PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o...

29
Sala Gab. Et. Tab. f o }. M. DOS REMú-DlOS PATRIA E FAMILIA Dram.a em. 3 actos COIMBRA IMPREt\SA DA U, 'IVERSIDADI:. 18 9 1 Obra protegida por direitos de autor

Transcript of PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o...

Page 1: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Sala Gab. Et. Tab.

f o

}. M. DOS REMú-DlOS

PATRIA

E FAMILIA

Dram.a em. 3 actos

COIMBRA

IMPREt\SA DA U, 'IVERSIDADI:.

189 1

Obra protegida por direitos de autor

Page 2: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

PATRIA E FAMILIA

DRA.\lA EM 3 CTOS

Obra protegida por direitos de autor

Page 3: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor

Page 4: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

PATRIA E FAMILJA Dr rn rn 3 c os

POR

JOAQUIM MENDES DOS RF. 1EDIOS

COIMBR

lMPRE ' A DA "IVER IDAflE

189 1

Obra protegida por direitos de autor

Page 5: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor

Page 6: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

É vosso e te drama, meus amz{?oso .fá o cobnoa a egide da vo s.;z dedicação quando elle el°a apenas um ideal, que nunca chegari.? a realisar- e, se não.fosseis vó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte os

acltaques de que enferma o Deixa l-o o Não procU1oei [azer uma obra liLLemria, que seria temeridade louca abalançar-se a tal empre:;a quem tão minguado é

de recursos o Animado pelo vossos incitamentos, [o i a sim que aproveitei um mez de.fé7 ias- lentando e Cl°elle l um dramao E cripto, foi representadoo

S'ão datas, que têm já a ora na nossa alma um Cllnho zOndele)Jel, os dzoa f) e lO de outubl'o de 18910

1V .. 1 minha v~oda, como na vossa, essas datas abrem um parentltesis de gr .. mde alegnOa dulcificadora, de serena paz de COI1 cicnciao

Pal'a acabar de realisar as aspúoaçàes de todos

Obra protegida por direitos de autor

Page 7: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

'VO {ollta7.'.l, porem, uma COII a - imprimir o drama . . lq;ti o tellde - dedico-l'ol-o. Como foi a vos a oll/li:;.lde a iII p/rell-o, seja ella a defendei-o. Eu 11.:1.1.1 receio, que .1 .lmi:..:ule é como o sol- morre

dando 7. l idol.

Coimbrol , dezembro 91 .

Obra protegida por direitos de autor

Page 8: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

EHL dr rn.a íbi r pr s nLado no th tro do Niz nos dias e 10 de outubro de 1891

A distribuição dos papeis foi a seguinte:

ERNESTO DA CU H ........ . LFR D<) DA CU HA ........ .

ER ESTIN .................. . PEDRO DE VA CO CELLO .. NORBERTO DE SOUS,\ .......• NOIWi\'IIA (L(.gO~t,l) .......... . FILIPPE.. . ...... ............. · .

POLICIAS ..... . . . . .. ... · . .. ·· .

CRE DOS ... " ..... , ......... .

ex."· sr. EDUARDO » L. 1\hGUENS

D. ANTONIA )) B. LIMA n M. BENTO n LACERDA )) A. O'OLIVEIRA IJ. SANAAOO

J. MANSO » N. N.

Obra protegida por direitos de autor

Page 9: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

PE R O i\fA CE

ERI E TO O CUI II ........ .. ....... . . . 75 nnnos lFREDO 0 \ CU, II ........... .. ... . . . . 2 I »

ER, E TIl ....... . . ....... . .... .. .. .. . 18 II

PEDRO DE CO 'CI::LLO .. . . . . . .. . . . 24 » NORBERTO DE OU ...... . .... .. . ... . 4° II

I ORO, HA (Lagos /a) . • ..... . . . ... . . . .. .. . 3 2 li

FI LrPPE (crc.ldo} .... . ... .. .. .. .. .. ... ... . 7 0

POLrCI CREADO .

