD, 1995
SOBRE as ASPEC1'dS bA ORDEM E DA COMPLEXfDADE
Da uhiao dascategoriasde Ehrenfels, de ordeme complexidade, com
as fels cia Gestalt, foi estabelecida na HfG Offenbach, nos anos 70,
uma serie de pares esteticos/formais que sao pratlcavela no processo 0>
de projeto. Deles f'azern parte, por exemplo: simples - complexo,
regular - irregular, fechado - aberto, unltar+o - separado, simetrico,
- asstmetrlco, Claro - confuso, na grade - fora dagrade, balanceado
- nao b'alan'ce.ado,conhecido -:-desconhecido, ordern conhecida :-
complexidade nova,e outros.
As caracterfsticas abrangentes de ordem e complexidade nao
implicam em quaJquer valorizecao. Nos projetos concretos e precoce se
decidir se a tarefa parece lndlcar que uma solucao na diregao de maior
ordem ou maior complexidade e a rnais adequada. A aqui discutida
complexidade formal nao tem na'turalmerrte nada a ver com 0corrteudo
(sernarrtico) complexo do produto. Desta forma, produtos formalmente
simples podem seroomplexos ria sua'funcionaiidade ou no manejo.
A longa tradig8:o do funCionalisrno se baseou consideravelmente
na meta formal da ordem. Ligada a isto, sob 0ponto de vista
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AS FUN<;OES EST~TICO-FORMAIS 303
Um verdadeitamente novopr'iricfpio deteori'a da peroepcfio foi
desenvolvido pelo psic616gd arnertcario James J. Gibson (1973,
1982). Da auparacao da-teorlada percepg80 atomizada, ele formulou
como contrapartida urn principio unificado e ecol6gico da percepgao
visuaL Nela a percepcao e estudada sob as condicoes naturais do
meio ambiente. Este sa cornpoe para Gibson de tres caracterfsticas
principais: 0meio (atmosfera), a aubstancia (materiais e gases)
assirri como superficies; que devern ser entendidas como fronteiras
entre meio e aubs tancla e para seres vivos perceptivos servem como
psicoperceptivo, havia uma redugao de estfmulos que,em muitas
areas como a arquttetura, 0u'rbanismo, a cornunlceceo visual au 0
design, conduziu ao um verdadeiro tedio visual.A meta formal da complexidade pode ser atingida com diversos
meios de configuragao, como com materiais, tratamento de
superficies, texturas, estruturas, cores ou mesmo grafica nos
produtos. Ternbern a complexidade funcional, como se aplica
frequentemente em produtos eletr6nicos (conhecida como,
"featurities"), e um principio empregado no desenvolvimento e na
cohfiguragao dos produtos. Estes crtterlo s devem ser discutidos no
pr'oje to real:
SOBRE 0 CRITERIO ECOlOGICO DA PER,CE,PCAO
VISUAL
, ,
caracterfstica de' reconrieclmento. Com isto as cores, a ordenamento
,pas superficies (formas), asstmoorno a respectiva llumlnecao passam
a ser as mais lmportante s elementos da percep9§o. Gibs~n define 0
meio arnbierite em urn nfvelecol6gica, que se oornpoe doambiente,
abjetos,acontecimeritOs ou outros seres vivos, que podem ser
percebidos em euasacoes recfprocas. A percepceo e compreendida. . , - , .
como uma atividade, que temcornoobJetivo desenvolver a consciencle
sobre si mesmo e sobre 0meio ambiente.
PRINCfplOS D A CONFIGURACAO FORMAL
Foi farrhu!ada, com m~ior preci~ao, por Dieter Mankau na HfG,
Offenbach, em seus estudos sobre estetica formal, uma descricao dos
principios da configuragao formal:
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CONI'IGURA<;AO ADiTiVA
'j
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EQUJPAMENTO M~OICO HEWLElT PACKARD
Design: Vis 4 Design GmbH
CONFIGURA<;AO 'ESCULT6RICA
PIANO PEGASUS, Design: Luigi Colanl,
Feb. Sohimmel Pianos
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... . . .
AS FUNQOES ESTETICO-FORMAIS 305
Configurac;ao aditiva
Fala~se de uma configurar;:aa aditiva na
au uma figura que tenham sido canfigurados de tal fo rrna queas caractedsticas tecnicas au as funr;:oes pretlcas mantenham
completamente suas caracteristicas visuais .
. .
au praticas e os materiais a serem utilizadas podem setreduztdos
de forma clara com ouso de meios formals. Entre eles'porexemplo,
linhas de fluxo continuO, boa continuidade ou prolongarnehtb,a
padrontzecao de mat~fj<'lii~b()res.
Co nfi9 tr ra~~~,~~~~~~~~,>Aqui domina\~f6rh,~+b<is~es~8Ihi~~i8U~i~tllregra e limitadap6r 'urna
f6 rmula mat~h,ati·co~gcib·rnetric~i·.·~.(),sed•~gieri0(J[yim,e.nto com poucos
elementos fbl"ITlai~basi~oi. Ihcluern~se~rae~fera.~ilihdro, quadrado
e plr arnide. Est¢§cbrpas~eometricos sao POf ITlCl·ti"9de pregnancia
cognitivo-cultur'al,hapE)rc:Elp~ao.·pslcoI6gica,fol'rn~s~lt~rnerite
estavels , que mesrn6hom intervenr;:oesfon'naisf()r-tEls, pdf'meio de
cortes ou interfer~8¢i~s,p¥rITlaneCerrryi~L!~I;ne0'tees't,h/eisem nossa
concepcao mentaL..i ..
.Configurac;ao integrativa
Aqui se utillzarn recursos configur-ativos tais que determinam a
percepr;:ao completa do produto. As perturbacoes visuais,quea
primeira vista se manifestam pelo usa de diferentes furl(~§~st€!cnjcas
Con fig u rae; a o~~bJl tgr ic~i
:;;:;~o ees::~:~~~;~i~~~;1t~~aij~t~i~t1f::r:~is~i[~ndc!:nf~i~r;:~~s~,.
que se manifesta ComUrr1Clf()r1:e¢dhipoh~ntElslfrlb6IJ~a.
ConfiguraQao natural',-,. '_ _ .
Esta remete a principios bioI6gicos(bionica)e perm
assoctac oes naturais. Sao est~d6§de animo, que
apenas em urna percepcao visual, mas incluem
de percapcao: adores, sensar;:ao de frio ou
a audigao como feriornerio
elementares, onde as
cultura.
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--. .. ' ...~.-.
AO AOITIVAONFIGURA;; .
CORREIOSRICICLO DOS
TOR GUZZINIROJE
BANHEIRA
CAMERA DE VfDEO
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AS FUN~6ES ESTETICO-FORMAIS 307
CONFIGURACAo INTEGRATIVA
CABINE CHUVE'IRO
CAPACETE PARA CICUSTA5
OBJETIVA DE CAMERA
QUEBRA-NOZES
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I' .'.
30SDESIGN E TEORIA
Configun:lI:;:a.o INTEGRAL
LOCOMOTIVA DO ICE
CADEIRA CUBO
CAMERA FOTOGRAFICA
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AS FUN(;ClES EST~TICO-FORMAIS 309
CONFIGURAjfAO ESCULT6RICA
MESA
PCiLTRONA
ROSO INDUSTRIAL
VENTILADOR
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310DESIGN E TEORIA
CONFIGURA9AO NATURAL
CONSTRUC;:AO DE COBERTURATENSIONADA
LUMINARIA PARA AMBIENTE EXTERNO
POlTRONA
FRUTEIRAS
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' ••
AS FUN<;:OES ESTETICO-FORMAIS 311
LUMINARIA TOLOMEO, Design: Michele de Lucchl,
Filb. Artemide (Foto.s: Wolfge""'9 Salbt)
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:312DESIGN E TEORIA
Estes exemplos mostram que as funQoes estetico-fClrmaisse
estendem para muito alem do campo puramerrte sintatico. As rormas
respectivas sao sempre s6cio-culturalmente madlada s, por isso
adquirem .diferentes sig nificados nos seus respectlvo s corrtexto s.
Na configuragao de objetos, pode-se muito bem ler em que corrtexto
social, tecnol6gico ou cultural 0produto fol projetado.
