Arte da Lingua de Angola

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Arte da Lingoa de Angola

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  • ARTEDA LINGYADE '

    ANGOLA.OEFERECIDA

    A VIRGEM SENHORA N. DO

    ROSRIO. May ,& Senhora dos mefmos

    "tretos,

    Pelo P. PEDRO DIASDa Companhia de JESU.

    LISBOA,Na Officina deMIGUELDESLANDES,

    Impreilbr de Sua Mageftade.Com todas as Ikertas necejpirm. Anno i6^ft

    I

  • ^;

  • *JZi^> . '.-^r^^i-^^C^^ i.< -L*P^

    LICENA^-'Da Ordem.

    PO);prdem do Pvitexandrc deGunia da .Companhia t

    JESUSjProyincial daPorvinciadBrafiljrevi efte

    .tyrinhaintitulad^Arte da. lingua deAngola^com^o&)elo Padre Pedro Dias, da mefraaCompanhia, & na achei em todollecpufa, que encontre a noTa>anta Fe, ou bons columes vantesmi regras Huitopropxnas

    , &lin-ormes ao idioma da dita lingua,^ero fem duvida de grande utilida^le para os principiante*& por ifloligno de f.imprimir. Colegio 'da3ahia 13.de Junho dd- 1696.

    Antomo Cardojo. Vi

  • VI por ordem do Padre Ale-xandre de Gufma da C-

    panfeia de JESUS , Provincial daPr&vincia do Braril^efte Hvra inti-tulado, Arte a^ Imguae Angola

    y

    compofto'pelo Padre Pedro Diasd fnefma Coiupanhiv Acho cjuem tem coul algua contra a noSanta F , nem contrSa^^bbns coita-ns ,&^ue eft conforie con> 'ciiiifioma de Angola. Collegio da B^bia 24. de Janhode l^d.^

    Ffanfco i^e Lima.

    Lexandre de Gufmao d*^. ^Companhia deJESU, Pro^thcial da Provincia d JBrfiU ptcommi0a:do iioffo M-R^P.. GeralSDliyrfo Giizls, Prepofito Gratda Companhia de JESU^dOu liceii

    ih

  • para que e imprima ^..^Ir.j m-lingua de An'\oU , que com|'a^ bPadrePedro Dias da mefma Com^ .panbia , a qujl foi revila ,& aprcj^vada por pebas peritas na mefoia

    Hnguade Angola 5 & por verdadedei eftaalnada com o meu finl,&

    fellada como fello de meu Officio.

    Bailia 7. de Junho de 16^6.Alexandre de Gujmao.

    Do Santo Officio.

    VI o Livro iatituldo;^rf

  • LI o Livro de que elat peti-o trata, & na achei nellecou lga contra a Fe

    , ou bonscoftumes, Carmo deJLisboa cm 7.de Dezembro de 16^6.

    Fr. Antniode S.Elias.

    \J ltas as.inbrmaocs ^ pode-.

    fe imprimir a Arte , de queefta pepa trata , & depois de im-prela^, tornar para fe conferir, &dar licena que corra

    ,& fem elJa

    na correr. Lisboa 7. de Dezem;?'brodeii55>6.

    d-

    Qa^m Fqyqs. Azevedo.Pinn^. ) Dini^.

    Do

    i*:.-

  • 'Do Ordinrio,

    Vlftas as informaoeSjpode^fe imprimir a Arte , de que

    :rata efta petio , & depois de im-^rela tornar para elhe dar liceti'-;:a para correr,& fem ella nacor-er* Lisboa 6. de Agofto de 1697.

    Fr,P.

    Do Pao,

    ^ Ode-fe imprimir, viftas aslicenas do Santx) O fficio

    , &)rdinario,& depois deimprefloornar a efta Mela para fe confe-ir

    ,& taxar

    ,& fem ilTo na cor-

    er- Lisboa 9. de Agofto de lp/.

    Roxas. Manhao. Azevedo.''Ribejro. Sampajo.

  • II

    m

  • ARTE DA L-INGUA ]

    DE

    A N G O L.A., Advertncias de como e hade' ler, c ecrever eft Lingua >

    Pronunciar., Sc ecrever he co^mo na lingua Latina , com adve;r*tcncia que na tem R dobrado fnem no principio do nome^ nem.no meyo ? v. g. Riermo , hoje :

    Rimi, lingua.,As letras leguintcs , B. D. G. V. Z. fe lhe

    poem antes a letraN v. g. Nburi , Carneiro.Ndungue

    , Traas. Ngombe , Boy. Nvula iChuva.NzambioDos.,As yllabas *> q^ua* que, qu

    i

    > quo, quu , pro-^ A nunciao-

  • % Artealinguanunda-como no Portuguez, v. g. Guiria,como. E aim fa as feguntes , ga , guc , gui^ ,go,gu. ja,je,ji,3o,ju. ya,ye,yi,yo,yu.1 odos os nomes , que comea por letra

    vogal, excepto as letras,!, U, efcrevem-rc -fioprincipiocom H, v.g. Hanga, perdiz. ^^

    Fazem frequentemente inaieias algs no-xnesi^uando fe ajuntai adjedivoao luftanti-vo , 6c perdem muitas vezes duas , 6c mais le-tras,v.g. Macambaami , meus amigos j dizemMacambmi.Mubicami, dizem , Mubic-pij'Hieucfcitvo.Tmtemvay muito nos aTentos, cora qu

    fe efereve , ou fe pronuncia \ porque muda afutancia , 6c fignificaa dos nomes,v .g.Mu-cua, certa fruta. Mucu,morador , ou habi*.tador.Todos os nomes, 5c verbos acaba cm as

    Vogaes, a, e, i, o, u, excepto quatro advrbios,

    que fa os feguntes : Ihim , que coufa hePIna-him

    ,quem Se ? Maluahim , porqu raza ?

    Ngahim , de que maneira ?Tem doze partculas para adjeftivar ofu-

    ftantivo com os adjeftivos.Qito ^a para t> fin*guiar, v . g. Ri, V, i, qui, ca, cu, lu, tu. Para oplural fi6 as feguintcs : A, i, gi, tu. v.g. Tata^:

    rinne, grande pay. Atuanne, peToas gran-des.

    Acrefoeatando a eftas partculas a letra A

  • & coUocadas entre doas fuft^ftivQS ftzmpoleivos :para,oiiagubr,y..g, Ri >M* y^c[ui, c, cu

    ,lu , tu. Exemplo. Nginaria-

    zanibi, nome de Deos,cc. Para o .plural fa ascguintes :A%y ,gi,tu. Exemplo. M^ii^-aManino , filhos de Maooel. Advirta- cogitudo que pondo-fe hua deftas partculas poroutra, na muda o fencido ; mas he impro-priedade do idioma dalingua , 6c da ,grani|i*-lia.

    -. Acrcfentaadolhe porm a eias mefirj^sparticular a letra O , fervem de relativo. Asque fervem para o lngular fa : Ri , u , yp,quix), cao^ cu,lu,lu. Paiia oplural : Ap^yo,go,tu. V. g. Oituxiy gabangue gariekyp,as culpas , 'queiiz,>e{l:5u arrejpendido delias ..mais trata-fe tegamente /naSyntaxe. ^.j todo o nome

    ,que ai figaifica .racohlr

    arvore, ciafoMiTeitodeteil, pode ajut-^

    tar por elegan

    ,

    copo de cabaaicfi'. Rifujtja, redomoinho. .b.Rilunda, aijay;a. N. Rinmi , grude. S. Ri-fanga, defprjezp. T,. Ritna,,nodoa. Z. Ri^*Da, carranca. R2:lo, nariz.'

    'Tira-ifedea regra os nomes racionaes,-j8c

    itacionaes^ que comeopor N- yg- .RiN?*'Aij ao,

  • :4 Arte da lingua'noXconor. RiNuanajCobra d'agoa.RiNon*c guenna, camaleo. Riembe, Roia.

    JDos Nominativos.' Na6 tern efta lingua declinaes , nem cai-' fos ^mas tem fngular , 6c plurar, v. g. Nzam-.'bi, Deos. Gimzambi, Deofe.

    Regras parafabero pliirar pelo fingular,^Bcpara adjedivar o fuftantivo como adje^'&VO no fingular , 6c plufar. > ?