Act ualIdade

Obra protegida por direitos de autor

Page 10: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

ACTO I

(Uma sala ~m casa de Ernesto da Cunha. Ao fundo duas porias: a da direita, el//rad •• par •• qucm vem da rua .. a da esquerda, cn/rada para o interior. Aos lados, porta tamb~m para o ill/crior ejanella que da para a rua, e/c.)

SCENA I

ERNESTO (tendo um jornal na mão)

São cada vez mais funestas as noticias que nos trazem os jornaes todos o dia. Aggrava- e de momento a momento a situação; approxima-se o desabar d'este grande edificio, d'este edificio ete vezes secular. (levanla- e) Ah! É profun­damente doloro o este estertor de moribundo' o Portugal de ffon o Henriques, D. João I e Affonso de Albuquerque, de centenares de martyres e heroe , vai terminar a ua marcha gloriosa, abatido, pizado, vilmente roubado por um icario que em outro tempos - fdize tempo ! - pedia es­

moIa de miios alevantada ao eéo e os olhos arrazados de lagrima" (ouwm-se j>:l sso,) O pobre vendeu a c~mola para com prar o punhal! Ah! Inglaterra, Inglaterra! ..•

Obra protegida por direitos de autor

Page 11: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

10

CE. ~ 1 II

ER. I' ' TO e N lWEH.TO

'ORBEIUO (.1'1C: Olll'iu C::i/.1S ,,(limas /'o3.[;;/,II'-,ls)

falia da no' 'a amiga, da no a fid alliada?

ERNE TO (colll r, imentimdo~o)

imo Pois que ou tra cousa ha que mereça tan to a nos a au enção? É uma que tão de vida ou de morte para todos nós

- portugueze ." NORllcRTO

\ ' ... im e, inrdizmcnte. lodos os que s"ntcm pulsar um coração kal e nohre h,io de scntir- e indlonados perante as prctençõe infames dos pirata, hri tannicos. E clhe \'. n.' uma cou 'a que me tortura) É e, ta tr i te propag,lnda re­publicana . É um perigo crio. Oxalá me engane I - ma ' quer-me parect.r que ha de dar as mais fune ta consequen-

clas. ERNESTO

É tamhem CsScl cI minha opinião. impren. a e uma força moral da ... mai,., poderosa. O nosso PO\'O, mais que n .. nhum outro, pcn"a, dirige-se e ohra pelo que lh" diz o Jornal. ao t Irdarcl muito, dias que nio \'~jamo a mu ltidões ahircm indignada. para as rucl : c sab .. Deu: cnt,lo quan tos crimes

não . erão p .. rpetrado .

Obra protegida por direitos de autor

Page 12: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

________________ -'AC'CTCOCC'·~aç~NA.:X~"C' ______________ _'4~'

PICUItO

,\11'18 que roi~ (pllusa) que foi? hein?

F'n.IPPE

E v. sr,' II rir-se.". PEDRO

Qual riso, nem qual demonio ~ dize lo. o que ha.""

FIL.PI'II:

E de mais a mais dizendo-se amigo do patrãol ...

Tu dizes ou não di:.ees ? vamos lá B saber: succcdcu cá 111-gum desastre?."

E não foi pequeno ... (v.lIi fia,.." salur)

PCDRO

E<ite alllrvc quer moer-me II pacicncial (pux,,-o aU lIo/undo da Sei:>!,, ) EntJo?

Obra protegida por direitos de autor

Page 13: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

SCENA X I V

os MESMOS e ERNESTlNA

ER:\UflNA ((o.n·ndo a P c:dro ,"omo 1014'".1)

Ohl sr. Pedro, \'enha SJhllr meu pae.

P':ORO

Mos que foi?

