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CCG105 - UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA X DESEMPENHO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO MERCADO BRASILEIRO AUTORIA VAGNER HORZ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG ANDERSON BETTI FRARE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG MARCO AURÉLIO GOMES BARBOSA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG Resumo Este estudo objetiva analisar como as dimensões da Orientação Empreendedora relacionam-se com o desempenho nas cooperativas de crédito. Para tanto, utilizou-se três dimensões (inovatividade, assunção riscos e proatividade) propostas por Miller (1983), duas (autonomia e agressividade competitiva) por Lumpkin e Dess (1996) e uma (rede de relações) por McClelland (1962), Mello e Leão (2005) e Lazzarotti, Silveira, Carvalho, Rossetto e Sychoski (2015). Trata-se de uma investigação, por meio de survey, com uma amostra final de 67 cooperativas de crédito dispostas em 19 estados e Distrito Federal. Relativo a classe das mesmas, 50,75% são centrais e 49,25% singulares e, acerca da modalidade de ingresso, a maior parte (52,2%) são de livre admissão. O questionário compõe-se de três blocos, sendo os dois primeiros com escala Likert de cinco pontos, com 18 assertivas relacionadas a Orientação Empreendedora, três ao desempenho e as demais referentes ao perfil do gestor e da cooperativa de crédito. Para a análise de dados utilizou-se a Modelagem de Equações Estruturais por meio do software SmartPLS 3.0. Os achados contribuem ao evidenciar que na Orientação Empreendedora as dimensões assunção de risco e agressividade competitiva são percebidas prudentemente pelos gestores das cooperativas de crédito, mantendo relação positiva e significativa com o desempenho das mesmas. Apesar das especifidades das cooperativas de crédito, em comparação as demais organizações no qual a Orientação Empreendedora fora investigada, observa-se a pertinência de algumas das dimensões deste construto na gestão de tais instituições.

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CCG105 - UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ORIENTAÇÃO

EMPREENDEDORA X DESEMPENHO DAS COOPERATIVAS DE

CRÉDITO DO MERCADO BRASILEIRO

AUTORIA

VAGNER HORZ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

ANDERSON BETTI FRARE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

MARCO AURÉLIO GOMES BARBOSA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

Resumo Este estudo objetiva analisar como as dimensões da Orientação Empreendedora relacionam-se com

o desempenho nas cooperativas de crédito. Para tanto, utilizou-se três dimensões (inovatividade,

assunção riscos e proatividade) propostas por Miller (1983), duas (autonomia e agressividade

competitiva) por Lumpkin e Dess (1996) e uma (rede de relações) por McClelland (1962), Mello e

Leão (2005) e Lazzarotti, Silveira, Carvalho, Rossetto e Sychoski (2015). Trata-se de uma

investigação, por meio de survey, com uma amostra final de 67 cooperativas de crédito dispostas em

19 estados e Distrito Federal. Relativo a classe das mesmas, 50,75% são centrais e 49,25% singulares

e, acerca da modalidade de ingresso, a maior parte (52,2%) são de livre admissão. O questionário

compõe-se de três blocos, sendo os dois primeiros com escala Likert de cinco pontos, com 18

assertivas relacionadas a Orientação Empreendedora, três ao desempenho e as demais referentes ao

perfil do gestor e da cooperativa de crédito. Para a análise de dados utilizou-se a Modelagem de

Equações Estruturais por meio do software SmartPLS 3.0. Os achados contribuem ao evidenciar que

na Orientação Empreendedora as dimensões assunção de risco e agressividade competitiva são

percebidas prudentemente pelos gestores das cooperativas de crédito, mantendo relação positiva e

significativa com o desempenho das mesmas. Apesar das especifidades das cooperativas de crédito,

em comparação as demais organizações no qual a Orientação Empreendedora fora investigada,

observa-se a pertinência de algumas das dimensões deste construto na gestão de tais instituições.

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UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA X

DESEMPENHO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO MERCADO

BRASILEIRO

RESUMO

Este estudo objetiva analisar como as dimensões da Orientação Empreendedora relacionam-se

com o desempenho nas cooperativas de crédito. Para tanto, utilizou-se três dimensões

(inovatividade, assunção riscos e proatividade) propostas por Miller (1983), duas (autonomia

e agressividade competitiva) por Lumpkin e Dess (1996) e uma (rede de relações) por

McClelland (1962), Mello e Leão (2005) e Lazzarotti, Silveira, Carvalho, Rossetto e Sychoski

(2015). Trata-se de uma investigação, por meio de survey, com uma amostra final de 67

cooperativas de crédito dispostas em 19 estados e Distrito Federal. Relativo a classe das

mesmas, 50,75% são centrais e 49,25% singulares e, acerca da modalidade de ingresso, a

maior parte (52,2%) são de livre admissão. O questionário compõe-se de três blocos, sendo os

dois primeiros com escala Likert de cinco pontos, com 18 assertivas relacionadas a Orientação

Empreendedora, três ao desempenho e as demais referentes ao perfil do gestor e da

cooperativa de crédito. Para a análise de dados utilizou-se a Modelagem de Equações

Estruturais por meio do software SmartPLS 3.0. Os achados contribuem ao evidenciar que na

Orientação Empreendedora as dimensões assunção de risco e agressividade competitiva são

percebidas prudentemente pelos gestores das cooperativas de crédito, mantendo relação

positiva e significativa com o desempenho das mesmas. Apesar das especifidades das

cooperativas de crédito, em comparação as demais organizações no qual a Orientação

Empreendedora fora investigada, observa-se a pertinência de algumas das dimensões deste

construto na gestão de tais instituições.

