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    FIS

    Fbio dos Santos Borges- Coordenador do curso de ps graduao em Fisioterapia Dermato-Funcional da Univ. Gama

    Filho- Fisioterapeuta do Hospital Central do Exrcito- Professor da Universidade Estcio de S (UNESA) e Universidade Iguau (UNIG-RJ)-Tel.: (021) 9958 9474- E-mail: [email protected]

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    NDICEPag.

    - Ultra Som ........................................................................... 02

    - Corrente Galvnica ........................................................... 26- Desincrustao .................................................................. 36

    - Corrente Fardica ............................................................ 40

    - Corrente Russa ................................................................. 42

    - Microcorrente .................................................................. 55

    - Eletrolifting ...................................................................... 65

    - Eletrolipoforese ............................................................... 72

    - Alta frequncia ............................................................... 77

    - Laser ................................................................................. 83

    - Peeling Ultrasnico .......................................................... 97

    - Pressoterapia ................................................................... 100

    - Endermoterapia............................................................... 104- Conceitos bsicos de eletroterapia ................................ 113

    - Mapa dos Pontos Motores .............................................. 117

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    INTRODUO:

    Som toda onda mecnica perceptvel ao ouvido humano.

    Onda: toda perturbao que se propaga no espao, afastando-se do ponto de origem. Propagaenergia e no matria.

    Qualquer objeto que vibra uma fonte de som. As ondas sonoras podem ser geradasmecanicamente, como por exemplo com o diapaso. Em fisioterapia / medicina se geram por meio doschamados transdutores eletroacsticos.

    As ondas mecnicas perceptveis ao ouvido humano esto compreendidas, aproximadamente,entre as freqncias de 20 Hz a 20.000 Hz. Quanto maior a freqncia, mais agudo o som; quantomenor for a freqncia mais grave o som.

    Os sons de freqncias abaixo de 20 Hz e acima de 20.000 Hz so inaudveis ao ouvido humano,sendo denominados, respectivamente, infra-sons e ultra-sons.

    A velocidade de propagao do som depende do meio onde ele se propaga e tambm da suatemperatura. No ar, a 0C, a velocidade de aproximadamente 330 m/s; a 20C, de aproximadamente340 m/s.

    O som, sendo onda mecnica, no se propaga no vcuo. Nos demais meios onde se propagapode sofrer reflexo, refrao, difrao e interferncia.

    Aproveitando este fenmeno, o homem desenvolveu o sonar dos navios (capaz de mapear ofundo dos oceanos e localizar corpos mveis). Substituindo os feixes ultra sonoros por ondaseletromagnticas, aproveitando o mesmo princpio, o homem desenvolveu e aperfeioou o Radar. Hoje

    j se utiliza corriqueiramente os ultra-sons para se verificar o desenvolvimento do feto na vida intra-uterina ou o estado das vsceras e mal formaes.

    ULTRA SOM TERAPUTICO

    Conceito: So ondas sonoras (vibraes mecnicas) no percebidas pelo ouvido humano, cujasfaixas teraputicas encontram-se normalmente na faixa entre 1 Mhz e 3 Mhz. Estas ondas soproduzidas a partir da transformao da corrente comercial em corrente de alta freqncia, mais oumenos 870 Khz, que ao incidir sobre um cristal (cermico, ou material similar), faz com que o mesmo

    se comprima e se dilate alternadamente, emitindo ondas ultra-snicas na mesma freqncia da correnterecebida.

    Por terapia ultra snica entende-se: o tratamento mdico mediante vibraes mecnicas comuma frequncia superior a 20.000 Hz[11]

    Histrico:

    1917- Descoberto por Langevin

    1939- Pohlmann constri um aplicador teraputico, que realizou sua primeira aplicao eficaz emoderna no Hospital Martin Luther de Berlim.

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    BIOFSICA

    Propagao:

    As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem (lquidos, gases, e slidos). No sepropagam no vcuo.

    A propagao da energia ultra snica nos tecidos depende principalmente de dois fatores:caractersticas de absoro do meio biolgico e reflexo da energia ultra snica nas interfacesticiduais[3].

    A velocidade da onda ultra snica inversamente proporcional compressibilidade de seu meiode propagao, ou seja, em um meio mais compressvel (ar) a transmisso mais lenta, porque h maisespao entra as molculas e assim podem ser facilmente comprimidas. Uma molcula percorre umadistncia relativamente longa antes de afetar a mais prxima. Por outro lado, lquidos e slidos somenos compressveis porque suas molculas ficam mais prximas umas das outras. Um pequenomovimento j afeta a molcula subsequente, assim lquidos e slidos tm velocidade de propagaomais rpida[4].

    Ondas de compresso/trao: o modo como se propagam pelo meio, as ondas ultra-snicas[1, 4].

    Impedncia acstica:

    Resistncia oferecida pelos tecidos passagem das ondas ultra sonoras. Cada tecido tem umaimpedncia acstica diferente.

    Reflexo:

    Se d quando uma onda emitida volta ao meio de origem, conservando sua freqncia evelocidade. A reflexo em uma superfcie, ocorre quando a impedincia acstica dos meios foremdiferentes[3, 4, 11]. Se os dois meios possurem a mesma impedncia acstica isto no ocorrer.

    raio incidente raio refletido

    superfcie

    DIREO DE PROPAGAO

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    Refrao:

    Se d quando uma onda emitida, passa para outro meio (interfaces diferentes) sofrendo mudanana sua velocidade, mas conservando sua freqncia. A onda de som penetra no tecido ou interface um ngulo (chamado de ngulo de incidncia) e sai destes tecidos ou interface a um ngulo diferente(ngulo de refrao).

    O feixe ultra-snico dever ser aplicado sempre perpendicularmente superfcie de tratamento,pois um desvio maior que 15 do raio incidente com a linha perpendicular (I) provoca um ngulo derefrao de maneira tal que, a onda incidente ter parte refletida e o restante refratada em direoparalela a superfcie ou interface, tornando o tratamento incuo.

    raio incidente raio refletido

    I

    meio 1

    meio 2

    Rf raio refratado

    Absoro:

    a capacidade de reteno da energia acstica do meio exposto s ondas ultra-snicas, onde so

    absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. As protenas so as que mais absorvem a energiaultra snica [3,4,12]. Garcia (1998) menciona que pesquisas realizadas mostraram que o coeficiente deabsoro aumenta quando se eleva a quantidade de protena presente no meio condutor. Por issotecidos ricos em colgeno absorvem grande parte da energia do feixe ultra snico que os atravessa.

    Quanto maior a freqncia do ultra som, menor o comprimento de onda, maior ser a absoro.Consequentemente no ultra som de maior frequencia haver maior interao das ondas sonoras com ostecidos superficiais, fazendo com que haja uma menor penetrao[4, 11].

    COEFICIENTE DE ABSORO NOS DIFERENTES TECIDOS (FREQ. 1 e 3 MHz)

    MEIO 1 MHz 3 MHzSangue 0,028 0,084Vaso sanguneo 0,4 1,2Osso 3,22 ---Pele 0,62 1,86Cartilagem 1,16 3,48Ar (20C) 2,76 8,28Tendo 1,12 3,36Msculo 0,76 2,28 (feixe perpendic.)

    0,28 0,84 (feixe paralelo)Gordura 0,14 0,42

    gua (20C) 0,0006 0,0018Tecido nervoso 0,2 0,6

    Fonte: Hoogland, 1986

    * I = ngulo incidente

    * Rf = ngulo refratado

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    Os dados referentes aos coeficientes de absoro apresentados na tabela acima nos mostram queo ar e a gua so os dois extremos com maior e o menor ndice, respectivamente. Isto nos possibilitadeduzir que o ar o meio de menor propagao da onda ultra snica. Outro meio que merece destaque a gordura onde o coeficiente de absoro baixo, decorrente da homogeneidade do tecido. Em todosos meios podemos observar que a absoro maior para frequncias de 3 MHz, e isto decorre do fato

    de que quanto maior a frequncia menor o comprimento de onda, portanto o tempo de relaxamento dasestruturas sonadas (molculas, fibras, clulas, etc) menor, consequentemente absorvem maiorquantidade de energia[4].

    Interfaces:

    So as diferentes estruturas por onde trafegam as ondas ultra-snicas durante a terapia; possuemimpedncia acstica diferentes (ar, substncia de acoplamento, pele, tecido conjuntivo, msculos,ossos).

    Efeito tixotropo:

    Consiste na propriedade que apresentam os ultra-sons de amolecerem (transformar em estadogelatinoso) substncias em estado mais slido[11]

    Atenuao:

    Quando se tem a penetrao da onda ultra snica no tecido orgnico, teremos perdas nacapacidade teraputica do ultra som que iro acontecer, at chegar a um ponto chamado de atenuao,ou seja a amplitude e intensidade diminuem a medida que as ondas de ultra-som sob sua forma defeixe passam atravs de qualquer meio. Esta diminuio de intensidade causada pela difuso de somem uma meio heterogneo, pela reflexo e refrao nas interfaces e pela absoro do meio. O feixe tem

    sua intensidade original reduzida pela metade a determinada distncia, em determinados tecidos comespessuras especficas.[4, 11].

    Cada tecido possui valores diferentes de atenuao, conforme tabela abaixo:

    TABELA DE REDUO DE 50% DA POTNCIA (D/2)

    1 Mhz 3 Mhz

    - Osso 2,1 mm ------

    - Pele 11,1 mm 4,0 mm

    - Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm- Ar 2,5 mm 0,8 mm

    - Tendo 6,2 mm 2,0 mm

    - Msculo 9,0 mm 3,0 mm (Tec. Perpendiular.)

    24,6 mm 8,0 mm (Tec. Paralelo)

    - Gordura 50,0 mm 16,5 mm

    - gua 11.500,0 mm 3.833,3 mm

    Fonte: Hoogland, 1986

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    Profundidade de penetrao:

    A profundidade de penetrao a distncia (ou profundidade) a qual a intensidade snica cai a10% de seu valor original e serve para verificar se possvel esperar algum efeito teraputico a essenvel[11].

    Tabela de Profundidade de Penetrao.MEIO 1 MHz 3MHz

    - Tecido sseo 7 mm -------

    - Pele 37 mm 12 mm

    - Cartilagem 20 mm 7 mm

    - Tecido tendinoso 21 mm 7 mm

    - Tecido muscular:

    Feixe perpendicular 30 mm 10 mm

    Feixe paralelo 82 mm 10 mm

    - Gordura 165 mm 55 mm

    - gua 38.330 mm 12.770 mm

    Fonte: Hoogland, 1986.