    Todos OS nomes , que no fingular comeas-' rem pelas fyllabas , ou letras abaxo , comea-ro no plurarem Ma , 6c feu adje:ivo nofin^.gylar comear ein Ri, 6c no pi iirarem A, v*.g. Nbatarinne jCafgrarde. Mabata anne^Ca^grandeSj * :

  • e Angola. ymea nofingular por Ca>& no plurar emTu, v.g. Camucete, caixinha. Tumucete tuaaba, caixinhas bonitas.

    Excciadafyllaba,Cu,6todos os inli-nitos dos verbos, em quanto verbos, ou feitos ;nomes; os quaes carecem de plurar, 6c con-

    corda com feusadjeftivos pela mefma fylla-ba, V. g. Cuzola cunene, amor grande.

    Exceia dei, fa os nomes , que antes d,,;

    I, tiverem M, ou N, porque no plurar come-aemGi ,& Teus adjedivos comearo no,fingular em 1, &: no plurarem Gi, v.g. Imbi,panella. Gimbia, panellas.Os nomes , que comearem pelas letras

    abaxo,comearo no plurar em Gi,& feusad^jebivos comearo no fmgular por I , & noplurar em Gi. v. g. Ndandu , parente. Gin*dandu

    ,parentes.

    G Nganga, Padre. Ginganga. Padres.U Nvunda, Ginvunda. Brigas.Z Nzambi, Ginzambi. Deofes.F Fub , Gifuba. Farinhas.H Hanga, G.hanga. Perdizes.P Pango , Gipango. Traas.S Sangi , Giangi. Galinhas.T Tulo, Gitulo. Peitos.X Xitu, .Gixitu. Carnes. ^

    Exceia do I, he ela palavra , Soxii lagri-ma ', &: no plurar , Mafoxi , lagrimas, Sote ,.Maflbte,Rans. Ex-

  • Amalin^naExcedBjao alguns nomes

    ,quefe

    jfonunQao com o B,fuavemente.Concorda oieu adjeftivo no fingular em Ri

    , & nopiumrem A. v.g. Nbuba, mabba, redomo.nhos deagoa.

    Excja da letra F, fazem no plurar emMa, os adjetivos comea no fingalar em I^no plurar em A. v.g. Fuma, noticia.Mafuma,noticias.

    Exceia do T, fazem em Ma, no plurar,& adjecliva no fmgular em Ri , c no plurarem A, v.g. Tabu riaoaba, porto bom. Mata-bu acaba, portos bons.

    Todos os nomes prprios de homens, ou demulheres

    ,que fazem no plurar em Gi , adje-

    tiva no plurar em Gi, &; no ingular em U,v.g. Fuia uazola, Francifco quer bem. Gifulag,iazola

    ,os Francifcos querem bem. Ngana

    uioaba, nhorbom. Ginganagiaoaba,enho-res bons.

    Tira-fe os que comea em Qui j porqueeles concorda no ingular em Qui. v.g.Qui-luangi,nome prprio. Qniluangi qumcne,fcnhor grande. Quiiugi, Rio. Qiilugi quia-leba

    , Rio comprido.Os nomes appllativos

    ,que comea no

    ingular em Mu , & pertencera, a homens , &:mulheres

    , & a eus officios , no plurar muclaa yllab Mu, em A , Sc adjecliva no finguiar

    em

    "^p

  • de Angola. fcm u,&no plurarem A, v.g.Mulum uaoab%marido bom. Alumi aoaba , mandos bons.Exemplo dos officios :Mubin, paftor de ga-do. Abin,paftores. Mulambi, coz-mheiro. A-lambi, cozinheiros.

    < r - jOs nomes appellativos, que nao fao dera-

    cionaes , muda a fyllaba , Mu ,no plurar emMl, v.g. Mulonga, Milon^a,palavras.Osfeus

    adjedivos no fingular comea em u,c noplurar em I ,# . g. Muchiiiiiene , plur. Michiineiie,paosgr'ahdes.

    Tirao-fe deita regra prxima os nomes ap*-peUativos,que comea por , vogados quaesno plurar acrefcenta Ma ,6c adjediva nofingular em u , & no plurar em Ma , v.g, Utaunene, arco grande. Plur. Mauta anene, arcos

    grandes.Qualquer nome, que no fingular comear

    em Qui, no plurar comear em i, c feus a-jedivos comearo no fingular em Q^i, c no.plurarem i,v.g. Quicala caloquinene, traba-lho grande. Plurar. Icakcaloinene, trabalhos^

    grandes corporaes.Os nomes , que cpmea5 por Lu , ordina*

    riamente no plurar fiizem em Ma ^ v. g. Lutolunene^colher grande. _ Malut anene , colhe-res grandes. Lundo, malundo , oiteiros. Lu-bngo, Malubango, bordoens.

    Todos osadjedivostem fmnte ha^r-ma.

  • ^rte da linguama, fem differena de gnero, nem cafos, v.g;Quiambote ,coui boa. Mutuiiambote

    ,pcl-

    foaboa. Porm quando fe poem a pariicuia.Qui, fazem advrbios, & toma a ignifca-a do adjedivo, v. g. Quiambote

    , muitobem.

    Todas as terceiras pelbas dos verbos faadjedivos

    ,6c co;tio taes concorda com os

    fulantivos. v.g. Yalariaoaba, ourinne ,bo-niem bom, 6c grande. Tambeiy fe lhe poemtodas as particulas afim do inglar

    , como doplurar jqueaqui tornamos a referir, v. g. dofingular, U,Ri,,Qui,Ca,Cu, Lu, Tu. Plur.A,l,G5Tu.

    Dos Pronomes Primitivos Ego^^^c.Eme,;^.Ey,r^^ Ac.Ele. Plur. Etu-,

    ^os.Y.nu^Fos. Ao, Elles. As vezes fe ufa doPronome Elue, em lugar de Ellie, que vaiomefmoquens.

    Alguns os pronuncia com I, no principio,v.g. irae,6cc. O mais udo porem become--car pela letra, Elue.

    Nao tem declmaa, nem variedade de

    aos u como em os pronomes Latinos, 6c fer-vem de nominativos

    , 6c dos mais caos femvariedade dos ditos pronomes. ^

    Tamb fervem de voz de chamar, fazendo

    vezes de O , vocativodos Latinos, v. g. Eyniucu hcnda, clemente, piedofa, Affim c

    v

  • de jngola.^

    v em Pacomio na Salve Rainha.Pronomes demonfirativos-i hic , e^ 'c*

    Todos feforma das letras E, ou O, pof-pondolhe ha das partculas acima declara-das

    ,que -a as feguintes : U, Ri , I5 Qui , Ca,

    Cu,Lu5Tu : eftas fervem para o ingular : &para o plurar as 4. feguintes,AJjGi,Tu.Comadvertncia

    ,que a letraE , ha de fer ancepo-

    la a todas as partculas da letra I , ou feja doCngular,ou doplUrar. v.g. doingul. Eri, Ei ,Equi: doplur.i,Egi. Aim mefmo a letraO , hade lr antepofta s partculas j que natem I,querleja do plurar

    ,quer do ingular.

    Para o fmgularfa as feguintes,Ou^OcajOcu,Olu, Otu: para o plurar eftas duas.* Oa,Otu.

    '

    Sempre o pronome hade ir adiante do no-me

    ,que moftra, v.g. Camba eri , efte amigo.

    Mulongaou, el;a palavra. Milongaei^eftas pa^lavras. As vozes comem a vogal antecedente,c dizem,Milonguei,em lugar de Milongaei.

    Os pronomes , ipfe, is, idem , fe demoliropor eftes dous nomes feguintes , Mune, paraongul. Ene 5 para o plur. com advertnciaquehadeeftar fe^mpre coUocados depois donome

    ,que fe moftra. v.g. YalamUnc,o me^

    mo homem. Plur. Etune , ns mefmos.Pronomes Relativos.

    Eftes pronomes a as partculas referidasantepoilasktraO, v.g, u, Y, Qui, Ri,

    Cao,

  • j^mmmmmmmmaiammmmJO jrte da linguaCao,Cu,Lu,tu. Piur.Ao,Y, Gi, Tujhadefr porm fempre collocadas depois doilomc relato

    , Sc perdero a letra O, quandoeftiverem por noiiinativo,cadje:ivada8 coma terceirapeflba de qualquer verbo

    ,quer feja

    dofngular, quer do plurar; porque enta po-remos apartcula, que pertencer ao nome

    ,

    fem a letra O, v.g. Omutu ucondeca nzambi;apefba,quehonraaDeos. Advirta-fe que svzesdobra a partcula demonftrativa j v. g.Yalaricri, efte homem. Mulongaou f efta pa-lavra. Quimaquiequi,efl;acoufa.