";"
Utn Exemplo
A Iumlnarla Tolomeo (projatada par Michele de Lucchi para Artemide) se
vale de principios tecnico-con!igurativos conhecidos, como a lumlnaria
sueca classica Luxo (projeto de Arne Jacobsen). A estrutura de alumfnio
com alto brilho contrasta com 0refletor com acabamento fosco, que
parece quase querer voar !Jaralonge.0uso de cabos de ago (associecaocom a arquitetura sob tensao), de molas embutidase parafusos
recartilhados dao uma impre saeo de alta funcionalidade,originada peta.
variedade e a complexidade dos detalhes de confiquraceo. as pontos -: ..
pretos nao saO pontos de rotacao, 0que, sob aspecto da lnforrne cfio.:
e falso. A aesoclacao com a tecriica de coriatrucao leve da industria
~aeroriau'tlca faz da Tolomeo ~m produto modemo e de alta tecnologia,
com tanta neutralidade, que pode ser utifizado em diversas ertuecoes
de uso. Por isso em curto esp~go de tempo, acabou se tornando urn
produto strnbolo da cultura dos anos 90.
AS FUNCOES INDICATIVAS
Como ja escfarecido, as Indlcacoes sereterernsernpre asfung6es
praticas dos produto s, isto e, a vtsuallzaoao de sua fun<;;ao tecnica
esclarece especialmente seu manejo ou manipulag8o. As lridice coe s
tornam claro ao uauarlo como utillza-to s. Como a configura9§o de
indicagoes est8 em relag80 direta com a fung80 do produto, e este
setor da conflpuracao que pe_rmitea menor insetg8o· de interpretagoes
individuais ou de pontos de vista pessoais. Dest~forma. a
configursg80 de tndlcaooes deve preyer conaulras aos uauarlo s, seu
contexto e experiencias.
VISUALIZACAo DE FUNCOES PRATICAS
A configuragao de elementos de Indicaceo pertence ao repert6rio
cless.ico do design, como Hans Gugelot declarou, Ji i no infcio dos
anos 60 na HfG Ulm. Certamente,. a discussao· sabre este assunto se
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AS FUN90ES INOICATIVAS 313
iniciou com Ptatao , que reconhecia em cada coisa uma "capacidade
particular", isto quer dizer que a natureza de urn objeto necessita
ser compreendida,a fim de que se possa mencionar este significadoespecial. A tradigao da Boa Forma, sem a·configura9ao des fun90es
indicativas, nao seria perisavel. mesmo quando estas nab Sab
adicionadas ou mesmo percebidas de forma evidente.
Uma rerrovac ao sistematica das fungoes indicativas, base<;ldanos
rrieto dos de reconhecimento das ciencias humanas se iniciou nos
anos 70 na HfG Offenbach, especialmente por meio do trabalho de
base de Richard Fischer (1978). Um desenvolvimento mais completo
e sua caracterlzacao foram ernpreeridtdo s em 1984 por Richard
Fischer e Gerda Mlko sohvalerrr do trab-alho de Dagmar Steffen et.al.
(2000).
Para a area da arquitetura e desig;n, $Ven H~sselgreen (1980)
publicou urn estudo, onde ele chegou aquestoes semelhantes.
Especialmente na RDA ocupavam-se do temade forma muito
intensa. Em uma oonolus ao hist6rlca sabre 0terria "Sinais e
Indica96es", Gunter Feuerstein (1981 )chamou atericaooare uma
"semi6tica obJetual", ondeo·significado db produ'to (sua natureza)
f'az-o principia' configurativo:. "N6s combatemoso objeto nao
por querermos destruf-Io ou danlflca-lovrnas porque queremos
torme-Io evidente como obje'to estetico: um fen6meno da 'estetica
interpretativa' ",
A estreita rela9aO do design na RDA com a rradlceo do
funcionalismo ficou evidente em um estudo de Horst Oehlke (1982),
no qual ele descreve a vis uellzacao das fungoes de um produto
como tarefa de um processoconflgurativo funcionalista. Adialetica
das fungoes do produto e das aparericla s do produto era para ele 0
tema central do design nos, anos 80.
Nos trabalhos sobre "Teoria daUnguagem do Produto" ficou
evidente que apassagem das fungoes estetico-formais pare as
fungoes indicativas frequentemente e multo fluida. Fica evidente
tambem que, com 0emprego de leis de configuragao, que existem
independentes de significado especffico, pode se conseguir atingir
novos significados.
DIScussAo DE CASaS DE PRECEDENCIA
Em uma coleta de casas de precedencia tirados da p'ratlcacio
design podem ser identificadas algumas categories que podem ser
No ambl"to dee "Prtncfploe
de Offenbach". no fnfclo dos
enos 70, rcrcm definidas as
conaequenciee do design que
torem .aatj-uturacla.s em fetores
cperectonats, este modelo
consistente de teoria do design
foi precilaadc e retcrmu lado ate
nossos cles,
__ ALEX BUCK. 2003
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314OJ;SIGN E TEORIA
MANIPULA~AO
OVO PLAYER MAG NAT M.ONE, Fab. Magnat
CANIVETE STRUKTURA, Folb. Hottartz
LApIS GRlP 2001. Design: Heinrich"Stuchankemper-,
Feb. Faber-Castell
8IN6cULOS, De.lgn: 8/F Industrial Design,
Feb. Eschenbach
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_
AS FUNCOES INOI CATIVAS
ORIENTACAo
GRAVADOR DE OADOS EXTERNO·
CHAVE DE FENDA ELETAICA
INTERFONE
315
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316 DESIGN E TEORIA
FUN9AO DE P~
BANCO DE JARDIM
COMPUTAOOR IMAC :r~.
'I
..~
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AS FUN~bES INDICATIVAS317
ESTABILIDADE
MESA
CAMERA
BANCO
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f.
i:
Irk
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"
------------------------------------------------------------------------. . ..
318 DESIGN E TEORIA
MODIF1CAvEL
CADEIRA DE BRAQOS
TESOURA DEJARDIM
MANEJO
CONTROLE AEMO-rO PARA VIDEOGAME
APARADOR ELETRICO PARA SEBES
ESCOVA DENTAL ELETRICA
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PRECISAO
CD PLAYER
CHAVE PNEUMATICA
RELA9AO COM CORPO HUMANO
ROOD PARA JANELAS
ElANDAGEM
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I ,
. "
DESIGN E TEDRIA
entendidas como porrtos de orlentacao (Fischer/Mikosch, 1984), que
tambemtem sua validade holeern dia. Bas+carnerite foi estabelecido
que no projeto de produto novo sempre deve ser vista a totalidade,
onde todas as fungoes de linguagem (comuntcettves) doproduto
devem estar em primeiro plano.
Estes exemplos orierrtarn-ae primeiramente a Limmuridode
produtos. que esta marcado pefa tran.slcao domecanico para 0
eletrico ou mesmo para0eletr6nico. Eles saoem ultima analise,
exemplos da ligagao da linguagem e sua visualizagao estetico-fo'rmal
(representag8o, expre.s.sao). de forma que a oornpr-eeriaao esteja
sempre'condicionadaao' contexto, ao fundo cultural ou a exp'eriericie
do usuario. Mesma que reduzidas, existem esras categorias deprodutos. e as respectivas indicag6es, como por exemplo:
-A orlerrtacao em diregeo ao usuario
-Uma fungao minima onde, por exernplo, se pode dar ao usuario a
seguranga visual no manuseio com um produto
-A estabilidade, que podem ser as represerit8g6es das norrnatldados
tecnico-fisicas do produto
-Mudanca e regulagem: as lndlcacoes servem para enfatizar e
visualizar as possibilidades de mudanca au de regulagem
-Manejo: elementos de manejo devem transmitir em detalhe aos
usuarios .corno.um aparelho ou equipamento deve ser utilizado
- os elementos isolados devem ser configurados de forma que sua
mantpulacao esteja contida no manejo (por exemplo, apertar, rodar,
empurrar, com muita au pouca forca)
-Precisao: aqui se treta devisUalizar 0qu'ao precisamente deve
se manipular produtosespecificosou comb eles sedeixam ser
utilizados: aprects ao de como urn prochrto de medlcao , uma
camera ou urn equipamento medico, e sempre fundamentado
funcionafmente, como estes iridicadores utilizados em Limaparelho
de sorritern um carater mais simb61ico
-Relagao com 0 corpo humano: nao se trata apenas da adaptag80
antropornetrlca do manejo de urn produto e sim de,todos ..os seus
aspectos associativos
Nestes exernplos, fica novamente evrderrte que umaseparagao clara
de fungoes comunicativas nem sempre e possjvel nem desejavol.