    Efeito Piezoelctrico:

    O ultra som gerado por um transdutor. O transdutor um dispositivo que transforma umaforma de energia em outra. O transdutor mais comumente utilizado no ultra som transforma energia

    eltrica em energia mecnica. Se uma presso for aplicada em cristais de quartzo ou em outrosmateriais policristalinos como o titanato zirconato de chumbo ou no titanato de brio se produzemmudanas eltricas na superfcie externa desse material piezoeltrico. Isto conhecido como efeito

    piezoeltrico[11]. Um cristal piezoeltrico tem a propriedade de mudar de espessura se uma voltagemfor aplicada atravs de sua substncia, ou seja, ele ir alternadamente ficar mais espesso e maisdelgado, em comparao com sua espessura em repouso, emitindo com isso ondas sonoras. Guirro &Guirro (1996) afirmam que o PZT varia sua forma na dependncia do pulso eltrico ser positivo (alterasua espessura) ou negativo (altera seu dimetro).

    Foi descoberto por Pierri e Jacques Curie, em 1880[4].

    medida que a face frontal do transdutor se desloca para trs e para a frente, regies de

    compresso e rarefao se afastam desta parte, formando uma onda ultra snica.[12]

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    Os cristais de quartzo no so mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem altapara emitiram ondas sonoras[56]

    OBS.1: Atualmente os cristais utilizados nos aparelhos de ultra-som so os cristais cermicos, eos mais empregados no mundo inteiro so os de PZT (Titanato Zirconato de Chumbo). A liga entrechumbo, zircnio e titnio um excelente sinttico pela sua durabilidade e eficincia em converter

    corrente eltrica em vibraes mecnicas, ou seja, os cristais cermicos possuem maior estabilidadeestrutural, maior rendimento acstico, maior resistncia queda (menos sensveis a choquesmecnicos), e menor preo. Possuem ainda a capacidade de manter suas propriedades piezoeletricasquando, em uso, atingir temperaturas mais altas [11].

    Os cristais de quartzo no so mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem altapara emitiram ondas sonoras[11]

    OBS.2: Os efeitos piezoeltricos no corpo humano so observados especialmente no tecidosseo, nas fibras de colgeno e protenas corporais. possvel que esses efeitos influenciem nosefeitos biolgicos do ultra som.[11]

    Cavitao:[3, 4, 12, 16]Estvel: As bolhas de gs que so formadas nos lquidos orgnicos sofrem ao das ondas

    sonoras, na fase de compresso (so comprimidas e o gs se move de dentro da bolha para o fluidocircundante) e de trao (aumentam sua rea e o gs se move do fluido para dentro da cavidade).

    Instvel: Se a intensidade for muito elevada ou o feixe ultra-snico ficar estacionrio vaiacontecer um um colabamento dessas bolhas e elas vo ganhando energia, e entram em ressonncia,at que explodem (devido ao ganho muito grande de energia) e isso provoca um aquecimento muitogrande a esse nvel.

    Somente a cavitao estvel pode ser considerada teraputica visto que seus efeitos so

    basicamente no trmicos. Ao contrrio, a cavitao instvel pode promover danos teciduaisdecorrentes das altas temperaturas e presses geradas em razo da liberao de energia no instante daruptura da bolha de gs.

    OBS.: A cavitao pode ser visualizada ao colocarmos um pouco de gua sobre o cabeote eligarmos o aparelho.

    A ocorrncia de cavitao instvel pode ser minimizada pela movimentao constante dotransdutor e a administrao de baixas doses.

    Ondas estacionrias

    Ondas estacionrias podero ocorrer se parte das ondas de ultra-som viajando atravs do tecido,forem refletidas por uma interface entre meios com impedncia acstica diferentes. E se as ondas queincidem na interface so refletidas se tornam superpostas a tal ponto que seus picos de intensidade sesomam.[3,12]

    Modelo de cristalde PZT utilizado noultra som

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    9Campo prximo / distante[1, 3, 11, 12]

    Pode-se distinguir duas reas de um feixe ultra snico: campo prximo (zona de Fresnel) ecampo distante (zona de Fraunhofer).

    O campo prximo possui uma pequena covergncia e caracteriza-se por fenmenos deinterferncia no feixe ultra snico que podem conduzir a picos de intensidade que podem causar lesestissulares, ou seja, o feixe ultra snico neste campo possui alta taxa de no uniformidade (alta BNR),

    pois existem pontos onde ocorrem alta intensidade e pontos onde ocorrem baixa intensidade, podendoprover picos de at 5 a 10 vezes maiores que o valor ajustado no aparelho (s vezes picos 30 vezesmais altos).

    O campo distante caracteriza-se por uma baixa taxa de no uniformidade do feixe (baixa BNR),ou seja, ocorrem ausncia quase total de fenmenos de interferncia e o feixe mais uniforme (possuigrande divergncia). E a intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distncia do transdutor.

    Para que se possa minimizar o efeitos de picos de intensidade no campo prximo e proversegurana no tratamento deve-se movimentar o cabeote durante a aplicao do ultra som, pois issotorna o campo mais homogneo (mais uniforme).

    Nas aplicaes de ultra-som subaqutico deve-se evitar o campo distante aproximando ocabeote da superfcie a ser tratada, pois como no campo prximo h pontos de alta e baixaintensidade, h a facilitao da complacncia dos tecidos (clulas, molculas, etc), ou seja, os picos deintensidade que ocorrem em algumas estruturas orgnicas so repassados para as estruturas vizinhasonde a intensidade est menor, com isso haver um equilbrio entre as doses de ultra som na regiosonada. Isto no ocorre no campo distante, pois como no h reas com pontos de alta e baixaintensidade no ocorrer a distribuio das doses recebidas entre os tecidos (complacncia tecidual)para que haja um equilbrio da energia snica recebida, e com isto poder haver risco de leso.

    Quando se usa o ultra som no mtodo direto sobre a pele o efeito de "alta intensidade" do campodistante no traz risco de leso, pois este efeito minimizado pela atenuao do feixe nas estruturasorgnicas medida que penetra (absoro), Em virtude disto, as aes teraputicas sero produzidasprincipalmente no campo prximo.

    O comprimento do campo prximo depende do dimetro do cabeote e do comprimento deonda. No ultra som de 1 MHz com um cabeote usual de 5 cm2, o campo prximo tem uns 10 cm decomprimento, e para um cabeote de 1 cm2o campo prximo mede uns 2 cm de comprimento. Noultra som de 3 Mhz o campo prximo trs vezes maior, j que o comprimento de onda proporcionalmente menor.

    Na teoria, o valor do BNR (coeficiente de no uniformidade do feixe) no pode ser menor que 4,isto quer dizer que sempre deve levar-se em conta a possibilidade de picos de intensidade pelo menos4 vezes superiores aos valores ajustados. O valor do BNR em cabeotes bem fabricados situa-se entre5 e 6.

    CAMPO DISTANTE

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    10PROPRIEDADES DO ULTRA-SOM TERAPUTICO

    - Os ultra-sons tm a propriedade de prevenir contra toda e possvel leso, em algumas regiesdo corpo, por meio da dor peristica (quando h uma cavitao instvel na superfcie ssea), que semanifesta sempre antes de ocorrerem leses irreversveis.

    - O som na faixa dos megahertz (MHz) no se desloca atravs do ar[12]. Portanto, quando umindivduo est sob tratamento, torna-se essencial (para que o procedimento seja eficaz) a inexistncia

    de ar entre o transdutor e a pele dele. O mtodo mais comum para evitar este ar consiste no uso deum meio de contato, que uma fina camada de gel ou leo aplicada pele antes do tratamento. Orequisito principal para que o agente sirva como meio de acoplamento que ele tenha uma impednciaacstica similar da pele (minimiza a reflexo). Para a superfcies do corpo muito irregulares pode-seusar gua num reservatrio, e tanto o membro a ser tratado como o transdutor ficam em baixo dgua.

    - A rea de radiao ultra snica do cabeote corresponde a rea do cristal onde h emisso deondas sonoras, e chama-se ERA (rea Efetiva de Radiao). A ERA sempre menor que a reageomtrica do cabeote. E alm disso devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal aocabeote (diafragma) e ocorrerem espaos vazios a radiao emitida ser ainda menor.

    - Em virtude do ultra som (com frequncia na faixa dos megahertz) no se propagar atravs do

    ar, ocorre intensa reflexo do som caso no haja nenhuma substncia frente do cabeote quando oaparelho for ligado. E esta reflexo faz com que o som volte para a regio do cristal, podendo trazeralteraes estruturais no equipamento.[12]

    - No implante metlico 90 % de radiao ultra-snica que chega refletida e concentra-se nostecidos vizinhos (ondas estacionrias). Pr no se saber qual a quantidade de energia ultra-snica que absorvida por estes tecidos, alguns profissionais contra-indicam este procedimento para seresguardarem de possveis acidentes que poderiam causar leses, mesmo utilizando intensidade dentroda faixa teraputica. O ultra-som no aquece o implante metlico (Andrews e col. 2000). Situaosemelhante descrita acima ocorre na superfcie ssea, com 30% de reflexo das ondas ultra-snicas.Entretanto, Garavello et al (1997) ao pesquisarem, concluram que o implante metlico pareceu no

    induzir a temperaturas excessivamente altas, nem a qualquer outro efeito deletrio nos tecidoscircunvizinhos.

    - O ultra-som teraputico normalmente construdo com freqncia de 1 e/ou 3 MHz.Atualmente a indstria de aparelhos de ultra som voltados para tratamentos estticos fabricam tambmaparelhos com frequncia de 5 MHz.

    * 1MHz - Leses profundas

    * 3 MHz e 5 MHz - Leses superficiais

    OBS.1.:No tocante profundidade de penetrao, h os seguintes relatos de autores:

    1) 1 MHz:

    - Segundo Hoogland (1986) penetra cerca de 3 a 4 cm

    - Gann (1991) e Draper (1996) mencionam uma profundidade de 2,5 cm a 5 cm

    2) 3 MHz:

    - Segundo Hoogland (1986) e Draper (1996) penetra cerca de 1 a 2 cm.

    - Segundo Gann (1991) penetra menos de 2,5 cm

    REGIME DE EMISSO DE ONDAS SONORAS

    - Segundo o regime de emisso de ondas sonoras, o ultra-som pode ser Contnuo (lesescrnicas - grande efeito trmico) ou Pulsado (leses agudas - considerado atrmico)

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    11- No regime pulsado h um intermitncia na sada das ondas sonoras no cabeote transdutor.