ERN&STINA (,".Jhi,.do -/he ~O$ P~$)

Oh! pelo amor de Deus. _. pelo nosso amor, venha sal· \'01-0, Pedro I (1C'V~n'a-sc: e t(lmaJl.io·lhe 1Jjole>ttame,,'c: ° braço uhe)

Que {atalid3de, meu Dcus, que f3ta lidode I

SCENA X V

NOROSIIA (e,,'ra ~ mdo, cS/,rúta"do tudo)

Perfei tomentc; tem corrido ludo ás mil m3 rav ilhasl O ve­lho quasi morto, se n;io morto; na idode d'e lle ... h um I ... c que bello murrol nem um marujO de profissão, puxado, tezo, a!.~im! U~: 1II~III"o d~ quejoga um IIII/rro) rico mu rrol

Obra protegida por direitos de autor

Page 14: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

•• raio de velho, ut' prOmptol agora II eousa~ fiam mais fino. Trata·se nada meno. de engaiolllr um melro I bonito ave, ,im sr.1 e prende·se pelo bico: já IJ. est,! a denuneia : d'aqui a poueo entrllm-me para'hi dois ginjas e tOell lá par'o estarim: depois ... depoi •... ah I Ernestlna I Como tu podias evitar tudo istol lambem deual-o, Nilo venei d'um modo, venço do outro. Oll! ... (aPPlicQfI(Jo O ouvido) lá v~m os gajos, Vamos i grande scena; I! preciso uSistir a eUa detrb dos bastido­res, para se ignorar d'onde vem a pancada, Toca a pirar.

SCENA Xvr

PEDRO, ERNESTINA, AL FREDO c NORBERTO

P~ UAO (a Erlll:sU,.a)

Uma simples syneope, afinal, mais demorada cm \'irtude da pa ncada que lh e deram ser bastante rorte; quem quer que roi devc ter musculatura d'aço.

Que mal vadol

Admi ra-me que num motim onde iam tanlas pessoas, hou­vesse uma só müo brutal I ...

E todavia nada ha mais ceno; porquc num exame minu. cioso a que proc..:di tomei o eon\'icçào d'isso .

Obra protegida por direitos de autor

Page 15: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

,o

Nem cu duvido, CMO doutor.

NORIH .. RTD

o caso c):pli~3 · se (uive;,: por uma ideia que me BCBbll de:

occorrcr. TODOS

QuaH NORB&RTO

v. u.' nJo di,,;, sr. Alrrc:do, que tcm um inimigo tcrri"e1 _ o lal Lagosta! .... ..

AI.FREDO

Lembrei-me d'dh:; mas mio me consta que esteja cm Lia-

00 •. PEDRO

Quem S:lhe) o morec!::!) voeja nas trevas. Ê ncceuaria in\'cstisar; :I pancada loi d3dn, segundo dizem, quando o sr. Ernc~tO "ahia do rcdac~ão. E:, pois, vc:rosimi l que o Es­l'_lrt.1no c que originou c"te dc~astrc.

Sim. O que c nccl:~!lIrio e que meu pnc dcilo:c esse maldito jornal quc: laOlOS dl~S3borcs lhe tem c:allsado.

Sim. O q ue c nccessano <: que tu abandones II. ideia de

Obra protegida por direitos de autor

Page 16: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

ACTO I, 8CaSA XV II

" pArtire, pnra a Arriea como chere dos volunt(trio~ 3cademi. eos. Is~o nilo lhe tem elu ~ado m~nos dissabores.

Oh! Por Dcus! mlo me ralles nisso. O Destino parece que quer ser inexoravc::l p~ra eommigo; hei de ser incxoravd pRra eom dle r

NOltllltltTO

Baldudl!. lueta l

SCENA XVII

OS MESMOS e EIlNESTO

(O/lv':'.fe fumOf" Ern .,:sto app.Jrece ampafandO'Se ds p.lrc. dcs, I.vido, c.Jmb.J/c.Jn/e; loios correm p.Jra d/c).

