ADORNO Theodor Notas de Literatura I

175
Cole??o Esp?rito Cr?tico Conselho editorial: Alfredo Bosi Antonio Candido Augusto Massi Davi Arrigucci Jr. Flora S?ssekind Gilda de Mello e Souza Roberto Schwarz NOTAS DE LITERATURA I Organiza??o da edi??o alem? Rolf Tiedemann Tradu??o e apresenta??o Jorge de Almeida In Livraria rm Duas Cidades editora-34 Theodor W. Adorno

description

filosofía

Transcript of ADORNO Theodor Notas de Literatura I

Cole??o Esp?rito Cr?ticoConselho editorial:Alfredo BosiAntonio CandidoAugusto MassiDavi Arrigucci Jr.Flora S?ssekindilda de Mello e Sou!a"o#erto Sch$ar!%&'AS DE()'E"A'*"A )Organiza??o da edi??o alem?Rolf TiedemannTradu??o e apresenta??oJorge de Almeida)n (ivrariar+ Duas Cidadeseditora,-.'heodor /. AdornoCDD , 012(ivraria Duas Cidades (tda."ua Bento Freitas3 240 Centro CE5 12661,111 S7o 5aulo , S5 Brasil 'cl8Fa9 :22; ---2,42-.$$$.duascidades.co+.#r livraria1-,2>?>A6.) n %otas de literatura ) 8 'heodor /. AdornoMtraduD7o e apresentaD7o de Jorge M. B. de Al+eida. S7o 5aulo: Duas CidadesM Ed. -.3 611-.2@? p. :ColeD7o EspNrito CrNtico;)SB% 04,@-6?,604,2;'raduD7o de: %oten !ur (iteratur )1 'eoria literIria. 6. Ensaio ale+7o.). Al+eida3 Jorge M. B. de. )). 'Ntulo. ))). SGrie. ndiceNota do tradutor !%otas de literatura )& ensaio corno for+a.................................. 24So#re a ingenuidade Gpica......................... .@5osiD7o do narrador no ro+ance445alestra so#re lNrica e sociedade ............... ?4E+ +e+Eria de Eichendorff....................... >2.A ferida =eine ............................................ 26"evendo o Surrealis+o .............................. 2-Sinais de pontuaD7o .................................. 2.& artista co+o representante .................... 242Nota do or"anizador da edio ale#2?4$obre o autor 2?@@Nota do tradutorOue+sepropPe atradu!ir os ensaios de 'heodor Adornote+deenfrentar odesafiode transpor para outra lNngua u+ te9to Fue3 para os prEprios leitores ale+7es3 +uitas ve!es soa Fuase co+olNnguaestrangeira. Esseestranha+ento3 co+oAdornoressaltae+seus ensaios so#re =eine e Eichendorff3 G u+a Fualidade dos escritores Fueefetiva+entereflete+so#rea linguage+3na+edidae+Fue se recusa+a to+I,la co+o algo si+ples+ente dado3+as si+ reconhece+ e+ cada conceito3 e+ cada estrutura gra+atical3 as diversas possi#ilidades e ca+adas de sentido alisedi+entadas pela histEria.5or isso3 o cha+ado Qestilo atonalQ do ale+7o de Adorno n7o G u+a si+ples idiossincrasia3 +as u+a tentativa de solucionar o antigo i+passe histErico da dialGtica3 desde Fue =egel a definiu3 e+ u+a cGle#re conversa co+ oethe3 co+o o QespNrito de contradiD7o organi!adoQ. A e9tre+a preocupaD7o co+o +odo de organi!ar a dinR+ica do pensa+ento G o Fue torna o te9to de Adorno ao +es+o te+po fluente e escarpado. %ada +ais coerente co+ o espNrito do ensaio3 Fue o autor destas Notas de literaturaassu+eco+oafor+aespecNficada crNticadialGtica: Q&Sco+oL dae9press7odeve salvar a precis7o sacrificada pela renTncia U deli+itaD7o do o#Heto3 se+ todavia a#andonar a coisa ao ar#Ntrio de significados conceituais decretados de +a,Notas de literatura I Nota do tradutorneira definitivaQ. Esta traduD7o pretendeu3 na +edida do possNvel3 preservar tal contradiD7o interna ao te9to3 levando asGrioapretens7o adorniana de n7o separar for+a e conteTdo. %esse sentido3 foi necessIrio #uscar eFuivalentes3 na #oa tradiD7o ensaNstica #rasileira3 para o conHunto de inversPes3 estruturas retorcidas3 parIgrafos e9tensos e Hogos se+Rnticos Fue caracteri!a o te9to de Adorno.'radu!ir essa fluVncia Fuase +usical das Notas deliteratura:u+aa+#igWidadepresenteno prEprio tNtulo3 urnave! FueNotenta+#G+se refereapartitura3 notas+usicais;3 se+entre,tantodescuidar daprecis7oconceituai3 i+plica u+a sGrie de escolhas3 co+o por e9e+plo a de n7o inundar o te9to co+ notas e9plicativas3 o Fue iria contra o prEprio espNrito da e9posiD7o dialGticaproposta porAdorno3e+Fuea +era infor+aD7o nunca se apresenta co+o algo isolado do flu9o dopensa+ento. Aoproceder Q+etodica+ente se+ +GtodoQ3 o ensaio dialGtico sesustenta3 a cada parIgrafo3 pela tensa consonRnciaentreconstruD7oee9press7o. 5or isso3 os constantes Hogos de palavras deve+ encontrar3 Fuando possNvel3 eFuivalentes e+ portuguVs3 para Fue a vivacidade do sentido n7o se perca3 principal+ente nos diversos +o+entos e+ Fue a ironia adorniana des+ente a i+age+ carrancuda atri#uNda ao autor.Doisdosensaiosdestepri+eirovolu+ede Notas de literaturaHI contava+co+e9celentes traduDPes e+ portuguVs3 reali!adas na dGcada de 2>@1por ModestoCarone%Posio do narrador no ro#ance conte#&or'neo(e"u#ens"odrigues'orres Filho %L)rica e sociedade(Co+o tive a sorte e a honra deter sidofor+adopelatradiD7odetraduD7o literIria e filosEfica Fue eles representa+3 +e foi per+itido incorporar diversas #oas soluDPes encontradas por esses dois grandes escritores. 5ortanto3 agradeDo +ais u+a ve! a generosidade de +eus dois e9,professores3 e a co+preens7oFuantoa+inhanecessidadede tradu!ir nova, +ente esses te9tos3 trinta anos depois3 e+ #usca de u+a dicD7o prEpria e da unidade do conHunto da o#ra. AgradeDo ta+#G+ ao professor "o#erto Sch$ar!3 Fuecontri#uiudecisiva+enteparaa traduD7o de passagens difNceis do te9to3 aliando seu #rilhantis+o de intGrprete U criatividade co+ Fue encontra eFuivalentes e+ nossa lNngua. Devo agradecer ainda a +eus colegas do Departa+ento de 'eoria (iterIria e(iteratura Co+paradada*niversidadedeS7o5aulo3 Fue contri#uNra+co+valiosassugestPesecrNticas3 prova de Fue o ideal do tra#alho coletivo ainda so#revive3 resistindo aos Fue Fuere+inserir definitiva+entea universidade na lEgica co+petitiva do +ercado. 5or fi+3 u+ agradeci+ento especial a "egina AraTHo e Al#erto Martins3 Fue aco+panhara+ co+ enor+e paciVncia3 cadau+aseu+odo3 ostropeDose agruras do cotidiano dessa traduD7o.*or"e de Al#eida%&'AS DE()'E"A'*"A ) dedicado n furta BurgerAdorno e+ sua +esa de tra#alho no )nstituto de 5esFuisa Social3e+ Frankfurt :fotografia do 'heodor /. Adorno,Archiv;.24O ensaio como formaDestinado a ver o ilu+inado3 n7o a lu!.oethe3 PandoraOue o ensaio3 na Ale+anha3 esteHa difa+ado co+o u+produto #astardoM Fue sua for+a careDadeu+atradiD7oconvincenteM Fuesuas de+andasenfIticassEtenha+sidosatisfeitas de+odointer+itente3 tudoissoHIfoi ditoe repreendido o #astante. QA for+a do ensaio ainda n7oconseguiudei9arparatrIsoca+inhoFue leva U autono+ia3 u+ ca+inho Fue sua ir+73 a literatura3 HI percorreu hI +uito te+po3 desenvolvendo,seapartirdeu+apri+itivae indiferenciada unidade co+ a ciVncia3 a +orale a arte.Q1 Mas ne+ o +al,estar provocado por essa situaD7o3 ne+ o desconforto co+ a +entalidade Fue3 reagindo contra isso3 pretende resguardar a arte co+o u+a reserva de irracionalidade3 identificando conheci+ento co+ ciVncia organi!ada e e9cluindo co+o i+puro tudo o Fue n7o se su#+eta a essa antNtese3 nada disso te+ conseguido alterar o preconceito co+ o Fualo ensaio G costu+eira+ente tratado na Ale+anha. Ainda hoHe3 elogiar alguG+co+o+cri,ain +o suficiente para e9cluir do R+#ito acadV+ico aFuele Fue estI sendo elogiado. Apesar de toda a inteligVnciaacu+uladaFueSi++el eoHove+ (ukIcs3 Xassner e Ben,1 Georg von Lukcs, -ie $erie und die .or#en YA al+a e as for+asZ3 Berli+3 Egon Fleischel, 2>223 p. 6>.Notas de literatura I O ensaio como formaHa+in confiara+ ao ensaio3 U especulaD7o so#re o#Hetos especNficos HI cultural+ente prG,for+ados32a corporaD7o acadV+ica sEtolera co+o filosofia o Fue se veste co+ a dignidade do universal3 doper+anente3 ehoHee+dia3 se possNvel3 co+ a dignidade do QoriginIrioQM sE se preocupa co+ algu+a o#ra particular do espNrito na +edida e+ Fue esta possa ser utili!ada para e9e+plificar categorias universais3 ou pelo +enos tornar oparticular transparente e+relaD7o a elas. A tenacidade co+Fue esse esFue+a so#revive seria t7o enig+Itica Fuanto sua carga afetiva3 n7ofosseeleali+entadopor +otivos +ais fortes do Fue a penosa le+#ranDa da falta decultivodeu+aculturaFue3 historica+ente3 +al conheceoho##e delettres%aAle+anha3 o ensaio provoca resistVncia porFue evoca aFuela li#erdade de espNrito Fue3 apEs o fracasso de u+ )lu+inis+ocadave!+ais +ornodesdeaera lei#ni!iana3 atG hoHe n7o conseguiu se desenvolver adeFuada+ente3 ne++es+oso# as condiDPes de u+a li#erdade for+al3 estando se+pre disposta a procla+ar co+o sua verdadeira de+anda a su#ordinaD7o a u+a instRncia FualFuer. & ensaio3 porG+3 n7o ad+ite Fue seu R+#ito de co+petVncia lhe seHa prescrito. E+ ve! de alcanDar algo cientifica+ente ou criar artistica+ente algu+a coisa3 seus esforDos ainda espelha+ a disponi#ilidade de Fue+3 co+o u+a crianDa3 n7ote+vergonhadeseentusias+ar co+ o Fue os outros HI fi!era+. & ensaio reflete o Fue G a+ado e odiado3 e+ ve! de conce#er o espNrito co+o u+a criaD7o a/ Cf. (ukIcs3 o& cit,p. 6-: Q& ensaio se+pre fala de algo HI for+ado ou3 na +elhor das hipEteses3 de algo Fue HI tenha e9istidoM G parte de sua essVncia Fue ele n7o destaFue coisas novas a partir de u+ nada va!io3 +as se li+ite a ordenar de u+anova+aneiraas coisas Fuee+algu++o+entoHI fora+ vivas. E co+o ele apenas as ordena nova+ente3 se+ dar for+a a algo novo a partir do Fue n7ote+for+a3 encontra,se vinculado Us coisas3 te+de se+pre di!er a SverdadeL so#re elas3 encontrar e9press7o para sua essVnciaQ. partir do nada3 segundo o +odelo de u+a irrestrita +oral do tra#alho. Felicidade e Hogo lhe s7o essenciais. Ele n7o co+eDa co+ Ad7o e Eva3 +as co+ aFuilo so#re o Fue deseHa falarM di! o Fue a respeito lhe ocorre e ter+ina onde sente ter chegado ao fi+. n7o onde nada +ais resta a di!er: ocupa3 desse+odo3 u+lugar entreos despropEsitos. Seus conceitos n7o s7o construNdos apartir deu+princNpiopri+eiro3 ne+ converge+ para u+ fi+ Tlti+o. Suas interpretaDPesn7os7ofilologica+enterNgidase ponderadas3 s7o por princNpio superinterpretaDPes3 segundo o veredicto HI auto+ati!ado daFuele intelecto vigilante Fue se pPe a serviDo da estupide! co+o c7o,de,guarda contra o espNrito. 5orreceio de FualFuer negatividade3 rotula,se co+o perda de te+po o esforDo do suHeito para penetrar a suposta o#HetividadeFueseescondeatrIsdafachada. 