    - Perodo de Repetio dos Pulsos:

    Quase todos os aparelhos de ultra som tem uma frequncia de repetio dos pulsos (no modopulsado) fixa de 100 Hz. O modo pulsado pode ajustar-se segundo a relao entre a durao do pulso eo perodo de repetio dos pulsos de 1:5, 1:10 e 1:20 [11]

    Quanto menor o tempo de pulso, menor o calor produzido.Relao Durao dos pulsos Pausa entre os pulsos

    1:5 (Sub agudo) 2 ms 8 ms*

    1:10 (agudo) 1 ms 9 ms

    1:20 (muito agudo) 0,5 ms 9,5 ms

    Fonte: Hoogland, 1986

    * 20% de US / 80% de pausa (sem US)

    OBS.:

    a) Entre outras coisas, se o calor produzir dor ou a condio for aguda, um ciclo de trabalhopulsado dever ser usado (10% ou 5%), dependendo da agudez. Se for necessrio um pequeno efeitotrmico, utilizar um ciclo de trabalho de 20% ao invs de ultra som em modo contnuo. Um ciclo detrabalho de 20% muito til quando houver uma grande quantidade de reflexo do osso subcutneo,como em epicondilites.

    b) O ultra som contnuo pode ser necessrio quando ambos efeitos trmicos e no trmicos foremnecessrios. O grau dos efeitos trmicos no modo contnuo pode ser determinado pelos controles deintensidade do aparelho.

    c) Com uma intensidade de 1,5 W/cm2, so necessrios 3 a 4 min. para alcanar um nvelteraputico de aquecimento com o ultra som de 3 MHz, e 10 min. para aquecer o tecido, quando forultilizado o ultra som de 1 MHz. (Draper e col., 1993)

    - Um equipamento til para o controle de qualidade dos ultra-sons a BALANA SEMI-ANALTICA (Balana Acstica)[4, 15], onde o transdutor (cabeote) seguro acima de um alvo deabsoro de ultra-som ligado extremidade de um brao de balana imersa em gua. A deflexo dabalana, devido presso acstica, d uma indicao da produo de fora acstica pelo transdutor, eserve para manuteno da energia ultra-snica irradiada.

    - A reduo das doses na utilizao do ultra som pulsado, e consequentemente o pouco calorgerado, permite aumentar a intensidade na superfcie corporal e portanto o efeito do tratamento deestruturas tissulares mais profundas[11].

    Cone metlico

    Suporte

    Cabeote

    0.000

    H2O

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    12EFEITOS FISIOLGICOS

    1)Efeito mecnico [3, 11, 16]

    Chamado de micromassagem celular, e responsvel por todos os efeitos da terapia ultra snica.Esses efeitos so obtidos tanto no modo contnuo quanto pulsado, e dependendo da intensidade usadapara tratamento, esses efeitos podem ter um influncia favorvel ou no sobre os tecidos.

    A micromassagem dos tecidos se deve s oscilaes provocadas pelo feixe ultra-snico que osatravessa. A movimentao dos tecidos aumenta a circulao de fluidos intra e extracelulares,facilitando a retirada de catablitos e a oferta de nutrientes.

    2)Aumento da permeabilidade da membrana[3, 4, 11, 12, 16]

    Alterao no potencial de membrana e acelerao dos processos osmticos (difuso), econseqente aumento do metabolismo. Ocorre no s pelo efeito de aquecimento como tambm peloefeito no trmico do US. Este efeito a base para fonoforese.

    3)Efeito trmicos[1, 3, 11, 12, 16]

    Tem por base o efeito Joule. causado pela absoro das ondas ultra-snicas medida que

    penetram nas estruturas tratadas. A quantidade de calor gerado depende de alguns fatores como porexemplo, o regime de emisso (modo contnuo produz maior calor que o pulsado), a intensidade, afrequncia e a durao do tratamento.

    4)Vasodilatao[1, 2, 4, 11, 16]

    considerado como como um fenmeno protetor destinado a manter a temperatura corporaldentro de limites fisiolgicos. Justifica-se, entre outras, por algumas teorias: H a liberao desubstncias vasoativas como a Histamina; h inibio do simptico dos vasos, diminuindo suaresistncia tnsil; h aumento do metabolismo e consequentemente aumento do consumo de O2,aumentando com isso a presena de CO2, provocando a vasodilatao.

    5)Aumento do fluxo sangneo[3, 11]

    Em virtude da vasodilatao; e podendo ocorrer atravs da estimulao reflexa segmentar comao na regio paravertebral. Andrews e col. (2000) afirmam que o fluxo sanguneo continua elevadopor 45 a 60 minutos aps a aplicao do US.

    6)Aumento do metabolismo[1, 2, 3, 12]

    Se d pela Lei de Vant Hoff, que relaciona o aumento de temperatura com a taxa metablica,mencionando que para cada aumento de 1 C na temperatura corprea deve ocorrer um aumento de 10% na taxa metablica. Young (1998) cita que este aumento seria de 13% da taxa metablica.

    7)Ao tixotrpica[3, 5, 11]Propriedade que o ultra som tem de "amolecer" ou "liquefazer" estruturas com maior

    consistncia fsica (transforma colides em estado slido em estado gel).

    8)Ao reflexa[4, 11]

    Ao distncia do ultra som.

    9)Liberao de substncias ativas farmacolgicas[1, 11, 12]

    Principalmente a histamina (atravs da desgranulao dos mastcitos, por exemplo)

    10)Efeito sobre nervos perifricos[3, 11]

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    13O ultra som contnuo afeta a velocidade de conduo nervosa (tanto aumentando como

    diminuindo).Provoca despolarizao das fibras nervosas aferentes, com baixa intensidade; com alta

    intensidade pode-se obter um bloqueio da conduo.

    Kramer (1985) afirma que o aquecimento dos tecidos responsvel pelo aumento temporrio navelocidade de conduo nervosa observado nos nervos perifricos sonados.

    11)Elevao dos nveis intracelulares de clcio[4, 12, 30]

    12)Aumento das atividades dos fibroblastos[12, 30]

    13)Aumento da sntese de colgeno[4, 12, 30]

    14)Aumento da sntese de protena [4, 12, 30]

    Aumento da permeabilidade lisossmica

    15)Estimulao da angiognese[12]

    Facilita a formao de novos vasos, atuando na facilitao da cicatrizao

    16)Aumenta as propriedades viscoelsticas dos tecidos conjuntivos e ricos em colgeno[3, 4]

    Aumenta a extensibilidade, facilitando o alongamento

    17)Aumenta a atividade enzimtica das clulas[12]

    EFEITOS TERAPUTICOS

    1)Anti-inflamatrio[3, 4, 12, 18]

    Segundo Gonalves & Parizotto (1998) a utilizao do ultra som na terapia de reparao cutneatem ao importante sobre as diversas fases do processo inflamatrio. Sua ao na fase inflamatriainicial da reparao uma acelerao do processo, aumentando a liberao de fatores de crescimentopela desgranulao dos mastcitos, plaquetas e macrfagos. O ultra som atuaria como um aceleradordo processo inflamatrio, portanto no como anti-inflamatrio. Afirmam ainda que o que se podedefinir como efeitos j confirmados do ultra-som sobre o processo inflamatrio e a reparao tecidual a possibilidade de potencializar ou inibir a atividade inflamatria dependendo da gerao de radicaislivres nos tecidos. Ou por ao direta ou por meio da circulao sangunea, existe mediao do ultrasom sobre a inflamao, alteraes na migrao e funo leucocitrias, aumento na angiognese, nasntese e maturao de colgeno e tambm na formao do tecido cicatricial.

    O ultra som estimula a liberao de grnulos pelos mastcitos, e so estes grnulos que contmos agentes quimiotxicos. A desgranulao dos mastcitos pode ser iniciada pelo aumento intracelularde ons clcio. Perturbaes da membrana celular, induzidas pelo ultra som, podem aumentar o influxode clcio nos mastcitos. Os moncitos apresentam uma atividade fagocitria, mas a sua principalfuno parece ser a liberao de substncias quimiotxicas e de fatores de crescimento, que soessenciais para a formao do tecido de reparao.

    H um consenso no sentido de que o ultra som pode acelerar a resposta inflamatria,promovendo a liberao de histamina, macrfagos, moncitos, alm de incrementar a sntese defibroblastos e colgeno.

    Na fase inflamatria do reparo tecidual h interao com vrios tipos de clulas (plaquetas,

    mastcitos, macrfagos, neutrfilos) que entram e saem do local lesionado, levando acelerao doreparo.

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    14Como consequncia do aumento da circulao sangunea h um fator de aumento da ao de

    defesa (elementos fagocitrios do sangue)

    2)Analgsico[3, 11]

    Justifica-se por alguns fatores: aumento do limiar de dor com ao nos nervos perifricos;eliminao de substncias mediadoras da dor como consequncia do aumento da circulao tissular;

    normalizao do tnus muscular; bloqueio da conduo nervosa, etc3)Fibrinoltico / Destrutivo[11]

    Tem por base a ao tixotrpica do ultra som

    4)Regenerao tissular e reparao dos tecidos moles[1, 4, 11, 12, 18]

    Fase inflamatria: O ultra som pode acelerar a resposta inflamatria, promovendo a liberao dehistamina, macrfagos, moncitos, alm de incrementar a sntese de fibroblastos e colgeno.

    Fase proliferativa do reparo: Potencializao da motilidade e proliferao dos fibroblastos,indiretamente atravs da estimulao ultra snica dos macrfagos; incremento da velocidade

    angiognica; aumento da secreo de protena e colgeno (US pulstil); estimulao da "contrao" daferida, diminuindo significativamente com isso a o tamanho da cicatriz (US pulstil)

    Fase de remodelagem do reparo: O US aumenta a resistncia tnsil e a quantidade de colgeno(o colgeno tipo III substitudo por colgeno tipo I, em resposta ao estresse mecnico promovidopelo US). Este aumento pode ser maior se o ultra som for usado anteriormente na fase inflamatria ena fase proliferativa da leso. O US pulstil deve ser o utilizado.

    Hoogland (1986) indica ultra som no modo pulsado (1:5) com freqncia 3 MHz, comintensidade abaixo de 0,5 W/cm2. Estimula a produo de fibroblastos, produo de colgeno para omeio extracelular e organizao da matriz de tecido conjuntivo, e as clulas endoteliais estimulam aangiognese.

    5)Reflexo[4, 11]

    Tratamento segmentar. Estimulando-se uma regio distante da rea alvo em tratamento, comopor exemplo em casos de lombociatalgia atuando-se somente na regio lombar

    6)Relaxamento muscular[3, 11]

    Ao do US pulsado maior sobre as terminaes nervosas envolvidas no processo de contraturaou tenso muscular; e a eliminao de substncias qumicas estimulantes musculares, comoconsequncia do aumento da circulao tissular, diminui o tnus reflexo

    Segundo Hoogland (1986), com uma frequncia de 3 MHz (com ultra som pulstil) os efeitos de

    relaxamento muscular sero maiores.

    7)Regenerao ssea[3, 9, 11, 12]

    Algumas pesquisas mostraram que o ultra-som pode produzir um efeito piezoelctrico no osso(na molcula de colgeno) que, por sua vez, pode produzir osteognese; outras mostraram melhorasignificativa no retardo de consolidao de fratura.

    A fase proliferativa do reparo subdividida na formao do calo mole e do calo duro.

    DOSIMETRIA

    A dosimetria o produto da intensidade do estmulo pela durao do tratamento.

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    15Devemos tomar por base a tabela de reduo de 50% da potncia para que possamos calcular a

    dose eficaz de ultra som que atingir a estrutura a ser tratada.