--
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-------------------------------~ ,-,.~ .
AS FUNr;:6ES INDICATIVAS 321
Multo mais se trata de, em cada caso da con+lquracao. encontrar um
balanceamento adequado de que categoria de indicativos deveser
privilegiada.
Desta forma, as maqulnas de venda de tickets para 0transporte
publico necessitam de uma configura9ao mals aberta e tacil de
manejo, ao passo que 0manejo de um aparelho de som para uso
privado pode ser elaborado para uso por experts.
Estes exemplos mos tram que a linguagemdqs produtos nao '"
e um fim em si mesmo e sim um fundamental arguroento no
processo de desenvolvimento do produto. Aqui, as designers e as
administradores de design tem que corrtrlbuir coma aua competericla.
se comparados com os envolvidos da area de marketing, comercial ou
de desenvolvimento. A linguagem dos produtos pode ser vista como
ferramenta estrategica, que pode influenciar e precisar a expre ssao
de um produto, de maneira a influenciar a relat;:ao ou acettacao pelo
u suarlo, de forma multo mais precisa.
NOdes ign, 0 raormheoimerrto
dee funcoes nornurricetfvae do
prcduro sa deva no paaaado
com sucesstvas eupereoces
de urns forte conoeocgo de
conflguraQE.o tunclcnahsra,
__ STEFFENKLEIN, 2001
MUDANCAS DA MICRQELETRONICA
Nos anos 80, iniciou-se a introciucac maclca da mlcroaletronlca
no mundo dos artefatos, a que fez com que 0tema das fungoes
indicativasse modificasse de forma radical. Os indicadores evidentesvindos do mundo mecanlco sao substituidos cada vez mals pelos
digitals, os chamados de interfaces para manipular produtos. Esta
mudanca parediqrnattca deu ao design - ap6s a preferencia p6s-
moderna dos anos 80- um evidente impulso no seu desenvolvimento
(Bur dek , 1990a, 2001 b).
Este processo se tor~ou especial mente visfvel com 0exemplo do
CAD Design Assistido por Computador (Computer Aided Design).
o universo das expectativas dos desenvolvedores e eonstrutores
for praticamente traduzldo para a nova ferramenta, na spoca, dos
softvvare.s de CAD.
Problerna'tlco , se nao perigoso, seria se estas expectativas se
alastrassem pelo desenvolvimento dos produtos para um grupo mais
amplo de usuario s. 0que ria maioria das vezes iridtcava superficies
de usornals oornplexas. Como consequencia se necessltava cada vez
mals de atengao para as instru96es de usa (Burdek/Schupbach, 1993).
De um outro campo - 0da psicologia cognitiva - vern 0clentista
americana Donald A. Norman (1989) com novas e convincentes
cons tatacoes sobre 0mundo dos objetos, que podem ser resumidas
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322DESIGN E TEOR!A
sob oconceito das func;:oes indicativas. Variedade de performances
equivocadas e erros no manejode produtos riao sao fruto de
incapacidade humana, e sim, na maioria das vezes, de falhas
motivadas por configurac;:ao insuficiente.
Normanmehciona especialmenteas "pragas lentas dos sinais de
rendimentci" ~isto e uma tendencia de sempre aurnerrtar 0nurnero de
fungoes que um aparelho tem que preericharate se chegar ao irracional.
Este fen6meno - tambem conhecido como "featurities" ou "infarto
das fungoes" - (Fischer, 2001) manifesta-se de forma mats evidente
em produtos equipados com microprocessadores, Neles pode-se, com
pouco investimento, realizar e incluir mais fungoes em urn produto, que
para a usuarlo nae-sao mais executaveis ou sem sentido de utilizar.
Configura«;ao desupetffcies de usa
Isto nosconduz a que aconfiquraceo de superficies de' uao (interfaces)
seja um criteria de compra cada vez mais utiJizado (a que e cada vez
mais evidente em telefones celulares ou em softwares). Oesta manelra,
o design db hardware esta par outro lade submetida a configuragao
do nivel virtual (a configuragao da navegaC;:8odo uauarto - 0design
de interagao ~ e0espectro de capacidade do aparelho) que sera
priorizado.
Neste maio tempo, os designers seengajaram para 0 projeto
de superficies de usc, levando em coristderaceo as diferengas de
experlericla.s e de bases culturais dos usuarios. No design do hardware
e ainda mais diffcil se adaptar as necessidades individuais do us uario,
masepossfvel, hojee no futuro com cada VeZmais frequencia, a
possibilidade de se adaptara superficie, as alrrala e simbolos, a leitura
eo tamanho as necessidades individuais. Com iato as produtos
- como f'ormulado por Peter Eckart,da HfG Offeribach- serao um
pouco mais democretlco s. sem barreiras e com isto mais uttllzavets.
AS FUNCOES SIMBOUCAS
o termo simbolo teve ao longode suahist6ria muttasInteroretacoee.
De uma forma geral, significa um sinal que por melo de uma
cornblrrac ao (convene eo) possui significado intercultural. Sua func;ao
como sinal ou figurasimb61ica o sfmboJo adquire na medida em
que represente algO que riao seja perceptive!. Este.sajrrrb olo.s sao
encontrados na religiao, na arte e na literatura, rriastambem nas
:::~.
.'-,":
.r"
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AS FUNCOES StMB6L1CAS 323
;~'.;~ eieneias naturals, na 16gica e na filosofia da lingua e na variedade
da vida dlarla: 0significado dos slmbolos seda muitas vezes de
forma associativa e'eles nao sao determinados de forma clara: sua
irrterpre tacao e dependente de cada contexto.
A dlf'ererrca que Susanne Langer (1965) faz entre inqipa90es e
simbolos ocasionou urna lnstrumentalizac;;ao deste termo simbolo no
seguimento do desenvolvimento de uma teoria do design dlsctpllnar,
SIMBOLOS E CONTEXTO
Na tradi980 do funcionalismo do seculo 20, a simb61ica
aparentemente nao existia - na epoca se cuidava de traduzir as
fungoes pratrcas para um produto, 0que resultou emum alto grau de
ordem nos produtos: "A .forrna segue afun9ao". De urna forma mais au
menos intuitiva, tratavam-se as fungoes indlcativas: a manejo deveria
ser solucionado de forma 6tima para 0ueuario.
Entretanto, de onde se sabia com precis ao sabre a fun.9ao
pratioa de um produto? Os designers se esf'orcerarn sempre para
analisar e interpretar as respectivas fun90es. As respostas e que
eram frequentemente mais ideol6gicas do que funcionalistas.
o funcionalismo dos anas 20 foi certamente um "sirnbolismo
dependente" (Venturi/Scott-Brown/lzenour, 1979) que foi adotadocomo sinal do progresso tecnol6gico.
o funcional,ismoem sl era vista como uma euperaceo de estifos: a
aparente confiquraceo sem valores era vista como importante para a
cultura de me.ssa, ate como pedra fundamental da revolucao sociql na
hist6ria daarquitetura e do design. Em retrospf}cto se va, entretanto,
que entre 1920 e 19300funcionalismo do tempo d,a 8aui-laus era um
sfmbolo de, uma minoria progressista e intelectuaL, Ap6s a,Segunda
Guerra, 0funcionaJismo foi a base da produyao ern massa e valia
como strnbolo do desenvolvimento industrial da Europa Ocidental. Este
consenso foi apenas abalado pelos p6s-modernos nos anos 80.
Dificuldades no usa das fungoes simb61icas se mostram no trabalho
pratico de projeto, na medlda em que nao existe um "Vo cebularlo de
Significados" para produtos: significados simb61icos 56 podem ser
interpretados a partir de seus contextos s6cio-culturals. As fl,Jn96~s
indicativas quando sao primariamente orientadas ao produto (e
indicam seu uso) fazem assim com que as fun90es slmbolic as atuem
como pano de furido, istp e, ela~ representam respectjvamente os
diferentes coritextos dos produtos.
" E l l c o o s i d o fO 8 i J n g u . :J g e m s j m b Q ( J c f l ' 3" ! 1 c i c a
J ln g i t8 e r U 8n g ( !i ta " q u e t ; i J d a v m d e ' ; 0 : d flv e
a p m n d a r - .