Palavras-chave: Orientação Empreendedora; Desempenho; Cooperativas de Crédito; Gestão.

1 INTRODUÇÃO

A orientação empreendedora (OE) caracteriza-se pelo âmbito do empreendedorismo

ao nível organizacional, tangendo a comportamentos dos gestores e como estes são repassados

para a organização em questão (Covin & Slevin, 1991; Miller, 1983,2011). A OE procura

facilitar as formas de adaptação no ambiente, atuando positivamente na relação com o

desempenho, auxiliando na descoberta de potenciais oportunidades, na diferenciação e criação

de vantagem competitiva (Covin & Wales, 2019; Lazzarotti et al., 2015; Lumpkin & Dess,

1996; Miller, 1983).

Independentemente do tipo de organização, a OE caracteriza-se por ser um fator

relevante em relação ao desempenho almejado, promovendo inovações, adaptações e

introdução de novos produtos e serviços (Covin & Miller, 2014). Quanto maior o grau de OE

da empresa, melhor será o desempenho, a competitividade e o crescimento socioeconômico,

assim como auxilia os gestores nas escolhas das estratégias a serem seguidas (Masa’deh, Al-

Henzab, Tarhini & Obeidat, 2018; Miller, 1983; McKenny, Short, Ketchen, Payne & Moss,

2018).

Inicialmente, Miller (1983) apresentou três dimensões para a compreensão da OE:

assunção de riscos, proatividade e inovatividade. Lumpkin e Dess (1996) entendem que torna-

se necessário o acréscimo de outros dois construtos: autonomia e agressividade competitiva.

Outros autores, como McClelland (1962), Mello e Leão (2005) e Lazzarotti et al. (2015)

sugerem a inserção de uma sexta dimensão, que seria as redes de relação.

Percebe-se a importância da OE na gestão de diferentes ramos de atividade

empresariais, como em cooperativas de crédito (Roncalio, Martens & Lacerda, 2017). Essas

organizações de natureza financeira atuam no intuito de proporcionarem soluções relativas às

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finanças e geração de renda aos cooperados, fornecendo mecanismos para intermediar

financeiramente estes com o mercado (Silva & Moretto, 2015).

Escassas são as investigações dentre este tema, relacionando a OE com o desempenho

das cooperativas de crédito. Werlang, Silva e Hister (2018) realizaram um survey com 111

funcionários de uma cooperativa de crédito do Noroeste Gaúcho e Oeste Catarinense,

analisando cinco dimensões propostas por Lumpkin e Dess (1996) e Miller (1983). Como

achados, encontraram relação positiva da OE com o desempenho.

Similarmente, Lizote, Farber, Verdinelli e Rosseto (2012) analisaram por meio de

survey com 54 gestores de cooperativas de crédito catarinenses as três dimensões estipuladas

por Miller (1983), e suas relações com o desempenho e o ambiente. Os resultados

evidenciaram relação positiva e significativa entre a OE e o Desempenho. Por sua vez,

Roncalio et al. (2017) estudaram a OE em um sistema de crédito cooperativo, mediante

levantamento da percepção de gestores e diretores, evidenciando a presença das cinco

dimensões de Lumpkin e Dess (1996) e Miller (1983).

Não foram encontradas pesquisas que investigassem a sexta dimensão da OE nas

cooperativas de crédito, no entanto, a rede de relações torna-se fundamental na gestão dos

negócios, de maneira a auxiliar no ingresso de novas oportunidades e mercados, na

internacionalização e sobretudo, para que a organização se mantenha competitiva (Basile,

2012; Covin & Miller, 2014; Dolabela, 1999; Lazzarotti et al., 2015; Paiva, Fernandes &

Almeida, 2010).

Um segundo aspecto tange a população das pesquisas encontradas, nas quais nenhuma

abrange a nível nacional, e consequentemente impossibilita a noção do panorama à contexto

geral. Neste ínterim, o objetivo consiste em analisar como as dimensões da Orientação

Empreendedora relacionam-se com o desempenho nas cooperativas de crédito do mercado

brasileiro.

A importância do público em questão justifica-se pelo setor estar apresentando taxa de

crescimento no número de cooperados, capital e participação de mercado (Carvalho, Diaz,

Bialoskorski & Kalatzis, 2015; Paiva & Santos, 2017), dessa forma a OE nas cooperativas de

crédito proporciona um meio de estender os limites de suas capacidades de revigorar a gestão

de seus recursos (Knight, 1997), apresentando grande impacto no desempenho empresarial e

tornando-se importante fonte de vantagem competitiva (Buli, 2017; Coura, Oliveira & Reis,

2018; Covin & Slevin, 1991; Linton & Kask, 2017; Rauch, Wiklund, Kumpking & Frese,

2009; Rua & Rodrigues, 2018).

A presente investigação contribui na compreensão da OE e suas relações com o

desempenho das cooperativas de crédito em âmbito nacional, acrescentando a dimensão de

rede de relações, a qual até então não fora encontrada em estudos correlatos com este público.