    Intensidade[11]:

    Para a determinao da intensidade correta, em cada caso, devemos tem em mente a dose ideal

    que dever chegar no lugar dos tecidos afetados, levando-se em considerao a atenuao das ondassonoras nos tecidos superficiais rea da leso (pele, tecido subcutneo, gordura, msculos, etc)

    Em qualquer caso, o paciente no pode sentir sensaes desagradveis ou dolorosas. permitidauma leve excitao. Se por consequncia do tratamento aparecer dor de cabea, desmaios, fadiga e/ououtras reaes do Sistema Nervoso Autnomo a terapia posterior deve ser administrada numaintensidade mais baixa.

    Quando se usam ultra som pulsado ou contnuo com alta intensidade pode sentir-se uma reaode calor. S permitida uma leve sensao de calor.

    - TABELA DE REDUO DE 50% DA POTNCIA (D/2)

    1 MHz 3 MHz- Osso 2,1 mm ........- Pele 11,1 mm 4,0 mm- Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm- Ar 2,5 mm 0,8 mm- Tendo 6,2 mm 2,0 mm- Msculo 9,0 mm 3,0 mm (Tec. Perpendic.)

    24,6 mm 8,0 mm (Tec. Paralelo) (labor.)- Gordura 50,0 mm 16,5 mm- gua 11500,0 mm 3833,3 mm_______________________________________________________________

    Fonte: Hoogland, 1986

    - EXEMPLOS DE TRATAMENTO:

    - Exemplo 1: Se um feixe ultra-snico de 1 w/cm2passar por 50 mm (5 cm) de gordura suaintensidade cai na metade, ou seja, cai para 0,5 w/cm2 (de acordo com a tabela acima).

    - Exemplo 2:

    Obs.:Ao passar por 20 mm de gordura a intensidade cair de 2 w/cm2para 1,6 w/cm2 (atenuao

    de 20% = 0,4 w/cm2

    ); ao passar por 9 mm de msculo sua intensidade cair de 1,6 w/cm2

    para 0,8w/cm2 (atenuao de 50% = 0,8 w/cm2); ao passar por 3 mm de tendo sua intensidade cair de 0,8w/cm2para 0,6 w/cm2(atenuao de 25% = 0,2 w/cm2). Neste exemplo estaria chegando na bursa, 0,6

    Ultra som - 2 Wcm2

    Gordura (20 mm)

    Msculo (9 mm)Tendo (3 mm)

    Bursa

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    16w/cm2 de dose de US, aps acontecerem as atenuaes nos tecidos localizados a cima da realesionada.

    -Exemplo 3:

    Qual seria a freqncia ideal do ultra som para realizarmos tratamento de tecido cicatricial, emregio lateral de quadril, aps cirurgia de artroplastia total de quadril?

    Obs.: A freqncia ideal de 3 MHz, se levarmos em considerao que h intensa absoro napele e nas camadas superficiais at uma profundidade mnima de 1 cm de tecido muscular. E avantagem est em no se atingir nem a prtese e nem o cimento, considerando-se que a intensidadenestes locais ser desprezvel, utilizando-se 3 MHz.

    - Os aspectos teraputicos relacionados a ao do ultra som de 3 MHz na esttica tm por base abarreira imposta pela pele, penetrao das ondas sonoras. Pois como as afeces relacionadas esttica so praticamente superficiais, a transposio das ondas sonoras atravs da pele torna-serelevante. Guirro & Guirro (1996) relatam que a estrutura da pele pode ter cerca de 0,5 a 4 mm de

    espessura. E suas sub-reas anatmicas como a epiderme e a derme tm cerca de 0,12 mm e 2 mm deespessura, respectivamente. Portanto, levando-se em conta a tabela de reduo de 50 % da potncia doUS[11], as ondas sonoras do US de 3 MHz atenuariam cerca de 26,5%, aps terem passado na epidermee derme.

    TEMPO DE APLICAO TERAPUTICA

    - A durao do tratamento depende do tamanho da rea corporal. O tempo mximo de aplicaoque deve ser realizado com o ultra som, deve ser de 15 minutos por rea de tratamento, e este tempo serefere a uma rea tratada de 75 100 cm2, que considerda uma superfcie mxima que se pode tratar razoavelmente, e deve estar

    relacionada (para efeito de estipulao do tempo de tratamento) com o tamanho da ERA[11]

    . Caso umadeterminada rea tenha seu tempo de aplicao calculado para mais de 15 minutos deve-se dividir estarea em quadrantes e realizar mais de uma aplicao.

    - Hoogland (1986) orienta que na prtica clnica o tempo de aplicao do ultra-som pode sercalculado da seguinte maneira: pega-se a rea a ser tratada e divide-se pela ERA do ultra-som. Ex:Numa regio que tenha as medidas de 10 cm de comprimento por 4 cm de largura, e realiza-se umaaplicao com um cabeote de 5 cm2de ERA, o tempo de aplicao dever ser calculado da seguinteforma: rea Era = 40/5 = 8 min. de aplicao

    - As reas menores que o cabeote se tratam, em geral, por poucos minutos (3 a 5 min) usando omtodo semiesttico.

    Obs.1:No tocante utilizao prtica do tempo de aplicao calculado, deve-se levar em contatambm algumas peculiaridades relacionadas patologia como a fase da doena (aguda/crnica),profundidade da leso, caractersticas fsicas (mais ou menos efeito tixotropo), etc. Por isso, em algunscasos, podemos adotar um tempo mximo teraputico em 40% a 60% do tempo calculadoinicialmente, ou quem sabe at adotarmos em tempo maior que este.

    UTILIZAO PRTICA

    - imprescindvel que promovamos um perfeito acoplamento entre o cabeote e a pele dopaciente, utilizando uma substncia que apresente uma impedncia acstica prxima do tecido

    humano, do contrrio ir persistir uma delgada lmina de ar, imperceptvel ao olho desarmado, entre ocabeote e a pele, formando uma interface que ir refletir, quase que totalmente, o feixe ultra-snico,ou seja, o objetivo do acoplamento substituir alguma quantidade de ar existente entre o transdutor e a

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    17parte que est sendo tratada, com um material cuja impedncia acstica est entre a do metal dotransdutor e a da superfcie da pele.[5, 4, 11].

    - Segundo Guirro & Guirro (1996), as formulaes em gel apresentam uma porcentagem detransmisso maior do que na forma de creme ou unguento. Andrews e col. (2000) relatam que osagentes acopladores utilizados comumente so os geis preparados comercialmente, a gua e o leomineral, mas que os gis so mais eficientes na transmisso das ondas sonoras e na elevao datemperatura tecidual at nveis teraputicos.

    - Segundo Casarotto (2000), a gua e o gel apresentam os menores coeficientes de reflexo eatenuao, os maiores coeficientes de transmisso e uma impedncia acstica mais prxima da pele,gerando uma reflexo menor nesta interface.

    - Segundo Hoogland (1986), a intensidade mxima que pode ajustar-se para o ultra somcontnuo de 3 W/cm2. Para o ultra som pulstil, a intensidade (mxima) pode elevar-se a 5 W/cm2emalguns equipamentos[11]. Entretanto, na prtica clnica recomenda-se que o ultra-som contnuo deva serusado at 2 w/cm2 pois seno ocorrer leso de estruturas superficiais. E o ultra som pulsadorecomenda-se usar at 3 W/cm2 . Entretanto atualmente os fabricantes tm construdos seus aparelhoscom intensidades que vo somente at 2 W/cm2[4].

    - O ultra-som pulsado consegue atingir estruturas mais profundas porque a potncia mximautilizada maior que no ultra-som contnuo; e pode ser usado na inflamao aguda pois consideradoatrmico[11].

    - Antes de ser utilizado o ultra-som, torna-se necessrio submeter o aparelho a um teste paraverificar se ele realmente est gerando a energia necessria para a teraputica. clssico, neste caso, aProva da Nvoa, que consiste na colocao de algumas gotas de algum lquido (gua, lcool, sorofisiolgico, etc.) sobre a superfcie do cabeote e, aps ajustarmos o controle de potncia (1 watt/cm2em equipamentos novos, ou mais, em equipamentos mais antigos), deve haver a formao de umanvoa fina sobre a superfcie do cabeote (a gua no ferve, h uma super agitao das molculas)(pode no haver formao de nvoa em aparelhos velhos ou que tenham fraca sada de ondas ultra-snicas no cabeote).

    - O uso do redutor facilitaria o tratamento em reas de difcil acesso ou irregulares(extremidades). Mas est totalmente desacreditado pela maioria dos profissionais, e caiu em desuso,pelo fato de existir a possibilidade de ficar uma bolha de ar entre o cabeote e o redutor, que reduziriamuito a eficcia da teraputica, alm de no retransmitir toda a energia ultra snica que sai docabeote. Atualmente tem-se utilizado cabeotes construdos com a forma reduzida, do tipoconvergente, que possuem tambm a reduo do tamanho da ERA

    .

    - Nas aplicaes que utilizam gua (subaqutica, bolsa dgua), deve-se ter a preocupao deutilizar gua fervida para que ela perca os gases que nela esto dissolvidos (desgaseificada), pois a

    formao de bolhas na superfcie do cabeote constituir-se- em uma interface que refletir, quase quetotalmente o feixe ultra-snico. E uma vez fervida, deve-se evitar agitar a gua para que ela noabsorva novamente os gases[11]

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    18- Na tcnica subaqutica o cabeote do ultra-som pode ser submergido na gua sem problemas,

    pois os aparelhos nacionais que se conhecem so blindados e indicados para utilizao subaqutica(entretanto deve-se verificar as especificaes tcnicas do aparelho atravs do manual).

    - Hoogland (1986) menciona uma guia de intensidade para o ultra som contnuo:* 0,3 w/cm2- intensidade baixa

    * 0,3 - 1,2 w/cm2 - intensidade mdia* 1,2 - 3 w/cm2 - intensidade alta

    - No caso do ultra som pulsado deve considerar-se um valor mdio. Por exemplo, o ultra sompulstil de 1 w/cm2 na relao 1:5 equivale ao ultra som contnuo de 0,2 w/cm2[11] .

    AS TCNICAS DE APLICAO MAIS UTILIZADAS SO:

    a) CONTATO DIRETO[1, 3, 4, 7, 10, 11, 12]

    - A substncia de acoplamento deve ter uma impedncia acstica prxima da pele.Normalmente utilizado gel industrializado (mais eficaz), podendo-se utilizar tambm pomada depetrleo, leo mineral, etc.

    - Para assegurar o tratamento mais uniforme possvel de uma rea, necessrio manter ocabeote de tratamento em movimento contnuo e uniforme. Desta forma haver uma mudanacontnua da posio das variaes de intensidade. Este movimento tambm necessrio para evitarmudanas na circulao sangunea, pois o ultra som pode causar estase das clulas sanguneas nosvasos paralelos ao feixe ultra snico.