    Nomes emonJirativos,meus^tuus^

  • de jngola. ttConjfgacados verbos.

    Primeira advertncia. Para faberms por*que letra comea o verbo , polohemos no In*perativo , fem algum 'aci-ccentamento , nemantes, nem depois j porque nefte cafb fe poem .overbompleznfente com fus letras& Vl-labas eliencies . v.g. Giba , mata tu. Nzwkjama tu.

    As particulas diftin-ivas das peFoas^ fao asfeguintes: Singul. i, Ngui, x. 3. ii. Plur. i*Tu,x.Mu,3.A,

    Advirta-fe que na terceira peToa do fingu-lar rve ha das oito particulas atraT; referi-das, v.g. do fingul. u ,n , i , qui, ca, cu, lu, til,Piur. a,i.gi,tu. E aquell e ajuntar ao verbona terceira peToa , a qual pedir o futontivo ,que rege o verbo, como feu norainativo^af-im , 6c da mema maneira que dilemos no pa-,ragrafodosadjedivos. v.g. Quimaquirne ,coufa que he grande. Mtu u:ola nzambi ,pelba, que amaa Deos.Segunda advertncia he , f^ne a letra A , a-

    crefcentad , C coliocada entre a partcula di-linctiva da peToa, c overbo, he linai univer-fal de pretrito: v.g. uanzola zola^tu amavas.Gagiba giba , eu matava. Gazolele , eu amei.uazoele, tu amale.Na tem mais de ha conjUgaa6,pcla qual

    fe conjuga todos os v erbos, pofto que algunsdefe;!*

  • it Arte b lingua^defeftivos na tenha todos os modos,c tem-pos , os quaes no fim fe apontaro.

    ConJHga^ao queferve a todos os verbos^ xce*fto alguns impejfoaes.

    Modo indicativo, tempo prefentc.

    Sing. Nguizla, Eh amo,uzla, w amas.iizla, elleama.

    Plur. Tuzola, nos amamos,Muzla, vos Amais,Azla, elles amao.

    Nota,Se o verbo comear por vogal

    , a partculaGui, faz inalefa: v.g. Amba, que fgnifica fal-lar

    ,far efte Gamba*, Sc na

    ,guiamba.Tam-

    bm fe deve advertir,que todos os verbos a*

    cabaoemA.Pretrito imperfeito.

    Sing. Ngazolazola, eu amava,uazolazola, tu amavas.^zol3.lo\^yeIie amava.

    Plur. TuaZolazola, nos amvamosMuzolazola, vos amveis,AZola zola, elles a^navao.

    Nota.

    A letra A, pofta entre a partcula da peToa^& p verbo, he diliiia de todos os pretritos.

    Pretritoperfeito i.

    Sing. Ng^why hapoHco que amei. ..uazoki

  • deAngda. ijCazola, hafoHco que amafle. >,

    fiazola, hafoHcoqHeamQH.Plur. Tuazola, ha^ouco qmamamou

    '

    Muazola, ha^onco que amaftes.Azola, hajfouco que ^rAQ.

    Nota.

    .Frequentemente ufa defte primeiro pre-

    trito por prefentcdo Indicativo , principal-

    mente na primeira peToa.pretrito ferfeito 2. quando ha mais teri^fQ

    qne amoft.

    Sing, i^gzzolo, eu am0 ha tempo,UXLolOy tuamafiehatempo,iiaaiolo, elkamou hahmpo,

    Plur. Tua zola, nosamamos ha tempo', \JMuazola, m^amafles ha tempo,Azola, elies amaro ha tempQ,

    Nota,

    Muitas vezesaccmpdao eftb fegundo pre-trito ao prefente do Indicativo. V. g. Nga-riondoNguiloloque , peote.qme perdoes*

    Pretritoperfeito 5. quando ha mmto temp9que amou.

    Sing. Ngazolele, eu amei,uazolele, tuamafie,uazolele, elleamou,

    jpiur^ Tuazolele, nos amamos,Muazokka vosamafies,^%Q\dtf ellesiJimrA9y

  • 14 -^>^^ ddiinguaNata,

    ' Efte pretrito figni^ca teramado ha muitotempo ;& ainda que le ponha einfsuugrhum dos dous pretritos ditos acima, na eVaria ofentido.

    Preterit, Fltifquamperf,Sing. Ngazollle, jeu tinha ama,

    uazollele, jattt tinhas^m/ido.uazollele, jelle.tinhAamado.

    ]^\xiV. 'V\X'a,^o\t\\Q^jmstinh^mos^^^^Muazollele, javostmhets amado,Azollle, jetkstinhaoamddo.

    Notai,Efta mefma regra feguarda nos preteri tos

    perfeitos, que acrefGentaoeftaparticuk Ne,v.g. Ngatuminene

    , Mandou j ha muitotempo.

    Notax.Multiplicar fyllabas, ou verbos, ou nomes,

    ou negaes, he exageraom epecieda voziou figmcao. V. g. ,Quinnnnc , coufamuitomuito grande,

    $ing. Nguica^iola, euamarcL \ucazla, mamars,ucazla, ^Ueamar,

    tlur. Tuca!la, nsamarmoji '. :Mucazola, msamarUs,Aeaaik, ^^es amargo^

  • de Angola. i|Sing. Nguizacuzok, mvmi a amar.

    uizacuzl^, iumrsAumar.ttizacuxla, ^lle mrda amar,

    Plur. Tuizacutla, woj vtremos a amapMu2.aai2iola, vos vireis a amar, .Auzacuzok, ^//; viro^af^for, \

    Jmperat,

    Sing. Zola, ama na,uzle, ami'clU,

    Plur. Tuzle, amemasnh.Zolnu, amai vos.Azole, amem tiles, *

    JShpa I.

    Todos os vetbos na frimeipa peffoa doIm^pcracivofe pronuncia comofajfem acrc^centamento , nem antes , nem depois ,& inmudana de letra alga, como fe v ncle yer-boZola.

    Notai.Acrefcentando ao verbo antes , ou depoi

    alga coufa 9 que fc una ao tal verbo , mudaraletra A,em E,v.g. Cuzlejna ames.N^Lam-^bi yaquiri zolayo, a:I>eos verdadeiroamai.

    Nota^,Tods os verbosacabao na letra A^ na pri-

    meira peTo,^ do Imperativo } afix pfno n^rcfce dp todicatxvo.

    ftm

  • t6 u^ru dalingmFntHT.five Mod, Mandativ,

    .Sing, iicazola, amarsm.iicazola, amar elie^

    Plur. Q^zoQ.n.\Ji^ amareis vosAcazle, amaroelles,

    Optatvi Mod. temfus frafetis.Sing. Cata cata gazola, oxal amara cu.

    Cata cata tizola, oxal amaras tu.Cata cata iiiola, oxal amara elle, >

    Plur. Cata cata tuzpla, oxal amramos nos.Cata cata muzola, oxal amareis v\s*Cata cata azola, oxal amarao elks,

    Prterit, Imperf.Sing. Cata cata gazlazol^ , oxal amara en.

    GLt.ctJiizhzolz, oxal amrastjf,-

    ;Cata cata iiazlazola

    ^p,xala amara elle,

    Plur. Catacata mm\'2a.o\?L^oxala amramos nb^Cata catam uazlazolajat^/^ amareis v04Cata cata azlazla, oxal ar&raellcs..

    PrMerit^PerfeEi,Sing. Cata C3i^2i%\^^x.(?Japnhamaf^ado,

    Cata cata uazolelc,

  • . de Angola. ' ifFrdsrtt. PHpjuamperf^,

    Sing. Cata cata gazlelde , oxal tenha euJd^n^tao amado.

    Cata cata dazlelele, oxaU tenhas tuy en-to amado, * \

    atcat azlelelt,oxal tenha elle ji

    entaamado,Plur. C'tictitwxL\dt\t^xaU tenhamos nos^

    j ento amado.Cata cata muazlelelc, oxal tenhaisvosjJi

    ento amado.Cata cata axlelele, oxal tenhaellesj en^

    tao amado.Nota I.