Quero ver mais uma ve: o filho desobed iente: ... appro-xima-te, Alfredo; pareee que me ralta a luz ... e oar .. . sinto que desralleço .. , querias (t minha benção; niio t'R dou, mas dou·te o adeus derradeiro ... (ao /ir.lf.J ",40 d.J r.Jft;de, C.JIII' b.l/':I.J. Erne)lIna. P .:iro c .Vo.b.:r/o corfem a "IIIp.lr.l{·O . .veu.: mOlllcnlo dois poliá.J! cn/r.J/II c, agarrando ii/frcdo. di~ um d 'c//cs).-

POLICIA Est~ prezo!

Obra protegida por direitos de autor

Page 17: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor

Page 18: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

-~~--~-'~-~-=-=::===:lI

ACTO II

SCI:NA I

PEDRO e NQRBERTO

Que resultado!! deram as suns in vc:a tigllç~es?

NOllflERTO

Nenhumas, absolutamente nenhumas. Ninguem vi u, nem ouviu cousa alguma. O tumulto era enorme ; de sorte que cr.:a facil a qu ~ lquer vibrar II p:lncada e esconder-se.

v . cx" deu parte li policial

NOII,RI:RTO

Dei e com o intere~se que póde imaginar. Alem d'isto te­nho relações muito intimas com o commissario e fiquei com

Obra protegida por direitos de autor

Page 19: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

r " Tlu" II: .·"MII,.I"

a plena certeza de q ue se empregaram todos os meio • . Uma indiscrição do nouo amigo. Sc não tem descido II rU II , nada d'isto acontecia.

o jornal acaba en tlio defini tivamente~

NO~Il&RTO

Ah r de cerlo. SU5tental-o-hemos Il té ao fim do mez, o maia tardar.

Sim. ~ indispensllvel. O desc3 nço moral é-lhe t ll lvez agora ma is neeeullrio que o descllnço physico.

NORIl&R TO

É verdllde, ca ro dou tOr. As suas suspeitll9 relativamente ao docn te confirmaram_sc1

PIORO

Por emquanto nlio. NORDER T O

De modo que ..• P&DRO

De modo que leI-o-hemos em convalescençll den tre em bre\·e.

NO~DERTO

t dever nOl:SO trabalhar por IIdquirir a e5tl!. rl!.mi lil!. I!. sua antiga tranquillidade.

Obra protegida por direitos de autor

Page 20: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

ACTO II , 'CENA II

PIIlDII,D

Tenho penando o mumo. Infelizmen te veio o, horizonte, mui to turvadoa. Ealá longinqua ai nda a estrella da bonança.

NOII.BEII,TO

Adivinho a que le refere. Isso l ignifiea que não ha e~pe. ranÇaI de tirar O Alfredo da infame prisão cm que o cncer­nrllm \"a i para doil melei?

P P; OIl,O

Desgraçadamente assim t.

NORB&RTO

Apezar de tudo t preei'lO não desanimllr. Vamos fazer novlI tentativa. (sallem)

SCENA II

Meu Deus! meu Deu~1 como me é insupportn\'C:1 a vida ! Chego a ter momentos de verdadeiro de'lcspcro, d'eue de"· espero que arra~ta as ultiml''I loucura!>! nunca me \'i t:io s6, tJo abandonada' Por um lado meu pae doe:nte - quem satoe se para sempre:. por oulro, meu irmão preso e:omo um ma lvado, c quem ~ahe lamhem /lte quando' .. . Ah' hei de I uetar até poder. Creio quc ha ... crc~ dc .. tinados ao soffrimcnto, como os ha destinados J felicid.lde. Eu pertenço ao numero

Obra protegida por direitos de autor

Page 21: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

-ACTO II I, SCr;tfAXIX 'l7

NORBJ:Jl.TO

A disciplina militar mlnda·o apresentar·se no quartel ; IÓ

se com licença ... Vous UorA)

Viva Alfredo da Cunha I

E-..NF.STlNA

Papá I lá entra! lá vem clle. (Pedro. Norb~lo c Fi/iPpc sa.­hcm; a IUluic" $("lc"$1: rellrar no meio de 'U ivas, etc.)