    - Com o cabeote em contato com a pele, a tcnica de contato direto pode ser realizada de duas

    formas:1) Dinmica - onde o cabeote deslizado sobre a regio a ser tratada com movimentos que

    podem ser circulares, longitudinais ou transversais, curtos, de poucos centmetros, que se superpempara assegurar o tratamento uniforme da rea. Hoogland (1986) afirma que os movimentos devem serrealizados de forma homognea e com ritmo muito lento. Salgado (1999) diz que os movimentosdevem ser lentos e uniformes. Winter (2001) menciona que deve-se exercer movimentos circularesmuito lentos (em cmera lenta). Michlovitz (1996) relata que muitos profissionais tendem a mover otransdutor muito rapidamente, podendo assim diminuir a quantia de energia absorvida pelo tecido, eque o propsito do movimento distribuir a energia to uniformemente quanto possvel ao longo dotecido, passando longitudinalmente ou sobrepondo movimentos circulares. Kramer (1984) prope queo transdutor deve ser movido lentamente, com uma velocidade de aproximadamente 4 cm/seg. Naprtica clnica, a velocidade de movimentao do cabeote corresponde a aproximadamente 1 m a0,85 m por minuto.

    - realizada quando a superfcie a ser

    tratada razoavelmente plana, sem muitasirregularidades, permitindo um perfeitocontato de toda a rea do transdutor com apele.- Nesta tcnica o cabeote fica em contatodireto com a pele do paciente, entretanto sefaz necessrio a utilizao de umasubstncia de acoplamento visandominimizar os efeitos da reflexo.

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    192) Semiestacionria - onde o cabeote realiza movimentos de mnima amplitude (movimento

    menor que os da tcnica dinmica) sobre a regio a ser tratada. Normalmente utilizado para regiespequenas (tendinites, leses ligamentares, etc).

    Obs: Michlovitz (1996) desaconselha a tcnica Esttica (em que o cabeote fica parado)tomando-se por base a Zona de Fresnel (Campo prximo). Nesta zona o ultra-som no correto, asondas sonoras se comportam de maneira desorganizada. Ocorrem picos de intensidade que podem

    aumentar muito a dose que se colocou no potencimetro, ("pontos quentes") podendo causar lesestissulares. Por isso deve-se mexer o cabeote, fazendo com que haja uma homogeneizao na rea atratar (uniformidade da Zona de Fresnel).Oakley (1978), menciona a possibilidade da formao de umcogulo sanguneo, na utilizao da tcnica estacionria.

    b) SUBAQUTICA[4, 10, 11, 12]

    - Esta a aplicao mais perfeita por suas propriedades ideais de acoplamento (a gua permite

    perfeito acoplamento, mas pouco utilizada pela incomodidade e perca de tempo).- Utiliza-se um recipiente (plstico ou vidro) de tamanho suficiente para conter a gua e o

    segmento a ser tratado.

    - Normalmente os cabeotes so blindados para a aplicao subaqutica.

    - De preferncia deve-se ferver a gua antes, visto que de outra forma o ar presente poderdepositar-se em forma de bolhas sobre a superfcie transdutora e da rea a ser tratada. Como o ar umpssimo meio de propagao de energia ultra-snica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais.

    - No h necessidade, nem importante que o cabeote toque a pele do paciente, podendo ficar a1 ou 1,5 cm de distncia

    - Caso haja necessidade da mo do operador ser submersa na gua durante o tratamento, poder-se- calar uma luva cirrgica de borracha. Esta medida previne o fisioterapeuta de absorver reflexesdo ultra som dentro da gua (o ar retido pela luva forma uma boa camada reflexiva entre a luva e apele do fisioterapeuta) e tambm reduz a possibilidade de uma infeco cruzada, no caso de feridasabertas.

    - De preferncia deve-se ferver a gua antes, visto que de outra forma o ar presente poderdepositar-se em forma de bolhas sobre a superfcie transdutora e da rea a ser tratada. Como o ar umpssimo meio de propagao de energia ultra-snica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais[47,56].

    - Esta aplicao indicada pararegies de superfcies irregulares(pequenas articulaes, proeminnciassseas, etc), ou quando o pacienterefere dor presso do cabeote

    (contuso, etc).

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    20c) BOLSA DE GUA[4, 11]

    - Nesta tcnica utilizado uma bolsa plstica ou de borracha (luva) cheia de gua fervida, que colocada sobre a regio a ser tratada, e onde passado o cabeote do ultra-som.

    - Deve-se utilizar uma substncia de acoplamento entre a pele e a bolsa, e entre a bolsa e ocabeote.

    -Alguns profissionais contra-indicam esta tcnica porque as interfaces formadas por substnciade acoplamento - plstico - gua - plastico - substncia de acoplamento - pele prejudicariam a

    propagao do feixe ultra-snico (como se quisssemos introduzir profundamente no corpo). Estatcnica produz intensa atenuao.

    d) FONOFORESE[1, 4, 10, 11, 12, 16, 30]

    - Esta tcnica consiste no mtodo direto, utilizando um medicamento em forma de gel comomeio de acoplamento, ou seja, a introduo de substncias medicamentosas no corpo humanomediante a energia ultra snica. O pulso CONTNUO o mais indicado para o tratamento de celulite.

    Formas de utilizao:

    1) Aplica-se o ultra-som com o gel medicamentoso/cosmtico como substancia de acoplamento. medida que o gel teraputico for absorvido e tanto o acoplamento como o deslizamento do cabeoteficarem prejudicados, deve-se adicionar mais gel teraputico ou gel comum (a base de gua). Deve-seevitar de mistuar o gel comum com o gel teraputico antes de iniciar a aplicao do ultra-som.

    2) Massageia-se o gel teraputico na pele at sua absoro parcial ou completa. Em seguida,

    aplica-se o ultra-som com gel comum.3) Aplica-se o ultra-som com gel comum. Limpa-se a regio tratada para retirada dos resqucios

    de gel comum e massageia-se o gel teraputico at sua absoro total.

    - Existem vrias vantagens na utilizao dessa modalidade de tratamento, entre elas a aolocalizada da droga, com consequente ausncia de efeitos colaterais decorrente de aes sistmicas,caso a droga no tenha este tipo de ao. Outra vantagem a somatria dos efeitos inerentes ao ultrasom associados aos efeitos da droga. Esta tcnica apresenta ainda a vantagem de que o medicamento aser introduzido no necessita ter carga eltrica, isto , ser polarizado (Guirro & Guirro, 2002).

    - H uma potencializao dos efeitos do ultra-som pelo medicamento utilizado (vice-versa), que

    absorvido pela pele (autores afirmam que a fonoforese seria efetivamente potencializada peloaumento da permeabilidade da membrana celular).

    - Esta tcnica utilizada onde hsuperfcies irregulares e ondenormalmente h a ausncia do

    recipiente para o US subaqutico, ou ha impossibilidade de se introduzir osegmento corpreo tratado numrecipiente adequado (tronco, axila,ombro, articulaes, etc).

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    21- Guirro & Guirro (2002), afirmam que as drogas em forma de gel apresentam-se como o tipo

    de formulao mais apropriado para esta terapia. E somente alguns produtos com boas caractersticasde transmisso ultra snica possuem condies fsicas timas necessrias para a fonoforese, sendo queas preparaes tpicas com baixo ndice de transmisso podem diminuir a efetividade da terapia ultrasnica.

    - Outro ponto a ressaltar a frequncia do ultra som utilizado. Pois os que apresentaram, em

    todas as formulaes, um maior ndice de transmisso foram os que utilizaram frequncias maiores.- Andrews e col. (2000), relatam que em estudos com animais foram registradas penetraes de

    medicamento com fonoforese detectada nos tecidos a profundidades de 5 a 6 cm.

    - Cameron e Monroe (1992) investigaram a transmissibilidade de vrias substncias deacoplamento para a fonoforese, e relataram uma transmissibilidade zero da energia ultra snica,utilizando um preparado de hicrocortisona a 10% atravs de uma camada de 5 mm de espessura domeio de acoplamento.

    - Bare e col. (1996) investigaram um preparado usado na fonoforese de hidrocortisona a 10%com uma base gel, e no verificaram nenhuma elevao nas concentraes sricas de cortisol aps afonoforese.

    A taxa de transmisso de qualquer agente usado na fonoforese deve ser determinada, antes de serusado, pois ela deve ser maior que 80% da taxa de transmisso em relao gua. (Michlovitz, 1996)

    A utilizao da onda ultra snica para a penetrao de drogas atravs da pele pressupe autilizao do pulso contnuo[30].

    Segundo Guirro & Guirro (2002) na rea dermatolgica a fonoforese utilizada principalmentecom enzimas de difuso. Neste caso a dose deve ser cuidadosamente selecionada uma vez que asenzimas se desnaturam em temperaturas acima do limite suportvel.

    Entretanto, Tirrel & Middleman (1978), relataram que existem evidncias de que o ultra sompossa alterar a conformao tridimensional das enzimas, podendo ento inativ-las.

    Stefanovic et al (1959 e 1960), relataram que solues enzimticas so inativadas por ultra-sonsna frequncia de 3 MHz, com intensidades entre 1 e 3 W/cm2. Diante desses fatos, Guirro & Guirro(2002) relataram que deve-se evitar a utilizao de enzimas em gis aditivados para fonoforese, pelorisco de ineficincia teraputica. Deve-se optar pela iontoforese no caso de tratamento base deenzimas de difuso.

    e) REFLEXO SEGMENTAR [4, 11]

    - Na utilizao do ultra som nas diversas situaes patolgicas podemos sonar diretamente asreas em tratamento (efeito direto), ou sonar outros lugares que tenham uma relao segmentria coma rea alvo que se queira tratar (efeito indireto). Esta aplicao tambm conhecida como Tratamento

    Segmentare est relacionada com a maioria das aplicaes paravertebrais, ou seja, utiliza-se a mesmatcnica do mtodo direto, porm estimulando-se reas as razes nervosas paravertebrais, de acordo como segmento que queremos estimular, Ex.: Parestesias em MMSS/MMII; ciatalgia; estimulao dergos; estimular pontos trigger nas costelas para lceras gstricas/intestinais; etc.

    - possvel aumentar a temperatura da pele da mo, atravs do incremento da circulaoirradiando o gnglio estrelado. Efeito similar pode ser obtido no p se a regio inguinal for estimulada,pois o US atua atravs no controle nervoso da circulao nesta rea.

    - Alguns autores recomendam a combinao de aplicao local e paravertebral em todos oscasos.

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    22INDICAES

    - O incio da terapia ultra-snica para o traumatismo agudo deve-se iniciar somente aps 24 a 36horas, pois o tratamento direto (local) mediante energia ultra-snica poder danificar os vasossangneos em recuperao[11]

    - O importante para o fisioterapeuta conhecer o comportamento fsico e fisiolgico do ultra-som para a prescrio correta nas diversas patologias. As indicaes mais comuns so:

    1)Processos fibrticos e processos calcificados [20]

    Atravs do efeito tixotropo. No esporo de calcneo, por exemplo, o que se desgasta a ponta doesporo, formada por tecido cartilaginoso inflamado, pois o que calcificou no se dissolve mais. Numprocesso de calcificao em msculos e tendes, o ultra-som aumenta a vascularizao na rea paraque haja aumento da absoro (utiliza-se ultra-som contnuo). Esses efeitos so maiores no msculo,pois o tendo tem menor vascularizao.