    Sa os tempos do Optativo em tudo emeIhantes ao Indicativo

    , fomente acrefcent^aparticula, catcat

    ,a qual vai mefmo que

    exala, ou praza a Deos.Nota '3:.

    Tambm fe pode dizer por modo mais cla-ro ,6ccommum a todas as linguas Ambundas,dele modo : Nzambi uandale eme ngu2;ola.Scc. queira Deos que eu amaiFe.

    Futur, ' .

    Siag.Cata cata ngucazle,oA;//i^ ame suyoufra-*ZA a Deos queame eu,

    Ct cata ucazle, oxalO"^ cfme

  • fS ^rte da linguaCata Catnaucazlc, oxal que ameis vs^

    Cata catacazIe,^A;^A queamem elles^e'f*Cnjun,temp.prafens,

    Sing.QuinguizlajC^p^o eu amolou amando ett^Quiiizla, comom amas^ &c.Quiuzla, como elleama j 'c,

    plur. Quituzla , como nos amamos^ &^QuimU2.la, como vos amais

    ^ 'c^Quiazla , como elles amao^&c.

    Prterit. imperf,

    fSing. Quingzlazla ^ Como euamava ^ohA"mando eu

    Quiiiazolazla, como , oh quando tu ama*vas^e^c,

    jQjiiiuazolazla,^c>w> ^ ou quando elle amava ^&c.

    JPlur. Quituazolazla,'>?>,

  • de ^ngold. tfQuimiiazlelc, como vosamaflesy^s,Qui aaziek, como eles amdm^&c,

    Nota.

    Paraufar dos pretritos i .& 2. do Indica-*tivo , baila ^crecentar o adverbio

    ,Qui

    ,qu

    ignifica como, ou qaando.PrAterit. Plnfjuan^perf,

    Sing. Quingazollele , como eu tinha armdfmQuia2.6llele, como tn tinhas amado,Quiuazollele, como die tinha amado,

    Plur. Qv.iotwsOAlc^como nostinhamosama*do.

    Quimuazollele , como vos tinheisamada/Quiaazolclele, como elles tinhao am^d,

    FntuY. I . -para amar logo.

    Sing. Quinguixla , como eu am^r^ oh tiver ^^^mado,

    Quiiizla, como tts amares^ &c,Quiiizlu 5 como elle amar^^c,

    plur. Quituzla, como nosamarmos^&c.Quimuzlaj como vos amard^f^ ^^Quiazla, conw ellesamarem^ ^c,

    Futur, X. para amar depois de muito tempo.Sing. Quinguizacuzla y como eti vier a amarl

    Quiuizacuzla, como tn vieres aamar,(^loixvi'aQnzol^ como elle vier a amar,

    Plur. Quiruizacuzla,^a;??? nos viermos a 4^mar,

    Quimu2.acuzla,V?wvh vierdesaamarBij QuiQ

  • ^1

    .

    iq Arte da lingua* Qui aizacuzla, como elks vierema im^

    Notai,Os tempos do Optativo , & Conjun6bivo

    Ra diFerem dos do modo Indicativo. Pelo

    ?ue ajuntando,&antepondo os advrbios da)ptativ o ,& Conjundivo aos tempos do In-

    dica tivo^faz-fc o mefmolentido ,c efcufar-fe ha muito eludo.

    Nbtaz,Por eftc verbo feha de conjugar todos oa

    0iais, excepto algs poucos dcfe:ivos.Infinit,

    uzola, amar 9 ou que amava^ amei^ amra^ (frc.Nota, >

    A todos os verbos ferve a particula, cu, natem mrais tempos , nem muda de forma j masaccmoda-fc a todos os verbos

    ,j como ver-bocom feu cab,(v.g. Ngandala cuzola nzam-bi 9 quero amar a Deos ) ja como nominativo,V.g, Ocuzola nzambi cuauaba , o amar a Deos"he bom*

    Gerndio em di,^QuiacUitola , de amar.

    Gerndio em do,Nocuzla , amando.

    Gerndio em dnm'MocmlX',para amar,

    Partictpo em ans^ ^c. prefente, .

    Quiaiola xla, coufa queama^cr amava,ParttCip^

  • de Angola. itParticip. do preterite

    Quiazlele , coufa cjue amou.Participo doffitfiro,

    Quiczla, vel quizacuzla , coufa que h4deamar.

    Nota,

    A partcula Qui 5 he hua das que fe ajuntaos terceiras peiToas dos verbos, c afim comonas terceiras peToas dos verbospomos a pafti-cula

    ,quepedc o uftantivo , aim fe hadc pr

    neftes participios a partcula , que pede o fu-lantivo

    ,que os reger , v.g. Mutuiizola , peC-

    a queama. Atuazla^pelloas que ama. Mu-tuiicazla, pefbaque hade amar. Atu acazlatpeToas que ha de amar.

    Do Ferbo NegativoTem o verbo negativo a mefma conjuga*

    a que o verbo. , Cuz la , de que faliamos,aoqual acrefcentando ela palavra Cana , antes ,'OU depois do verbo , fica negativo, v.g. Can-ngazla, nao amo. Canngagiba,na matei.Porm pola antes , & depois do verbo , negacom eficacia. v.g.Ganngagiba can,na6 ma-cei na.' Tem outras negaes com variedade -

  • 12 Arte da linguavem para o prefente de todos os modos

    , futu*-ros 5& imperativos, v.g. Qunguizla, na a-mo. Cuzle, ira ames. Cazie, na ame , 6cc.Plur. Qiietiizle na amemos, (^uemuzle,na ameis. Cazle, naamem.elles.

    Para todos os pretritos fervem no fingu-lar as feguintes. Que,No,Na. Pliir;QujQue,^^' v.g. Qiengagiba ,na matei. MoQzoielei'naamale,&c;

    As vezes ferve a partculaNe^para fazer o

    verbo negativo,& ela he mais ufada entre

    os Ambundos; tambemfeacha algas vezio Que, 6c o Ne,juntamente antes do verbo.^'^' Quenaigagiba, na matei.

    Natemefta lingua verbo palivo , dondepara dizerem

    , Deos h amado dos homens,di*em.-Omala azola nzambi,os homens amaara'dizerem

    , os homens fa amados de f , di-stem: Omala arizola , os homens feama a i.Ojnefmphc nas' mais peloas , entrepondo fem-preaparticuIaRi. v ..

    . Do verboftfiantivo^. \Ufa do verbo, Nguicala, que figniica fcr,

    ou elar. Conjuga-*fe efte como os mais, exce-pto o pretrito, que muda o Ca, em Q^ie ,& a'partcula la,em xi, v.g. Nguicala, cftou.E nopretrito faz

    , Ngaquexi. E oJ;.

    pretrito fa2,tNgaqucxilC'.

    Dos

  • deAngol i^Dos verbos imperfeitos,

    Compocm-fe eftes verbos das partculaspeToaes ditas acima. E nem todos guardacila regra, porque varia, Sc f como ub fcpodem faber. v.g.Sing. Nguiyalavy^^^i'i^^^^

    iyda, mes homem,iiiala, he homem,

    Plur. Tuyala , ou tumayla,y3w?; homef,Mumayala ^fois homens,Mayala 9 fahomens.

    Outra,

    Sing. Nguami, en na,o quero,Nguaye, tu nao queres,Nguo ^ellenaoquer,

    Plur . Nguetu , nos naqueremos,Nguenu 9 vos nao quereis,Nguao, ellesnao querem,

    Eftes a os verbos imperfeitos, 8c outros^os quaes mais fe aprendem com oufo, porfc^rem anmalos.

    Rudimenta,Em quanto Rudimenta, tem efta lingua

    todas as oito partes da orao , mas muito di-^nautas refpeito da Latina ; por iTo na trataalguas neceffarias, por elarem declai*adas n^Syntaxe.

    Dos Gneros,

    3^a6 tem efta lngua Gneros j explica5-feportn

  • ;^-f Arteda linguaporm pelos xos femenino , ou maculino.v.g. Yalla, macho.Nganayaalla,fenhor:Mu.hetUjfeniea. Nganayamuhecujfenhora, cc.

    Dos Pretritos.Tem os verbos defta Ijngiia geralmente

    trs pixtenros perfeitos ; o i . fignilica ha pou-CO tempo 5 o 2. que ha^ mais tempo y) 3. queha muito mais tempo. Porm tem-le porex-pericnciu que aigas vezes ua hum por ou-tro \ deve ler pela variedade das terras

    ,& na-es.