'udo G +uito +ais si+ples3 di!e+.Oue+ interpreta3 e+ ve! de si+ples+ente registrar e classificar3Gestig+ati!adoco+oalguG+Fue desorienta a inteligVncia para u+ devaneio i+potente e i+plica onde n7o hI nada para e9plicar. Ser u+ ho+e+ co+ os pGs no ch7o ou co+ a ca#eDa nas nuvens3 eis a alternativa. %o entanto3 #asta dei9ar,se inti+idar u+a Tnica ve! pelo ta#u de iralG+ do Fue estI si+ples+ente dito e+ deter+inada passage+ para sucu+#ir U falsa pretens7o Fue ho+ens e coisas nutre+ e+ relaD7o a si +es+os. Co+preender3 ent7o3 passa a ser apenas o processo de destrinchar a o#ra e+#uscadaFuiloFueoautor teriadeseHado di!er e+ dado +o+ento3 ou pelo +enos reconhecerosi+pulsospsicolEgicosindividuais Fueest7oindicadosnofenJ+eno. Masco+oG Fuase i+possNvel deter+inar o Fue alguG+ pode ter pensado ou sentidoaFui e ali3 nada de essencial seganhariaco+taisconsideraDPes. &s i+pulsos dos autores se e9tingue+ no conteTdoo#HetivoFuecaptura+. %oentanto3 a pletora de significados encapsulada e+cada fenJ+eno espiritual e9ige de seu receptor3 para se desvelar3 Husta+ente aFuela espontaneidade da fantasia su#Hetiva Fue G202>Notas de literatura I O ensaio como formacondenada e+ no+e da disciplina o#Hetiva. %ada sedei9ae9trair pelainterpretaD7oFueHIn7o tenhasido3 ao+es+ote+po3 introdu!idopela interpretaD7o. &s critGrios desseprocedi+ento s7oa co+pati#ilidade co+o te9to e co+a prEpria interpretaD7o3 eta+#G+ a sua capacidade de dar vo! ao conHunto de ele+entosdo o#Heto. Co+esses critGrios3 o ensaio se apro9i+a de u+a autono+iaestGtica Fuepodeser facil+enteacusadadeter sido apenas to+ada de e+prGsti+o U arte3 e+#ora o ensaio se diferencie da arte tanto por seu +eio especNfico3 os conceitos3 Fuanto por sua pretens7oUverdadedesprovidadeaparVncia estGtica.[ isso o Fue (ukIcs n7o perce#eu Fuando3 nacartaa(eo5opperFueserve de introduD7oaolivroAal#a e as for#as,definiuo ensaio co+o u+a for+a artNstica. %o entanto3 a +I9i+apositivistasegundoaFual osescritos so#re arte n7o deve+ Ha+aisal+eHar u+ +odo deapresentaD7o artNstico3 ouseHa3 u+aauto,no+ia da for+a3 n7o G +elhor Fue a concepD7o de(ukIcs. 'a+#G+aFui3 co+oe+todos os outros +o+entos3 a tendVncia geralpositivista3 FuecontrapPerigida+ente ao suHeito FualFuer o#Heto possNvel co+o sendo u+ o#Heto de pesFuisa3 n7o vai alG+ da +era separaD7o entre for+aeconteTdo: co+oseriapossNvel3afinal3 falar do estGtico de +odo n7o estGtico3 se+ FualFuer pro9i+idade co+ o o#Heto3 e n7o sucu+#ir U vulgaridade intelectual ne+ se desviar do prEprio assunto? %a prItica positivista3o conteTdo3 u+a ve! fi9ado confor+e o +odelo da sentenDaprotocolar3 deveria ser indiferente U sua for+a de e9posiD7o3 Fuepor suave!seria convencional ealheiaUs e9igVncias do assunto. 5ara o instinto do puris+o cientNfico3 FualFuer i+pulso e9pressivo presente na e9posiD7o a+eaDa u+a o#Hetividade Fue suposta+ente afloraria apEs a eli+inaD7o do suHeito3 colocando ta+,3 Cf. Lukcs, op. cit., p. 5 ss. #G+ e+ risco a prEpria integridade do o#Heto3 Fue seria tanto +ais sElida Fuanto +enos contasse co+ o apoio da for+a3 ainda Fue esta tenha co+o nor+a Husta+ente apresentar o o#Heto de +odo puro e se+ adendos. %a alergia contra as for+as3 consideradas co+o atri#utos +era+ente acidentais3 o espNrito cientNfico acadV+ico apro9i+a,se do o#tuso espNrito dog+Itico. A palavra lanDada irresponsavel+ente pretende e+ v7o provar sua responsa#ilidade no assunto3 e a refle97o so#re as coisas do espNrito torna,se privilGgio dos desprovidos de espNrito.'odos esses frutos do rancor n7o s7o +eras inverdades. Seo ensaio se recusa a dedu!ir previa+enteasconfiguraDPesculturaisapartir de algo Fue lhes G su#Hacente3 aca#a se enredandoco+ enor+e !elo nos e+preendi+entos culturais Fue pro+ove+as cele#ridades3 o sucesso e o prestNgio de produtos adaptados ao+ercado. As #iografias ro+anceadas e todo tipo de pu#licaD7o co+ercial edificante a elas relacionado n7o s7o u+a +era degeneraD7o3 +as atentaD7oper+anentede u+a for+a cuHa suspeita contra a falsa profundidade corre se+pre o risco de se rever,ter e+ superficialidade erudita. Essa tendVncia HI se delineia e+Sainte,Beuve3 de Fue+ certa+ente deriva o gVnero +oderno do ensaio3 e seguee+produtosco+oas$ilhuetasde=er#ert Eulen#erg3 o protEtipo ale+7o de u+a en9urrada de su#literatura cultural3 atG fil+es so#re "e+#randt3 'oulouse,(autrec e as Sagradas Escrituras3 pro+ovendo a neutrali!aD7o das criaDPes espirituais e+#ens deconsu+o3 u+ processo Fue3 narecentehistEria doespNrito3 apodera,se se+ resistVncia de tudo aFuilo Fue3 nos paNses do #loco oriental3 ainda G cha+ado3 se+ FualFuerpudor3 de Qa heranDaQ. Esse processo talve! se +anifeste de +odo+ais evidentee+Stefan\$eig3 Fueconseguiue+ sua Huventude escrever alguns ensaios #astante originais3 +asFueaca#ouregredindo3 e+seu livro so#re Bal!ac3 ao estudo psicolEgico da personalidade criativa. Esse gVnero de literatura n7o critica os61 62%otas de literatura ) & ensaio co+o for+aa#stratos Qconceitos funda+entaisQ3 as datas se+ sentido e os clichVs inveterados3 +as si+ pressupPe i+plicita+ente isso tudo3 co+o cT+plice. Mistura,seore#otalhodapsicologia interpretativa co+ categorias #anais derivadas da vis7o de +undo do filisteu da cultura3 tais co+o Qa personalidadeQ e Qo irracionalQ.Ensaios desse tipo aca#a+ se confundindo co+ o estilo de fo,lheti+Fue os ini+igos da for+a ensaNstica costu+a+confundir co+o ensaio. (ivre da disciplina da servid7o acadV+ica3 aprEpria li#erdade espiritual perde a li#erdade3 acatando a necessidade social+ente prG,for+ada da clientela. A irresponsa#ilidade3 e+ si +es+a u+ +o+ento de FualFuer verdade n7o e9aurida na responsa#ilidade de perpetuar ostatus quo,torna,se responsIvel pelas necessidades da consciVncia esta#elecidaM ensaiosruins n7o s7o +enos confor+istas do Fue dissertaDPes ruins. A responsa#ilidade3 contudo3 respeita n7o apenas autoridades e grV+ios3 +as ta+#G+ a prEpria coisa.Afor+a3 noentanto3 te+suaparcelade culpa no fato de o ensaio rui+ falar de pessoas3 e+ve!dedesvendar oo#Hetoe+Fuest7o. A separaD7o entre ciVncia e arte G irreversNvel. SE a ingenuidade do fa#ricante de literatura n7o to+a conheci+ento disso3 pois este se considera nada +enos Fue u+ gVnio da ad+inistraD7o3 por sucatear as #oas o#ras de arte e transfor+I,las e+ o#rasruins. Co+ao#HetivaD7odo+undo3 resultado da progressiva des+itologi!aD7o3 a ciVncia e a arte se separara+M G i+possNvel resta#elecer co+u+golpe de +Igica u+a consciVncia para a Fual intuiD7o e conceito3 i+age+esigno3 constitua+u+aunidade. A restauraD7o dessa consciVncia3 se G Fue ela algu+a ve!e9istiu3 significariau+arecaNdano caos. Essa consciVncia sE poderia ser conce#ida co+o consu+aD7o do processo de +ediaD7o3 co+outopia3 tal co+odesdeXant osfilEsofos idealistas #uscara+i+aginar3 so#ono+ede QintuiD7ointelectualQ3 algoFuete+ falhadoaos freFWentes apelos do conheci+ento efetivo. &nde afilosofia3 +ediante e+prGsti+os da literatura3 i+agina,se capa!de a#olir o pensa+ento o#Hetivante e sua histEria3 enunciada pela ter+inologia ha#itual co+o a antNtese entre suHeitoeo#Heto3 eesperaatG+es+oFueo prEprio Ser ganhe vo! e+ u+a poesia Fue Hunta 5ar+Vnides e Ma9 Jungnickel3 ela aca#a se apro9i+ando da desgastada conversa fiada so#re cultura. Co+ +alNcia rTstica travestida de sa#edoriaancestral3 essafilosofiarecusa,sea honrar as o#rigaDPes do pensa+ento conceitual3 Fue entretanto ela su#screveu assi+ Fueutili!ouconceitos e+suas frases eHuN!os3 enFuanto o seu ele+ento estGtico n7o passa de urna aguada re+iniscVncia de segunda +7o de =Plderlin ou do E9pressionis+o3e talve! do *u"endstil,pois nenhu+pensa+ento pode se entregar U linguage+ t7o ili+itada e cega+ente Fuanto a idGia de u+a fala ancestral fa! supor. Dessa violVncia Fue i+age+ e conceito pratica+ u+ ao outro nasce o Harg7o da autenticidade3 no Fualas palavras vi#ra+ de co+oD7o3 enFuanto se cala+ so#re o Fue as co+oveu. A a+#iciosa transcendVncia da linguage+para alG+dosentidoaca#adese+#ocandoe+u+ va!io de sentido3 Fue facil+ente pode ser capturado pelo +es+o positivis+o diante do Fual essa linguage+ se Hulga superior. Ela cai nas +7osdopositivis+oHusta+entepelova!iode sentidoFuetantocritica3 poisaca#aHogando co+ as +es+as cartas. So# o Hugo de tais desen,volvi+entos3 essalinguage+3 ondeaindaousa +over,senoR+#itodasciVncias3 apro9i+a,se do artesanato3 enFuanto o pesFuisador conserva3 e+ negativo3 sua fidelidade U estGtica3 so#retudo Fuando3 e+ ve! de degradar a linguage+ U +era parIfrase de seus nT+eros3 re#ela,se contra a linguage+ e+ geral3 utili!ando ta#elas Fue confessa+ se+ rodeios a reificaD7o de sua consciVncia3 encontrando assi+ u+a espGcie de for+a para essa reificaD7o3 se+ precisar recorrer a u+ apologGtico e+prGsti+o daarte. [verdadeFueaartese+preesteve i+#ricada na tendVnciado+inante do )lu+inis+o3 incorporando e+ sua tGcnica3 des,Notas de literatura I O ensaio como formade a Antiguidade3 as desco#ertas cientNficas. Mas a Fuantidade reverte e+ Fualidade. Se a tGcnica torna,se u+a#soluto nao#ra de arteM se a construD7o torna,se total3 erradicando a e9press7o3Fue G seu +otivo e seu opostoM se a artepretendetornar,sei+ediata+enteciVncia3 adeFuando,se aos parR+etros cientNficos3 ent7o ela sanciona a +anipulaD7o prG,artNstica da +atGria3 t7ocarentedesentidoFuantoo$e0n YSerZ dos se+inIrios filosEficos. Assi+3 aarte aca#a se ir+anando co+ a reificaD7o3contra a Fualo protesto3+es+o Fue +udo ereificado3 se+pre foi e ainda hoHe G a funD7o do Fue n7o te+ funD7o: a prEpria arte.Mas3 e+#ora arte e ciVncia tenha+se separado na histEria3n7o se deve hipostasiar o seu antagonis+o. A avers7o a essa +istura anacrJnica n7o a#solve u+a cultura organi!ada e+ ra+ose setores. Ainda Fue seHa+ necessIrios3 esses setores aca#a+ reconhecendo institucional+ente a renTncia U verdade do todo. &sideais de pure!a e asseio3 co+partilhados tantopelose+preendi+entosdeu+afilosofia vera!3 aferidaporvaloreseternos3Fuanto por u+aciVnciasElida3 inteira+enteorgani!adae se+ lacunas3 e ta+#G+ por u+a arte intuitiva3 desprovidadeconceitos3 tra!e+as+arcasde u+a orde+repressiva. 5assa,se a e9igirdo espNrito u+ certificado de co+petVncia ad+inistrativa3 paraFueelen7otransgridaa cultura oficial ao ultrapassar as fronteiras cultural+ente de+arcadas. 