Ademais, corrobora com a literatura de OE, a qual encontra-se em pleno desenvolvimento

(Covin & Lumpkin, 2011; Covin & Wales, 2019; Martens, Lacerda, Belfort &Freitas, 2016;

Silveira & Silveira-Martins, 2016, Wales, 2016).

Este estudo encontra-se estruturado em cinco seções. Nesta primeira, introduz-se ao

tema e as discussões relacionadas. Na sequência, aborda-se a revisão da literatura acerca das

cooperativas de crédito e da OE. Na terceira seção delimita-se os métodos utilizados, seguido

pela seção da análise e discussão dos dados e por último as considerações finais, com as

colocações acerca dos achados, limitações e sugestões.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Esta seção consiste em duas seções, a primeira expondo a literatura consonante as

características das cooperativas de crédito, o cenário de mercado destas e demais questões no

contexto cooperativista. Na segunda seção, explicita-se a discussão sobre a OE e as suas

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respectivas dimensões, para servir de alicerce às hipóteses estipuladas nos procedimentos

metodológicos.

2.1 Cooperativas de Crédito

A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação

autônoma de pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias, de

natureza civil, sem fins lucrativos, constituída para prestar serviços a seus associados (Banco

Central do Brasil [BACEN], 2018). Estas, visam à apresentação de soluções financeiras e a

geração de renda para seus cooperados, podendo também ser entendidas como mecanismos

promotores da intermediação financeira entre seus associados e o mercado (Da Silva, Leite,

Guse & Gollo, 2017).

As cooperativas são mais do que uma simples instituição financeira, formadas pela

união de forças e de pessoas, que têm por objetivo social a mutualidade e a prestação de

serviços financeiros a seus cooperados em suas atividades específicas, buscando apoiar e

aprimorar a produção, a produtividade e a qualidade de vida, bem como a comercialização e

industrialização dos bens produzidos (Paiva & Santos, 2017).

Além disso, presta-se a desenvolver programas de poupança, de uso racional do

crédito e formação educacional dos cooperados no sentido de fomentar o cooperativismo

(Paiva & Santos, 2017). Leite, Melz e Franco (2014) destacam que as cooperativas de crédito

são formadas por poupadores ou tomadores de recursos financeiros, objetivando a obtenção

de crédito para seus cooperados em condições melhores do que as oferecidas pelo mercado.

Desse modo, os recursos captados pelas cooperativas de crédito são aplicados no seu

local de origem, aumentando a produção e atendendo aos fins sociais decididos pelos

cooperados, nas assembleias (Portal Cooperativismo Financeiro [PCF], 2018). Fica evidente

que a sobrevivência das cooperativas de crédito está atrelada à rentabilidade, com a prestação

dos serviços, e à operação de captação e concessão de créditos aos cooperados (Paiva &

Santos, 2017).

A atuação das cooperativas de crédito vem aumentando significativamente,

principalmente por praticarem as menores taxas sobre os empréstimos e custo das operações

financeiras, além de oferecerem as maiores taxas de remuneração sobre os depósitos aplicados

na cooperativa, comparado ao sistema bancário e financeiro (Bressan, Braga, Bressan &

Resende, 2011). Referente a expansão das cooperativas de crédito, as quais atingem as regiões

menos favorecidas pelos bancos comerciais como as pequenas cidades, possibilitando assim a

inclusão financeira da baixa renda, ampliação do microcrédito e trazendo para essas regiões o

desenvolvimento socioeconômico (Paiva & Santos, 2017).

Conforme Pinheiro (2014), as cooperativas de crédito são chamadas de instituições

financeiras de forma a criar uma fonte de liberação de crédito para seus associados. Assim,

desempenham papel importante na economia de vários países. Em 2017, havia mais de um

bilhão de cooperados em todo o mundo e elas estavam presentes em 100 países (Organizações

Cooperativas Brasileiras [OCB], 2018). O sistema cooperativo de crédito no Brasil abrange

aproximadamente 10,2 milhões de brasileiros, e este número está aumentando gradativamente

a cada ano (OCB, 2018). As cooperativas de crédito situam-se na 6ª posição do ranking de

maiores instituições financeiras do país, com uma representatividade de mercado de

aproximadamente 4% do total de ativos no mercado financeiro (PCF, 2018).

As cooperativas de crédito passam por constantes desafios com o intuito de se

manterem voltadas à sua missão central e além de se manterem em meio a constantes

mudanças na economia, contam com as taxas que são referências para a venda dos seus

produtos e oferecerem garantias de seu negócio. Dessa forma, mantem um portfólio de

produtos com variadas soluções financeiros que agregam comodidade, valor e segurança.

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Além disto, que atendam o sonho e a expectativa de crescimento na vida de cada cooperado

(Dambros, Lima & Figueredo, 2009).

2.2 Orientação Empreendedora

O ambiente onde as empresas estão inseridas caracteriza-se por ser dinâmico e

competitivo, desta forma denota a pertinência da adoção de estratégias empreendedoras para

manter-se no mercado (Davis, Bell, Payne & Kreiser, 2010; Hashimoto & Belê, 2014;

Pekkola, Saunila, & Rantanen, 2016). Nesta perspectiva, a OE consiste em um conceito que

merece destaque, uma vez que propicia a investigação do espírito empreendedor nas tomadas

de decisões gerenciais e no desempenho organizacional (Coura et al., 2018; Rauch et al.,

2009; Rua & Rodrigues, 2018).