    O primeiro he mais fcil, & accmodadopara os principiantes. Efte fe compoem,acref-centandolhealetra A

    , collocada entre a par-tcula pelToal

    ,& o verbo, v, g, Nguizola , euamo. Ngazla

    , eu amei , iiazoia , tu amalie,

    ccc.

    o fegundo pretrito fe forma mudando aiiltimajogai A, do prefente do Indicativo,emaIelra,qforapenultimafyl]abado vefbojv.g.forE

    ,mudar a ultima em E. v.g.Nguen-

  • de Angola. 2yrio pretritocm E, v.g. Nguibanga, eu fao.Ngabangue,eufiz.

    Tira-fe tambm por exceia os verbos qtiverem por penltima vogal as letras I^ou U,quando na tem confoante intermedia,que fi-ra a ultima letra A, porque eles perdem a ul-tima vogal A, 8c fica a vogal I , ouU , que eraprimeira,por ultima, v.g. Nguiri , pretrito,Ngari, eu comi. Nguilua,eupeleijo.Ngalu,eupeleijei. Os verbos de 4. fyllabas na tem2. pretrito, ffe acha, Ngariondo,ped ir jOUrogar. " jO 3. pretrito fe forma mudando a ultima

    letra A, (em a qual letra acaba todos os ver-bos) em as letras E, ou I, mudar em E,quan-do as penultimas^vogaes forem A , E, O. Mu-dar em I, quando as penltimas vogaes fo-rem I,ou U,como parece dos exemplos,c vo-gaes collocadas por fua ordem. Feita efta mu-dana , e lhe acrefcentar a fyllaba le , que hea diferena conlitutiva , 5c eiencial dele 3

    .

    pretrito.

    A, Nguyandala, defejo. Ngandalele , defe-jei ha muito.

    E, Nguynda, ando. Ngandele, andei.I, Nguigiba, mato. Ngagibile, matei.O, Nguizbla, amo. Ngazolele, amei.U , Nguifua, morro. Ngafuile, morri. Ngui-

    iua^ peleijo. Ngaluilcj pel&ijci.Tira-fe

  • t6 Ar t da linguaTifa-fe por exceiaa da letra I, os vcrbost

    qucacabao em Ya, porque eftes perdem a le-tra ultima A, ficando a letra I

    ,por ultima ;

    qual fe acrefccntar a fyllaba le, v. g. Nguina,cucomo. Ngarile,eucomi. Nguiya ,eu vou*Ngaile,eufui. ^A mefma regra demudanpi de letras guar-

    da os verbos,que acaba emMa , ou em Na;

    mas com differena,que fe lhe acrefcentar

    Ne, em lugar da fyilaba , Le. v.g. Nguituma,xiando. Ngatummc, mandei. Nguichiquina,creyo. Ngachiquine, cri.

    Advertncia:!.

    Os verbos, cuja vogal penltima fori, ouU, da regra acima

    , que tiverem hia das fylla-bas feguintes, Da,La, Ta, Za, fara mudananas tacsfyllabas, da maneira feguinte : muda-ro Da, em Gi, La,em Ri, Ta , em Chi , Zacm Gi: cujos exemplos ponho aqui por ot^^dem.Pa, NguilundaNgalungile

    , cu guardei.La.Nguirila, eu choro. Ngaririle

    ,chorei.

    Ta, Nguifuta, eu pago. Ngafuchile

    ,paguei.

    Za. Nguiyza, eu venho. Ngaigile, eu vim.

    Advertncia Z,Os verbos

    , que acaboem Ga , quando fi^zerem mudana do A, em E, ou I, fara Gu,ouGui. Afimmefmo os verbos, que acaba-rem era Ga,quando mudarem a letra A,em E,

    ou

  • de Angola. 17ou I, fara Que , ou Qui. Exemplos. .*Ga,Nguibanga,fao. NgabangUele, etifiz.

    Nguibinga , Ngabinguile , eu pedi.Ca, Ngaibaca , Ngabaquele , poz alga coufa

    em lugar , ou aentou.Nguinca , Ngairiquile , eu moirei. ,

    Eafira mefmonos mais tempos, quandofazem amefmamudana , como fe v no Im*perativo, Tuirique , nos ampftra.

    ^

    Os verbos,que na primeira peflbado Indi-

    cativo tiverem ao menos 4* fyllabas , fendovogalU , &: acabando o^erbo em La , ou Na,mudar a yllaba La, em I , C acrefcenrarafyUaba Le. E os que acabarem em Na , alimmefmo mudaro a fylkba Na , em I ,& acref*centar a yllaba Ne. Exemplo de ambos :La , Ngttifucula, eu lavo. Ngairucile,lavei.-Na, Nguibucana , eu tropeo. Ngabucuine ,

    tropecei.Advirta-fe porm que eles pretritos fa fin-copados.Os verbos de +. ou mais fyllabas , que tive*

    rem apenltima ,6c a ultima fyllaba La,ouNa, mudar a letra O

    ,em U , & a fyllaba

    Na , ou La ,em 1 , 6c acrefcentar a fyllabaLe , ou Ne. Exemplo de ambos.Na,Nguiiamona

    ,pentyo. Nglamuinc,

    penteey.

    La, Nguiflbcola, colho. NgaflbUile, colhi.

  • ft^ ^rte da liftguaPretrito Plufquamperf,

    Fonm-icefteprccento dobrando afyllabLe,ou Ne. v.g. Ngazolele,eu amei. Ngazo-Ielele,jcu entarmha amado. Ngatumine

    ^

    eu mandei. Ngatuminene,j eu cnta tinhamandado.

    Dos verbos, a que fe acrefcenta a fyllabaLe,fetira6 por exceia aquelles, que tempor penltima a letra vogal I, porque a elesacrelcenta no pretrito plufquam perfeito ar}^llaba Ri. v.g. Ngaeibile , eu matei. N gagibirile,j cu enta tinna morto.

    Dos verbos compofos.r Se forma do pretrito perfeito,mudando

    o ultimo E, em A , & defta forte e conjuga

    todo o verbo. v. g. Ngazolele , eu amei. Nga-Aolela,euamo.Ngatumine, eu mandei. Ngui-tumina,eu mando. O fim defta compofiahe para exagerar fgnifcaa do verbo;

    i. Tambm fe formado pretrito perfeito^m udando a yllaba Le

    , ou Ne , em a v. gNguizolea

    ,fao amar, ou fou caufa de amar.'

    Nguachiquinine,cri. Nguichiquine

    ,faa

    crer.

    3. He o verbo iterativo, o qual na temmudana em i deftes advrbios, Ringui

    ,que

    ignifica,outra vez , ou Nginga, muitas vezes.'' g- Nguilonga ringui , enfino outra vez.Ngamba ginga

    , fallo muitas ve5iies. Tambenx

  • de Angda. 19fe pode uar do adverbio Luvulo, muitas ve-zes.

    4. O quarto compoem- metendolhc afyllabaRi , entre a partcula pelbal , 6c o ver-Ibo , referindo- a igniica do verUo fobrcapeToa que o rege. v.g. Nguinzla,[email protected],eu me mato. Ngarigibile,cu me matei, uarigibile , tu te matale , &c. Caim nos mais tempos.

    f, Quando fe quer fazer algua exageraonefta lingua , 6c alga perpetua ignificaaodo verbo/e forma do pretrito pluquam per-feito , acrcfcentandolhe duas fylabas,Lc le ,ou Ne ne , 6c a ultima fyllaba hade fer La , ouNa. v.g. Ngazolclel , amparei fem fim. Otu-bi tu.cariapemba tu caelela

    ,o fogo do dia-

    bo ( o mferno ) dura para fempre,6. O fexto compolo he muito udo , &

    necelario. Compoem-fe de algas particulas^das quaes fervem has para o lingular , outras-para o plurar , collocadas entre as partculaspeilbaes , 6c o verbo. Servem de accufativo dativo , aim como no Portuguez, eu te amei,cu amei , eu te dei , eu lhe dei ,6cc.