5ressupPe,se assi+ Fuetodoconheci+entopossa3 potencial+ente3 ser convertido e+ ciVncia. Asteorias do conheci+entoFueesta#elecia+u+adistinD7o entre consciVncia prG,cientNfica e cientNfica se+pre conce#era+ essa diferenDa co+o sendo unica+ente de grau. Oue se tenha per+anecido3 contudo3 na +era afir+aD7o da possi#ilidade de u+aconvers7o3 se+FueHa+aisaconsciVncia viva tenha sido transfor+ada seria+ente e+ consciVncia cientNfica3 re+ete ao carIter precIrio da prEpria transiD7o3 a u+a diferenDa Fualitativa. A +aissi+ples refle97o so#re a vida da consciVncia poderia indicar oFuanto alguns conheci+entos3 Fue n7o se confunde+ co+ i+,pressPes ar#itrIrias3 dificil+ente pode+ ser capturados pela rededa ciVncia. Ao#ra de Marcel 5roust3 t7o per+eada de ele+entos cientNficos positivistasFuantoadeBergson3 G u+a tentativa Tnica de e9pressar conheci+entos necessIrios e conclusivos so#re os ho+ens e as relaDPes sociais3 conheci+entos Fue n7o po,deria+ se+ +ais ne+ +enos ser acolhidos pela ciVncia3 e+#orasuapretens7o Uo#Hetividade n7oseHadi+inuNdane+redu!idaau+avaga plausi#ilidade. & parR+etro da o#Hetividade dessesconheci+entos n7oGaverificaD7ode teses HI co+provadas por sucessivos testes3 +as a e9periVncia hu+ana individual3 Fue se +antG+ coesa na esperanDa e na desilus7o. Essa e9periVncia confere relevo Us o#servaDPes proustianas3 confir+ando,as ou refutando,as pela re+e+oraD7o. Mas a sua unidade3 fechada indivi,dual+ente e+ si +es+a3 na Fual entretanto se +anifestaotodo3n7opoderiaser retalhadae reorgani!ada3 por e9e+plo3 so# as diversas personalidadeseaparatosdapsicologiaouda sociologia.So# a press7o do espNrito cientNfico e de seus postulados3 onipresente atG +es+o no artista3 aindaFuede+odolatente3 5roustse serviu de u+a tGcnica Fue copiava o +odelo das ciVncias3 parareali!ar u+a espGcie de reordenaD7oe9peri+ental3 co+oo#Hetivode salvarouresta#eleceraFuiloFue3 nosdiasdo individualis+o#urguVs3 FuandoaconsciVncia individual ainda confiava e+ si +es+a e n7o se inti+idava diante da censura rigida+ente classificatEria3 era valori!ado co+o os conheci+entos de u+ ho+e+ e9periente3 confor+eotipodoe9tintoho##e de lettres,Fue 5roust invocou nova+ente co+o a +ais alta for+a do diletante. %7o passaria pela ca#eDa de ninguG+3 entretanto3 dispensar co+o irrelevante3 ar#itrIrio e irracional o Fue u+ ho+e+ e9periente te+a di!er3sEporFue s7o as e9periVnciasde u+ indivNduo e porFue n7o se dei9a+ facil+ente generali!ar pelaciVncia. MasaFuelapartede seus achados Fue escorrega por entre as6.64Notas de literatura I O ensaio como forma+alhas do sa#er cientNfico escapa co+ certe!a U prEpria ciVncia.EnFuantociVnciadoespNrito3 a ciVncia dei9a de cu+prir aFuilo Fue pro+ete ao espNrito: ilu+inar suas o#ras desdedentro. & Hove+ escritor Fue Fueira aprender na universidade o Fue seHa urna o#ra de arte3 urna for+a da linguage+3 a Fualidade estGtica3 e +es+o a tGcnica estGtica3 terI apenas3 na +aioria dos casos3 algu+as indicaDPes esparsas so#re o assunto3 ou ent7o rece#erI infor+aDPes tornadas HI prontas da filosofia e+circulaD7o naFuele +o+ento3 Fue ser7o aplicadas de +odo +aisou+enosar#itrIrioaoteordaso#rase+ Fuest7o. Caso ele se volte para aestGtica filosEfica3 serIentulhadoco+proposiDPes t7o a#stratas Fue nada di!e+ so#re as o#ras Fue ele deseHa co+preender3 ne+se identifica+3 na verdade3 co+ o conteTdo Fue3 #e+ ou +al3ele estI#uscando. Mas adivis7odetra#alho do 1os#os noeti12se+arteeciVncian7oGaTnica responsIvel por tudo issoM ne+ as suas linhas de de+arcaD7o pode+ ser postas de lado pela #oa vontadeeporu+planeHa+entosuperior. 5elo contrIrio3 o espNrito3 irrevogavel+ente +odelado segundo os padrPes da do+inaD7o da nature!a e daproduD7o+aterial3 entrega,seUrecordaD7o daFuele estIgio superado3 +as Fue ainda tra! a pro+essa de u+ estIgio futuro3 a transcendVncia das relaDPes de produD7o enriHecidas. Assi+3oprocedi+entoespeciali!ado separalisaHusta+entediantedeseuso#Hetos especNficos.E+ relaD7o ao procedi+ento cientNfico e sua funda+entaD7o filosEfica enFuanto +Gtodo3 o ensaio3de acordo co+ sua idGia3tira todas as conseFWVncias da crNtica ao siste+a. Mes+o as doutrinas e+piristas3 Fue atri#ue+ U e9periVncia a#erta e n7oantecipIvel a pri+a!ia so#re a rNgida orde+ conceitual3 per+anece+ siste+Iticas na +edida e+ Fue define+ condiDPesparaoconheci+ento3 conce#idasde u+ +odo +ais ou +enos constante3 e desenvolve+ essas condiDPes e+ u+ conte9to o +ais ho+ogVneo possNvel. Desde Bacon ele prEpriou+ensaNstaoe+piris+o3 n7o+enos Fue o racionalis+o3 te+ sido u+ Q+GtodoQ. %os processosdo pensa+ento3 a dTvida Fuanto ao direito incondicional do +Gtodo foi levantada Fuase t7o,so+ente peloensaio. Este leva e+ contaaconsciVnciadan7o,identidade3 +es+o se+ e9pressI,laM G radical no n7o,radicalis+o3 ao se a#ster de FualFuer reduD7o a u+ princNpio e ao acentuar3 e+seu carIterfrag+entIrio3 o parcial diantedototal. Q&grande$ieurdeMon,taigne talve! tenha sentido algo se+elhante Fuandodeuaseusescritosoad+iravel+ente #elo e adeFuado tNtulo de 3ssais5ois a +odGstia si+plesdessapalavraGu+aaltivacortesia. & ensaNstaa#andonasuas prEprias eorgulhosas esperanDas3 Fue tantas ve!es o fi!era+crer estar prE9i+o de algo definitivo: afinal3 ele nada te+aofereceralG+dee9plicaDPesdepoe+as dos outros ou3 na +elhor das hipEteses3 de suas prEprias idGias. Mas ele se confor+a ironica+ente a essa peFuene!3 U eterna peFuene! da +ais profunda o#ra do pensa+ento diante da vida3 e ainda a su#linha co+ sua irJnica +odGstia.Q. & ensaio n7o segue as regras do Hogo daciVnciaedateoriaorgani!adas3 segundoas Fuais3 co+o di! a for+ulaD7o de Spino!a3 a orde+ das coisas seria o +es+o Fue a orde+ das idGias. Co+oaorde+dosconceitos3 urnaorde+se+ lacunas3 n7oeFuivaleaoFuee9iste3 oensaio n7oal+eHau+aconstruD7ofechada3 dedutiva ouindutiva. Eleserevoltaso#retudocontraa doutrina3 arraigada desde 5lat7o3 segundo a Fual o +utIvel e o efV+ero n7o seria+ dignos da filosofiaM revolta,secontraessaantigainHustiDa co+etidacontraotransitErio3 pelaFualeste G nova+ente condenado no conceito. & ensaio recua3assustado3 diante da violVncia do dog+a3 Fue atri#ui dignidade ontolEgica ao resultado da a#straD7o3 ao conceito invariIvelno te+po3 por oposiD7o ao individual nele su#su+ido. A falIcia de. Lukcs,op. cit., p. 21.Notas de literatura I O ensaio como formaFue a ordo idearu# seria a ordo reru# + fundada na insinuaD7o de Fue algo +ediado seHa n7o +ediado. Assi+ co+o G difNcilpensar o +era+ente factual se+ o conceito3 porFue pensI,losignificase+preHIconce#V,lo3 ta+poucoG possNvel pensar o +aispuro dos conceitos se+ algu+a referVncia U facticidade. Mes+oas criaDPes da fantasia3 suposta+ente li#eradas do espaDo e dote+po3 re+ete+ U e9istVncia individual3 aindaFueporderivaD7o. [porisso Fue o ensaio n7o se dei9a inti+idar pelo depra,vado pensa+ento profundo3 Fue contrapPe verdade e histEria co+o opostos irreconciliIveis. Se a verdade te+3 de fato3 u+ nTcleo te+poral3 ent7o o conteTdo histErico torna,se3 e+sua plenitude3 u+ +o+ento integral dessa verdadeM o a &osteriori torna,se concreta+ente u+ a &riori,e n7o apenas generica+ente3 co+o Fichte e seus seguidores o e9igia+. A relaD7o co+a e9,periVncia]eoensaioconfereUe9periVncia tantasu#stRnciaFuantoateoriatradicional Us +eras categorias ] G u+a relaD7oco+ toda a histEriaM a e9periVncia +era+ente individual3 Fue a consciVncia to+a co+o ponto de partida por sua pro9i+idade3G ela +es+a HI +ediada pela e9periVncia +ais a#rangente da hu+anidade histEricaM G u+ +ero auto,engano da sociedade e daideologia individualistas conce#er a e9periVncia da hu+anidade histErica co+o sendo +ediada3 enFuanto o i+ediato3 por sua ve!3 seria a e9periVncia prEpria a cada u+. &ensaio desafia3 por isso3a noD7o de Fue o historica+ente produ!ido deve ser +enospre,!adoco+oo#Hetodateoria. AdistinD7oentre u+afilosofiapri+eiraeu+a+erafilosofiada cultura3 Fue pressuporia aFuela e se desenvolveriaapartirdeseusfunda+entos3 G u+a tentativade racionali!ar teorica+ente o ta#uso#reoensaio3 +asessadistinD7on7oG sustentIvel. *+procedi+entodoespNritoFue honra co+o cRnone a separaD7o entre o te+poral e o inte+poral perde toda a sua autoridade. %Nveis+aiselevadosdea#straD7o n7o outorga+ ao pensa+ento u+a +aior solenidade ne+ u+teor +etafNsicoM pelocontrIrio3 opensa+ento torna,se volItilco+ o avanDo da a#straD7o3 e o ensaiosepropPeprecisa+enteareparar u+a parte dessa perda. A o#HeD7o corrente contra ele3 de Fue seria frag+entIrio e contingente3 postula por si +es+a a totalidade co+o algo dado3 e co+ issoaidentidadeentresuHeitoeo#Heto3 agindo co+o se o todo estivesse a seu dispor. & ensaio3 porG+3 n7o Fuer procurar o eterno no transitErio3 ne+ destilI,lo a partir deste3 +as si+ eterni!ar o transitErio. A sua fraFue!a teste+unha a prEpria n7o,identidade3 Fue ele deve e9pressarM teste+unha o e9cesso de intenD7o so#re a coisa e3 co+ isso3 aFuela utopia #loFueada pela divis7o do +undoentre o eterno e o transitErio. %o ensaio enfItico3 o pensa+ento se dese+#araDa da idGia tradicional de verdade.Desse +odo3o ensaio suspende ao +es+o te+po o conceito tradicional de +Gtodo. & pensa+ento G profundo por se aprofundar e+ seu o#Heto3 e n7o pela profundidade co+ Fue G capa! deredu!i,loau+aoutracoisa. &ensaiolida co+ esse critGrio de +aneira polV+ica3 +aneHando assuntos Fue3 segundo as regras do Hogo3 seria+consideradosdedutNveis3 +asse+ #uscar asua deduD7o definitiva. Ele unifica livre+ente pelo pensa+ento o Fue se encontra unido nos o#Hetos de sua livre escolha. %7o insistecaprichosa+entee+alcanDaralgopara alG+das+ediaDPes]eestass7o+ediaDPes histEricas3 nas Fuais estI sedi+entada a sociedade co+o u+ todo ]3 +as #usca o teor de verdade co+o algo histErico por si +es+o. %7o pergunta por nenhu+dado pri+ordial3 para transtorno da sociedade sociali!ada4,er5"esellschafteten Gesellschaft6,Fue Husta+ente por n7o tolerar o Fue n7o tra! a sua +arca3 tolera +enos aindaoFuele+#raasuaprEpriaonipresenDa3 citando necessaria+ente co+o seu co+ple,+ento ideolEgico aFuela nature!a Fue sua prEpria prI9is eli+inou por co+pleto. & ensaio denuncia silenciosa+ente a ilus7ode Fue o pensa+ento possa escapar do R+#ito da thesis,a cultu,606>Notas de literatura I O ensaio como formara3 paraoR+#itoda&h0sis,anature!a. Fascinado peloolhar fi9odaFuiloFueGconfessada+ente derivado3 asconfiguraDPesdoespNrito3 oensaio honra a nature!a ao confir+ar Fue ela n7o e9iste +aisparaosho+ens. &seuale9andrinis+oG