A contextualização da OE permeia inicialmente pela identificação de comportamentos

da organização, os quais podem possibilitar maiores ou menores intensidades na capacidade

em empreender (Miller, 1983). Essa capacidade reflete por meio dos processos, práticas,

atitudes e decisões tomadas, de maneira a constituir a configuração da OE da organização

(Lumpkin & Dess, 1996; Miller, 1983).

O entendimento do conceito da OE deve entoar como um mecanismo de intermédio

para o alcance do desempenho almejado, sob a ótica das decisões a serem tomadas

consonantes a esta trajetória (García-Villaverde, Ruiz-Ortega & Canales, 2013; Jiang, Liu,

Fey & Jiang, 2018). Alguns autores como Runyan, Droge e Swinney (2008) descrevem a OE

como um recurso estratégico, visando a construção de ações e decisões organizacionais.

A OE refere-se a estratégia dos gestores no que concerne à algumas características

empreendedoras, como a inovação, proatividade, assunção de riscos, autonomia e

agressividade competitiva (Cools & Van de Broeck, 2007; Covin & Wales, 2012; Pearce,

Fritz & Davis, 2010). Esses atributos se expressam no apoio de atividades e projetos, nos

quais existem graus de incerteza para a obtenção dos resultados desejados (Zahra &

Neubaum, 1998).

Acerca das dimensões para análise da OE, Miller (1983) foi o pioneiro, seguido por

demais autores, como Lumpkin e Dess (1996), os quais propuseram mais construtos.

Conforme Santos, Alves e Bitencourt (2015), ainda poucos são os estudos que englobem as

cinco dimensões, sendo amplamente utilizados as três mais antigas. Autores como Casilas e

Moreno (2010) e Hughes e Morgan (2007) utilizaram as cinco em suas investigações, e outros

pesquisadores, como Lazzarotti et al. (2015), ainda utilizaram uma sexta, a rede de relações.

A inovatividade, também denominada por comportamento inovador ou

comportamento inovativo, relaciona-se a criação de algo novo, como sistemas, operações,

atividades, serviços, produtos ou demais aspectos que apresentem novidades e/ou atualizações

vantajosas, visando a obtenção de melhores desempenhos (Covin & Miles, 1999). Além da

busca por novas formas para facilitar o contato com o cooperado, as cooperativas de crédito

buscam promover atendimentos personalizados a estes, conforme as demandas, assim sendo

necessário adaptações mediante a presença do espírito inovativo (OCB, PCF, 2018).

A assunção de riscos sempre esteve inerentemente atrelada ao empreendedorismo,

visto que qualquer oportunidade acarreta na aceitação de algum tipo de risco (McClelland,

1972). A aceitação de riscos demonstra a disposição dos gestores em aplicarem determinados

recursos, no almejo de potenciais retornos para a organização (Lumpkin & Dess, 1996). A

atividade exercida por bancos e/ou cooperativas e demais instituições de crédito envolvem

riscos intrínsecos às situações (Matias, 2013) e, no contexto de finanças, quanto maior o grau

do risco que for aceito, maior será a expectativa sobre o retorno (Assi, 2012).

A proatividade caracteriza-se pela constante busca de novas oportunidades, assim

como pela participação em mercados e operações emergentes (Lumpkin & Dess, 1996). A

assertiva anterior pode ser evidenciada mediante o crescimento da participação de mercado

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das cooperativas de crédito, assim como aumento do número de cooperados e de novas

facilidades e tecnologias para os mesmos (OCB, PCF, 2018). Essa dimensão considera a

procura da organização em antecipar-se aos concorrentes no que tange ao desenvolvimento e

lançamento de novos processos, produtos e serviços (Miller, 1983).

A autonomia origina-se na liberdade dos gestores e colaboradores para que possam

apresentar e desenvolver novas ideias, juntamente com a concretização delas, caso sejam

viáveis/interessantes para a organização (Lumpkin & Dess, 1996). Neste panorama, com a

existência da autonomia na organização as iniciativas não são barradas, o que pode

proporcionar novas experiências e ensejos, tangendo a melhores desempenhos (Martens,

Freitas, Muniz & Jean-Pierre, 2012).

A agressividade competitiva torna-se essencial para que a firma consiga se manter

constante no mercado/setor que atua, uma vez que exprime a disputa dela com as concorrentes

pela participação e representatividade nos respectivos nichos (Lazzarotti et al., 2015;

Lumpkin & Dess, 1996). A crescente participação das cooperativas de crédito no total de

ativos no mercado financeiro exprime a presença da agressividade competitiva nessas

organizações (PCF, 2018).