E r J c h F r o m m
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;
'.
324 DESJGN E TEORIA
'! .
COLECAD ADIDAS SPORT STYLE
Oesign: Yohji Yamamoto
CALC;:ADOTENIS.
CALC;:AODPARA SALTOS EM ESQUI.
CALC;:ADOPARA CAMINHADA .
CALCADO PARA CORRJOA
PRDOUTOS NJKE
AGASALHO PARA LAZER
OCUlOS DE SOL com lerrtae rntercemeteve!e
F!.EL6GIOESPORTIVO
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AS FUNCOES SIMaOlICAS 325
Os projetos de rriobtliarlo do tempo da Bauhaus mostravam
ql.leas. inten<;,:6E3"sniciais dos proletlstas , de projetar moblllarto de
pr~<;,:Cl~cessfvelpara uma farga faixa de poputacao. podem conduzir
aobohtrario. Hoje, designers, como Philippe Starck; procuram
comerciaJ[zarseus projetos de m6veis em parte hos grandes
magazines ou por conta propria, de forma a toms-los imediatamente
pre serrtes em ummercado de massa.
NaG encontramoeeflrmacoes gerais ligadas as tuncoes stmboltcas
dos prociuto s. Com istoficapatente que uma tao ria do design
fundamentada nas ciehClas humanas devepermltlr uma variedade de
interpretacoes de um m~smo objeto.
" ' : ' : ' : ' _ ' > ': ' : ' / : : - - " .
SEMI6fI6j\··
A·termjriOrO~iada~elTli~tiGaCOmO ummet6do··deih"estigciga6
todos os fen6menos culturais (Eco, 1972) e tambam um instrumento
adequado para a simbOJica. Como no processo de projeto trata-
se de estabefecer "conexoes" entre os mundos simb61icos dos
uauartos (ou grupos de usuarios) e as produtores de simb()[()s(a~
empresas), e necessaria urna profunda compreerieao-do s respec.tivO~.·
mundos ..3irnb6IiGOs.•Estaf.,?rma de comunica<;,:aoPbde· serdes.ignad~··.
dec::odificac;aged~codifi(::~<;ao de lnforrnacoas: Para0desigh>os .
c6(:H~6ssaQirhP6rtEint!3~,qaando incentivadosipela combih~c;~bde······...
superpbsi<;,:6escultL.lraiE;,cbrivencoes e socializa<;(5es espeCrfiC:as.
Vist6:;;··d~stafbrniaros··~tdddtos podem ser~·decbdifiC:adas;'.¢or.sed$>··
usuariosqb<ilAto a SElui::6riteudo de signifiCado, ~~f6rempClrtesdb ...•
sistema de si~~f$~hbf~i~, ou seja, tendoQrrla IingLJag~rhdepr()du1:cr
(Selle, 1978). .: ..:
Ocupar-se com fungoes SimbOJiCaSlle~iessita deutrl ...> •••.•..
intensivo com a multtpltcldade das func;Oes cornunicattvas dodesign.'- ...
Para mercaoo'anactoriafs e globais saomuito freqDentesnqprocesso
de design variantes diferentes, ouja.Hecocilfic.ac ao seaubmetea
necessidades de cada contexto soclo-oult ural.
A crrtica a herrnerieutlca pode assfrn ser transferida a simbolica
com certo sentjdo: necessita aumerrtar as ariall ses empfricas, a fim de
proteger os produtos de con sequenclas especu]ativas.
As investigagoes ja mencionadas de Cstkszeritmlhevl/Ftochberp-
Halton (1989) sao uma contribuicao fundamental a isto;jaque se .. , '.
baseiam em uma analise de familias americanas por tre s gera<;,:oes
Nos enos 60, J ;§ vfamos as
eetees eesre maneira. E paeece-
me: 0 que na epoca ere ainda
especutacao e metetore hoje
porse ser ah;::an~.ado com as
maos. PCI' multo 'tempo~0
mercado reconhece que nao sa
conssgue vender produtos aos
:~al~i'~pDrtantes - e jovans -
s e g r T l e - n t o sde oonsumldores do
~~;6~do';or elmeernoe. Neo
".:-~~\'~ata'ats do valor de usa e
:.'-;i·~:·doaf6:r.·de'representSQBO
d'es ' ~e rca~ i6 ' r ras~auscem-ee,-"_ -: '--" ,
muncroa -ternatiooe, estllcs
de vida. figura's -do mundo
..........que pccem ·s-etculttvados QU
__ NORBERT BOLZ. 1997
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..
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326DESIGN E TEORIA
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(em 315 casas). Neste caso. ficau evidente que, mesrno cam a usa
instrumental de produtas, nas famfliasdas maradares 0domfnia
stmbotlcoes ta ancorado em sua cultura: " 0 desenvolvimento de
sfmbolos - que sao sinais, nos quais a ligagao com um objetose
refere mais aconvencooado que a semelhanc;as qualitativas ou flsicas
- no contexto da tr adicao da cultura possibilita as pessoas comparar
seu desempenho com 0 de seu antepassado, de forma a poder prever
novas expertenclas (Csikszentmihayi/Rochberg-Halton, 1989). Os
autores referem-se aindaa que especialmente etn610gospesquisaram
a dlrneris ao simbollca dos objetos, de on de se podetragar novamente
uma [iga980. com o.princfpio. antropal6gica-semioticodo estruturafisma
frances: "Na verdade, os etnolouos reuniram uma quantidade incrfveJ
de descri96es do uso airnbo lico dos objetos de muitas culturasdiferentes"(ib.).
Em paralelo ao papel do sfmbolode status, as objetos tem
tarnberri urna furicao de integrac;ao social. Isto pode ser observado
com criangas ou jovens, ja que eles estabelecem, com 0 uso de
produtos ou marcas identicas (branding),grupos de us uarlo s.
-Espe cialmerrte. os fabricantes de artlgos esportivos como Adidas,
Nike ou Puma se utilizam deste fanomeno no sau desenvolvimento
de produtos a de design. A negac;ao e errtao implfcita: 0nao-uso
(por qualquer motivo, nao importa) destas "marcas" ("brands")
oeasiona desintegragao social: tenis com duas tiras desclassifieam
seu usuar lo de forma parfaita. 0qua chama atenc;:ao nao e a faltada terceira tira, mas, simplasmanta a negagao da cultuada marea
Adidas em sua totalidada.
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Um dos mais fundamantadostrabalhos sobre func;:oes simb61icas
foi publlc ado par Tilmann Habermas (1999), que se baseia
metodologieamente na tradlcao sociol6giea de Emile Durkheim (1912)
e tarnbem no linguista Ferdinand de Saussure. Neste contexto,
lembramos tarnbem a analise exempfarcia Roland Barthes (1985)
que descreveu pegas de roupa(moda) como sistemastecnol6gicos
(estrutura textil), iconlcos (ligados a signos) e verbals (descritos). Os
"c6digos", que Barthes desereve tem um carater denotativo e u r n
corio tativo , No que s'e segue, Tilmann Haberrriasremeteas categorias
de Eco de objetode uso e de objetos sirnbolico s. Para ele sao
"objato s stmbotlcos " as coisas qu.eprlrnatraa explicitamente servem
a ter significancia,"objetos de uso" sao aquele's que primeiramente
servem a preencher uma tarefa pratloa, ou seja, simultaneamente
"Manipulanda", assim como instrumental "Utilltanda".
Assim este prlnolpio sesoma, de forma completa,a varsfio ateaqui
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;.
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AS FUN.;oOES SIMSOLICAS 327
apresentada e suas dedug.6es para uma coriatr uoao de uma teo ria
do design fundamentada na comunlcaceo. De forma muito atual,
Habermas se refere tambern as.discussoes com produtos imateriais,como prop6sto par Donald A. Norman (1989).
Com os conceitos que nos remetem a Mary Douglas (1988),
e mencionado um outro componente da pesquisa de design
"disciplinar", que se baseou e se desenvolveu sobre 0trabalho de
Helene Karmasin. Habermas remete ao processo, pelo qual grupos
sociais, par meio do consumo de bens, possibilitam sua particlpacao
na culture, desta forma estes bens (produtos) podem ser tarnb.arn
definidos como "rnelos de cornunlcacao": quantomais estevel .
a sociedade mais evidentemente atuam os objetos e bens como
indicadores de po sicao social.Estes sistemas tradicionais nao existem mais hoje em dia nas
nag.6es industrialitadas. Em organizag.oes socials arcaicas,elesalnda
sao mantidos. As rela90esqueos·produtos tern com cada poslcao
social deseu proprietario se manifestam de forma impifcita. Poristo 0
uso de sfmbolos se assemelha muito mais ao conceito de Baudrillard
de "flutuaoao de sinais", 0que pode ocasionar a perda da identidade
social do ueuarto.