u+arespostaUilus7odeFue3 por sua+era e9istVncia3 lilaseserou9inEis3 ondea tessitura universal ainda per+ite sua so#revivVncia3 pode+ nos convencer de Fue a vida ainda vive. & ensaio a#andonaocorteHo reale+ direD7oUsorigens3 Fue condu! apenas ao +ais derivado3 ao Ser3 U ideologia Fue duplica o Fue de FualFuer +odo HI e9iste3 se+ Fue3 no entanto3 desapareDa co+pleta+ente a idGia de i+ediatidade3 postulada pelo prEprio sentido da +ediaD7o. 5araoensaio3 todososgrausdo+ediados7o i+ediatos3 atG Fue ele co+ece sua refle97o.Assi+ corno o ensaio renega os dados pri+ordiais3 ta+#G+ se recusa a definir os seus conceitos. A filosofia foi capa! de u+a crNtica co+pleta da definiD7o3 so# os +ais diferentes aspectos: e+ Xant3 e+ =egel3 e+ %iet!sche. Mas a ciVncia Ha+ais se apropriou dessa crNtica. EnFuanto o +ovi+ento Fue surge co+ Xant3 voltado contra os resNduos escolIsticos no pensa+ento +oderno3 su#stitui as definiDPes ver#ais pelaconcepD7o dosconceitosapartir doprocessoe+ Fues7o gerados3 as ciVnciasparticularesainda insiste+3 para preservar a i+pertur#Ivel seguranDa de suas operaDPes3 na o#rigaD7o prG,crNtica de definir os conceitos. %esseponto3 osneopositivistas3 Fue considera+ o +Gtodo cientNfico u+ sinJni+o de filosofia3 aca#a+ concordando co+ a escolIstica. & ensaio3 e+ contrapartida3 incorpora o i+pulso antisiste+Itico e+ seu prEprio +odo de proceder3 introdu!indo se+ ceri+Jnias e Qi+ediata+enteQ os conceitos3 tal co+o eles se apresenta+. Estes sE setorna++aisprecisospor+eiodasrelaDPes Fue engendra+ entre si. 5ois G +era superstiD7o da ciVncia propedVutica pensar os conceitos co+o intrinseca+ente indeter+inados3 co+o algo Fue precisadedefiniD7oparaser deter+inado. A ciVncia necessita da concepD7o do conceito co+o u+a tabula rasa para consolidar a sua pretens7o de autoridade3 para +ostrar,se co+o o Tnico poder capa! de sentar,se U +esa. %a verdade3 todos os conceitosHIest7oi+plicita+enteconcreti!ados pela linguage+ e+ Fue se encontra+. & ensaio parte dessas significaDPes e3 por ser ele prEprio essencial+entelinguage+3 leva,asadianteM ele gostaria de au9iliar o relaciona+ento da lingua,ge+ co+ os conceitos3 acolhendo,os na refle97o tal co+o HI seencontra+inconsciente+ente deno+inadosnalinguage+. %afeno+enologia3 isso G pressentido pelo procedi+ento da anIlise de significados3 sE Fue este transfor+a e+ fetiche a relaD7o dosconceitos co+a linguage+. & ensaioGt7ocGticodiantedesseprocedi+ento FuantodiantedadefiniD7o. Se+apologia3 ele levae+ conta a o#HeD7o de Fue n7o G possNvel sa#er co+certe!a ossentidos Fue cada u+ encontrarI so# os conceitos. 5ois o ensaio perce#e clara+ente Fue a e9igVncia de definiDPes estritas serve hI+uitote+poparaeli+inar3 +ediante +anipulaDPes Fue fi9a+os significados conceituais3 aFueleaspectoirritanteeperigoso das coisas3 Fue vive nos conceitos. Mas o ensaio n7o pode3 contudo3ne+ dispensar os conceitos universais ]+es+o a linguage+Fue n7o fetichi!a o conceito G incapa! de dispensI,los ]3 ne+ proceder co+ eles de +aneira ar#itrIria. A e9posiD7o G3 por isso3+ais i+portanteparao ensaio do Fue para os procedi+entos Fue3 separando o +Gtodo do o#Heto3 s7o indiferentes U e9posiD7o deseus conteTdos o#Hetivados. & Qco+oQ da e9press7o deve salvara precis7o sacrificada pela renTncia U deli+itaD7o do o#Heto3 se+todaviaa#andonar acoisa aoar#Ntrio de significados conceituais decretados de +aneira definitiva. %isso3 BenHa+in foi o +estre insuperIvel. Essaprecis7on7opode3 entretanto3 per+anecer ato,+Nstica. &ensaioe9ige3 ainda +ais Fue o procedi+entodefinidor3 a interaD7o recNprocadeseusconceitosnoprocessodae9,periVncia intelectual. %essa e9periVncia3 os conceitos n7o for+a+-1-2Notas de literatura Iu+continuu#de operaDPes3 opensa+enton7o avanDa e+ u+ sentidoTnicoMe+ve!disso3 os vIrios +o+entos se entrelaDa+co+o nu+ tapete. Da densidade dessa tessitura depende a fecundidadedospensa+entos. &pensador3 na verdade3 ne+ seFuer pensa3 +as si+ fa! de si +es+o o palco da e9periVncia intelectual3 se+ dese+aranhI,la. E+#ora o pensa+ento tradi,cionalta+#G+ se ali+ente dos i+pulsos dessa e9periVncia3 ele aca#a eli+inando3 e+ virtude de sua for+a3 a +e+Eria desse processo. & ensaio3 contudo3 elegeessae9periVnciaco+o+odelo3 se+ entretanto3 co+o for+a refletida3 si+ples+ente i+itI,laM elea su#+ete U +ediaD7o atravGs de sua prEpria organi!aD7o conceitualM oensaioprocede3 por assi+di!er3 +etodica+ente se+ +Gtodo.&+odo co+o o ensaio se apropria dos conceitos seria3 antes3 co+parIvel ao co+porta+ento de alguG+Fue3 e+terra es,trangeira3 G o#rigado a falar a lNngua do paNs3 e+ ve! de ficar #al#uciando a partir das regras Fue se aprende+ na escola. Essa pessoa vai ler se+ dicionIrio. Ouando tiver visto trinta ve!es a +es,+apalavra3 e+conte9tos se+prediferentes3 estarI+aisseguradeseusentidodoFuese tivesse consultado o ver#ete co+a lista de significados3 geral+ente estreita de+ais para dar contadasalteraDPes desentidoe+cada conte9to e vaga de+ais e+ relaD7o Us nuances inalterIveis Fue o conte9to funda e+ cada caso. [ verdade Fue esse +odo de aprendi!ado per+anece e9posto ao erro3 e o +es+oocorre co+o ensaioenFuanto for+aM o preDode sua afinidade co+a e9periVncia intelectual +ais a#erta G aFuela falta de seguranDa Fue a nor+a do pensa+ento esta#elecidote+e co+o a prEpria +orte. & ensaio n7o apenas negligencia a certe!aindu#itIvel3 co+ota+#G+renunciaao ideal dessacerte!a. 'orna,severdadeiropela +archadeseupensa+ento3 Fueolevapara alG+ de si +es+o3 e n7o pela o#sess7o e+ #uscar seusfunda+entos co+o se fosse+tesouros enterrados. & Fue ilu+inaO ensaio como formaseus conceitos G u+ ter#inus ad 7ue#, Fue per+anece oculto aoprEprio ensaio3 e n7o u+evidente ter#inusa"uoAssi+3 o prEprio +Gtodo do ensaio e9pressasuaintenD7outEpica. 'odos osseus conceitos deve+ ser e9postos de +odo a carregar os outros3cada conceito deve ser articulado por suasconfiguraDPesco+osde+ais. %oensaio3 ele+entos discreta+ente separados entre si s7o reunidose+u+todolegNvelM elen7oconstrEi nenhu+andai+eouestrutura. Mas3 enFuanto configuraD7o3 os ele+entossecristali!a+por seu +ovi+ento.Essa configuraD7o G u+ ca+po de forDas3 assi+ co+o cada for+aD7o do espNrito3 so# o olhar do ensaio3 deve se transfor+ar e+ u+ ca+po de forDas.& ensaio desafia gentil+ente os ideais da clara et distincta &erce&tio e da certe!a livre de dTvida. Ele deveria ser interpretado3 e+ seu conHunto3 co+o u+ protesto contra as Fuatro regras esta#elecidas pelo-iscours de la #+thodede Descartes3 no inNcio da +oderna ciVncia ocidental edesuateoria. Asegundadessasregras3 a divis7odoo#Hetoe+QtantasparcelasFuantas possNveise Fuantas necessIrias fosse+para +elhor resolver suas dificuldadesQ34es#oDa a anIlisedeele+entos3 so#cuHosignoateoria tradicional eFuipara os esFue+as conceituais de organi!aD7o U estrutura do Ser. Mas os artefatos3 Fueconstitue+oo#Hetodoensaio3 resiste+U anIlise de ele+entos e so+ente pode+ser construNdos a partir de sua idGia especNficaM n7o foi por acaso Fue Xant3 so# esse aspecto3 tratou de +odo anIlogo as o#ras de arte e os organis+os3 e+#ora ao +es+o te+po os tenha diferenciado3 se+ nenhu+a concess7o ao o#scurantis+o ro+Rntico. Atotalidade n7o deve ser hipostasiada co+o algo pri+ordial3 +as5 "enG Descartes3 -iscurso do #+todo Y'raduD7o #rasileira de Bento 5rado Jr. in 8s Pensadores, S7o 5aulo3 A#ril Cultural3 2>0-.Z-6 --%otas de literatura )ta+poucosedevehipostasiar os produtos da anIlise3 os ele+entos. Diante de a+#os3 o ensaio se orienta pela idGia de urna aD7o recNproca3 Fue a rigor n7o tolera ne+ a Fuest7o dos ele+entos ne+a dos ele+entares. &s +o+entos n7o deve+ ser desenvolvidos pura+ente a partir do todo3 ne+ o todo a partir dos +o+entos. & todo G +Jnada3 e entretanto n7o o GM seus +o+en,tos3 enFuanto +o+entos de nature!a conceitual3 aponta+ para alG+ do o#Heto especNfico no Fual se reTne+. Mas o ensaio n7o os aco+panha atG ondeelespoderia+selegiti+ar paraalG+do o#Heto especNfico: se o fi!esse3 cairia na +I infinitude. 5elo contrIrio3 ele se apro9i+a tanto do hic et nuncdoo#Heto3 FueesteGdissociadonos +o+entos Fue o fa!e+ vivo3 e+ ve! de ser +e,ra+ente u+ o#Heto.A terceira regra cartesiana3 Qcondu!ir por orde+ +eus pensa+entos3 co+eDando pelos o#Hetos +ais si+ples e +ais fIceis deconhecer3 para su#ir3 pouco a pouco3 co+o por degraus3 atG o conheci+ento dos +ais co+postosQ3 contradi! #rutal+ente a for+a ensaNstica3 na +edida e+ Fue esta parte do +ais co+ple9o3 n7o do +ais si+pleseHIprevia+entefa+iliar. Afor+ado ensaio preserva o co+porta+ento de alguG+ Fueco+eDaaestudar filosofiaeHIpossui3 de algu++odo3 u+aidGiadoFueoespera. Ele rara+ente iniciarI seus estudos co+ a leitura dos autores+aissi+ples3 cuHoco##onsensecostu+a patinar na superfNcie dos pro#le+as onde deveria sedeterM e+ve!disso3 irIpreferiroconfronto co+autores suposta+ente +ais difNceis3 Fue proHeta+retrospectiva+ente sua lu! so#re o si+ples3 ilu+inando,o co+o u+a QposiD7o do pensa+ento e+ relaD7o U o#HetividadeQ. A ingenuidade do estudante Fue n7o se contenta sen7o co+ o difNcil e o for+idIvel G +ais sI#ia do Fueopedantis+o+aduro3 cuHodedoe+riste adverte o pensa+ento de Fue seria+elhor entender o +ais si+ples antes de ousar enfrentar o +ais co+ple9o3 a Tnica coisa Fue o atrai. Essa postergaD7o do conhe,& ensaio co+o for+aci+ento serve apenas para i+pedi,lo. Contrapondo,seaocon,e#dainteligi#ilidade3 da representaD7o da verdade co+o u+ conHunto de efeitos3 o ensaio o#riga a pensar a coisa3 desde o pri+eiropasso3 co+aco+ple9idadeFue lhe G prEpria3 tornando,se u+ corretivo daFuele pri+itivis+oo#tuso3 Fuese+preaco+panhaa ratio corrente. Se a ciVncia3 falseando segundo seu costu+e3 redu! a +odelos si+plificadores as dificuldadeseco+ple9idadesdeurnarealidade antagJnica e +onadologica+entecindida3 diferenciando posterior+ente esses +odelos por +eiodeu+pretenso+aterial3 ent7ooensaio a#alaailus7odesse+undosi+ples3 lEgicoatG e+ seus funda+entos3 u+a ilus7o Fue se presta co+oda+enteUdefesadostatus 7uo&carIter diferenciado do ensaio n7o G nenhu+ acrGsci+o3 +as si+ o seu +eio. &Lpensa+ento esta#elecido gosta de atri#uir a diferenciaD7o U+era psicologia do suHeito cognoscente3 acreditando co+ isso e9tinguir suas o#rigaDPes para co+ ela. As retu+#antes denTnciascientNficas contra o e9cesso de sutile!a n7o se dirige+3 na verdade3 ao +Gtodo presunDoso e indigno de confianDa3 +as aocarIter desconcertantedacoisa3 Fue este dei9a transparecer.AFuarta regra cartesiana3 Qfa!er e+toda parte enu+eraDPes t7o co+pletas e revisPes t7o geraisQFueseesteHacertodeQnadao+itirQ3 o princNpio siste+Itico propria+ente dito3 reaparece se+nenhu+aalteraD7o napolV+ica deXant contraopensa+entoQrapsEdicoQdeAristEteles. EssaregracorrespondeUacusaD7odeFueo ensaio3 segundou+linguaHarde+estre,escola3 n7o seria Qe9austivoQ3 ao passo Fue todo o#Heto3 e certa+enteoo#Hetoespiritual3 co+portae+si +es+o aspectos infinita+ente diversos3ca#endo a decis7o so#re os critGrios de escolha apenas U intenD7o do suHeito do conheci+ento. A Qrevis7o geralQ sE seria possNvel se fosse esta#elecido de ante+7o Fue o o#Heto a ser e9a+inado G capa! de se entregar se+reservas ao e9a+e dos conceitos3 se+dei9ar nenhu+restoFuen7o possa ser antecipado a-.