    Andrews e col. (2000) mencionam o aumento do fluxo sanguneo como til na resoluo dosdepsitos de clcio nas bursas e bainhas tendinosas.

    2)Transtornos circulatrios (edema, efermidade de Raynaud, etc)

    [4, 11]

    Hoogland (1986) afirma que o tratamento local tem pouca melhora, sendo prefervel otratamento segmentar. Neste caso, os pontos de aplicao so especialmente os pontos trigger nosmsculos.

    Guirro & Guirro (1996) afirmam que uma rea isqumica tratada com ultra som pode terrestabelecida a circulao sangunea atravs da formao de novos capilares.

    3) Tecidos em cicatrizao (cicatrizes cirrgicas e traumticas) / Feridas abertas / lceras dedecbito)[3, 4, 11, 12, 16]

    Melhora tanto a velocidade de cicatrizao como a qualidade da cicatriz. A intensidade depende

    da profundidade da cicatriz. Para as cicatrizes de feridas que no tenham "fechado", a esterilidade domeio de contado constitui um requisito absoluto. A possibilidade de infeco cruzada, desde ocabeote de tratamento, pode ocasionar problemas em tais casos. Normalmente utiliza-se ultra sompulsado, na frequncia de 3 MHz, com 0,5 w/cm2, para feridas / lceras abertas.

    4)Celulite[4]

    * DEFINIO:

    a gelificao da substncia fundamental amorfa, decorrente de alteraes endcrino,metablicas e circulatrias, que leva a fibrose com consequente compresso de artrias e nervos,isquemia e bloqueio de funes.

    Trata-se de um tecido pouco oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultantede um mal funcionamento do sistema circulatrio e das consecutivas transformaes do tecidoconjuntivo.

    Chamada tambm de Fibro edema geloide; Lipodistrofia ginoide.

    * HISTOLOGIA

    Primeira fase:

    - Caracteriza-se por hipertrofia das clulas adiposas, por acmulo de lipdios, com deslocamentodo ncleo celular para a periferia.

    - Ocorre dificuldade na drenagem do liquido intercelular provocando inundao, a rea ficacongestionada. A persistncia desta congesto comprime os vasos, que dilatam-se para suprir adeficincia do fluxo de sangue.

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    23- A dilatao e distenso da rede venosa aumentam sua permeabilidade provocando

    extravasamento de lquido seroso no tecido conjuntivo aumentando a presso, a congesto e osfenmenos de bloqueio (crculo vicioso)

    Segunda fase:

    - O lquido lanado no tecido conjuntivo desempenham papel de corpo estranho neste tecido,

    provocando reaes qumicas, e tentativas de defesa contra esses elementos anormais.- Ocorre o espessamento dos septos interlobulares, proliferao das fibras colgenas, que

    espessa-se e adquire uma consistncia gelatinosa

    Terceira fase:

    - A densificao do meio conjuntivo irrita as fibras do tecido, dissocia-as em fibrilas,provocando sua rpida mutilao.

    - Origina-se um verdadeiro tecido fibroso, envolvendo e comprimindo todos os elementos dotecido conjuntivo, artrias, veias e nervos, formando uma verdadeira barreira a todas trocas vitais (fase

    considerada irrerversvel).

    Quarta fase:

    - Nota-se o espessamento do tecido conjuntivo interadipocitrio. O tecido fibroso torna-seesclerosado, isto , um tecido muito duro, firme, estanque, aprisionando nas suas malhas os produtosnutritivos, residuais, a gua e os lipdios.

    - Nesta fase as lipases no conseguem chegar at os adipcitos.

    - O endurecimento tecidual produz-se uma irritao contnua nas terminaes nervosas,resultando em dores a palpao.

    * ETIOPATOGENIA:

    Fatores predisponentes: Genticos, idade, sexo, e desequilbrio hormonal.

    Fatores determinantes: Estresse, fumo, sedentarismo, desequilbrios glandulares, pertubaesmetablicas do organismo em geral (diabetes), maus hbitos alimentares, disfuno heptica.

    * ESTGIOS DA CELULITE:

    Grau 1:

    aquela que percebida somente atravs da compresso do tecido entre os dedos ou da

    contrao muscular voluntria. Assim sendo, a celulite ainda no visvel somente a inspeo, e noh alterao da sensibilidade a dor.

    Grau 2:

    As depresses so visveis mesmo sem a compresso dos tecidos, sujeitas, portanto a ficaremainda maris aprerentes mediante a compresso dos mesmos. Com a luz incidindo lateralmente, asmargens so especialmente fceis de serem delimitadas (aspecto de casca de laranja), j havendoalteraes da sensibilidade.

    Grau 3:

    Esta j observada tanto na posio deitada, como sentada ou em p. A pele fica enrugada e

    flcida. A aparncia da pele, por apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um saco de nozes, asensibilidade a dor est aumentada e as fibras do conjuntivo esto quase totalmente danificadas.

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    24Grau 4:

    Os ndulos gordurosos tornam-se muito volumosos. Esto endurecidos e sensveis ao toque,alm de ocorrer uma retrao tecidual ao redor da clula, provocando grandes depresses na superfcieda pele. As pernas tornam-se pesadas, geladas, inchadas e muitas vezes doloridas.

    * TRATAMENTO

    - Na avaliao e tratamento da celulite podemos empregar alguns mtodos:1. Palpao

    2. Termografia[30]- O mtodo utiliza placas flexveis, compostas de cristais termosensveis decolesterol, cuja funo avaliar e classificar o fibro edema geloide de acordo com a temperaturacutnea surperficial, diretamente relacionada com alteraes circulatrias ocasionadas pelo distrbio.Aps o contato placa-pele por alguns segundos, surge um "mapa" de cores, indicando diferena detemperaturas em reas localizadas da superfcie cutnea. A imagem que surge pode ser homognea ouno. De maneira geral, quanto mais uniforme for a imagem, com colorao verde ou rosada, menor oenvolvimento circulatrio da rea, que clinicamente corresponderia ao grau I ou ausncia de fibroedema gelide. J zonas que indicam hipotermia, que no exame aparecem como zonas escuras

    ("buracos negros" ou "pele de leopardo"), indicam um grau mais avanado.Embora o exame seja inculo, por se tratar de uma avaliao no-invasiva, como mtodo

    de avaliao nico no seguro, por fatores externos e internos podem alterar significativamente oresultado do exame, como por exemplo: exposio solar, febre, tabagismo, poca do ciclo menstrual,temperatura e umidade da sala de exames.

    3. Bioimpedncia[30]

    4. Subciso[30]- Tcnica cirrgica usada para tratar as depresses do relevo cutneo. Atua a nveldermo-hipodermo, deslocando as fibras de alto teor fibrtico. Pode ser realizado a nvel ambulatorial.Aps anestesia, um estilete especial em forma de agulha introduzido. Aps inserido, movimentado

    em leque, seccionando os septos fibrosos, at que deslizem livremente pelo tecidoAs principais sequelas decorrentes da cirurgia, tratadas com US, so as fibroses nodulares

    (nos pontos de inciso) e cicatrizes hipertrficas. Guirro & Guirro (2002), orientam uso do US aps 24horas, com frequncia de 3 MHz, com intensidade de 0,4 w/cm2a 0,6 w/cm2no modo contnuo oupulsado a 50%. O uso do US destina-se a atenuar os hematomas e diminuir a incidncia de fibroses

    5.Mesoterapia (intradermoterapia)[30] - Consiste em mltiplas injees intradrmicas desubstncias farmacologicas compostas de enzimas, vasodilatadores e de substncias que auxiliam ometabolismo do tecido conjuntivo.

    6. Fonoforese[30]- Utiliza-se o ultra som de 3 MHz no modo contnuo. O uso do ultra som nacelulite est vinculado aos seus efeitos fisiolgicos associados sua capacidade de veiculao desubstncias atravs da pele (fonoforese). Dentre outros efeitos, podemos destacar a neovascularizaocom consequente aumento da circulao, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colgenas,melhora das propriedades mecnicas do tecido, e a ao tixotrpica nos ndulos celulticos.

    A dose deve ser cuidadosamente selecionada, uma vez que as enzimas de difuso utilizadas nafonoforese se desnaturam em altas temperaturas, visto que a onda contnua mais indicada para estatcnica.

    CONTRA INDICAO

    Deve-se ter em mente que, como qualquer recurso teraputico, os ultra-sons tambmapresentam restries sua utilizao. O quadro clnico do paciente ou o perfil de sua patologia,aliados ao bom senso do fisioterapeuta, que decidiro pelo impedimento ao uso. As contra-indicaesmais flagrantes so:

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    251)reas com insuficincia vascular[3, 16, 20]

    Pode haver contra-indicao se houver intenso aumento de temperatura dificultando oarrefecimento da rea pelo sangue. E o suprimento sanguneo deficiente seria incapaz de acompanhar ademanda metablica, pois com o aumento da temperatura haveria aumento do consumo de oxignio, ecomo o suprimento sanguneo (que prov o oxignio) est deficiente, haveria aumento da presena deCO2levando necrose.

    2)Aplicaes a nvel dos olhos[3, 4, 11, 12, 16, 20]

    Cegueira irreversvel (Cavitao no lquido ocular)

    3)tero grvido[3, 4, 11, 12, 20]

    Embora a intensidade que chegaria ao tero fosse mnima, haveria uma tendncia a se tratar asituao com segurana, pois os efeitos do US sobre tecidos em crescimento so desconhecidos. Emvirtude disto, havendo a possibilidade de cavitao no lquido amnitico e ocorrncia de malformaesno feto, as aplicaes no tero grvido esto limitadas. Alm disso, deve-se evitar tambm otratamento de tecidos segmentrios correspondentes ao estado gravdico, para evitar qualquer

    anomalia.4) Sobre rea cardaca[3, 4, 11, 12, 20]

    Pode ocorrer mudana no potencial de ao e pode alterar as propriedades contrteis do msculocardaco.

    5)Tumores malignos[3, 4, 11, 12, 16, 20]

    Sobre o tumor: pode-se acelerar o crescimento e as metstases

    6)Epfises frteis[4, 11, 12, 14, 16] , 20

    Guirro & Guirro (1996) e Garcia (1998) mencionam que o ultra som provocaria ossificaoprecoce e interferiria no crescimento sseo

    Pessina e Volpon (1999) em pesquisa realizada com ultra som na cartilagem de crescimento decoelhos no verificou alteraes morfolgicas ou funcionais da cartilagem de crescimento.

    Hoogland (1986) afirma que estas regies ocupavam antes um dos primeiros lugares na lista decontra indicaes, mas que aplicaes com ultra som pulstil e com baixa intensidade podem serutilizadas em pacientes com idade abaixo de 18 anos.