ALGUNS EXEMPLQS
A partir dested:SfinidodErficit fisico, muitas pesaoas fogem para derrtro
de sua propria casa (termo: "cocooning") e acumulam I e seus objetos
de forma stmbollce. 0 proprio apartamento, a propria casa ou me.srno
o proprio quarto das criarica s ou dos joveris passam a ser locals
que servern e "simbolizag.ao da identidade soelal" e especial mente 0
corpo deve ser inclufdo: roupas, aapato's, j61as, 6cu1os, penteados,
tatuagens sao campos de a9aO para a stmbottzecao pessoal. Simbolos
lntermedlarlo s sao errtao aqueles que estao em relag.ao a urn corpo, a
allrnerrtacao , as respectivas bebidas, aos acessorios pessoais (canetas,
pastas, mqchilas). Tambem veiculos como skateboard, rollerblades, ou
patins pertencem a isto. 0mesmo para todos os aparelhos eleFronicos
(Fischer, 2001) que sao utilizados para jogarou para se comunicar.
o culto mundial do telefone celular se reflete ,nos sfmbolos rituals da
juventude em crescimento,
Nesta linha, temos os produtos desenvolvidos pelos japoneses,
"as !ovegeties", pequenos elementos eletronlcos (nas c:ores rosa
A venda de hletoriae am to-ne
dos crcdvros e cada vea mats
Irnpur-tan'te nes'te contexto. Para
ee oonvencer alguem de que
ale precisa cornprer- orne nova
. produto nila e mala aofictente,
mesmo quando a be.rih alra tern
urn proje'to mats ergonomico
ou u'tlllza melhor 0 espClQo
dleponfvel do que oa modelos
errtertor'as , Hoje, e necessaria
sa vencer e benhelra como urn
eececc de lezer. ande ae posse
benner a do is ou eebe-ee 10 3
mais 0que posse econtecer.
o jogo $am~ntlco tern urn
papel muito mats lmportarrte
do que as simptes cBpacidades
objetlvaa do produto.
__ UDO KOPPELMANN, 1998
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· 1
328DESIGN ETEORIA
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LOJA SONY STYLE EM BER~IM
IFot-l?: Sony Alemen ha l
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AS FUN<;OeS SIMBOLICAS 329
e azul perola para as "masculinos" e "f'erriirtlrro a"}, nos quais se
podem introduzir SUClS pr6prias preferemcias, que deveriam facilitl3ros
cantatas com 0outros'exo. Neste caso, misturam-se as preferencia~pessoais com as coletivas, de forma perfeita.
Contudo parecequea individualizayao s6funcioha pormeiOde
uma experiencia cofetiva lrrtertaa. Quando um grupo, por exernplo. de
jOYEmsonde todos passuemo.mesmo tenis (no minima de rnesrna
marca),mochila, telefoneoefularrcada.urri esta iguafao ..pr6xlrno····
~ a f~rma pei-feita dain<:iivichJalidade social. Urna peaqulaa beM
funda menta.da ••••~'rica •••rn··ihformayoe.s ··so•bre.a c.u;ltura••.dO$••jO\lens··••.••..•......
(SPQQt<:k,_1_~!3iLrn()strou oespectrovariado destascomunidad~s de
iderltifica9E16; ·~s·cen~sTecno,Rave, Punks,Skinheads.· H(3a"yMe1:~I'
Hiphop;lnline~kater,Streetballer,·Acid··H6u!5e,gruposclerap<lze§e
mot;asia!5e'ui3i'fas' ni:rturalrnente,'praticaritesde Snowl:>oarder, •.•6Iel
deJ:>r<li~cirnJi1:as,rhu ite s rrlai~ •.TodoserrlC:6nj unto' teM!5rsferh as de .....
si·g~~~~~~t~~cir~s~~;Jen~::esned:2::a~~g~rdieu (1·~.79),idiZqUe··'···.··
:e£;~~~:~=i:ud~~'i~ifbas:.~~;:~,:~la~:~~:te~usSr~:i~~kt:r~~db~o;res
nias'&apresent<ldbeciescritOsomente'~m ·sistem8$cbrhPletdsde.< .':
strnbotos , Esta discussao_ sabre "estilos de vida ';(lIlifestyle") pas sou
a ser um condutor principal do design nos anos 90, nao so nateoHa
como na pratica.
Que isto tudo nao e de qualquer maneira fbi provado ern urna
teaena Faculdade de Filosofia da Universidade,de C6lohia,Friedrich
W. Heubachs, urn analista da filosofiado dia-a-dia(19S7r66J6cou
a questao sobre.difere'ntesconotayoes qUepOssLJent6~(jbJet~s de
U13()E mdi\f~~~~sCUI·tJr<l13,6~Ci bj~t()sadqOi r~ri1< .•.•Y 1 uitasvezE!~ au
mesmo sempre - significados slrnbolico s. Sem se referir diretamente
ao design - esta ponte foi estabelecida primeiramente por Uta
Brandes (1988) em seus estudos profundos e com isto colaborou
para dar atenyaO a este trabalho - Heubach se associou a modelos
de reconhecimento semlo'tlco , quando falou da "dupla objetiz acao das
coisas", 0que se inspira na conceituayao de Eco sabre a primeira esegunda funyao.
Tarnbern a pesquisa sociol6gics se ocupa com estas quest6es.
Paul Nolte (2001) constatou que 0consumo privado (especialmente
apoiado pela compra de produtos de marca) tem urn alto significado
para a "auto-estilizayao" do individuo, isto e , a determinacao social
de cada um nao segue mais pad roes estabelecidos. "A filiac;:ao a urna
classe especffica pertence a identidade do individuo; ela oferece urna
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330 DESIGN E TEORIA
BMWX3
Vista ge..-al/Detslhe do lntertcr-
(Fo'tos: BMW Muniquej
VOLVO XC8D
Vista 9f:t(allvLste db "~t·erI6r
(Fotos VoIvo ColOnia)
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AS FUN<;DES SIMBOLICAS 331
comunidade que Ihe empresta seguranc;a social". Estes mecanismos
elaborados nos scuto 19 se esgotaram hojeern dia. A deflnicao social
de cada um se da porrnelo de adquirirepossuir produtos: "Diga-me 0
que ru comprase tedireiquemes"e'on()VO credo. Oesta forma nao
e mais rios universosd() tral:ialho,qu~caa~ ..um defi ne seu papel social,
esirn ribdia--a..;di6ee~b~cj~IrT1~ht~t16bonsJmo. Comprar em lojas de
deseontoou emlojas dedelicatesseSdi~ mais do as caracteristicas
socio ...grMicas, eOffiosao levantadasnasp~squisas de mercado: idade,
1~><:6,f'()(rr1a~ao,.profis1ao,··.renda,etC.··
t>c()h§LJrn()d~qualq8~i·~~tfl()c:leviclar1~6 rem 0papel de aumentar
~~<:Iif~te&9~~~(jSr~i~'rr1c:lsi¥iM~e'tO_rr1a-I_~S_m ais evi dentes. Por me ia
d()6()hsJh,dfdrl"riarri';ket1()V~s"s66iedad~sde elasse", que por meio
de seu comportamento social, seus tipos de esporte, seus habitos de
ferias e sua prererencla por restauraht~ss~"formam e se diferenciam,
o qU$desta forma pbdeser Vistocomumg~ande campo para 0
Que oarro Ja~HJSd~rrgiria? 0
dlretor de design etaGM LtJ4::
enoontrcu neste melo tempe
uma resposta7 ...Jesus dirigtria
urn Hummer", 0vejoulo mlllter
deGuerra do Golfo aerla a
edequado, j8 que 0Ma:s.sh~s .se
"moviment"ava per-tlculer-mente
desigrC ..