-4Notas de literatura Ipartir desses conceitos. A regra da enu+eraD7o co+pleta das partes individuais pretende3 porG+3 co+o conseFWVncia dessa pri+eira hipEtese3 Fue o o#Heto possa ser e9posto e+ u+a cadeiacontNnua de deduDPes: urna suposiD7o prEpriaUfilosofiadaidentidade. %afor+ade instruDPes para a prItica intelectual3 essa regra cartesiana3 assi+ co+o a e9igVncia de definiDPes3 so#reviveuaoteore+aracionalista no Fual se #aseavaM pois ta+#G+aciVncia a#erta U e+piria reFuer revisPes a#rangentes e continuidade de e9posiD7o. Co+ isso3 o Fue e+ Descartes era consciVncia intelectual3 Fue vigiava a necessidade de conheci+ento3 transfor+a,se na ar#itrariedadedeu+ 9(:ra#eof reference9;naar#i,trariedadedeurnaa9io+IticaFueprecisaser esta#elecida desdeo inNcio para satisfa!er a necessidade +etodolEgica e garantir a plausi#ilidade do todo3 se+ Fue ela +es+a possa de+onstrar sua validade ou evidVncia. %a vers7o ale+73isso corresponderiaaocarIter ar#itrIrio de u+ QproHetoQ43nt.@;3 p. .20. ser apagada. E+ Si++el3 certos ter+os estrangeiros ] cacet, attitude revela+ essa intenD7o3 +es+o Fue ela n7o tenha sido tratada teorica+ente.& ensaio G3 ao +es+o te+po3 +ais a#erto e +aisfechadodo Fue agradaria ao pensa+ento tradicional. Mais a#erto na +edida e+ Fue3 por suadisposiD7o3 elenegaFualFuer siste+Itica3 satisfa!endo a si +es+o Fuanto +ais rigorosa+ente sustenta essa negaD7oM os resNduos siste+Iticosnosensaios3 co+opore9e+ploa infiltraD7o3 nos estudos literIrios3 de filosofe+as HI aca#ados e de uso disse+inado3 Fue deveria+conferir respeita#ilidade aos te9tos3 vale+ t7o pouco Fuanto as ti ivialidades psicolE,gicas. MasoensaioGta+#G++aisfechado3 porFue tra#alhaenfatica+ente na for+a da e9posiD7o. A consciVncia da n7o,identidade entre o +odo de e9posiD7o e a coisa i+pPe U e9posiD7o u+ esforDo se+ li+ites. Apenas nisso o ensaio G se+elhante UarteM no resto3 ele necessaria+ente se apro9i+a da teoria3 e+ ra,!7o dos conceitos Fue nele aparece+3 tra!endo de fora n7o sE seus significados3 +as ta+#G+ seus referenciais teEricos. Mas certa+ente o ensaio G cautelosoaoserelacionar co+ateoria3 tanto Fuanto co+ o conceito. Ele n7o pode ser dedu!ido apoditica+ente da teoria a falha cardeal de todos os Tlti+os tra#alhos ensaNsticos de (ukIcs ] ne+ ser u+a prestaD7o de sNnteses futuras. Ouanto +ais a e9periVncia espiritual #usca se consolidar co+o teoria3 agindo co+o se tivesse e+ +7os a pedra filosofal3 tanto +ais ela corre o risco do desastre. Apesar disso3 a e9pe,riVncia espiritual3 e+virtude de seu prEprio sentido3 ainda se esforDa para alcanDar u+a tal o#HetivaD7o. Essa antino+ia se reflete no ensaio. Assi+ co+o ele a#sorve conceitos e e9periVncias e9ternos3 ta+#G+ a#sorve teorias. SE Fue a sua relaD7o co+ elas n7o G u+a relaD7o de Qponto de vistaQ. Se no ensaio essa ausVncia de ponto de vista dei9a de ser ingVnua e dependente da proe,+inVncia dos o#HetosM se o ensaio3 e+ ve! disso3 aproveita,se do-0->%otas de literatura )relaciona+ento co+ seus o#Hetos co+o u+ antNdoto contra a +aldiD7o de todo princNpio3 ent7o ele efetiva3 Fuase co+o parEdia3 a polV+ica Fue o pensa+ento3 de outro +odo i+potente3 trava contra a filosofia do +ero Qponto de vistaQ. & ensaio devora as teorias Fue lhe s7o prE9i+asM sua tendVncia G se+pre a de liFuidar a opini7o3 incluindo aFuela Fue ele to+a co+o ponto de partida. & ensaio continua sendo o Fue foi desde o inNcio3 afor+a crNtica&ar e>cellence;+ais precisa+ente3 enFuanto crNtica i+anente de configuraDPes espirituais e confrontaD7odaFuiloFueelass7oco+oseu conceito3 o ensaio G crNtica da ideologia. Q& ensaio G a for+a da categoria crNtica de nosso espNrito.5ois Fue+ critica precisa necessaria+ente e9peri+entar3 precisacriar condiDPes so# as Fuais u+ o#Heto pode tornar,se nova+entevisNvel3 de u++odo diferente do FueGpensadopor u+autorMeso#retudoG precisopJr Uprovaee9peri+entar ospontos fracos do o#HetoM e9ata+ente este G o sentido das sutisvariaDPese9peri+entadaspeloo#Hetonas +7os de seu crNtico.Q7 Ouando o ensaio G acusado de falta de ponto de vista e de relativis+o3 por,Fue n7o reconhece nenhu+ponto de vista e9terno a si +es+o3o Fue estI e+Hogo G Husta+ente aFuela concepD7o de verdade co+o algoQprontoeaca#adoQ3 cornou+ahierarFuia deconceitos3 concepD7o destruNdapor =egel3 Fue n7o gostava de pontosdevista: aFui o ensaiotoca oseue9tre+o3afilosofia do sa#er a#soluto. Ele gostaria de poder curar o pensa+ento de sua ar#itrariedade3 ao incorporI,la de +odo refle9ionante ao3prEprio procedi+ento3 e+ve! de +ascarI,la co+o i+ediatidade.[ certo Fue essa filosofia per+aneceu atrelada U incoerVncia de criticar o a#strato conceito supre+o3 o +ero QresultadoQ3 e+ no+e doprocessoe+si +es+odescontNnuo3 eao +es+o7 Bense3 o& cit, p. 420. & ensaio co+o for+ate+po continuar falando3 segundo o costu+e idealista3 e+Q+Gtodo dialGticoQ. 5or isso3 o ensaio G +ais dialGtico do Fue a dialGtica3 Fuando esta discorre so#re si +es+a. Ele to+a a lEgica hegeliana ao pG da letra: a verdade da totalidade n7o pode ser Hogada de +odo i+ediato contra os HuN!os individuais3 ne+a verdadepodeserli+itadaaoHuN!oindividualM a pretens7o da singularidade U verdade deve3 antes3 ser to+ada literal+ente3 atG Fuesua inverdade torne,se evidente. & aspecto n7o co+pleta+ente resolvido de cada detalhe ensaNstico3 seu carIter audacioso e antecipatErio3 aca#a atraindo outros detalhes co+o sua negaD7oM ainverdade3 na Fual o ensaio consciente+ente se dei9a enredar3 G o ele+ento de sua verdade. Se+dTvida3 o inverdadeiro ta+#G+ reside e+ sua +era for+a3 na +edida e+ Fue o ensaio se referea entidades cultural+ente prG,for+adas3 portanto derivadas3 co+o se estas fosse+ entidades e+ si. %o entanto3 Fuanto +ais energica+ente o ensaio suspende o conceito de algo pri+ordial3 recusando,se a desfiar a cultura a partir da nature!a3 tanto +ais radical+ente ele reconhece aessVncianatural daprEpriacultura. %elase perpetua3 atGhoHe3 acegacone97onatural3 o +itoM e o ensaio reflete Husta+ente so#re isso: a relaD7o entre nature!a ecultura G o seu verdadeiro te+a. %7o por acaso3 e+ ve! de Qre,du!i,losQ3 o ensaio +ergulha nos fenJ+enos culturaisco+onu+asegundanature!a3 nu+a segunda i+ediatidade3 para suspender dialetica+ente3 co+ sua tenacidade3 essa ilus7o. Co+o a filosofia da orige+3 ele ta+#G+ n7o se dei9a enganar acerca dadistinD7o entre a cultura e o Fue estI por trIs dela. Mas a cultura n7o G3paraoensaio3u+epifenJ+enoFuese so#repPe ao Ser e deve3 portanto3 ser destruNdoM o Fue su#Ha! U cultura G e+ si +es+o thesei, algo construNdo: afalsasociedade. 5orisso3 parao ensaio3 a orige+vale t7o pouco Fuanto a superestrutura.& ensaio deve sua li#erdade na escolha dos o#Hetos3 sua so#eraniadiante de todasasQprioridadesQdofatoconcretoouda teoria3%otas de literatura ) & ensaio co+o for+a.1.2ao+odoco+operce#etodososo#Hetosco+o estando igual+ente prE9i+os do centro: prE9i+osaoprincNpioFueatodosenfeitiDa. & ensaio n7o glorifica a preocupaD7o co+ o pri+ordialco+oseestafosse+aispri+ordial do FueapreocupaD7oco+ o+ediado3 poisa prEpriapri+ordialidadeG3 paraele3 o#Hetode refle97o3 algo negativo. )sso corresponde a u+a situaD7o e+ Fue essa pri+ordialidade3 enFuanto pontodevistadoespNritoe++eioao+undo sociali!ado3 converteu,se e+ +entira. *+a +entira Fue a#range desde a convers7o de conceitos histEricos de lNnguas histEricas e+ Qpalavras pri+ordiaisQ4?r1@3 p. -16 YSSiste+a do idealis+o transcendentalQZ. A propEsito3 Schelling +ais tarde recusou e9pressa+ente3 na .ilosofia da arte,a interpretaD7o alegErica de =o+ero.0 %iet!sche3 Aer1e, vol. >3 p. 60@. Posio do narradorno romance contemporneoA tarefa de resu+ir e+ poucos +inutos algo so#reasitua,D7o atual do ro+ance3 enFuanto for+a3 o#riga a destacar u+ deseus +o+entos3 ainda Fue isso seHa u+a violVncia. & +o+ento destacado serI o da posiD7o do narrador. Ela secaracteri!a3 hoHe3por u+ parado9o: n7o se pode +ais narrar3 e+#ora a for+a do ro+ance e9iHa anarraD7o. & ro+ancefoi a for+aliterIria especNfica da era#urguesa. E+seuinNcio encontra,se a e9periVncia do +undo desencantado no-o#Fui>ote,e a capacidade de do+inar artistica+ente a +era e9istVncia continuou sendo o seu ele+ento. & realis+o era,lhe i+anenteM atG +es+o os ro+ances Fue3 devido ao assunto3 era+ considerados QfantIsticosQ3 tratava+ de apresentar seu conteTdo de +aneira a provocar a su,gest7o do real.%o curso de u+ desenvolvi+ento Fue re+ontaao sGculo _)_3 e Fue hoHe se intensificouao +I9i+o3 esse procedi+ento tornou,se FuestionIvel. Do ponto de vista do nar,rador3 isso G u+a decorrVncia do su#Hetivis+o3 Fue n7o tolera +ais nenhu+a +atGria se+ transfor+I,la3 solapando assi+ o preceitoGpico da o#Hetividade 4Ge"enstCndlich1eit6Oue+ain,da hoHe +ergulhasse nodo+Nniodo o#Heto3 co+o fa!ia por e9e+plo Stifter3 e #uscasse o efeito gerado pela plenitude e plasticidade daFuiloFueG conte+plado e hu+ilde+ente acolhido3 seria for,4?4@Notas de literatura IDado ao gesto da i+itaD7o artesanal. 