    7)Testculos/gnadas[11, 12]

    Poderiam ocorrer reaes desconhecidas.8))Sobre tromboflebites / varizes (principalmente trombosadas)[4, 11, 12, 16]

    Pode liberar mbolos (embolia)

    9)Osteoporose[16]

    Garcia (1998) menciona que no h documentao cientfica adequada sobre o caso. Mas o quese v na prtica clnica a ausncia de malefcios advindos da utilizao do ultra som em pacientescom osteoporose.

    10)Inflamao sptica[4, 11, 12, 16 ]

    Acelerar a proliferao e favorecer a disseminao do agente infeccioso atravs do corpo.

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    2611)Endoprteses[3, 4, 11, 16]

    O cimento de fixao da prtese (metilmetacrilato) possui um alto coeficiente de absoro ultrasnica e os componentes base de polmeros poderiam sofrer ao dos efeitos trmicos (US contnuo).Kottke & Lehmann (1994) afirmam que no h determinao de que a absoro seletiva por estesmateriais leva ou no ao superaquecimento ou mesmo derretimento do material de fixao daendoprtese.

    12) Implante metlico[3, 13, 16]

    Garavello et al (1997) relatam que o implante metlico no induz a temperaturasexcessivamente altas, e que as ondas ultra snicas refletidas no so capazes de prover qualquerelevao seletiva de temperatura nos tecidos adjacentes ao implante devido s ondas estacionriasrefletidas neste metal, e segundo Garcia (1998) estes tecidos teriam grande aquecimento se houvesseosso no local do implante metlico (devido elevada condutilibilidade trmica do metal que dissipa,rapidamente, o calor.)

    13) Diabetes Mellitus[11]

    Pode ocorrer ligeira diminuio da glicemia, gerando sintomas de fadiga. Em geral desaparecemreduzindo-se as doses.

    14)Sequelas ps traumtica aguda[11]

    Devido aos efeitos tanto trmicos como mecnicos, os vasos sanguneos em regenerao podemromper-se conduzindo hemorragia recorrente. O tratamento local com intensidade baixa s pode seradministrado aps 24-36 horas.

    15)Diretamente sobre o marcapasso (ou ondas sonoras desviadas)[20]

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:1- Michlovitz, Susan L. - THERMAL AGENTS IN REHABILITATION- F. A. Davis Co - 3 Ed. Philadelphia 19962- Guyton, A. C.- FISIOLOGIA HUMANA - Ed. Guanabara - 19883- Kottke, F.J., Lehmann J.F. - TRATADO DE MEDICINA FSICA E REABILITAO DE KRUSEN - Ed Manole - 1994 -

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    RECURSOS E PATOLOGIAS- Ed Manorle - 3 Ed. Revisada e ampliada - 2002

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    RECURSOS E PATOLOGIAS- Ed Manorle - 3 Ed. Revisada e ampliada - 2002

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    HISTRICO

    O Galvanismo a forma mais velha de eletroterapia. Em 1786, Galvani observou pela primeiravez a contrao dos msculos da pata de uma r sobre uma placa metlica quando estalava umacentelha entre os eletrodos de uma mquina eltrica de frico. As experincias de Galvani tiveram oduplo mrito de dar incio ao estudo da Eletrofisiologia e de demonstrar que um msculo se contraisempre que fica sujeito influncia de uma diferena de potencial. Em 1870 Van Bruns investigou ecomprovou a ocorrncia de traos de iodeto na urina, aps um tratamento com a corrente galvnica.Entre 1900 e 1912 Leduc demonstrou em experincia que poderia introduzir ions medicamentosos no

    organismo animal (coelhos) provocando efeitos gerais

    [1, 60]

    .

    DEFINIO

    uma corrente contnua de fluxo de eltrons com direo e intensidade constante e com efeitospolares.

    tambm conhecida como corrente direta, corrente constante, corrente contnua, correntevoltaica, corrente unidirecional.

    REPRESENTAO GRFICAi

    tFLUXO DE CORRENTE

    O fluxo da corrente dentro da bateria se d do negativo para o positivo. Entretanto sabidoque no circuito eltrico externamente carregado, os ons convencionalmente fluem do polo positivopara o negativo.

    EFEITOS FISIOLGICOS

    a) Produo de calor

    Efeito Joule. O transporte da corrente eltrica atravs de ons produz calor e sua intensidade temrelao direta com a resistncia especfica do meio utilizado.

    b) Eletrlise (Dissociao)Fenmeno pelo qual as molculas se dividem em seus diferentes componentes qumicos, pelo

    fato de que cada um deles leva consigo uma carga eltrica diferente.

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    29Por exemplo: Num meio contendo gua (H2O), ao misturarmos cloreto de sdio (NaCl) e

    submetermos essa mistura ao da corrente galvnica ocorrer uma dissociao eletroltica do cloretode sdio em ons de cloro e ons de sdio.

    E no exemplo ora citado ocorrer o seguinte: o cloro sendo um ion eletricamente negativo, flui para opolo positivo, perde sua carga eltrica e reagindo com a gua produz uma reao cida (HCl); o sdio,sendo um ion eletricamente positivo, flui para o polo negativo, perde sua carga eltrica e reagindo

    quimicamente com a gua produz uma reao alcalina (OHNa).

    +

    NaCl

    Na + - Cl

    OH H

    H2O

    +

    NaCl

    NaOH +

    - HCl

    H2O

    c) Fenmeno do eletrotnus[1, 5]

    A corrente galvnica altera a excitabilidade e condutibilidade do tecido tratado.

    - Aneletrotnus (ocorre no polo positivo): depresso da excitabilidade, que leva a um alvio dador.

    - Cateletrotnus (ocorre no polo negativo): aumento da excitabilidade, que facilita as atividadesespecficas do tecido nervoso.

    d) Vasodilatao

    devido ao da corrente sobre os nervos vasomotores, e provoca uma hiperemia ativa [1]. A

    hiperemia atinge tambm estruturas mais profundas, por ao reflexa. Com isso h um aumento dairrigao sangnea, acarretando maior nutrio tecidual profunda.

    Corrente Galvnica

    OBS: Catodo -2Na + 2H2O 2NaOH + 2H

    Anodo +4Cl + 2H2O 4HCl + O2

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    30Segundo Andrews e col. (2000), o pH da pele debaixo do catodo torna-se gradualmente

    alcalino medida que ons positivos so atrados na sua direo, enquanto a pele debaixo do anodosofre a reao oposta. E estas alteraes qumicas induzem uma vasodilatao reflexa,presumivelmente com a finalidade de manter um pH homeosttico.

    e) Aumento do metabolismo

    Decorrente da vasodilatao e consequente aumento da oxigenao e substncias nutritivas naregio tratada.

    f) Aumento da ao de defesa

    Com a vasodilatao e consequente aumento da irrigao sangnea, haver um aumento deelementos fagocitrios e anticorpos.

    g) Endosmose (Eletroendosmose)

    Assim como os radicais qumicos, as partculas fluidas tambm se deslocam e, por regra geral,seu deslocamento se efetua do polo positivo para o polo negativo.

    Esses fenmenos so basicamente utilizados em duas situaes: a cataforese (polo -) paraamolecer cicatrizes e quelides, e a anaforese (polo +) na facilitao da derivao de fluidos no edema.Entretanto, so fenmenos considerados por alguns autores como inexpressivos, ou com poucafinalidade teraputica.

    EFEITOS TERAPUTICOS

    a) Analgesia

    b) Estimulao nervosa

    c) Antiinflamatrio

    d) Transtornos circulatriose) Iontoforese

    CARACTERSTICAS DOS PLOS

    a) Polo positivo (nodo)

    - Repele ions positivos (ctions)

    - Atrai ons negativos (nions)

    - Analgsico

    - Sedante

    - Vasoconstrictor

    b) Polo negativo (ctodo)

    - Repele ons negativos (nions)

    - Atrai ons positivos (ctions)

    - Estimulante

    - Irritante

    - Vasodilatador

    - Menor hiperemia (isquemia)

    - Desidrata o tecido

    - Atrai 02

    - cido- Detem sangramento

    - Maior hiperemia

    - Hidrata o tecido

    - Atrai H (atrai e libera (bolhas -devido ao maior n de H nagua)

    - Causa sangramento

    - Menos germicida

    - No corroi metais

    - Liquefao

    - Alcalino

    - Mais germicida

    - Coagulao

    - Corroi metais poroxidao

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    31ELETRODOS

    a) Podem ser tipo placas metlicas retangulares protegidas com esponjas, confeccionadas emchumbo, cobre, lato, alumnio ou estanho.

    b) Podem ser tipo caneta eletroestimuladora.

    c) Podem ser tipo cuba com gua, para o banho galvnico.

    d) Podem ser tipo roloe) Podem ser tipo tubo

    f) Podem ser do tipo mscara

    g) Podem ser confeccionada de borracha de silicone

    h) Podem ser tipo auto-adesivos (para uso sem iontoforese)

    TCNICAS ADMINISTRATIVAS DA CORRENTE GALVNICA

    a) Quanto menor for a rea do eletrodo maior ser a concentrao de energia.

    b) O paciente dever experimentar uma sensao de formigamento ou ardncia agradvel quandosubmetido corrente galvnica. Caso o paciente reclame de ardncia dolorosa ou qualquer outro tipode incmodo, ou ainda aparecer contrao dolorosa deve-se diminuir a intensidade ou desligar oaparelho.

    c) Dosimetria: Leito & Leito (1995) orientam que a dosagem ideal gira em torno de 0,5 a 1mA por cm2de rea do eletrodo; Guirro & Guirro orientam para 0,1 mA por cm2 de rea de eletrodoativo. Soriano et al (2000), orientam que no deve-se ultrapassar nunca a intensidade de 0,05 mA/cm2(Exemplo: Se o eletrodo tem 100 cm2, a itensidade mxima tolervel ser de 5 mA (100 x 0,05 = 5mA). Na prtica clnica utiliza-se normalmente de 0 a 20 mA dependendo da sensao deformigamento referida pelo paciente; a dosimetria do banho galvnico depender do tamanho dorecipiente, alguns autores mencionam 15 mA.

    d) Deve-se tomar cuidado com a instalao do aparelho de CG na rede eltrica, pois suainstalao prximo a aparelhos de ondas curtas pode fazer com que haja interferncias, causandooscilaes na corrente podendo causar desconfortos ao paciente.

    e) Tempo de aplicao: normalmente dura em torno de 15 a 30 min.

    f) Os eletrodos devem ser cobertos por esponjas, feltros, ou algodo embebidos em gua.

    g) O banho galvnico pode ser indicado para aumentar a condutibilidade nervosa e trabalhar aparte sensitiva, principalmente nos caso de parestesias, nevralgias, leso de nervos perifricos,perturbaes circulatrias perifricas, contuses, etc...

    h) importante a identificao dos plos (+ ou -), antes da terapia

    i) A sensao de formigamento deve ser homognea, no poder se concentrar em um s pontodo segmento tratado ou da placas

    j) Galvanizao corporal (Soriano et al, 2000) - se utilizam faixas confeccionadas com ummaterial capaz de reter liquidos e faixas em forma de eletrodos com elevada condutividade eletrica. Asfaixas podem ser molhadas com agua ou algum material iontoforetico. Normalmente utilizada paratratar coxas e abdomem. Utiliza-se uma faixa para a parte superior e outra diferente para a parteinferior, verificando que no haja contato entre elas. Se conectam os eletrodos da corrente galvanica demaneira que um polo esteja na parte superior e outro na parte inferior. Normalmente a intensidade da

    corrente e cerca de 5 mA, e o tempo de aplicao 30 min

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    32INDICAES

    - Processos inflamatrios

    - Processos lgicos

    - Leses de nervos perifricos

    - Alteraes de sensibilidade

    - Iontoforese

    CONTRA INDICAES

    - Quando o paciente apresenta vertigens[1]durante o tratamento

    - Quando o paciente apresenta irritabilidade cutnea

    - Marca-passo

    - Implantaes metlicas no campo de aplicao

    - Locais com soluo de continuidade[11]

    TCNICA GERAL DE APLICAO

    - Convencional:

    Os eletrodos so acoplados na superfcie do corpo, utilizando-se sempre um meio para facilitar aintroduo da corrente: esponja, algodo ou feltro embebidos em gua quando o eletrodo for metlico;e ainda tambm utiliza-se gel quando o eletrodo for de borracha de silicone.