lJ.m·.a··.totaI0.ef1te•••b~~\6at~b.~fIa ••..•.~i£ut·brn6ve is' S.ab.·.oS.·.·.·•uV-· •••..•.·
Sport' LHilitYVehicul~s/·o~u"t;iJita;rj6sr.qb~~aSegundah-ie1:~de ...dos.>.
anbs9b.·g~nhararr1drend~§f'~ti~~cl~rTl~r8acl6. S()rTlen1:€lin()'sELiA'
ElM2()()2>f()ral"riv~·t1c:litJ6sAA~i§cI~1:~~~rTlilh6es de veic:lll()s.A·····
fU~vaop rati ca ·desteSfJrOdutciS(tra~acrnc:l.s •.·~.uatro rodas,6aixai •••.•.•
deredugao, diferencial) s6 p()deSer utill:z:ada por POuCb~·~~uarios.
reeis (fazendeiros, aventureiros, moradoff3s em montar1hc:l~). 0.<.
efeito strnbottco dos SUV esta evkferrternerite em primeirci plaho:ele contribui para diferenciar seus proprtetario s elaramente dos
possuidores de vefculos de serie, reforc;ando a individualidade
dos motoristas. A posicao de dirigir mais elevada-permtrernsfs-
visibilidade, nao apenas sobre ° rransrto. mas de forma geraJ.I§to
ofereee rambem maior seguranga, ° que e muitbaprElCiadClpera~motoristas (Reinking, 2002).
Derivada dos cle sslco e deste segmento de mefcad6 (Land Rbver,
Defender, Range Rover, Mercedes G, Jeep Wrangl~rrLElda T\liva)foi
criada urna aerie de nOVOSvefculos (BMW X5 e X~,Mer6ecles Claaae.
M ou 0Volvo xc 90) que foram projetados e des¢nJ61"idos sobre
as necessidades simb61icas dos compradores. As emfJ;~s~k al~m6s
Porsche e Volksvvagen em 2002 colocaram dois vefculosf1omercado
baseados em plataformas semelhantes e que derarn fruto a duas
lnterpreracoe s configurativas: °Porsche Cayenne, um carro de corrlda
para fora-de-estrada (com 340 ou 450 hp e urna velocidade maxima de
242 ou 266 km/h). 0VW Touareg ja fecha em torno da necessidade
de conforto da clientela, combinando as caracteristicas de fora-de-
estrada com interior fino e confortavel: um SUV para se desfilar nas
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III
j.
i.
iI.1i,p
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332DESIGN E TEORIA
PROOUTOS PARA OUTDOOR.
Filb. Glotmtr'ot'tar
Prelc pars escetade
MOSQUETAo
PASSAD(:iR PARA CORDAS
FACA COM SERRILHADO
MOCHILA DE COSTAS
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,'.,i'
DA LING UAGEM DO PRO OUTO A SEMANTICA DO PAODUTO a33
rnetr6poies, para pequenas fugas do rnundo do trabalho nas torr~s'de
. ':.:' -:::··!='bjetohacnco eros rne!sescrit6rios ou para a vida diuturna nos auburbto s.
Urn boom semelhante ~grac;:as a carga simb61ica - vlvaram
desde os anos 80 os fabrfda~te~de produtos para usa em exterjO~
("outdoor products"). Corh 0aurnehtOdas atividades de viagens
ate a regioes extrerneedoptar-eta (Andes, Himalaia, Arrtartica),
cre scau a necessidade deequipamentos ruriciorrets e de alto valor.
exoerlenc!a de alplnietas profissionais (nos Alpeis,por exemplo) foi
ampllada sucessivamente e preparada para uma cllentela mais arnpla.
Desta forma, ria Alemanha se criou urna grande'~uantidade de Iojas
especializadas que oferecem proc:lutosseleciojJCldbs para viagens, cujo
nome ja e urn sfmbolo: Outdoor, Si~e(de.sihed\..J~a :::sem problernaa.
. ···sgradavels., mas ma quando nao
. ...... ,.
..::.es·ta se~do · ~sado pa ra cor-tar
. ·~I:~'8;··:'~:~·~·enteomo brinquedo
no bclso.
~GEAT SELLE. 1997
sem caris.aco). Supertramp e outros.
RoGpas e calc;:ados, rrrocfrllaa e tendas, sacos de dormir e al"tigos
de esd~lada, esporte§d~i~;'~rn~e aquetlco s, facas e ferramentCls,
cozihh~~6utdoor/rh~pas e tivr()~,b.quefdtAeib~l3sario para
expedj~6~s, safariki.sobrevivendiaetr~kking se.€}ricontra nestas Ioja s.
Urn mUl1do de prod~tos pr6prid~funcionat'rnasque se destaca muito
mais/atl'~ves de um~iGbiqad~~2oerencia ecf~~~a feic;:ao
aqui~§6iJtilizados materi~irde ultima gerac;:ao,
dest~c~T-se os profissionais. Os vendedores tem sua
expedehcia em outdoor, eles sabem do que falam e pod em
acorciCl,oque € I neoes sarlo. ja que vender uma lanterna por
pore~emplOi neces stta de argumentos fundamentados:
efeitddEitrariSfe~encia pre claa set des'taoado: mesmo
a na'tlJrE3z.i:I,om seus perigos, de forma esporadlce
quaiid~dede equipamerito s High Tech, aqui a imagem
·funGi6g~Perfeitamente· (Ranke, 2002).
. Estei§.n1uhdos stmboiicoe sao entao as que
' l3tua 'f:dci .8~~tgne; com isto descreverh a estreita" M 6 a G : i' i 5 :~ ' ~E k u bbhtexto (veja a ts'speito Kohl, 2003).
DA LlNGUAGEM DO PRODUTO A SEMANTI
PRODUTO
Com a categoria kantiana da razao foi esbogado um
reconhecimento, no qual se pode fundamentar uma
disctpltnar e decidida. Ao corrtr arlo do lnlcio de
na HfG Utm --'"cuja acidentalidade ja ressaltamos -
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-----------------------------.... .... ... ..
3:34 DSSIG N E TEORIA
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PRE-MODELD DEUMA MAaUINA DE EXPRESSO
Design: Uri Friedlander
SECADOR DE AR. Design' Wnfried Scheuer
PROTETORES PARA LUTA. Design; Helga Lonnoch
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336A LlNGUAGEM DO PRODUTO A SEMANTICA DO PRODUTO
anos70um instrumental decisivo que pode ser illtroduzidod€} forma
descritiva··egenet~tiva·n'odesign.b~sG~itiva,no sehtidciiqeiqdeic()~i.· ••··
met6dosdas ciericlas humanasodesr~~~oCIe sefevidentS~~rrte .
descrito r analisado e criticado co,l-lsehtido.Generativo, no sentido de
qLJe8ste instrumental sejavalorizado em l..Irr1abaibampla no processo
de projeto.
No inlclo' dosah6S80, Uri ~riedlahdet(_1§~1i~2} ~i~~~qUeaepo~~
dOdesignsem.1§poca.tinhapassado,raViaUrTl carls~8()sbbre a Boa
Forl11a.iEl"J1opqsi~ab3stef"ld~nciasq~~p(:)2:ado P9·~;~odernodo grupo
A·IChih,ia(4U~a·~ena$iduid.a0a•d·~••••~~f9hid~irr1teri~t§~), ••.r()6Grava
Fri~dIander>-- e el"r1par~lelc)6ornWinfl"ied.~6heuerapifcarnovas
teAd~1"l6i~~dE;!prbj§t()~~~Jibafu~gt()~t~68i6ClS. ~~faeJekt(}spr()dut6si··.. ' _._'-"- .... _. __ .,,_- ..._ , ,,-" ..- _ ' --- - - .. " ' ..'.-.-.'., .. - .. ,. ', .. , .. - .. ,.
nao deva.riam·ser~perl~SpCl~'t~d()re~··efun96espr~tica~, rnasqu~ as
fun90ekiirt1b6Iicasr1el~kg~nha~seni·eI11Sjgtijfi6ad6.· •••··.
oSPI()I\ISI R0 S
:- . } - : . : . , ; : " : : : , . : : - : : , . : _ . : . : , . : _ - : ... - : . - . , , .
Friedl§nderpr()curbl.Jatil1gireste···bbj~tiv6b()rn6. Us()de'(rTle1:Motas~'.
Estas teriam para eletr~~orjgens:. . .
. .. , . ,,-.