    Para o fingular fervem as feguintes :Ngui, Cu, Mu. Ri, u , I, Qui , Ca , Lu , Tu.A ignificaa5 das partculas para aspeFoas

    ,

    he a feguinte : Ngui,para a i . peiba, Cu, paraai.MUparaaj.fefoTfacional. As mais fer-

    ^ vem

  • i30. Arte da Ungt^avem para a g. peiloa ,& para tudo o que naShe racional

    , conforme o Nominativo, que re-^ger a ^^peToa do ingular. v. g. Nzambi iin-guib ucub

    , jmbk , Peos me d , te d , clhe d. Omut, ou iinguigiba, ucugibajurau-giba

    ,ela pcToa me mata , te mata ,& o mata.

    Para o pjurar lervem as feguintes: para ai.pelba,Tu,paraa2. Mi^para ag. A. Ad-vertindo que etas ^.fervem para os racionaes.E para os que o na fa

    , fervem as feguintes :I, Gi, Tu. v.g. Tu cugiba, tu migiba , tuagi^ba

    , ns te matamos , nos vos matamos, ns osmatamos.

    As partculas Ngu, 8c Tu, nao fervem pa-ra as primeiras pelas , nem do ingular , nemdo plurar; porque nao dizem , Nguinguigibaieu me mato,nem Tutugiba, nos nos mata-mos 5 mas dizem: Nguirigiba , cu me mato:Turigiba, ns nos matamos 5 como conla do4. compollo.Quando fe ajuntarem f . pclba 4o Impe-

    rativo , itiudar o verbo a ultima letra A , enxE. v.g, Nguigib , matame tu. Nguizole , a-mame tu. Nguilueque , efcondeme tu,6cc.

    Quando a particula relativa, que ferve deacculativo , ou dativo do verbo , l encontrarcom outras particulas , ficar immediatamen-tejuntoaovarbo,6c a fegunda acrefccntadaficar antes. v. g. Nguicacugiba , eu te mata*

    rei.

  • de Angola. 3%rei.G exemplo eft em Ca, partcula do fu-turo 5 6c n partcula Cu,junta com o verbo,Ngiba

    ,que faz o fcu accutivo.

    Heeftecompolo relativo, porque referea aca do verbo fobre a meiua

    ,que o rege.

    v.g. Omutuou emengamugbile,efta pellbacu a matei. Tambm diz. Eme ngagiblcomutuou , eu matei a peiToa ela. E ele modohe mais fcil.

    Quando fe encontrt dous relativos,o maisnobre fe poem no principio do verbo,6c o me-nos nobreno m. v.g.Opungayaye ngacuvu-twileyo ringui , o fervo vollb volo tornei ainandar outra vez. O exemplo el na part-cula cu

    ,que relata ao fenhor ,& no relativo,

    yo, que relataao fervo menos nobre > &poriTo eft pofto no fim .

    Da compojtao dos nomes verhaes.' Osnomes verbaes fc compem dos verbosCmplices poftos na primeira pelFoa do Impe-rativo

    , onde o verbo efta livre de toda ^ com^pofa. v.g. Ngiba, mata tu , mudando o ul-timo A, em I,&:acrefcentando a fyllabaMu,no principio , fica enta6,Mugibi, o matador.Os Vrbos

    ,que acabarem em Ga, Da,Ga

    ,

    La, Ta, mudaro as ditas fyllabas a,em Qui,Da,em Gui

    , Ga,em Gi, La ,em Ri , Ta, emChi. v.g.Muonequi

    , efcriva , do verbo , Soneca , ePrever. Mu-

  • ^1 Arte da linguaMulungi, guardador, do verbo, Lund,guar-dar.

    Mulongui,melre,do verbo, Longa , eni--nar.

    ,

    Mucalacari,trabalhador

    , do verbo,Calacal,'trabalhar.

    Mubuchi,barbeiro , do verbo, Biita,barbear.

    Tira-e por ex ceia, Ngambi, orador , dot*

    verbo,Amba

    ,que igiiacafallar.

    Os nomes,que ir^^iica inftrumento

    ,

    formo dos primeira.: compoftos , tirandoas partculas pefioaes , Sc mudando o ulti-mo A

    , em O. V. g. Nbmbela, carinho , ou/lifonja. Nbombelo, o inftrumento com que :lifongea, do verbo, Nbomba, que igniica, li-bngear

    , ou cariciar. No plurar fazem emMa, 6c o adjedivo , no ingul. emRi , no plu-rarem A.

    Dos Diminutivosj fica dito nos Nomina-tivos.

    Dos aumentativos.Os nomes aumentativos fe formo pondo-

    Ihes no principio a fyllaba Qui,ou no fim o d-jc6Hvo Quinne, quefignifica coui\ grande,efpecialmente na quantidade, v. g. Qui^la ,homem grande corpulento. Porm he necef-.lrioadvertu', que fe.puzermos efta fyllaba.Que

    , em lugar de Qiii, faz fentido contrario, j

    ciignifica coufa pouca, 6c. de pouco prefti4

  • de Angola. JJ'Hio. v.g. Quyala,homem para poi?co,& qua*fina homem. E araza difto he 'y porque ^partcula

    ,Que, fignifica,na6.

    Sjntaxe. I'Nota I.

    Tratamos fomente das regras gcracs , quepertencem a todas as Unguas , cxjue fe podemaccmodar dos Ambundos, deixando as cf-peciaes da lingua Latina. Porem parei a pri

    meira palavra da regra Latina, 6c o exemploda lingua Angolana, declarando o exemplada mermalingua,paraquefefaibaa palavra >que pertence regra , de que fe trata.

    . . Nota%.Em lugar deftas particulas Portuguezas, ol

    os,ao,aos, a,s,ufa6os Ambundos da vogalO, pronunciada quafi guttural , 6c fem apices,porque nunca ferve de vocativo , como no

    Portuguez , 6c Latim. v. g. Neambi ubanaomalaopembela yy , Decs d aos homens afua graa. O exemplo elem Oj antes de ma*la , cemO , antes de pembala. O ngingangajauaba,os Padres fao bons. O exemplo eftcmO , antes de Nginganga.Regras do Nominativo. Ferhumferfonale &c.

    Todo overbo peToal nefta lingua tem feunominativo claro, ou occulto. v.g. Eyiiaco-lo, eme pngacolo,vs elais bem, eu tam-bm eftou bem. Oexemploeft no pronome

    C Eye,

  • * 34 ArteiaUriguaEye

    ,&no pronome'Eme

    , nominativos cla-tjros.^Tambem fe pode dizer : Eye iicola, ngui-cola pe.onde eft o primeiro nominativo Eye,daro, & no fegundo verbo nguicQia, occulto.

    Primage'fecHndaperfina^-c,' A primeira

    , & fegunda pcfba poctn-cclaramente, quando diverfaspeToas molracontrrios defejos. v.g. Emerigandala culun-da o milonga y nzambi , eye cuandala cuilun.da, eu guardo os preceitos de Deos,mas tuna queres guardalos. O exemplo eft nosdouspronomesjEyc, &: Eme

    , poftos clara-mente

    ; porque os agentes moftra diverfosdcjosjporquehum quer,6c outro na quer.

    AutcHmplHsJtgnificamus, (^c.

    Tambm fe diz nela lingua mais do que(igniicamos.y.g. Eye uabeta Fula o cuaba omaxima.Tu levas ventagem a Francifco nabondade. O exemplo eft no pronome Eye.As vezes colloca o nominativo depois do ver-bo, v.g. Momaca aamba atu ayari, nefta pra-ticarfalladuas peftbas. O exemplo eft ematu ayari, nominativo d verbo ^mba,pof-pofto.

    O letras vezes colloca o nominativo depoisdo verbo, entremetendo outras palavras en-tre o verbo,& o nominativo,como fe v naCatecifmo do Padre Pacomio na Orao doPadre Noflb. Quize cotuecla o quifuchi

    quia;

  • de Angola. 35quia : venha para onde ns elamos o teuRcyno. O exemplo el nas palavras ,CGtue-cala 5 polas entre o verbo ^Quize , c o nomi*nativo 5 quifuchi.Tambm ufao do nominativo occultamcn-

    tc. V. g. Acondequ o rigma riayc , a gentehonreovolb nome. O exemplo el em a-condeque , verbo com o nominativo occulto^

    Tambm o verbo infinito faz vezes de no^minativo. v.g. O ciigiba c[uimaquiaiba,o ma-tsix he mo.O exemplo el em ocugiba, ver-bo infinitOjfervindo de nominativo. c = -

    , TJlmbem o verbo infinito , que rve denomintivo,pde ter feu accufativo , como cv nefte exemplo :O cugiba atu ne quia oaba:o matar agente nao he bom. O exemplo eftcmatu , accutivo do verbo iafinito,pugiba]

    Peaces copfilativa y drc^, -^".