Oh 1 meu Deus 1 que commoçdo 1 ErncSliOl1, vllmos sermuito feli zes, filha!

SCENA XX

ERNESTO, ERNESTINA, ALFREOO, PEDRO, NORBERTQ c flLlPPE

A U'IU:IJO (acomfl':JnII1Jdo de Pt.iro c Norbrr lo ; vestI! af(jrda de te"I:"'I:; correndo li abr.lfar o pac)

Querido pael (idem 11 E,lf.cstina) Minha boa Etnestina! (so/rlfos; paus,,)

NORIIIU\TO (1IIr.J!fo.Jndo commofdo)

Sim, sen hores I boni ta rest ll . Nem que fosse um enterro I .. ,

Obra protegida por direitos de autor

Page 22: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

.,8 rATRIA r. I •• 'LI A

VamOI, hasta de hlgrimlll ! fartos de chorar andamos nó. lodo~. {tol,." ,\ IfrcdOI Ol'! meu valente, quanta. vcitel csti· veram csses olhos luim em frente do inirni8'o~

ALFRItDO

Li nao havia tempo para isso. Era neeeslllrio que andaa­sem bem enxu tol para poderem descubrir a pista dI caça.

E lu mostraste ser bom caçador; - trazes II provI com­ligo.

Au'lI.l.oo

A1l!iuma COUSa. Como sabem, sentei praça como volunt.rio. Recebi U ti. nO\'3 do indulto, na oceasiiio em que me bal ill iA como um valente. Do que Já iiz, que nlio foi mnis que o meu dever, resta-me o meu pOStO de tenente, a meda lltn da Torre e Espadll. e duas Ou Ircs cicatrizes. E pouco, o mais ...

PEDRO

Sahcmol-o nós. O que te podemos assegurar é que o teu nome resOa hOle cm Portugal com a celebridade d'um he:roe:. Te:ns a glorificaçiio popular, a mais le:gitima e: a me:nos cal­culada e por isso mesmo a mais sincera.

ER;Sl;STO

Ê verdade:: como t que tu ehcga$te eom tres dias dc anlc­~tdcncia?

Obra protegida por direitos de autor

Page 23: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

,

ACTO III , SC.!'!'" XI. ' 1.

A1".p'A,&OO

Muito naturalmente - pela accclcraçlo da marcha do va­por: .Um d'i"o con tavamoa fazer paragens que não 6zcmos, de so rte que tudo ilSo cOll.Corrou para. chegarmos hoje cm vez de domingo.

Com liceDça.

Abl es tu meu volhoH

ná-me l icença que o abrace?

AI,.FRIi:OO

Pois nAo. (abrllça·o) Tcns parte nestas alegriaa, que o teu dinheiro foi como orvalho do do. fall.remoa depois ...

Quer lhe tanto como eu.

FII .• pp!'.:

E agora duas boas novu: uma vem aqui (moslra urna (03da ctt! fim'l-I eh o.Dicio, que <!/Ilrcga a A ifredo) c o sr. Al­fredo \':li j.i dai-a. A ou tra annuncio-a cu: soube agora mesmo que se iiuicidou, n;lo ha ainda meia hora, o c:clcbrado Lagosta.

Obra protegida por direitos de autor

Page 24: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

' 40 f'''TR'A 13. ""IIo IL' ...

NOR8ERTO

Não qui" presenciflr o teu tfiumpho, Alrrcdo.