-A meitat6rai~ist6ri6at.que nbs ·Iembrabbjetbs antib6s
-Amet$fC)l"~iecnickqLleincluieJernet"l1:bsda ciendaec:l~·tel~riCllogja
-:"-A rl'1~1:af()rai~turaIi.(:)r1debrmas,.mOViH,entbsblJacOnte6iH,ehi:6s
dahafLif~ia~e· m~nif~~t~m··...
projet()sde.bClr1fi~.Llrat;:~668~niadClS.e•.•I"rli3faf6rrC6s~Li~erls()rial..iiexpressfbllistas.·· ..·.
Urn princfp·io···.se·rneIh·ante.fOfescolg···idOPb.rHelga·.·eHans-J·urgehii·····
Lahnoch{1983,1984; 1987). Ja nbs anos 70 eles terrtaram (Laiinoch,
1977) dar respost~sirorllcas~ocar8terduplodos objetospreconlzadopor Wolfgang Fritz Ha~g, no qual projetarern-prociutos eacufturals
ero'ttco s, q'ueIrrtitularam como plasrlcas meta-reaustloas. Se os
produtostnecahicossao projetados de dentro para fora (aforma
segue a fun980), os produtos eletronicos atuais s6 possuem uma
roupagem externa para0usuario. Agora, esta forma e determinada
com suas caracterfsticas fisicas e psfquicas. No exemplo do "ambiente
semantico", os Lannochs demonstraram que as li9a90es entre pessoas
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~l,""!.,.i;~v :
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336 DESIGN E TEORIA
"':;
RADIO ROLLER. Design: PhiUps Corporate Center
LlVROCOMPUTADOR. Design; D.M. Gresham com
Hal Rlnkleib, Cranbrook Academy
RECEPTORESTEREO,Design: Robert Nokat. ,
Craribrook Academy
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DA LlNGUAGEM DO PFiODUTO A SEMANTICA DO PFiODUTO 337
sao descritas pelo ambiente, se forem transn;:litida$par meierdos
objetos. 0metoda dat derivado chamade';t~~hsferenci~serh§ktf¢a".
Como exercfcio de configura9ao sao tradu;ddasp~lavrasen-iformase em cada tempo Interpretadas. Nest~.prjndpio·te6ricbiEmdotltran-i(js
Per maio da Hnguagem, cad a
':'P'~$SO~' e C i ~ ~ ~ ' 1 1 i c '~ - d ~ : : 'a ' ~ ' :, · ·: : > , :
" . : ' : ~ ' ~ ~ r ' ~ ~ L - r ~ ~ :~ra'~~-~'Mt:~~-'-e-: '~~'PTa-
indIVidu~tL' Ist~ tamb6m:'e'\I~'i,do
~a :~~· ·~ ·;~~: l t~~~; '~ '~; ·~~~~_:F~'ao
INFLUENCIAS DA L1NGOfSTICA
novamente elementos semi6ticos e hermeneuticos.: ' , ' ' : . : _ : '. . : : " , " : ' : " _ , : :: , - · ' ~ ' ~ - - " · ~ ' · ~ ~ : ~ : ~ '"I:~d~~'~'~~:e':~~~:':slm
. . . . :-:: deter~-i~ado-'-p~;--':u-~ -di~~~r$o,
.••......••....•...••..•.....•.;RBARAST~I~ER. '994
Significado especial obteve nos EUAa teoria dbd~sign bas13adana
IingUlstica. Reinhart Butter iniciou ali em 1984,erji26·rijDhtbc:orh a
IDSA-Industrial Designers Society of Americ~,u@h~l"ilerCi13sP~biaf...
da revista "Innovation" com0tema "A Semanticadi3:F()tma" (TheSemantics of Form). Com cotaboracoes de KlalJ~.kd~P~ndbrffed~
. -'. - ",-.- ", "" .
pr6prio Butter, ,JochenGros, Michael McCoy,UHFriedlEinder, Hans-
Jcir~~r1l.al1noche<OlJtro~;e;;st~iP(JbnGa9ao.qcasionou.rna ruptura.
····.66rh~$t~.hbvac6h2~PQ§6d~d~~i~h;·BUtt~r.c6h5e§uiuehfU~i~s@~f
···.··do·8;8dUtb("r6dl.ic:i~ehial11:i65"}foi t6th~da>pQ l i 2 ~ p ~ I ~ / gJr6p~····porlT1~j()··de~Elmih~H()~;pubI16a96El~ejrlh~s·.d~Bi6dutos.APhHjPk····
···:~::e~:iJ::2.fki:~~:St:~::;;;~~: •.•.~:~~I:~ij~:b~~ti:·~:·,:~:ta:urto··
•..•~~f@d()d:~tr~~~.r:Z;s sua.intrddUeao hQrner2~do,.vendauacima' ·de.
2:0rh';;'~~rh~hti2~de produtos" americanEl,era.evlderite ..uma<)
liga9ao muito estrelta com 0princfpio seITIi6tic:6daHfG.Rlm,·daqual
especialmente Krippendorff (1984/85) s$ivale.O sighificadodeum·.·····
objeto estabelece paraele a quantidadecletbCf6sos c:6nt~xtos,irlos .:
quais ele pode aparecer.Tudo 0que se s~I:::iEls(jbteeleol1~epeide
mencionar - hlatorta, processos de fabrlca9~(),CfrcUlo deusuarlos;
16gicadas func;oes, valor ecoriornlco - etrar1srhi±idopela linguag~m,
Krippendorff descreve tres modelos de~en-iallti2adoprOduto.Um
"modelo llngulstica", que lnvestiga0
Si9I"1ifica~:cleterITlOSr()useja,a linguagem dentro da Jinguagem- se vale afd<;!an;§lise>dodiscursCI
deWittgenstein. Um "modelo comunica1:f\td">noCJualodesiGhElr~~·
faz de transmissor, atua em forma de assbCia?o.eiijUht6a6irecept6r
(0 que compra 0cons~midor? Como eles~clacomop~odUtO?O~~·
impressoes ele quer transmitir com 0prCld~t8ao~6'LJ1:tbs?);euin
"modelo cultural", no qual sistemas de sfll1bolos$abanalis~d6s;istd·
e, sua estrutura interna, seus elementosf6r0ais,sti~dih.3rni6~'ir1terna
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338 DESIGN E TEORIA
,.,
IMPAESSORA ELAINE. DesIgn: Technology Design.
Vista geral/detalha
PHONE800K. Design: lisa Kn3n. Forma Finh)ndia
(Foto: Pekka HarBste/Studio ~otoni
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DA LlNGUAGEM DO PfiODUTO A SEMANT!CA DO PRODUTO 339
e suas fun90es representativas. Sobre este desenv()l\firl1er1t~adi.qionaL .
da semantica do produto foi publicada a revista "Def:igl1 ili:;$ues';(Vol .
V, No2, Spring 1989), assim como a publica9ao de tlr-r,aC9nfen3nbia)\ina UIAH em Helsinque no verBo de 1989 (Vihma; 199Q),Umi;l·· .. · \ > i . . ' . ' . ' :i \ . ·doournerrtacao mais complete esta sendo preparad~i(FriP8~0~bfi'f, .
V). Ja 6 tempo·d~setra9·arum
b a l a h ' ~ · h . : : - s e n : ~ · a : ~ c i : : - · d : ~ '' : ~ j ' r : ~ d - a . - · :
·ii~~-~I1:~rc~'n~i:r ' j-~:~-c'ia~,-·::::': '·
: ' . h u : r n · ~ · ~ 9 s · , . : · ' c - h · ~ ~ : ~ ' - f ~ : ~ · ~ : ; ~ : · : _ i e ' i h : ~ · r e
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de ri i ld-::-' i·~:~~~:/~:<~~~:~':i:f.~~:~~-~:.i·
OS MCCOYS E CRANBROOK
Uma das primeiras institui90es que inclufram no e~sihigcoriceitl\
..qaS.i:lrna-n"tiCiad6s ..produtos,. nos EUA,. tole tradicion-al.Cr~nb·f66k·c . '_ . . ..
: ' - : ~ o · i r h ~ · , · , ~:f~'A:~,:-u'~~-: ':·~~~~s·~·~
~ .~ ) :~ :~·~ ;~~: · i~~~· f~~i :~·~~~6·..