    < Muitos fiiftantivosjuntosfazem iro^erbotao plurar, v.g. Notubibtu otu , oyama ,oy-*fafl , ncyuma yoTo iza cubu , nefte fogo as,pcToaSjOS animaes, as arvores , 6c todas ascoufashad acabar. O exemplo eft no ver-bo iza

    ,pofto no plurar por caufa dos nominaf

    tivos continuados, Atu, Cc. -

    Nomina adjeiva^&c.- Neftaliiigua iodos os adjedivos tem huflnforma , porque xia tem variedades de gc?^

    Ci] neros>

  • 3
  • de Angola. '3?Mala anene,homens grandcs.O exemplo eftno A^ do adjedivo anene , que comea por Aainda que o feu fulaniivo comece por M,pors-

    que baila que a primeira letra vogal feja A.

    Quando os adjedivos , &: terceiras peffoados verbos fe poem na orao tautralmentc

    j^

    & fem fuftantivo, que osgoverne,felheacref^centar a lyllba Qui. v. g. Qaiaoaba , cofeboa. E aflim mefmo quando fe fazem advfibios,porfehaamerma yllabaQu;. v.g. Qu^aoaba, bellamente. Quincne^grande coufa,ougrandemente fendo adverbio. Forem quaido

    k. adverbios,nuncamudao a fyllaba QuiyCfa indeclinveis.

    '

    RelativHin qui qm quo^&c. ^ - [; Asparticulas,de que j falamos acima, *

    crefcentandolhe a letra O,fervem deTelativo^,v.g. uo,y,ri,qui,cao,cu,lu,tu. E allimmefmo as do plur.Ao,y,gio,tu.v.g. Nzm-bi ngana ymi,o ituxi yolfo ngacalacala , n^*riclayo^ngaitaculaxi, ngaitende,: yanguibikquinne -.ombatangacuffaiilenayo eyengt.na yami : Deos enhor meu,os peccados tdcrsqu^fao, arrependome delles , os lancei for^os defprezei , os quaes me aborrecem muita,porque offendi com lles^ti Senhor meu. ;O exemplo eft era y , relativo dos pecca-*

    dos^dcpois do verbo ngariela,>0 fegundo ex-

  • 38 Arte da linguaplo eftcm ya

    , antes do verbo nguibila , tam-bm relativo dospeccados. O terceiro exem-f>lo elem nayo,depoi.do verbo ngacuTaui-le, tambm relativo dospeccados. ^

    0,y,relativo entre a particula nga^c o ver-bo taculaxii aTim mefmo o, y, entre nga, 6c overbo tende ;&a partcula ngui,cntre ya,& overbo ibila; 6c a partcula cu , entre nga

    , 6c om)o faule, tem ua declarao no fexto ver-b-compoloja quem peitenccm por accuti-yos ,como fe pode ver no dito verbo cpolo,

    ' Notai.Quando cftes relativos fervem de nomina-

    tivo perdem a vogal O.v.g. Tattu ueclaco^maulo. Padre nolo,q efts nos Ceos.O exemipio el no u,do verbo ecla, relativo do Pay,'avendodefer,u ecla. Tamb fepde perderp 0,fazendo finalefa^por fe feguir a vogal E.

    Notaz,Quando o dito relativo for accufativo

    , fecfl-iver antes do vcrbo,6c fe ouver nominativodarojfe porentre o nome relato

    , 6c o verbo,como fe v ioexftmplo feguinte. v.g. Oyma^yolb iiatubeyonzambi yaiiabelela omienhoyetu : Todas ascoufas

    , que Deos nos deu , a-pToveitaoanoiTasalmas. O exemplo eft cmyo, depois, do fuftantivo yiima, concordadocom o adjeaivo f. Nota 5

    .

    Quandoo relauvo cliver cm ablativo,fc po.r

  • e AngoUi 39rimmediatamente depois do verbo, antcpola efta yllala Na,unida ao relativo.v.g.O mi-tlongyacucondecatiayo nzambi iiKcuim. Os-preceitos, com que fc honraa DeoSjfa dez. Oexemplo eft no relativo yo, com a partculaantecedent-e Na,depois do verbo cucondeca,que ignifica honrar.Os relativos , que fervem ao cafo ablativa

    noingular,fa6osreguintes. Nauo^nayo, jia^

    rio,naquio,naco, nacuo,natuo, naluo. Plur.

    Nao,nayo,nagio,natuo-, dandoacada fulan-

    tivo a partcula, que pedir o fingul.ou plur^SHbfianvA.continHatairc,

    Os fuftantivos continuados leva o verbo^oplurar, como n. lngua Latina.v.g.Petolo

    ne Fula azolanzambi. Pedro j c FrancifcQ a-ma a Decs.

    Interrogation & refponjo^&e, \^Na tem os Ambundos caros,6c por iflb rc-^

    fpondem pela mefma peflba , & propofies,'peias quaes fefazapergunta.v.g. Nzamb Ga-zola tu oTo? Deos ama a todos ? uazla: ama.

    Q xemplo el na pergunta,Sc verbo^uazola; qual ercfponde com o mefmo verbo uazo*Ia, c pelba .'

    As peToas ao as mefmas dos verbos , mordos,6c tempos. Aspropoics fa trcs, Boe^j^Wo:as quaesjuntas ao adverbio Ebi,quc figni*fica aonde , fervem de pergunta. Com os yri

    bos

    Mtt

  • 4^ Arte da linguabosde quietao igniica o mcfmo que cm,& com OS verbos de movimento o mefmo quead. Exemplos. Nganauadla bebi? OndeeftfenhorPRep. uacalaboba ,el aqui. O monanzambi uatunda bebi ? o filho de Deos de don-de veyoPuatundu moeulu,hiodoCeo.A par-tcula bo/requentemente faz inalefa perden-do a letra 0,v

    .g.N boebi, que dizem, Nbebi,

    feftehemaisufado.GenitivHmpofi nomeftyrc,

    \ Para os Ambundos declararem o nome depoleTa, v.g. chapeo de Pedro , ufao das par-ticulas declaradas atraZjacrefcentando a letraA,a todas aiim do ingular,como do plur. v:g.ua,y,n,qui,ca,lu,tu. Plur. a

    , y , gia,tua. V. g. Ngina ritata ,nbme do Pay. Qui-gimbute quia

    , Santa GruZjfmal da SantaCruz. O exemplo ei em ria, partcula entreOs^dous nomes fuftantivos ngina, C tat.

    Parttivos*' Servem departitivos as partculas Bo, No,com advertncia que quando no Portuguezdizemos dos, daSjde, poremos aparticula JBo.v.g.^oyumayynguami nequimoxi. DasvoTs cous na quero nem ha . Moymayofo onzamba y beta ocufuna ^ entre todosos animaes o elefante he mais forofo. O ex--ploeftemboyantcsdo nomeyma, & emimo, antesdonome yma.

  • de Angola. 41Superlativa,

    Para o liperlativo ufa os Ambundos doVerbo Cubeta, que fignifica levar ventagem;V. g. PetoloubtaFulao ciygia. Pedro levaventagem a Francifco no faber.Tambem ufaoda partcula Quinne, que igniia muito j&deloutra quifule, q figniica muito pouccT.

    Se ao verbo Nguibta, acrefcentarmos oadverbio quinn,farhum fuperlativx) mui*toavent;ajado.v.g.Petolo ubetaquinne Fulaocugia. Pedro leva grandiflima ventagem aFrancico no aber* -

    Qiialquer nome adjefl-ivo, ou fuftantivo, aque no principio ajuntarmos eftayllaba Qui>ca muito aumentado,v. g; Quiyala, homem-^zarra de muitas foras.Pelo contrario, fe pu-

    dermos a particulaQue^que fignifica negao,fica a coufa muito diminuta.v.g.Queyla,hG-mem muito pequeno, pufilanime, &c. E maisclaro ficar fe lhe acrecentarmos a fyllaba ne.

    v.g.Queneyala;porque fa duas negaes , 6cnela lingua duas negaes exagera o q fe ne-ga. E o mefmo he nos adje:ivos,6c advrbios.