A sexta dimensão utilizada nesta investigação, a rede de relações ou rede de negócios,

conota sua relevância devido a importância da construção de relacionamentos nas

organizações, seja para manter-se competitiva, inserir-se em novos mercados, manter-se com

sistemas e tecnologias atualizados, internacionalizar-se ou, pela simples busca a novas

oportunidades (Basile, 2012; Covin & Miller, 2014). Conforme Mahama (2006), o próprio

termo “cooperação/cooperativa” existe devido a formação de redes, no caso composta pelos

cooperados e pelos colaboradores responsáveis pela manutenção das cooperativas.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A população compreendeu 976 cooperativas de crédito brasileiras, devidamente

listadas pelo BACEN (2018). A amostra resultou em 68 gestores de diferentes cooperativas de

crédito, porém, um respondente foi excluído das análises por ter respondido todas as

assertivas com o mesmo nível da escala Likert, distorcendo as análises. A amostra final

resultou em 67, representado assim aproximadamente 7% da população. Houve corte

transversal do período no que tange à coleta de dados, abrangendo o último trimestre do ano

de 2018 (Creswell, 2010).

Apoiando-se na revisão da literatura desse estudo, a qual denota evidências das

relações das dimensões da OE com o desempenho, foram formuladas as hipóteses descritas na

sequência.

H1: A inovatividade contribui positivamente para o desempenho das cooperativas de crédito

(Covin & Miles, 1999; OCB, 2018; PCF, 2018).

H2: Assumir riscos contribui positivamente para o desempenho das cooperativas de crédito

(Assi, 2012; Lumpkin & Dess, 1996; Matias, 2013; McClelland, 1972).

H3: A proatividade contribui positivamente para o desempenho das cooperativas de crédito

(Lumpkin & Dess, 1996; Miller, 1983; OCB, 2018; PCF, 2018).

H4: A autonomia contribui positivamente para o desempenho das cooperativas de crédito

(Lumpkin & Dess, 1996; Martens et al. 2012).

H5: A agressividade competitiva contribui positivamente para o desempenho das cooperativas

de crédito (Lazzarotti et al., 2015; Lumpkin & Dess, 1996; PCF, 2018).

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H6: As redes de relações contribuem positivamente para o desempenho das cooperativas de

crédito (Basile, 2012; Covin & Miller, 2014; Mahama, 2006).

Após a disposição das hipóteses e os respectivos autores para sustentação, elaborou-se

o modelo teórico a ser testado nesta presente pesquisa, conforme exposto na Figura 1. As

dimensões foram exibidas com auxílio de legenda visual, para além de facilitar o

entendimento da origem dos construtos e das relações a serem testadas, servir de base para

novos estudos que venham a utilizar desta.

Figura 1. Modelo Teórico Nota. Fonte: Elaborado pelos autores.

Ainda em relação aos construtos da OE investigados nesta pesquisa, Miller (2011) ao

revisitar seu trabalho seminal (Miller, 1983), mencionou as contribuições de Lumpkin e Dess

(1996), ao sugerir o acréscimo de outras duas dimensões. As redes de negócios também foram

destacadas como uma possibilidade por Miller (2011), sendo sugerida a necessidade por

investigações que contenham essa dimensão, conforme já havia sido proposto por Mello e

Leão (2005).

No que tange ao instrumento de coleta de dados, foi aplicado um questionário por

meio de survey, com escala Likert de cinco pontos (1 - discordo totalmente, 2 – concordo

parcialmente, 3 – não concordo e nem discordo, 4 – concordo parcialmente e 5 - concordo

totalmente), para proporcionar análises de forma quantitativa. O questionário foi enviado ao

endereço eletrônico dos gestores das respectivas cooperativas de crédito.

Referente aos procedimentos de elaboração e aplicação dos questionários, houve o

cuidado com o Common Method Bias (CMB), o qual tange ao viés associado ao método. Para

minimizar o CMB, procurou-se construir um questionário simples, didático e pouco extenso,

além assegurar a preservação do anonimato dos que viessem a responder. No entanto, apesar

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do cuidado para minimizar o viés, não pode-se afirmar que tenha sido eliminado totalmente

(Podsakoff, MacKenzie & Podsakoff, 2012).

O questionário foi adaptado de Lazzarotti et al. (2015), Lumpkin e Dess (1996) e

Miller (1983), dividindo-se em três blocos: o primeiro bloco com 18 questões

correspondentes a OE; o segundo com três assertivas acerca do desempenho; por último as

perguntas sobre o perfil dos gestores/cooperativas. Na Tabela 1 seguem os itens dos referentes

aos dois primeiros blocos.

Tabela 1

Construtos e indicadores

Construto Sigla Indicador

Inovatividade

IN1 Investimos em pesquisa e desenvolvimento

IN2 Introduzimos novos produtos/serviços nos últimos três anos

IN3 Buscamos formas diferentes para realizar ações e solucionar problemas

Assumir Riscos

AR1 Atuamos em projetos de alto risco

AR2 Enfrentamos situações de risco para explorar oportunidades

AR3 Realizamos empréstimos financeiros

Proatividade

PR1 Somos pioneiros na implementação de produtos/serviços/tecnologias

PR2 Temos iniciativas que causam reações na concorrência

PR3 Monitoramos constantemente as necessidades dos clientes

Autonomia

AU1 Incentivamos a criatividade e as ações independentes nos colaboradores

AU2 Possuímos equipes autônomas

AU3 Disponibilizamos informações importantes para os colaboradores

Agressividade Competitiva

AC1 Buscamos constante participação de mercado

AC2 Monitoramos e reagimos à ameaça dos concorrentes

AC3 Enfrentamos a competição, tirando o concorrente do mercado

Redes de Relações

RR1 Celebramos parcerias/acordos de cooperação

RR2 Adotamos estratégias deliberadas para influenciar os outros

RR3 Participamos regularmente de reuniões sociais e encontros empresariais

Desempenho

DE1 Crescimento em volume de vendas / prestação de serviços

DE2 Aumento de Lucratividade

DE3 Aumento do número de colaboradores contratados

Nota. Fonte: Adaptado de Lazzarotti et al. (2015), Lumpkin e Dess (1996) e Miller (1983).