ALFREDO

Ocixal-o. Não passou d'um desgnl~ado. atinaI. Que durma cm pal. (,.,ug"nJo o nll'doftte) Vejamos que au rprull nos espera d'este: l.do. (/cn.io) Os representantes dll naçAo, reuni­dos em côrte!, hgara mesmo acabam, por ac';\nmllçào, de de­crctar-Ihc o titulo de .Benemcrito da Plltrill_, {todos correm o ab'''lf .. l-ol Fiz o meu dc\'cr, nado mais. Este titulo nada ajunta 4 minha ambição. O portuguez que ndo fizesse o que cu fiz nlio en digno de seu nome.

t: preciso que haja homens como tu pllrll. compcnnrcrn pdo bem o mal que outros (atem. Mas ... ainda resta alguma cou~a.", (d'-r,):,nio·sc .. Ernesto) Sr. Ernesto da Cunha: o Alfredo "cm ':!lnçado da viagem, c eu nJo posso adiar por mail> dias o pedido que "OU faõte:r- Ihe; do eontrolrio nJo seria inte:irame:nta fdiõt, Ante:e:ipndame:nte lembro que: li. rc:cu<;n no meu pedido, I:mborol nle magoa~se da manl:lrn mai~ dolorosa, ncatal-a-hin .;om o respeito que merecia .. er ne.:ltndll, T l:nho, poi~, a honra de pcdlr.:a v, e:x,' a milo de s u.:a tilha Ernc~t i n.:a ,

(;\ lfr.:do co"".: ..I "br.lf"r P .'.iro; ,Vorb.:rlo V.lI cOllvcrsar com E",'(S I ,rI,J)

EII.NESTO

Anc:in,',} por c~~c pedido, sr. Pedro de \'.:a'eon~ellos. Desde qu~ reconheci o ~eu helio caracter, eau ou-me a m.:ais agra­dan;! imprel>sãO a :.)mpalhia qu..: dc~cubri e.ldst ir nOI> dois,

Obra protegida por direitos de autor

Page 25: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

ACTO lU, ICI.NA XX 1 4 1

----------~--------Que ;810 do Ilmor t como as e~~eneia' preeiOlll8: mal le dcs­Illpa n frueo que as conttm, diio·~e logo a conhecer, Por iuo, t com o maior juhilo que lhe cedo a mllO de minha filho, certo de que ha de ~aber estimur joia de tl"io subido preço, Er­nestina, approxima.te, fi lhll, Alfredo, vem aqui para o lado. Meu velho Norberto, e tU, Pedro. OU,1 bom Fi lippcl ehe­ga-te para junto de nós. que ha muito te considero amigo dos mlli, certOI. ('II.mdo·oJ ~eu"idoJ em 'II0/lil de $1) Muito bem. Creio que está aqui a nos.a familia; todos aquelJes que entre ,i repartiram as suas alfeiçc'ies. A nona familill\ Como esta eltpress.io me consolai Todos os meus \'otos ~âo pua que Deus dote o nosso pait de corn~óu eomo 011 vossos. Só d'catn fórma ~ que veremos IC\·llntnr·se grande, hcroica e invencível, essa outrll f .. miJio-a Palria.

AI..I'REDO

"\eu pac! O maior galardiio que podia conceder IlO' meUs meritos. se alguns tenho, acaba de dal-o nestc momento­luntnndo á nossa familia o nosso querido Pedro de Vucon­cello" uml\ perola da mais hnn agua. E "i~to que a tamiJ;n estJ ineluidn nes tn unttl palnHa-Patria, permitta.me o pae, a mim, soldado obscuro ml1~ honrado , que le\'ante um viva em que \'1.; parte do meu Inngue e parte da minha. alma: Viva a Pntrial

Tooos Vival (A musica loca lido a Portugue:a ouve·se desde a ullima

/illlil III.UI dlSllnctame,lIe, e btm 110 fillal.- ClJhe o ')/iHInO).

Obra protegida por direitos de autor

Page 26: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor

Page 27: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor

Page 28: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor

Page 29: PATRIA E FAMILIA - Pombalinavó o E crip/o por penna inltabil, num tempo em que se impõe o descanço moral como garantia de re[orço para novas lucta, não é difficil descobrir-llte

Obra protegida por direitos de autor