'ornar,se,ia culpado da +entira de entregar,se ao +undo co+u+ a+or Fue pressupPeFueesse+undo te+sentido3 eaca#ariano1itschintragIvel da arte regional. As dificuldades n7o s7o +enores no Fue concerne U prEpria coisa. Assi+ co+o a pintura perdeu +uitas de suas funDPes tradicionais para a fotografia3 o ro+ance as perdeu para a reportage+ e para os +eios da indTstriacultural3 so#retudoparaocine+a. & ro+ance precisaria se concentrar naFuilo de Fue n7o G possNvel dar conta por +eio do relato. SE Fue3 e+ contraste co+ a pintura3 a e+ancipaD7o do ro+ance e+ relaD7o ao o#Heto foi li+itada pela linguage+3 HI Fue esta ainda o constrange U ficD7o do relato: JoAce foi coerente ao vincular a re#eli7o do ro+ance contra o realis+o a u+a revolta contra a linguage+ discursiva.Seria +esFuinho reHeitar sua tentativa co+o u+ae9cVntricaar#itrariedadeindividualista. & Fue se desintegrou foi a identidade da e9periVncia3 avidaarticuladaee+si +es+a contNnua3 Fue sE a postura do narrador per+ite. Basta perce#er o FuantoG i+possNvel3 para alguG+ Fue tenha participado da guerra3 narrar essa e9periVncia co+o antes u+a pessoa costu+avacontarsuasaventuras. Anarrativa Fuese apresentasseco+ose onarrador fosse capa! de do+inar esse tipo de e9periVncia seria rece#ida3 Husta+ente3 co+ i+paciVncia e ceticis+o. %oDPes co+o a de Qsentar,se e ler u+ #o+livroQs7oarcaicas. )sson7osedeve+e,ra+enteUfaltadeconcentraD7odos leitores3 +as si+ U +atGria co+unicada e U sua for+a. 5ois contar algo significa ter algoespecial a di!er3 e Husta+ente isso G i+pedido pelo +undo ad+inistrado3 pela estandardi!aD7o e pela +es+ice. Antes de FualFuer+ensage+ de conteTdo ideolEgico HI G ideolEgica a prEpria pre,tens7o do narrador3 co+o se o curso do +undo ainda fosse essencial+ente u+processo de individuaD7o3 co+o se o indivNduo3co+suas e+oDPes e senti+entos3 ainda fosse capa! de se apro,osi!"o do narrador no romance contempor#neo9i+ar da fatalidade3 co+o se e+seu Nnti+o aindapudessealcanDar algopor si +es+o: a disse+inada su#literatura #iogrIfica Gu+ produto da desagregaD7o da prEpria for+a do ro+ance.%7o estIe9cluNda dacrise da o#Hetividade literIria a esferada psicologia3 na Fual Husta+ente aFuelesprodutos se instala+ co+o se estivesse+ e+ casa3 e+#ora o resultado seHa infeli!. 'a+#G+o ro+ance psicolEgico teve seus o#Hetos surrupiados diante do prEprio nari!: co+ ra!7o o#servou,se Fue3 nu+a Gpoca e+ Fue os Hornalistas se e+#riagava+ se+ parar co+ os feitos psicolEgicos de DostoiGvski3 a ciVncia3 so#retudo a psicanIlise freudiana3 hI +uito tinha dei9ado para trIs aFueles achados do ro,+ancista. AliIs3essetipo de louvor repleto de frases feitas aca#ou n7o atingindo o Fue de fato havia e+ DostoiGvski: se porventura e9iste psicologia e+ suas o#ras3 ela G u+a psicologia do carIter inteligNvel3 da essVncia3 e n7o do ser e+pNrico3 dos ho+ensFue anda+por aN. E e9ata+ente nisso DostoiGvski G avanDado. %7o G apenas porFue o positivo e o tangNvel3 incluindo a facticidade da interioridade3 fora+confiscados pela infor+aD7o e pela ciVncia Fue o ro+ance foi forDado a ro+per co+esses aspectose a entregar,se U representaD7o da essVncia e de sua antNtese distorcida3 +as ta+#G+ porFue3 Fuanto +ais densa e cerrada+ente se fecha a superfNcie do processo social da vida3 tanto +ais her,+etica+ente esta enco#re a essVncia co+o u+ vGu. $e o ro#ance 7uiser &er#anecer fiel H sua herana realista e dizer co#o real#ente as coisas so, ento ele &recisa renunciar a u# realis#o 7ue, na #edida e# 7ue re&roduz a fachada, a&enas a au>ilia na &roduo do en"odoA reificaD7o de todas as relaDPes entre os indivNduos3 Fue transfor+a suas Fualidades hu+anas e+ lu#rificante para o anda+ento +acio da +aFuinaria3 a alienaD7o e a auto,alienaD7o universais3 e9ige+ ser cha+adas pelono+e3 eparaissooro+ance estIFualificadoco+opoucasoutrasfor+asde arte.Desde se+pre3 segura+ente desde o sGculo _C)))3 desde o :o#40 4>Notas de literatura I osi!"o do narrador no romance contempor#neofones de Fielding3 o ro+ance teve co+o verdadeiro o#Heto oconflito entre os ho+ens vivos eas relaDPespetrificadas. %esseprocesso3 aprEpria alienaD7otorna,seu++eioestGticoparaoro,+ance. 5oisFuanto+aissealiena+unsdos outros os ho+ens3os indivNduos e as coletividades3 tanto +ais enig+Iticos eles se torna+ uns para os outros. & i+pulso caracterNstico do ro+ance3 a tentativa de decifrar o enig+a da vida e9terior3 converte,se no esforDo de captar a essVncia3 Fue por sua ve! aparece co+o algoassustador e dupla+ente estranho no conte9to do estranha+ento cotidiano i+postopelasconvenDPessociais. &+o+ento antirealista do ro+ance +oderno3 sua di+ens7o +etafNsica3 a+adurecee+si +es+opeloseu o#Heto real3 u+a sociedade e+ Fue os ho+ens est7o apartados uns dos outros e de si +es+os. %atranscendVncia estGtica reflete,se o desencanta+ento do +undo.'udo isso dificil+ente te+ lugar nas elocu#raDPes conscientes doro+ancista3 ehI ra!7o para supor Fue3 onde essa intervenD7o ocorre3 co+o nos ro+ances e9tre+a+ente a+#iciosos de =er+ann Broch3 o resultado n7o G dos +elhores para oFue G configurado artistica+ente. Muito pelo contrIrio3 as +o,dificaDPes histEricas da for+a aca#a+ se convertendo e+susceti#ilidade idiossincrItica dos autores3 e o alcance de sua atuaD7o co+o instru+entos capa!es de registrar o Fue G reivindicado ou repelido G u+ co+ponente essencial para a deter+inaD7o de seu nNvel artNstico. E+ +atGria de susceti#ilidade contra a for+a do relato3 ninguG+ superou Marcel 5roust. Sua o#ra pertence U tradiD7o do ro+ance realista epsicolEgico3 nalinhadae9tre+adissoluD7o su#Hetivista do ro+ance3 u+a tradiD7o Fue leva3 se+ FualFuer continuidade histErica e+ relaD7o ao autorfrancVs3 a o#ras co+oNiels L0hnede Jaco#sen e Malte Laurids Bri""e de "ilke. Ouanto +ais fir+eoapegoaorealis+odae9terioridade3 ao gesto do Qfoi assi+Q3 tanto +ais cada palavra se tornau++eroQco+oseQ3 au+entandoainda +ais a contradiD7o entre a sua pretens7o e o fato de n7o ter sido assi+. Mes+o a pretens7o i+anente Fue o autor G o#rigado a sustentar3 a de Fuesa#e e9ata+ente co+o as coisas acontecera+3 precisa ser co+provada3 e a precis7ode5roust3 i+pelidaaoFui+Grico3 sua tGcnica +icrolEgica3 so# a Fual a unidade do ser vivo aca#a se esfacelando e+ Ito+os3 nada +ais GdoFueu+esforDodasensi#ilidadeestGtica para produ!ir essa prova3 se+ultrapassar os li+itesdo cNrculo +Igico da for+a. 5roust n7o poderia3 por e9e+plo3ter colocado no inNcio de sua o#ra o relato de u+a coisa irreal3co+o se ela tivesse real+ente e9istido. 5or isso seu ciclo de ro+ances se inicia co+ a le+#ranDa do +odo co+o urna crianDa ador+ece3 e todo o pri+eiro livro n7o G sen7o u+ desdo#ra+ento das dificuldades Fue o +enino enfrenta para ador+ecer3 Fuando sua Fuerida +7e n7o lhe dI o #eiHo de #oa,noite. & narrador parece fundar u+ espaDo interior Fue lhe poupa o passo e+ falso no +undo estranho3 u+ passo Fue se +anifestarianafalsidade do to+de Fue+ age co+o se a estranhe!a do +undo lhe fosse fa+iliar. )+perceptivel+ente3 o+undoG pu9adopara esse espaDo interior atri#uiu,se U tGcnica o no+e de #onolo"ue int+rieur I e FualFuer coisa Fue se desenrole no e9terior G apresentada da +es+a +aneira co+o3 na pri+eira pIgina3 5roustdescreve o instante do ador+ecer: co+o u+ pedaDo do +undo interior3 u+ +o+ento do flu9o de consciVncia3 protegido da refutaD7o pela orde+espaciote+poral o#Hetiva3 Fue a o#ra proustiana+o#ili!a,separasuspender. 5artindo depressupostosinteira+entediferentes3 enu+ espNrito total+ente diverso3 os ro+ances do E9pressionis+o ale+7o ] por e9e+plo3 o =erbu#5#elter $tudentYEstudante farristaZ3 de ustav Sack ] tinha+ e+ vista algo se+elhante. & e+penho Gpicoe+n7oe9por nadadoo#HetoFuen7o possa ser apresentado plena+ente do inNcio ao fi+ aca#a por supri+ir dialetica+ente a categoria Gpica funda+ental da o#Hetividade.?1?2Notas de literatura I osi!"o do narrador no romance contempor#neo&ro+ancetradicional3 cuHaidGiatalve!se encarnede+odo+aisautVnticoe+Flau#ert3 deve ser co+parado ao palco italiano do teatro #urguVs. Essa tGcnica era urna tGcnica de ilus7o.& narrador ergue u+a cortina e o leitor deve participar do Fueacontece3 corno se estivessepresentee+carneeosso. Asu#Heti,vidade do narrador se afir+a na forDa Fue produ! essa ilus7o ee+ Flau#ert ] na pure!a da linguage+ Fue3 atravGs da espirituali!aD7o3 G ao +es+o te+po su#traNda do R+#ito da e+piria3 co+ o Fual ela estI co+pro+etida. *+ pesado ta#u paira so#re a refle97o: ela se torna o pecado capital contra a pure!a o#Hetiva. =oHe e+ dia3 esse ta#u3 co+ o carIter ilusErio do Fue G representado3 ta+#G+ perde sua forDa. Muitas ve!es ressaltou,seFue noro+ance+oderno3 n7osEe+5roust3 +as igual+ente no ide dos Moedeiros falsos,no Tlti+o 'ho+as Mann3 no Do#e# se# 7ualidadesde Musil3 a refle97o ro+pe a pura i+anVncia da for+a. Mas essa refle97o3 apesar do no+e3 n7o te+ Fuase nada a ver co+ a refle97o prG,flau#ertiana. Esta eradeorde+ +oral: u+a to+ada de partido a favor oucontradeter+inados personagens do ro+ance. Anovarefle97oGu+ato+adade partido contra a +entira da representaD7o3 e na verdadecontraoprEprionarrador3 Fue#usca3 co+o u+ atento co+entadordos aconteci+entos3 corrigir sua inevitIvel perspectiva. AviolaD7odafor+aGinerentea seu prEprio sentido. SE hoHe a ironia enig+Itica de 'ho+as Mann3 Fue n7o pode ser redu!ida a u+sarcas+o derivado do conteTdo3 torna,se inteira+ente co+preensNvel3 a partir de sua funD7o co+o recurso de construD7o da for+a: o autor3 co+ o gesto irJnico Fue revoga seu prEprio discurso3 e9i+e,sedapretens7odecriar algo real3 u+a pretens7o daFualnenhu+adesuas palavras pode3 entretanto3escapar.)ssoocorre de +odo +ais evidente na fase tardia3 e+ -er 3r &arisiensYOuadrosparisiensesZ3 era +ais fiel Us +assas3 para as Fuais voltava sua +Iscara trIgica e arrogante3doFuetodaa poesia so#re gente po#re4Ar#eleute&oesie6=oHe3 Fuando o pressuposto daFuele conceito de lNrica Fue to+o co+o ponto de partida3a e9press7o individual3 parece a#alado atG o R+ago na crise doindivNduo3 acorrentesu#terrRneadalNrica aflora co+ violVncia nos +ais diversos pontos3 pri+eiro co+o+ero fer+ento da prEpria e9press7o individual3 +as logo ta+,5al estraso#rel ?ri caesoci edade%otas de literatura ) @0@>#G+ co+o possNvel antecipaD7o de u+a situaD7o Fue ultrapassa a +era individualidade. Se as traduDPes n7o engana+3 arcNa (orca3 Fue os agentes de Franco assassinara+ e Fue nenhu+ regi+e totalitIrio teria podido suportar3 G portador de tal forDaM e o no+e de Brecht se i+pPe co+o o do lNrico Fue sou#e preservar a integridadedalinguage+se+Fuetenhasido o#rigado apagar o preDo do esoteris+o. A#stenho,+e de Hulgar se aFui o princNpio poGtico deindividuaD7ofoi efetiva+entesuperadoe+ u+ princNpio superior3 ou se o funda+ento disso G a regress7o e o enfraFueci+ento do eu. 