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: - ' : . ' : : · : J ; ' i ~ , ~ ~ · : : : : : ' ~ ~ ~ : .:s~' : :~i~' r i '~J~~:- · ·~a;a·
.:·Ad~d~h1V,r1~sbtd*irriidad~sd~.[)(;)i:roi~.· ••Alii(;lh~ inar~rlih~siilnos··2/0/40 ...
.·····Mich~~r·eKatl1.¢rineiM82:6Y~~rElrli~ti·~ ...•rdpbsita Imef"l.!¢i~~liga96es .".
·.·.·.·>hi~t6ricas:i~ssirh>Ha1"fy·t3·$f~b-i~b~dJ~i:'~0C1~g~§·ad~it~$b~~~'Eldo···
· • · · • · · • · · · · ·• ¢ · f r i . · • •·.·fdjCl.:;i.: l . ~ . .e i 1 ; r l . i ~ l J r ~ · i•~ ~ · 'G I ~ · f~ $ i ~ ( E ~ t 6 $ ~ a W i h e n~>1l1:j.·lii6·LI·····dE!.···.i~§·~.6bi<:l9S¢sde06()Pa rai~~dpt6J¢1:bc:l8ipF~di() doA~f6~6ctb.D uIIEis..
.·\8~riJ"lcfpi6dasi"rne1:6forcis"t~rriCliridi:)Hbj~{.drn pap~,iim~~H~1""ltee.· ..
as~tl~logi~s vislJaisn1erhOr~rh·· ~sTUri~6~~pf~tjcasdd$brddG~b~··
¢r0jetado.s (McCoy, 1984). . ..
ErnpouC;6 tempo os McCOys cbnseguir<:ln1 desenvolver com os
af8posUrnaserie de projet~s exernpl~reSen1<termos de semantica do
IJr<JdU1:o.Na sua corrtribtrlcao sobre odesignha era da lntorrnaceo
(1988), valeram-se dos principios semi6ticos dos estruturalistas
. r n o i ~ o - p i l r t b · , , : t i ; ' em , : ; r a ·~nfu1 j~ 'ando
. ~ u e s ' i '~ : ~ ' : ~ · ~ , : , ~ ~ : : o : : : 8 ' : ~ : ~ : ~ : i : ~ - : ~ : J i · ~p ' o ' ; . - - 6 - u ~ ~~ : : · · ' ~ ' ~ ~ ~ , ~ ' ~ · : ~ :: ~~: -- :~:~ ' i : ~ : - :
. - m u n d o .
__ JOFl(3ENLAU. 1998
franceses (especialmente Ferdinand de Saussure). nos quais 0
designer estabelece 0significado do produto para ol.ll;;u.§Ab;o .
interrnedlarlo entre as pessoas e as informa90esd~dasaelas.()s/
McCoys lembravam em seu trabalho urn pensarT?e~tdd~L.e Cdrl::>l.I§ier,
segundo 0qual alguns objetos atuam como patlqd~ftlhdC?,qlJ1:t()$>
porem podem aparecer em primeiro plano, de¥dl"h1ab~rrie.x:pt~~~iSa:
Nos anos 20, eram suas cadeiras, arrnartos e meS~$\qJ~fd~te~~ri1:6i~··
postavam ao fundo.
A verdadeira ruptura aconteceuquando Lisa Krohn, estudante de Cranbrook, venceu 0cdrit:l.Irso de
Design "Forma Flnlancfia". Por meio disso, ficou evlderrteo-po'tericial
configurativo deste corioelto , especialmente no que se refer~aprodutos
eletronlcos. Lisa Krohn uniu no seu projeto 0habito tradjci~ri~lcle lidar
corn Iivros - 0fblhear - cada Iado do notebook eletrorilco c6nt~rnuma
instruc;:ao de uso e no jogo conjunto de hardware e software 0manejo
se tornou facil para 0leigo em cornputecao.
5/13/2018 Design e teoria - Bernhard Bürdek - slidepdf.com
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340DESIGN E TEORIA
SECRETARlA ELETR6NICA DIGITAL
Design; Design Locto
pQLPITO ASPIRANT·
Design: Herbert Pohl (1996)
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DA LINGUAGEM DO PRODUTO A SEMANTICA DO PRDDUTO 341 i.1
Em um volumoso trabalho sabre design ameri?Clno(Alders~y-
Williams, 1988), foi dada especial importancia a~~~€ihticad6prbcll_li6 .• < ·
Por meio desta publicageo ficou a Impre sssaodes~r~*~~ot~rhgdo design americana nos anos 80. Ainda que ate~li·erClcbriB~cida
como um principio pragmatico, ela ficou par outr()l~d()~kblic:it~ct<:liri()
reconhecimento do trabalho dos semi6ticos tranCehl3s R()lariclB~rthes
e Jean Baudrillard.
Por outre lado, com a semantica do produto tbi
continuidade dos grandes designers da decada do.;'str(;iamline"
..........••sty 1ng), qUe 'ndava 'Yfta.fu pemcornconfig uragabdeprCld uto s,
...•n~sqU€l§i6~sestetr¢~sd()des i d r i . . . ·Hdjsell) dia d~$~T~9c9~_rl1a
·•·•••~~h!~~r:~;Z.e~:.··a~pect()s·.··sOciai.S, •••.j.It~:a.i§.·e me~m6·.rnistic·dS,·.qu·e
; ; ! ~ ~ ~ ~ ~ O Y S d e l X a ; ~ mi ~ ; ~ ! ~ ~ ~ f ~ t ij ~ Q ~ ~ ym 1 9 9 5( a p os 2 4 a r i osiiI~iCltiviclac:lescijdaticas),dqu~ defermiri6l.1o fim da aernantlca do
bl"6dLJt6rl~sta esc()la ..·Ern··urna•.•I3~Pt3di~d~/revjsao, Michael McCoy
<H99a)dl3§c:r~veu ·esta·t.;;;~~c:()h1bC;()nc:~it() de "design interpretativo",
·>qLl~h() seU~rllag(jai6d<:ls§iaprdXit"J"lClhi~i~ de conceito de "Iinguagem
clo·~roci~tb'~.Nist()l3l~ke~ClrY1~~~~a;'lirlha linguistica", que se
mostrou eficiente no estruturaJisino e no p6s-estruturalismo, com 0
exemplo da arquitetura nos anos 70/80; exatamente onde Cranbrook
se tirmou de forma consciente. A semi6tica era para ele multo estreita
e limitada na prooucao e recep<;:ao de signos, dar preterir0
coriceftode "design interpretativo" que englobava 0campo da prociuceo
cultural. Bom design era para ele 0que estivesse na medida para 0 .•
uso e 0contexto.
SEMANTICA DO PRODUTO NA RDA
Nao apenas nos EUA, mas rarnbem na RDA (Republica Dernocratlca
de Alemanha, antiga Alemanha Oriental) a sernarrtlca do produto foi
recebida e desenvolvida e empregada em um paraJelo interessante
ao princfpio da linguagem do produto. De 1977 a 1996, Horst
Oehlke liderou 0departamento de teoria e metodologia na Escola
- Superior de Design de Halle, Burg Giebichenstein. Em col6qu_ios
realizados regularmente, eram discutidos os fundamentos para uma
nova determinagao da teoria do design (veja a respeito: H. Oehlke,
1977, 1978). Por ocastao de um aernlnarto sobre funcionalismo,
promovido em tevereirQ de 1982 em Berlim pelo Amt fur Industrieile
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342DESIGN E TEORIA
Formgestaltung (Escrit6rio Estata! para Configurag80 Industrial),
Oehlke esboc;au a "vls uallzacao" como tarefa central da configurag80
funcional. Ele entendia com issa que a valor de usa de urn produto
deve ser tao visfvel que sua essenciaseja facil de ser compreendida.
Oehlke filiou-se diretamente ao estudo de Gropius sabre a pesquisa da
essericla. A contrtbulcao mais cancreta a isto foi elaborada par Oehlke
em sua dissertacao apresentada em 1982 e publicada em 1986 sabre
a tema "Aparericia do Produto/Retrato do Produto/lmagem do Produta
- Uma Contribuig8o para a DefinigBo do Objeto do Design Industrial"
(Produkterscheinung/Pr~duktbild/Produktleitbjld - ein Beitrag zur
Bestimmung des Gegenstandes Yom Industriellen Design). Em
outras pubhcacoes. especial mente na revista "Form +Zweck" foram
divulgados textos parciais e pesquisas posteriores sabre 0assunto.