    -Mscara de Bergoniere:

    Confeccionada em material metlico flexvel onde colocada na hemiface com chumao dealgodo embebido; na qual conectado um dos plos e o outro numa regio do corpo para fechar ocircuito

    - Eletroestimulao:

    realizado utilizando a corrente galvnica de forma interrompida, adotando como um doseletrodos uma caneta eletroestimuladora que interrompe a corrente provocando estmulos emestruturas mioneurais. A caneta deve estar acoplada no polo negativo (estimulante)

    -Banho Galvnico:

    uma forma de emprego da corrente galvnica que se destinam ao tratamento de processospatolgicos generalizados. Utiliza-se um recipiente com gua onde submergido o membro a sertratado, e coloca-se as placas no interior do recipiente, ou somente o polo positivo , ficando o polonegativo no corpo do paciente, ou vice-versa. A vantagem da gua permitir contato homogneo comos tecidos e reduzir a resistncia da pele, devendo para isto, estar com uma temperatura agradvel. Adosagem gira em torno de 15 a 30 mA, pode ser feito com duas cubas.

    APLICAES CLNICAS

    Artrite, artralgia, mialgia, neuralgia, neurite, ciatalgia, lombalgia, distenso, artrose, contuso,transtornos trficos, fibroses, hidratao dos tecidos, hipoestesia, plegias, Guillain-Barr, paralisiafacial, neuralgia do trigmeo, lumbago, tendinite, bursite, escoliose, etc...

    - Transtornos circulatrios

    - Estimulao da irrigao sangnea, etc

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    IONTOFORESE

    DEFINIO

    um fenmeno fsico que se caracteriza pela penetrao de uma substncia teraputicaatravs da pele ntegra por intermdio da corrente galvnica. tambm conhecida como ionizao,iontopenetrao, dieletrlise, dieletroforese, e jontoforese.

    BASES BIOFSICAS DA IONTOFORESE

    a) Lei de Du Fay - cargas eltricas de mesmo sinal se repelem, e cargas de sinal contrrio seatraem.

    b) Experincia de Chatzk n 1: tinha o objetivo de demonstrar a migrao inica e os fenmenos de

    eletrlise por ao de corrente galvnica.KI

    + _

    Chatzk pegou uma batata e fez um sulco em sua superfcie, colocando iodeto de potssio, eacoplou eletrodos de corrente galvnica. Ao final de um certo tempo, ao retirar os eletrodos verificouque a superfcie da batata, no polo positivo, estava azulada devido reao do amido com o iodo. E nooutro polo no houve colorao

    EFEITOSExperincia de LEDUC: tinha como objetivo demonstrar a penetrao de ons e seus efeitos no

    organismo pela ao da CG.I- Convulses te-

    tnicas+

    II- EnvenenamentociandricoSulfato de estricnina gua Cianureto Obs: Invertendo a

    de potssio polaridade, nadaaconteceu

    I II

    OBS: Na prtica ambulatorial da iontoforese os efeitos sistmicos no so importantes nem sebuscam em teraputica.

    -I +K

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    34TCNICA DE UTILIZAO

    - de fundamental importncia para a prtica da iontoforese, a determinao do polo negativoou positivo dos eletrodos. O on ativo se deduz na frmula qumica do medicamento e o plo usadodeve ser o mesmo do on ativo.

    - Na iontoforese subaqutica os eletrodos so representados por recipientes contendo solueseletrolticas.

    - Na iontoforese transcerebral o eletrodo ativo (com o medicamento) colocado sobre um ousobre os dois olhos e o eletrodo passivo no buraco occipital (foramen magnum); - 1 a 3 mA para umolho, e 4 a 5 mA para a tcnica binocular, com 30 a 40 min de durao.[34]

    - Os medicamentos devem estar constitudos de partculas ionizveis e em concentraesadequadas, porque se estas no so ionizveis, no penetraro na pele como desejamos. Concentraesabaixo do normal no fazem efeito desejado e acima podem ser lesivos pele e ao organismo.

    - Os medicamentos dever ser hidrosolveis, ou seja, que o produto seja solvel em gua. Porexemplo: as solues. Deve-se evitar cremes, pomadas, emulses, etc. (principalmente os gordurosos)[60]

    - Geralmente, so usados medicamentos em concentraes de 1 a 2 %, colocados emesponjas/algodo, sempre maiores que a placa para evitar queimaduras.

    - A quantidade e a velocidade de liberao da medicao dependem: da voltagem total aplicada,da durao do tratamento, da resistncia da pele ao movimento inico, do pH local, do potencial deionizao da medicaoou de seu solvente, do tamanho do eletrodo e da concentrao da droga noeletrodo ativo[89, 104]

    - A transferncia da medicao ocorre por meio dos portais formados por folculos capilares eporos da pele[104]

    - Esta tcnica libera a medicao em profundidades que variam de 6 a 20 mm[104]

    - Uma vez dentro dos tecidos , a medicao espalhada por meio de difuso passiva, no sendomais afetada pela fonte de corrente[104].

    - A taxa dessa difuso tal que a medicao tende a permanecer mais concentrada dentro dostecidos diretamente subcutneos ao local de introduo e progressivamente menos concentrado nostecidos mais profundos e nos tecidos perifricos ao local de tratamento[104]

    - Segundo Guirro & Guirro (1996), os fenmenos eletrosmticos auxiliam a penetrao dosctions, pelo deslocamento passivo, e dificultam a dos nions, que devem exercer deslocamentocontrrio molculas de gua.

    - A forma de utilizao dos eletrodos na iontoforese similar utilizada na galvanizao

    convencional. Entretanto Raviere (1970), em seu experimento sobre ionizao de mucopolissacardeosnas mais diversas patologias, concluiu que a disposio dos eletrodos fator primordial para aobteno de bons resultados. O autor utilizou duas tcnicas de colocao de eletrodos, a transversal e alongitudinal, constatando a relao entre os resultados pequenos e nulos com a tcnica longitudinal eos resultados bons e mdios com a tcnica transversal.

    - No se pode deixar de mencionar que os efeitos polares desencadeados pela corrente galvnicatambm so responsveis em parte pelos efeitos teraputicos resultantes da iontoforese. Cabe entosupor que algumas das aes decorrentes da iontoforese so em parte devidas aos efeitos polares daprpria corrente[119].

    DOSIMETRIA

    - Normalmente utiliza-se igualmente da corrente galvnica convencional, tendo a preocupaocom a sensibilidade do paciente para no haver leso com superdosificao.

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    35- Entretanto, Andrews e col. (2000) e Starkey (2001), relatam que a dose da medicao

    liberada durante o tratamento medida em miliamperes por minuto (mA/min):

    Ex.: Se a dosagem recomendada da corrente para uma determinada substncia medicamentosa 50 mA/min, pode-se modular no aparelho 5 mA por um tempo de 10 min. (5 mA x 10 min. = 50mA/min).

    - Andrews e col (2000) relatam que por razes de segurana, a intensidade mxima da correntepermitida geralmente de 4 a 5 mA.

    - Guirro & Guirro (2002), relatam que o emprego da iontoforese na clnica apresenta-se bastantelimitado nos dias de hoje. Esse no-desenvolvimento talvez tenha se devido escassez deexperimentos que fundamentam cientificamente as dosagens timas de drogas especficas,relacionando-as ao tempo de aplicao e intensidade da corrente.

    - Soriano et al (2000), relatam que tanto a intensidade por cm2do eletrodo, como a polaridade doproduto e a durao da sesso, so dados que o fabricante do produto ionizvel deve informar, j queestes parmetros dependem das caractersticas especficas do produto a der introduzido, de seutamanho molecular, e de seu comportamento eletrofortico, etc. Entretanto, em nenhum caso, a

    intensidade indicada dever ultrapassar o limiar doloroso da pessoa em tratamento, ou em caso de riscodeve-se diminuir a intensidade da corrente e aumentar proporcionalmente a durao da sesso, comopor exemplo: Para uma substncia que se deve introduzir a uma intensidade de 4 mA, durante 10minutos, obter-se- os mesmos efeitos utilizando-se 2 mA de intensidade por 20 minutos.

    - Segundo Low & Reed (2000), a penetrao do medicamento maior durante os seis primeirosminutos. Segundo os autores, a duplicao do tempo de tratamento (12 minutos) aumenta o ndice depenetrao em aproximadamente em 25%. Relatam ainda que aps esse perodo a quantidade desoluo restante bastante reduzida e que pouco adianta aumentar o tempo de aplicao.

    DESVANTAGENS[05, 104, 106, 118]

    A penetrao dos iontes e da prpria corrente galvnica nos tecidos humanos um fenmeno

    comprovado e, portanto, fora de discusso. Entretanto, existem alguns fatores que dificultam oprocesso de iontoforese:

    - O estrato crneo a principal barreira para a transferncia de substncias atravs da pele paradentro dos tecidos[104]

    - A impossibilidade de utilizar esse mtodo para o tratamento de estruturas profundas

    - Apenas uma pequeno nmero de medicamentos tiveram comprovao experimental com aiontoforese;

    - Alguns dos medicamentos, geralmente utilizados, contm ons de ambas as polaridades, o quedificulta a introduo global do medicamento;

    - Certas drogas produzem resultados no-confiveis, podendo surgir dvida sobre at que pontoa droga est sendo de fato, introduzida nos tecidos[106]

    - A quantidade eficaz do medicamento introduzido difcil de ser determinada[104]

    - A possibiidade de uma concentrao da medicao aqum da teraputica alcanar o tecido-alvo[104]

    - A intensidade da corrente e o seu tempo de aplicao constituem fatores bvios e que impemum limite nas possibilidades da terapia, pois, excedidos estes parme