'alve! o vigor coletivo da lNrica conte+porRnea se deva3 e+ larga +edida3 aos rudi+entos lingWNsticos e anN+icos de u+a condiD7o ainda n7o inteira+ente individuada3 prG,#urguesa no sentido+ais a+plodoter+o]odialeto. A lNricatradicional3 porG+3 co+oa+aisrigorosa negaD7o estGtica dos valores da #urguesia3 te+ per+anecido atG hoHe3Husta+ente por isso3 ligada U sociedade #urguesa.Mas porFue consideraDPes de princNpios n7o s7o suficientes3 eu gostaria de concreti!ar3 e+ alguns poe+as3 a relaD7o Fue o suHeito poGtico3 Fue se+pre representa u+ suHeito coletivo +uito +ais universal3+antG+ co+a realidade social Fue lhe G antitGtica. %esse processo3 os ele+entos +ateriais3 dos Fuais nenhu+a co+posiD7o de linguage+3 ne+ +es+o a po'sie pure,G capa! de despoHar,se inteira+ente3 precisar7o de interpretaD7o tanto Fuantoosassi+cha+adosele+entosfor+ais. SerI especial+ente enfati!ado o +odo co+o a+#os se interpenetra+3 pois so+ente e+ virtude dessa interpenetraD7o o poe+a lNrico captura real+ente3 e+seus li+ites3 as #adaladas do te+po histErico. %o entanto3 n7o gostaria de +e aterapoe+ascornoodeoethe3do FualHI co+entei alguns aspectos se+ analisI,lo a fundo3 +as si+ escolherei o#ras +ais recentes3 versos Fue n7o se sihgulari!a+por aFuela autenticidade incondicional Fue caracteri!a o Q%oturnoQ. As duas co+posiDPes so#re as Fuais Fuero di!er algo participa+3 certa+ente3 da correntesu#terrRneacoletiva. Masgostariade cha+ar a atenD7o dos senhores so#retudo para o+odo co+o3 nelas3 diversos graus de u+a relaD7o contraditEria funda+entalda sociedade s7o e9postos por inter+Gdio do suHeito poGtico. Devo repetir Fue n7o se trata da pessoa privada dopoeta3 ne+desuapsicologia3 ne+desua cha+ada QposiD7o socialQ3 +as do prEprio poe+a3 to+ado co+o relEgio solar histErico,filosEfico.E+pri+eirolugar3 gostariadelerparaos senhores o poe+aQAufeiner/anderungQYE+ u+a ca+inhadaZ3 de MPrike:Ira ein freundliches $tCdtchen tret ich ein,In den $trassen lie"t roter AbendscheinAus eine# offnen .enster eben,Lber den reichsten Blu#enflorDinNotas de literatura I?nd #eine $eele s&annte Aeit ihre .lC"el aus,.lo" durch die stillen Lande,tlls flJ"e sie nach DausE +inha al+a esticou Muito longe cada asa3 5or terras cal+asvoou3 Co+o se voasse para casa.E+ outro poe+a3 o catolicis+o do poeta n7o seassustane+co+olutocele#radopor esse verso: 9-as Keich des Glaubens ist"eendt9 Y& reinado da fG ter+inouZ.Apesar de tudo3 a positividade de Eichendorff G ir+7 de seu conservadoris+o3de seu louvor UFuilo Fue e9iste3 da idGia de Fue hI algo a ser preservado. Mas3 se e+ algu+ lugar o statusdo conservadoris+o +odificou,se ao e9tre+o3isso ocorreunapoesia. EnFuanto hoHe3 apEs a decadVncia da tradiD7o3 o conser,vadoris+o3 co+o u+ ar#itrIrio elogio aos QvNnculosQ3 serve apenas para Hustificar u+ estado de coisas rui+3 houve u+ te+po e+ Fue ele Fueria algo #astante diverso3 Fue sE pode ser considerado e+ relaD7o a seu contrIrio3 a #ar#Iriee+ergente. [t7oE#viooFuanto3 e+ Eichendorff3 deriva da perspectiva do senhor feudal despossuNdo3 Fueseriatolicefa!er disso o#Heto de crNtica socialM o Fue ele tinha e+ +ente3 porG+3 n7oeraapenasarestauraD7odeurna orde+ perdida3 +as ta+#G+ a resistVncia contra a tendVncia destrutiva da prEpria #urguesia. Sua superioridade e+ relaD7o a todos os reacionIrios Fue hoHe lanDa+ +7o de sua o#ra G co+provada pelofatodeFueele3 co+ota+#G+agrande filosofia de sua Gpoca3 co+preendia a necessidade da revoluD7o3 Fue tanto o assustava: ele encarna algo da verdade crNtica da consciVncia daFueles Fuedeve+pagar opreDodopasso adiante%m mem&ria de %ic'endorffdado pelo Aelt"eist YespNrito do +undoZ . Seu escrito so#re a no#re!a e a revoluD7o contG+3 de fato3 +uitas passagens +edNocres3 e as reservas Fue fa! e+ relaD7o U sua prEpria classe n7o est7o li,vres de u+ la+ento puritano acerca da Qpraga do anseio por glEria e pra!erQ3 Fue ele natural+enteatri#ui U+entalidadecapitalista Fue se difundia entre os senhores feudais3 inclinadosaconverter suas propriedades rurais e+ Q+ercadoria co+u+3 por suaconstante necessidade de dinheiro e atravGs de desesperadas especulaDPes fundiIriasQ. %o entanto3 ele n7o falou apenas dos Qpetulantes veteranos da uerra dosSeteAnosQ3 FueQco+urnadignidadeviril ridNcula e ini+itIvel3 professava+urna certa pro#idadeQ3 +as ta+#G+ reprovou3 nos nacionalistas ale+7es da Era%apoleJnica3 o Qterroris+odeu+apatriotadagrosseiraQ. E+,#ora co+partilhasse3 co+ u+a pitada de crNtica social3 os argu+entos Fue a direita de sua Gpoca costu+ava levantar contra onivela+ento cos+opolita3 este senhor feudal Ha+ais se identificou co+ os Jahns e Fries3 Fue pregava+ o retorno ao ca+po. Erasurpreendente+ente sensNvel Us si+patias revolucionIrias e su#,versivas da aristocraciaM chegou +es+o a afir+ar: Q*rna at+osfera de teinpestade pairava so#re o paNs inteiro3 todos sentia+Fuealgo grandioso estava para acontecer3 u+a e9pectativacaladaete+erosa3 ninguG+sa#ia do FuV3 havia invadido todos os Rni+os3 e+ +aior ou +enor grau. %essa at+osfera sufocante aparecera+3 co+o se+pre ocorre e+ catIstrofes anunciadas3 personagens estranhos e aventureiros inacreditIveis3 co+oo CondedeSaint,er+ain3 CagliostroeoutrosSe+issIrios dofuturoL3 por assi+di!erQ.Eichendorffta+#G+ escreve so#re figuras co+o oBar7o ri++e o e+igrante radicalConde Schla#rendorf3 Fuecoincide+t7o pouco co+ o clichV do conservador Fuanto aFue,laspassagensdafilosofiadodireitohegeliana3 Fuetrata+dasforDasdasociedade#urguesa capa!es de levI,la adiante3 para alG+de si +es+a. E+ suas palavras: QMais tarde3 Fuando a revolu,211 212Notas de literatura ID7o se tornou u+ fato3 e+ergira+ dessas sociedadessecretasalgunspersonagensdignos de nota3 co+o o Bar7o ri++3 u+ incansIvel e fanItico advogado da li#erdade3 Fue ani+ava e dirigia as cha+as se+ parar3 feito u+ vento de te+pestade3 atG Fue elas se lanDara+ so#re ele e odevorara+. &+es+oocorreuco+ofa+oso er+it7o parisiense3 o Conde Schla#rendorf3 conte+plando da tranFWilidade de sua cela3 co+o u+agrandetragGdiacEs+ica3 todaaco+oD7o social Fuepassavapor ali3 regendo,ae+uitas ve!es guiando seus passos. 5ois ele estava t7o aci+ade todos os partidosFue podia o#servar clara+ente e+ perspectiva3 a FualFuer +o+ento3 o sentido e o anda+ento da #atalha do espNrito3 se+ ser pertur#ado por seu #arulho ensurdecedor. Esseprofeta +Igico entrou na grande cena ainda Hove+3 +as ao fi+ da catIstrofe a #ar#a grisalhalhechegavaUcinturaQ. Certa+ente3 a si+patia pela revoluD7o HI havia sido aFui neutrali!ada noeducado hu+anis+o do espectador3 +as +es+o este supera e+ +uito o atual culto da sanidade3 do orgRnico e da integralidade:o ele+ento conservador3 e+ Eichendorff3 G a+plo o #astante para incluir o seu prEprio contrIrio. Sua li#erdade3 Fue lhe per+ite penetrar o carIter inelutIvel do processo histErico3 foi inteira+ente perdida no conservadoris+o da fase #urguesa tardiaM Fuanto+enosaorde+prG,capitalistapodeser restaurada3 +aiso#stinada+ente a ideologia se aferra a sua essVncia3 i+aginando,a co+o sendo a,histErica e a#soluta+ente garantida.& fer+ento prG,#urguVs no conservadoris+o deEichendorff3 FuepPeaci+adeseuprEprio carIter #urguVsainFuietudedanostalgia3 do arre#ata+entoeda#e+,aventuradainutilida,de3alcanDa atG +es+o oR+ago de sua lNrica. E+ Kua de #o Rnica,BenHa+in escreve: Q& ho+e+ Y...Z3 Fue se sa#e e+ consonRncia co+ as +ais antigas tradiDPes de sua classe ou de seu povo3 pPe ocasional+ente sua vida privada e+ ostensiva oposiD7o Us +I9i+as Fue na vida pT#lica advoga se+ indulgVncia e3%m mem&ria de %ic'endorffse+o +enor aperto de consciVncia3 valori!a secreta+ente seu prEprio co+porta+ento co+o aprova+aislegNti+adaautoridadeina#alIvel dosprincNpios ostentadospor eleQ.l)sson7opo,deria3 naverdade3 seratri#uNdoUvidaprivada deEichendorff3+ascerta+entedi!algoso#re seu hI#ito poGtico. Ca#eria ainda Fuestionar se Husta+ente essa falta de confia#ilidade3 e+ Fue+ te+acerte!adeestar seguro3 n7oe9pri+iria ta+#G+ o corretivo dessa seguranDa3 a transcendVncia e+relaD7o a u+a sociedade #urguesanaFual oconservador aindan7oestI co+pleta+entedo+esticado3 sendo por isso atraNdo pelos Fue a ela se opPe+.E+ Eichendorff3 os ini+igos dessa sociedade s7o representadospelos errantes3 pelos apItridas de ent7o3 pressIgiosdofuturodaFuelesFue3 co+o Fuer afilosofiae+%ovalis3 est7oe+casae+ FualFuer lugar. Seria inTtil #uscar3 e+ sua o#ra3 o elogio da fa+Nlia co+o e+#ri7o da sociedade. Sealgu+as desuas novelas ]n7oogrande ro+ance HuvenilAhnun"undGe"en.-3 co+o parte da pesFuisa para o livro-iale1ti1 derAuf1lCrun"YDialGticadoEsclareci+entoZ3 c+parceria co+ Ma9 =orkhei+er. )nGdito.$tandort des 3rzChlersi#zeit"enJssischenKo#anY5osiD7odonarradorno ro+ance conte+porRneoZ3 original+ente u+a conferVncia para a ")AS de Berli+3 pu#licada e+ A1zente, 2>4.3 nK 4.KedeCberL0ri1undGesellschaftY5alestra so#re lNrica e sociedadeZ3 original+enteu+a palestra para a ")AS de Berli+3 revisada diversas ve!es3 pu#licada e+ A1zente, 2>4@3 nK 2.Gurra Gediichtnis 3ichendorffiYE+ +e+Eria de Eichendorffl3 original+ente u+a conferVncia por ocasi7o do centenIrio de norte do poeta3 trans+itida pela/estdeutscher "undfguak e+ nove+#ro de 2>4@3 pu#licada e+ A1zente,2>403 no 2.Notas de literatura I!ie 1unde 2eineYA ferida =eineZ3 original+ente urna conferVncia por ocasi7odo centenIrio de +orte do poeta3 trans+itida pela /estdeutscher "undfunk e+ fevereirode2>4?3 pu#licadae+Te3te und4eicen,2>4?3 nK 5.R6c%*lic%endaufden 7urrealismusY"evendo oSurrealis+oZ3 pu#licado c+ Te3te und 4eicen, 2>4?3 nK ?.$atzzeichen YSinais de pontuaD7oZ3 pu#licado e+ A1zente, 2>4?3 nK ?.-erArtist als $tatthalterY& artista co+o representanteZ3 original+ente urna conferVncia para a BaAerischen "undfunk3 pu#licada e+ Mer1ur, ano C))3 2>4-3 no 22.