Acerca dos indicadores do construto desempenho, as respostas dos gestores foram

relativas ao ano do preenchimento do questionário (2018), em relação ao ano anterior (2017).

Tal estratégia foi adaptada de Lazzarotti et al. (2015), o qual mensurou o desempenho das

empresas que compunham sua amostra desta forma, comparando o ano em questão com o

antecedente.

A técnica de análise dos dados utilizada foi a Modelagem de Equações Estruturais -

MEE, a qual permite agrupar todos construtos de um modelo em uma única estrutura,

propiciando essa análise multivariada dos dados. A MEE caracteriza-se por ser uma técnica

confirmatória, assim permitindo a análise das várias relações, como de dependência,

independência e interdependência entre os construtos estipulados (Hair, William, Babin &

Anderson, 2009).

Optou-se pelo método de Mínimos Quadros Parciais (Partial Least Squares - PLS),

com uso do software SmartPLS 3.0 e por meio da análise caminhos (path) no que corresponde

ao esquema de ponderações, limitando o máximo de 500 interações. O PLS torna-se um

método adequado para a modelagem de relações complexas, sejam de independência e/ou

dependência das variáveis latentes (Nitzl, Roldan & Cepeda, 2016)

A significância foi calculada com o auxílio da técnica de bootstrapping, com 500

subamostras. Este procedimento consiste na geração de um grande conjunto de subamostras

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tomando por base a amostra original, desta maneira propiciando a estimação para os valores

do teste t e do p value (significância) na análise de caminho das relações estípulas (hipóteses)

entre construtos (Nitzl et al., 2016; Wong, 2013).

4 ANÁLISE DOS DADOS

A amostra compreendeu 67 cooperativas de crédito brasileiras, abrangendo 19 estados

e o Distrito Federal, conforme disposto na Tabela 2. Tal diversificação torna-se relevante no

contexto nacional, contemplando cerca de 75% dos estados do território brasileiro.

Tabela 2

Representação da amostra por estado

Sigla Estado Respondentes por Estado AL Alagoas 1

AM Amazonas 1

BA Bahia 4

CE Ceará 4

DF Distrito Federal 1

ES Espírito Santo 4

GO Goiás 1

MA Maranhão 2

MG Minas Gerais 11

MS Mato Grosso do Sul 4

MT Mato Grosso 1

PB Paraíba 1

PE Pernambuco 2

PI Piauí 1

PR Paraná 10

RJ Rio de Janeiro 2

RO Rondônia 2

RS Rio Grande do Sul 7

SC Santa Catarina 3

SP São Paulo 5

Total 67 Nota. Fonte: Dados da pesquisa.

O estado com maior percentual na amostra foi Minas Gerais (16,4%), seguido por

Paraná (14,9%) e Rio Grande do Sul (10,4%). Acerca da classe das cooperativas, 50,75% são

singulares e 49,25% são centrais. Ressalta-se que para uma cooperativa ser central, deve ser

composta por no mínimo três cooperativas singulares, deste modo contribui para o

gerenciamento das filiadas, possibilitando a redução de custos (BACEN, 2018).

Complementarmente, Cardoso (2014) cita que as cooperativas centrais possuem como

finalidade a facilitação dos serviços financeiros da cooperativa como um todo.

Relativo à modalidade de ingresso dos cooperados, a maior parte das cooperativas de

crédito atuam com sistema de livre admissão (52,2%), seguidas por 25,4% de crédito mútuo e

22,4% correspondentes ao crédito rural. Este aspecto corresponde a forma em que o associado

ingressa na cooperativa, sendo esta a responsável por fixar em seu estatuto as condições para

admissão.

No que tange a função dos respondentes, cerca de 18% são presidentes, 52% ocupam

cargos de gerência (administrativa, de crédito, negócios, gestão de pessoas), 10% são

diretores, 7% atuam como analistas de crédito ou finanças, 3% são auditores internos, outros

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3% exercem a função de assistentes administrativos e 7% operam em outras atividades

(contabilidade, controladoria, vice-presidência e setor jurídico).

A média de idade dos respondentes corresponde a 43 anos, com amplitude entre 21 e

62. Referente ao tempo de atuação, a média concentra-se entre seis e sete anos na cooperativa,

sendo o gestor com menor tempo de atuação equivalente a dois meses e, o com maior período

igual a 17 anos no trabalho em questão.

Após a caracterização da amostra, tanto do respondente como do perfil da cooperativa

de crédito, analisou-se os dados mediante a Modelagem de Equações Estruturais. Em primeira

rodagem dos dados, dois indicadores (AR3; AC3) apresentaram cargas fatoriais inferiores a

0,5 e, sendo assim foram excluídos para posterior análise, conforme sugerido por Hair et al.

(2009). Na Tabela 3 seguem os achados dessa nova análise, com o pressuposto das cargas

fatoriais atendido.