    _, , - yerbaneutray&c-Os verbos,que ignifica,auxiIio,proveto,

    ^c. querem dativo, o qual fe denota com aspartculas A,0, 1,& outras , quecom o ufo feaprendcr,conforme os nomes,a que fe ajun-ta5.v.g.O mucutu iianzambi uaiiabela ojnie-" t . . nho

  • 4^ Arte da linguanho yetu. O Corpo de Deos he proveitofo snoTas almas. G exemplo eft em 0,particuIadenotativa do dativo, mienho, por raza doverbo neutro uabela

    ,que figniica proveito.

    Advirta-fc que o dativo fe hade pr immedia-tamente depois do verbo.

    DeconftrHEiioneverbiaivi,Ufa os Ambundos do verbo ativo com

    accufativo*v^.Nzambi utubaopembela ya.Deos nosdi a fua graa. Nzambi u^ola atuMa Dcos amaa todos. O accufativo hade ef-tarimmediato ao verbo ativo, excepto, qua*do na oraia spronomesyme,y,6c.

    Vitwos

  • Dativos^ ^ accupitvos depots dos verbos.

    Tem muitas vezes o verbo abivo alm daccuativo dativo.v.g.Nbananzmbi o muxi-ma uaye, dai a Deos o vpllb corao.O explclem nzambi,dativ. depois do verbo nbana.Tambm algas vezes tem os verbos adi-

    vos dous accufativos. v. g.'Monanzambi iitulonga o milngayaye. O Filho deDeos enfi*nounos a fuaLey

    .

    O explo elcm uatu,pri-imeiroaccufat.&emmilongafcgundoaccuf.

    Ferha anferendi,

    Gs verbos de tirar,attrabir,apartar,alienar,Sctem alm do accuativo ablativo , o qualablativo denotacomMa das propofies fe-guintes,Co,Bo,Mo ;as quaes valem o mefmoque ex,de,ab, cc. V.g* Fula actula nbom-cmi o mucnda. Pedro tirou de minhasmas p papel. O exemplo eft cm maciiami,ablativo denotado com a prcpofia Bo, alni

    do accuativo mucnda.Ferhfmpajfivum,

    Na tem os Ambundo (comojdiTemos)verbo paivo,mas up do verbo aitivo.

    Propria pagorum,

    Nefta lingua ua dasprepofies Bo , Co,Mo, em lugar das palavras, porque pergunta-mos : v.g. onde, de donde , para onde ; perquepartc.Com advertncia que as memasprepo-fies fc accmoda repoladc cada hade-.

    ^ t

  • 44.

    ^rte'da linguaftas perguntas conforme a fgnificaa dos.Verbos:v g. com os verbos de quietao figni-to

    ,in; Exemplo. Fula iiacla bobata nae.

    I edroeft em fuacafa. iiabichile mo Luanda,pailou por Loanda. uatundu conzo,fahio decaa. uay cobata, foi para cafa.

    Para nekjmgua^ explicar apeToa q vicm companhia de outra, e lhe ajunta a prepo-iao ne, que vai o memo que cum. v.g. Emeguia ne Retolo, eu vou com Pedro.

    Efta prepoia ih*o, que he o mefmo que

    m,u delia ordinariamente com os verbosmfinitos.v'.g. Mocuzola n^ambi tubaca ogi-guzujolb.Em amar a Deos avemos de pr to-das as foras. Ela prepofia no, tambm vaio mefmo, que cum. vj g,.Nga mugiba noma*cuami, Matei-o com minhas mas.Em lugar da prepofia fub, ufa da prpo-

    na mo. v.g.Monanzambi iiafulla mouam-belouaPontioPilato.O Filho deDeospadc-ceodebaxodafentenade PoncioPilato.

    Para o aWativo de preo ufa os Ambundosdamcfma^prepoia mo. v.g, Ngafuinbomubica limoxi moginbongo macuim ayari.Comprei hum efcravo por vinte cdous di-nheiros. O exemplo eft em mo

    ,prepofiao

    pola antes da palavra ginbongo,q he o preo.Os infinitivos de todos os* verjbos forma-e

    do Imperativo acrefcentandolhe a partculaCu*

  • ^e Angola. 4JCu.v.g. N2ola,amatu.Guzola,amar.

    DosGemndiosemdi-tdoydum,O gerndioem diufa-fe amodo dc gcniti-

    VodaporeTa.v.g. Quifuaequi quia cutonol-ca. Ettediahedefolgar. Milongaya culundao ubicauanzambi. Palavras de guardar a leyde Deos. Ordinariamente ufa da particulaquia,ou ya,& outras, quecom o ufo ie apren-dero, as quaes poilas antes do infinitivo, fa-zem com o memo infinitivo gerndio em di.* O gerndio em do,fqrma-fe do infinitivo,pondolhe antes a prepofiao no. v.g. Nocuzo-la, amando.O gerndio emdum tambm fe forma do

    infinitivo,pondolhe antes a particula mo, queheomefmoquead.y. g. Nguia mocutonoca.Vou para folgar. O exemplo eft m moj, an-tes do infinitivo cutonoca.

    Osparticipips forma-fe do imperativo a-crecentandolhe antes a particula quia. v. g.Quiazola jcoufa que ama. E para fazer parti-cipiojpa&do,repete-feoverbo. v.g^ Quia-zolazola,coufa que amava, O mais conftadoquej fica dito nas linguagens.

    Advrbios,Alm dos advrbios ordinrios .todas as ter-r

    cirs peflbas de aubos os nurtieros fingular.SCplurar tomadas neutralmentc,6c afim mefmooiadjedivos,rervem de advrbios, v.g. Qui^

    bote.

  • 4^ yrte da linguabote,bem. Quiaoaba, bellamentc. Advrta-feque hade.Gomear pela yllaba qui, indecli-nvelmente, como fe v nos advrbios, quiao-aba, 6c quiambote.O adverbio
  • de Angola. 47continuao do tempo,ua das horas^dias, ouannos com ele adverbio cuchi ,que fgnificaquanto, v.g. Mivo icuchiyabichilequi iiegi-le moxiei ? Quancosannospaffarao depois

    ^

    vieleaeftaterraPRcfp. Mivoiyari , dousanInterjeifto,nos

    Ospronomes primitivos fuprem a interjei-o O.v. g* Eye mucuhenda ngucuatecc.Ohvscorapafiivo favorcceime. O exemplocem eye, que ferve de interjeio.

    Efta interjeio Mamee, prolongada a vozno ultimo e,faz admirao de deafbre.Ayuee,faz admirao de magoa..Tambem eftas vo-zes repetidas , ahc, aha,ahe, geralm ente deno-ta reprehenfa5,quandoalgum fez alga cou-a , cm que he culpado.O adverbio Ngahim,]gnifica, de que ma-

    neira? de que modo?como he ? E ufa dclle,

    perguntando com admirao, v.g. Ongilei yaleba ngahim? Ele caminhocomo he compri-do? Conjunes, .Em lugar das conjunes Latinas ufa os

    Ambundosdefta conjuno Ne. v, g. Muginari Petolojueria Paul0,neriaManino.Em no-me de Pedro

    ,& de Paulo ,& de Manoel. Qexemplo eftcm nejconjunajq ata todos ef.tes nomes. Nota,

    Para fe explicar nefta lingua a partcula ur,para que,ufa-fe do adverbio Da, que ignifica,

    para

  • 48 Arte da lingua '^^" ^ ^para que. v.g. Nzambi iiabanga atu nia ayecoiilo. Deosfezoshomens,paraqvaao Ceo,O exemplo eftem nda, antes do verbo aye.Ha outros modos de explicar omefmo leu-

    tido ,08 quaes ponho aqui para maior noticia.Primeiro modo : ufar do gerndio em di.

    v.g. Nguiculonga opango ya cuyaroeulu.Eute enino o modo,6c traa de ir para o Ceo.

    Segundo por relativo, v. g. Nguiculongaquigilo qui moxi ne uy naquiocoeulu.Eu teenino hum preceitocom o qual vas ao Ceo.

    Terceiro, he poro gundo verbo no Im-perativo, como acci^fativo do primeiro, v. g.Nguiculonga obica anzambi iunda o. Eni-not e a ley de Deos, guarda-a. O exemplo eftem Iunda o., imperativo do verbo nguilundacom o relativo de ubica.

    Quarto modo he, por o fegundo verbo naimperativo, v.g. Ngacuriondo,.nguiloloque.Peovos, perdoayme.O exemplo eft nq im-perativo, nguiloloquc.

    FINIS,LAVS DEO.

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