& responsIvel pela ediD7o ale+7 dos Gesa##elte $chriften de Adorno se li+itou a corrigir erros tipogrIficos e de citaDPes3 co+ o intuito de garantir u+a certa unidade aos volu+es.Rolf TiedemannSobre o autor'heodor /iesengrund Adorno nasceu no dia 22 de sete+#ro de 2>1-3 nacidade de Frankfurt a+ Main3 Ale+anha. Filho de u+ negociante de vinho e de urna cantora lNrica3 alG+ de +uito ligado U tia3 pianista profissional3 o Hove+ AdornotevedesdecrianDae9celentefor+aD7o+usical. E+ 2>6.3 doutorou,see+Filosofia3 co+u+tra#alhoso#rea feno+enologia husserliana. (ogo e+seguidaviaHou para Ciena3 onde estudou co+posiD7o co+ Al#an Berg e piano co+ EduardSteuer+ann. Suas pretensPes co+o co+positor3 entretanto3 n7o se reali!a+ co+pleta+ente. Ao +es+o te+po e+Fueprossegue suafor+aD7o filosEfica3 e9erceintensa atividade co+o crNtico +usical nas principais revistas especiali!adas da Gpoca e passa a cola#orar co+ o )nstituto de 5esFuisa Social3 so# a direD7o de Ma9 =orkhei+er. 'rVs anos apEs concluir sua livre,docVncia3 Fue te+ co+o o#Heto a o#ra de Xierkegaard3Adorno G o#rigado a partir3 e+ 2>-.3 para a )nglaterra3 devido ao des+antela+ento da universidade ale+7 co+ a ascens7o de =itler. E+ &9ford3 dI continuidade ao tra#alho conHunto co+os +e+#ros do )nstituto de 5esFuisa Social3 Fue propPe3 e+ +atri! hegeliano,+ar9ista3 a for+ulaD7o de u+a teoria crNtica da sociedade. A a+i!ade co+ /alter BenHa+in afetadecisiva+ente os ru+os da refle97o filosEfica de Adorno nesse perNodo. E+ 2>-@3 casa,se co+ retelXarplus e se +uda3 no ano seguinte3para os Estados *nidos3ondetra#alhae+proHetos do)nstituto3 no inNcio e+ %ova `ork e depois e+ (osAngeles3 e+ pesFuisas so#re o rIdio e a personalidade autoritIria.A longa parceria co+ Ma9 =orkhei+er dI orige+ ao livro -ial+tica do 3sclareci#ento, pu#licado e+ 2>.@. Corno e9curso a essa o#ra3 Adorno ta+#G+ pu#lica3 no +es+o ano3 sua .ilosofiada No,a MRsica"etorna a Frankfurt e+2>.>3co+o professor associado de Filosofia e diretor do )nstituto de 5esFuisa Social3 nova+enteinstaladoe+suacidadedeorige+. E+2>423 surgeolivroM)ni#aMoralia,Fuetra!e+seus aforis+osunia Qrefle97o so#re a vida danificadaQ3 escri,%otas de literatura ) So#re o autortanoconte9todaSegundauerraMundial edoe9Nlio. %o confrontoco+ascorrentespositivistaseheideggerianas da Gpoca3 Adornopu#licadiversoslivrosdeensaios3 entreeles Pris#as :2>44;3 Enter,enJes :2>?-; e Pala,ras e sinais :2>?-;. Co+pleta ta+#G+ a organi!aD7o de trVs volu+es de suas Notas de literatura,pu#licados e+ 2>403 2>?2 e 2>?4. Segue escrevendo so#re +Tsica3 co+ diversos livros de ensaios e duas grandes +onografias3 urna so#re Mahler :2>?1; e outra so#re Al#an Berg :2>?0;. E+2>??3 conclui suao#rafilosEfica+aisa+#iciosa3 -ial+tica ne"ati,a,e se concentra na reali!aD7o de u+a :eoria est+tica,Fueseriapu#licadapostu+a+ente e+2>@2. A#aladopelo confronto co+ alunos3 nas revoltas estudantis de 2>?>3Adorno +orredeinfartoe+?deagostodo+es+oano3 Fuando passava fGrias na cidade de Cisp3 na SuNDa.&B"ASQier1e"aard Qonstru1tion der Xsthetischen YXierkegaard. ConstruD7o do estGticoZ. 'W#ingen: J. C. B. Mohr3 2>--.-iale1ti1 der Xu@1ldrun" :co+ Ma9 =orkhei+er; YDialGtica do Esclareci+entoZ. A+sterd7: Ouerido3 2>[email protected]&hie der neuen Musi1 YFilosofia da %ova MTsicaZ. 'W#ingen: J. C. B. Mohr3 2>.>.:he authoritarian &ersonalit0 :co+ Else Frenkel,Bruns$ik3 Daniel (evinson e ". %evitt Sanford; YA personalidade autoritIriaZ. %ova `ork: =arper3 2>41.Mini#a Moralia Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>42.=ersuch Cber Aa"ner YEnsaio so#re /agnerZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>46.Pris#en Qultur1riti1 und Gesellschaft Y5ris+as. CrNtica cultural e sociedadeZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>44.-issonanzen Musi1 in der ,er4?.Noten zur Literatur 1 Y%otas de literatura )Z. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>40. Qlan"Bi"uren YFiguras sonorasZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>4>.Mahler 3ine #usi1alische Ph0sio"no#i1 YMahler. *+a fisiogno+onia +usicalZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?1.Noten zur Literatur EE Y%otas de literatura ))Z. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?2.3inleitun" in die Musi1soziolo"ie Y)ntroduD7o U sociologia da +TsicaZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?6.-rei $tudien zu De"el Y'rVs estudos so#re =egelZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?-.3in"riffU Y)ntervenDPesZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?-.-er "etreue Qorre&etitor Y& fiel +aestro ensaiadorZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?-.Fuasi una fantasia Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?-.*ar"on der 3i"entlich1eit Gur deutschen Edeolo"ie YJarg7o da autenticidade. So#re a ideologia ale+7Z. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?..Noten zur Literatur EEE Y%otas de literatura )))Z. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?4.Ne"ati,e -iale1ti1 YDialGtica negativaZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>??.8hne Leitbild Par,a Aesthetica YSe+ +odelo. 5arva AestheticaZ. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>[email protected]#&rorn&tus Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>?0Ber" -er Meister cies 1leinsten Lher"an"s YBerg. & +estre das +Nni+as transiDPesZ. Ciena: )afite8hsterreichischer Bundesverlag3 2>?0.$tich?>.Gesa##elte $chriften YEscritos retinidosZ. &rgani!aD7o de "olf 'iede+ann. Frankfurt a+ Main: Suhrka+p3 2>@1,2>0?.1 Philoso&hische.rChschriften Y5ri+eiros escritos filosEficosZ./ Qier1e"aard Qonstru1tion desYsthetischen YXicrkegaard. ConstruD7o do estGticoZ.Notas de literatura I Sobre o autor5. -iale1ti1 derAuf1ldrun" Philoso&hische .ra"#ente YDialGtica do Esclareci+ento. Frag+entos filosEficosZ.8. Mini#a Mordia Kefle>ione# aus de# beschiidi"ten Leben YMNni+a Moralia. "efle9Pes a partir da vida danificadaZ.9. Gur Meta1riti1 der 3r1enntnistheorie Y5ara a +etacrNtica da teoria do conheci+entoZ.:. Ne"ati,e -iale1ti1 YDialGtica negativaZ.;. (sthetische :heorie Y'eoria estGticaZ.". $oziolo"ische $chriften E YEscritos sociolEgicos )Z.?>M 6Q ediD7o3 2>@0.QSAindTstriaculturalL eS'elevis7o3 consciVncia eindTstria cultural]3in Co#unicao e indRstria cultural&rgani!aD7o de a#riel Cohn. S7o5aulo: Co+panhiaEditora %acional3 2>@2M .Q ediD7o3 2>@0.Notas de literatura :seleD7o;. 'raduD7o de Celeste Aida ale7o e )dalina A!eve,do da Silva. "io de Janeiro: 'e+po Brasileiro3 2>@-M 6L ediD7o3 2>>2.V .ilosofia da No,a MRsica 'raduD7o de Magda FranDa. S7o 5aulo: 5erspectiva3 2>@.M 6L ediD7o3 2>0>.:eoria est+tica 'raduD7o de Artur Mor7o. (is#oa: EdiDPes @13 2>06.Q'e9tos escolhidosQ3 in 8s Pensadores CIrios tradutores. S7o 5aulo: A#ril Cultural3 2>0-M S7o 5aulo: %ova Cultural3 2>>>.-ial+tica do 3sclareci#entoO fra"#entos filos2ficos :co+ Ma9 =orkhei+er;. 'ra,duD7o de uido Antonio de Al+eida. "io de Janeiro: \ahar3 2>04.Q'e9tos escolhidosQ3 in :heodor A Adorno &rgani!aD7o de a#riel Cohn. CIrios tradutores. S7o 5aulo: dtica3 2>0?.QDiIlogos so#re as +assas3 o +edo e a +orte ]*+a conversa entre Elias Canettie 'heodor /. AdornoQ. 'raduD7o de &tacNlio F. %unes Jr. No,os 3studos Cebra&,no 623 Hulho de 2>00.Mini#a MoraliaO refle>Jes a &artir da ,ida danificada 'raduD7o de (ui! Eduardo Bicca. S7o 5aulo3 dtica3 2>>6M 6L ediD7o3 2>>-.Pala,ras e sinaisO #odelos cr)ticos / 'raduD7o de Maria =elena "uschel. Supervis7o de dlvaro Calls. 5etrEpolis: Co!es3 2>>4.Pris#asO cr)tica cultural e sociedade 'raduD7o de Augustin /ernet e Jorge de Al+eida. S7o 5aulo: dtica3 2>>0.3ducao e e#anci&ao 'raduD7o de /olfgang (eo Maar. "io de Janeiro: 5a! e 'erra3 2>>4.EndRstria cultural e sociedade &rgani!aD7o de Jorge de Al+eida. CIrios tradutores. "io de Janeiro: 5a! e 'erra3 6116.Notas de literatura L 'raduD7o c apresentaD7o de Jorge de Al+eida. S7o 5aulo: Duas Cidades8Editora -.3 611-.S&B"E '=E&D&" /. AD&"%&Arte e sociedade e# Marcuse, Adorno e Ben@a#in, de JosG uilher+e MerFuior. "io de Janeiro: 'e+po Brasileiro3 2>?>.Ben@a#in aAdornoO confrontos, de FlIvio "enG Xothe. S7o 5aulo: dtica3 2>@>. A teoria criticaO onte# e ho@e, de Bar#ara Freitag. S7o 5aulo: Brasiliense3 2>0?.Mi#esis e racionalidadeO a conce&o de do#)nio da natureza e# :heodor A Adorno, de "odrigo Duarte. S7o 5aulo: (oAola3 2>>-.Cr)tica da razo e #)#esis no &ensa#ento de :heodor A Adorno, de MIrcia 'i#uri. 5orto Alegre: Edipucrs3 2>>4.Adornos, de "odrigo Duarte. Belo =ori!onte: *FM3 2>>@.A dial+tica ne"ati,a de :heodor A Adorno, de Marcos %o#re. S7o 5aulo: )lu+inuras3 2>>0.Adorno 8 &oder educati,o do &ensa#ento cr)tico, de Antonio \uin3 Bruno 5ucci e %e$ton "a+os de &liveira. 5etrEpolis: Co!es3 6111.3studos de est+tica e filosofia da arteO nu#a &ers&ecti,a adorniana, de dlvaro Calls. 5orto Alegre: *F"S3 6116.Adorno, Dor1hei#er e a -ial+tica do 3sclareci#ento, de "odrigo Duarte. "io de Janeiro: \ahar3 6116..olha e>&lica Adorno, de MIrcio Selig+ann,Silva. S7o 5aulo: 5u#lifolha3 611-. Adorno e a arte conte#&or'nea, de Cerlaine Freitas. "io de Janeiro: \ahar3 611-.A i+age+ reprodu!ida na capa ?7em t?tulo, 2>?4 :detalhe;3 Mira Schendcl3nanFui+ e aguada s8 papel3 .0 9 ?? c+.Antonio Candido Te3tos de interAen??o:sele??o3 introdu??es e notas de Cinicius Dantas;Alfredo BosiB?u, inf?rnoilda de Mello e Sou!a O tupi e o ala?de'heodor /. Adorno Notas de literatura IA sair:Erich Auer#ach+nsaios de literatura ocidentalilda de Mello e Sou!a A id?ia e o figuradoC&(Ekl& ES5m")'& C"m')C& direo de Au"usto MassiA ColeD7o EspNrito CrNtico pretende atuar c+ duas frentes: pu#licar o#ras Fue constitue+ nossa +elhor tradiD7o ensaNstica e tornar acessNvel ao leitor #rasileiro u+ a+plo repertErio de clIssicos da crNtica internacional. E+#ora a literatura atue co+o vetor3 a perspectiva da coleD7o G dialogar co+ a histEria3 a sociologia3 a antropologia3 a filosofia e as ciVncias polNticas.Do ponto de vista editorial3 o proHeto n7o envolve apenas o resgate de estudos decisivos +as3 principal+ente3 a articulaD7o de esforDos isolados3 enfati!andoas relaDPes de continuidade da vidaintelectual. DeseHa+os recolocar naorde+dodia FuestPes e i+passes Fue3 e+ sentido contrIrio U ciranda das +odas teEricas3 possa+ contri#uir para o adensa+ento da e9periVncia cultural #rasileira."o#erto Sch$ar!Ao ,encedor as batatasJo7o (ui! (afetI1Z_\O a cr)tica e o Modernis#oDavi Arrigucci Jr. & cacto e as ru)nas"o#erto Sch$ar!?# #estre na&erifUria do ca&italis#oGeor" (ukIcsA teoria do ro#anceAntonio Candido8s &arceiros do Kio Bonito/alter BenHa+inKefle>Jes sobre a criana, o brin7uedo e a educaoCinicius DantasBiblio"rafia de Antonio Candicio