Tabela 3

Análise de Caminho

Variável Independente Variável Dependente Hipótese Coeficiente

Estrutural Teste T Significância

Inovatividade

Desempenho

H1 -0,113 0,820 0,412

Assumir riscos H2 0,266 2,405 0,017*

Proatividade H3 0,010 0,054 0,957

Autonomia H4 0,130 0,874 0,382

Agressividade Competitiva H5 0,320 2,159 0,031*

Rede de Relações H6 0,102 0,567 0,571

Nota. Fonte: Dados da pesquisa. * Aceita-se sig. < 0,05.

O Alfa de Cronbach (α) dos construtos deveria ser superior a 0,70, porém apenas para

duas dimensões (assumir riscos e rede de relações) atendeu-se esse indicativo, para os demais

os índices foram próximos, com exceção do construto autonomia, o qual foi o único com

valor abaixo de 0,5. O valor do R2 da variável endógena (Desempenho) foi 0,282, assim como

o R2 Ajustado foi 0,210, de forma a representar o poder de explicação dos construtos expostos

no modelo (Hair et al., 2009).

Os valores da Variância Média Extraída (AVE) dos construtos foram superiores a 0,5,

com exceção das dimensões proatividade (0,479) e autonomia (0,459), assim atendendo

parcialmente os critérios estipulados, no qual 0,5 é o menor valor sugerido. Todos índices de

Confiabilidade Composta dos construtos foram satisfatórios, excedendo o valor mínimo de

0,7 (Hair et al., 2009).

Após a discussão dos pressupostos da Modelagem de Equações Estruturais, inicia-se

os debates acerca dos achados. A primeira hipótese testada (H1), acerca da inovatividade

contribuir positivamente para o desempenho das cooperativas de crédito, apresentou

coeficiente de trilha negativo e não esboçou significância, desta maneira não obteve base para

ser suportada.

Apesar da relevância do comportamento inovador para a gestão das cooperativas de

crédito, conforme destacado pela OCB e PCF (2018), no intuito destas oferecerem maiores

facilidades aos cooperados, não se pode confirmar estatisticamente a associação positiva com

o desempenho. A presença da Inovatividade nas cooperativas de crédito também fora

percebida no estudo de Werlang et al. (2018), no qual foi a dimensão da OE com maior

intensidade no público pesquisado. Este espírito inovativo nas cooperativas de crédito

corrobora com o argumento de Lazzarotti et al. (2015), no qual a forte presença dessa

dimensão indica alto investimento em ações direcionadas à inovação por parte das

organizações.

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A segunda hipótese (H2), relativa a assunção de riscos contribuir positivamente para o

desempenho das cooperativas de crédito, conotou coeficiente estrutural positivo e

significância a 5%, assim sendo suportada. Este achado está alinhado ao exposto por Matias

(2013), no qual as cooperativas sujeitam-se a assumirem riscos que são inerentes às situações

e atividades exercidas.

Em outros estudos, como o de Barreto e Nassif (2014), Roncalio et al. (2017) e

Werlang et al. (2018), foram encontrados comportamentos cautelosos em relação a assunção

de risco, evitando a precipitação da aplicação dos recursos para a continuidade do negócio.

Todavia, por mais que exista essa preocupação frente a tomada de oportunidades que

envolvam riscos, este demonstra-se positivamente relacionado ao desempenho.

A hipótese H3 - A proatividade contribui positivamente para o desempenho das

cooperativas de crédito não foi aceita, pois não apresentou significância. Nas investigações de

Roncalio et al. (2017) encontrou-se forte presença dessa dimensão nas cooperativas da

amostra. De forma similar, Lizote et al. (2012) encontrou maiores cargas fatoriais neste

construto, assim corroborando com a ideia que é uma das dimensões mais representativas da

OE na gestão das cooperativas de crédito, apesar de não apresentar significância na relação

com o desempenho.

O aspecto mencionado no parágrafo anterior, referente a intensidade da proatividade

nas cooperativas de crédito, torna-se visível no crescimento da participação no mercado de

serviços financeiros/bancários (OCB, PCF, 2018). Tal fato corrobora com o exposto por

Lumpkin e Dess (1996) acerca da caracterização da proatividade, a qual permeia pela

constante busca de novas oportunidades, como a ampliação da participação de mercado em

que atua.

A quarta hipótese (H4), a qual discorre sobre a autonomia contribuir positivamente

para o desempenho das cooperativas de crédito, resultou em coeficiente de trilha positivo,

porém não foi significativamente aceita, desta maneira não podendo ser suportada. Nas

pesquisas de Roncalio et al. (2017) e Werlang et al. (2018) o construto autonomia apresentou

altos índices de intensidade, demonstrando a forte presença desta dimensão nas cooperativas

de crédito.

Por mais que a autonomia não esteja positivamente relacionada ao desempenho, as

evidências apontam sua relevância nas cooperativas de crédito. De acordo com Martens et al.

(2012) e Lumpkin e Dess (1996), por meio da autonomia ocorre o surgimento e

amadurecimento de iniciativas, das quais podem vir a serem úteis e desejáveis à organização.

Martens et al. (2012) comenta que a autonomia pode promover alcance de melhores

desempenhos, porém no caso das cooperativas de crédito tal fato ainda não fora comprovado

estatisticamente.

A hipótese H5 - a agressividade competitiva contribui positivamente para o

desempenho das cooperativas de crédito, foi suportada a 5% de significância, com coeficiente

da análise caminho positivo. Nos estudos realizados por Roncalio et al. (2017) e Werlang et

al. (2018), foram constatados baixos níveis de presença da dimensão de agressividade

competitiva.

No entanto, mesmo com a pouca intensidade deste construto, sua relação com o

desempenho nas cooperativas de crédito foi comprovada estatisticamente. Este fato evidencia

que, se por um lado existe a cautela ao serem agressivamente competitivos, na medida que

transcorre, ocasiona retorno positivo em relação ao desempenho (Lumpkin & Dess, 1996;

PCF, 2018).

A última hipótese (H6), a qual discorre sobre as redes de relações contribuírem

positivamente para o desempenho das cooperativas de crédito, resultou em coeficiente

estrutural positivo, mas sem significância a nível estatístico, assim não sendo suportada.

Porém, mesmo não atestando essa relação, Mahama (2006) explica que o simples ato de

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cooperar participa da formação de redes de negócios, assim estando presente no ramo do

cooperativismo.

Na pesquisa de Lazzarotti et al. (2015) o construto da rede de relações apresentou

significância na relação com a OE das empresas graduadas no Brasil, desta maneira,

evidenciando que este construto está presente na OE de certas organizações, a depender do

setor, segmento e campo de atuação. Ao testar sua associação com o desempenho das

cooperativas, não foi possível comprovar significativamente essa relação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desta investigação compreende a análise das dimensões da Orientação

Empreendedora relacionadas ao desempenho nas cooperativas de crédito. Para tanto, estudou-

se uma amostra que abrangeu 67 cooperativas de crédito, dispostas em 19 estados e no

Distrito Federal, sendo composta por 50,75% de classe central e o restante singulares.

Relativo à modalidade de ingresso, a maioria (52,2%) são de livre admissão.

Mediante os resultados da pesquisa, não foi possível suportar quatro hipóteses (H1, H3,

H4, H6). As hipóteses no qual a varável independente foi a proatividade (H3), autonomia (H4),

e a rede de relações (H6) apresentaram coeficiente estrutural positivo, ao contrário da

inovatividade (H1) que resultou em coeficiente negativo na análise de caminho, porém sendo

que nenhuma destas apresentou-se estatisticamente significante.

As hipóteses com variáveis independentes assumir riscos (H2) e agressividade

competitiva (H5) apresentaram coeficiente de trilha positivo e significância ao nível de 95%

de confiabilidade, assim sendo suportadas. Desta maneira, percebe-se que a importância

atribuída pelos gestores das cooperativas de crédito acerca da assunção de riscos e da

agressividade competitiva relaciona-se positivamente com o desempenho das mesmas.

Estes achados evidenciam os cuidados pelos gestores das cooperativas de crédito

frente à assunção de riscos, visto da tendência conservadora que possuem neste aspecto

(Roncalio et al., 2017; Werlang et al., 2018). Mediante essa propensão cautelosa, melhores

desempenhos são alcançados, demonstrando associação positiva.

Em caso semelhante, por mais que exista pouca presença da agressividade competitiva

na gestão das cooperativas de crédito, a intensidade desta característica ocorre positivamente

relacionada ao desempenho destas organizações, corroborando com Lumpkin e Dess (1996),

os quais citam a necessidade de investidas neste sentido, seja para manterem-se ou ganharem

espaço no mercado. Deste modo, a crescente participação no mercado financeiro brasileiro e a

gradativa alta do número de cooperados mediante a agressividade competitiva também é

evidenciada pelo PCF (2018).

Estes achados contribuem ao denotar que na OE as dimensões assunção de risco e

agressividade competitiva são percebidas com prudência pelos gestores das cooperativas de

crédito, porém, no entanto, relacionando-se positivamente ao desempenho destas

organizações. Contudo, apesar da ciência das especifidades das cooperativas de crédito em

relação às demais organizações nas quais a OE é investigada, demonstra-se a presença e

pertinência deste construto entre os gestores destas instituições.

Este resultado pode corroborar para a percepção e características dos gestores de

cooperativas de crédito, frente a reformulação e implementação de estratégia, foco no controle

gerencial e na tomada de decisão. Ademais, promove reflexões e discussões teóricas acerca da

OE e sua relação com o desempenho, auxiliando no entendimento deste campo no contexto

das cooperativas de crédito atuantes no mercado brasileiro.

Na pesquisa em questão foram encontradas algumas limitações, como o tamanho da

amostra, o que pode ter comprometido parcialmente a análise dos dados mediante a

Modelagem de Equações Estruturais. Ainda, quanto a técnica de análise, alguns dos

pressupostos não apresentaram índices satisfatórios (Hair et al., 2009). O estudo limita-se

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também ao considerar o nível de OE individual, ou seja, como o gestor respondente

percebe/repassa à respectiva cooperativa de crédito.

Como sugestão para novos estudos, dois vieses podem ser destacados. O primeiro

seria a ampliação da amostra com outras técnicas de coletas de dados, como por exemplo a

realização de pesquisa in loco. O segundo seria a aplicação deste modelo teórico em outros

tipos de cooperativas ou até mesmo organizações, visando corroborar com a validação da

sexta dimensão utilizada (rede de relações).

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