Adm 298916

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO Bernardo Henrique Gazzoni Degrazia Howes Proposta de Transformação do Núcleo de Pesquisas da Fecomércio SC em um Instituto de Pesquisa Estratégico para Santa Catarina Florianópolis 2011

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Trabalho que apresenta uma proposta de transformação do Núcleo de Pesquisas da Fecomércio em um Instituto de Pesquisa estratégico. Realizado no estado de Santa Catarina e servindo de base para novos estudos.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    CENTRO SCIO ECONMICO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA ADMINISTRAO

    Bernardo Henrique Gazzoni Degrazia Howes

    Proposta de Transformao do Ncleo de Pesquisas da Fecomrcio

    SC em um Instituto de Pesquisa Estratgico para Santa Catarina

    Florianpolis

    2011

  • Bernardo Henrique Gazzoni Degrazia Howes

    Proposta de Transformao do Ncleo de Pesquisas da Fecomrcio

    SC em um Instituto de Pesquisa Estratgico para Santa Catarina

    Trabalho de Concluso de

    Estgio apresentado disciplina

    Estgio Supervisionado como

    requisito parcial para a obteno do

    grau de Bacharel em

    Administrao pela Universidade

    Federal de Santa Catarina.

    rea de concentrao:

    Administrao, TGA e Pesquisa

    Mercadolgica.

    Orientador: Prof. Marcos

    Abilio Bosquetti, Dr.

    Florianpolis

    2011

  • Bernardo Henrique Gazzoni Degrazia Howes

    Proposta de Transformao do Ncleo de Pesquisas da Fecomrcio

    SC em um Instituto de Pesquisa Estratgico para Santa Catarina

    Este Trabalho de Concluso de Estgio foi julgado adequado e

    aprovado na sua forma final pela Coordenadoria de Estgios do

    Departamento de Cincias da Administrao da Universidade Federal de

    Santa Catarina.

    Florianpolis, 15 de Junho de 2011.

    ________________________

    Prof. Gerson Rizzatti Jnior, Dr.

    Coordenador de Estgios

    Professores Avaliadores:

    ________________________

    Prof. Marcos Abilio Bosquetti, Dr.

    Orientador

    Universidade Federal de Santa Catarina

    ________________________

    Avaliador

    ________________________

    Avaliador

  • Dedico este trabalho minha famlia,

    cujo suporte foi essencial para concluir

    mais esta etapa de minha vida.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Fecomrcio SC, na pessoa de Mbile Gatelli, gerente

    da Diviso de Planejamento e toda sua equipe, pessoas essenciais para

    que esse trabalho fosse vivel.

    Agradeo tambm as demais organizaes nas quais trabalhei,

    AQX Instrumentao Eletrnica, Centro Acadmico de Administrao

    UFSC e Secretria de Ensino a Distncia UFSC, igualmente

    fundamentais na minha formao profissional e acadmica.

    Agradeo ao meu professor orientador, Marcos Abilio Bosquetti,

    cujas diretrizes foram vitais para construo desta obra.

    Por ltimo, agradeo o apoio e amizade dos meus amigos e

    colegas de faculdade, que estiveram presentes em tantos momentos,

    acadmicos ou no, mas igualmente importantes para minha formao.

  • A mudana a lei da vida. E aqueles que

    confiam somente no passado ou no presente

    esto destinados a perder o futuro.

    (John F. Kennedy, 1917-1963)

  • RESUMO

    Este trabalho apresenta uma proposta de transformao do Ncleo de

    Pesquisas da Fecomrcio SC em um Instituto de Pesquisa estratgico

    para Santa Catarina. Ao longo deste trabalho sero apresentados os

    principais conceitos que figuram importncia dentro da teoria

    administrativa e pertinncia para o projeto. Alm disso, para viabilizar a

    construo da proposta de projeto de transformao, foi realizado um

    estudo de caso, no atual Ncleo de Pesquisas da Fecomrcio SC. Este

    estudo de caso foi realizado por um observador participante com mais

    de um ano atuando na Fecomrcio SC, nas reas de pesquisa e

    planejamento. Porm, para garantir a imparcialidade das informaes

    aqui apresentadas, o estudo de caso tambm foi apoiado em entrevistas

    em profundidade realizadas com os principais colaboradores que

    influenciam as operaes do ncleo, no nvel ttico e operacional. Essa

    metodologia est mais bem detalhada em capitulo prprio. Na sequencia

    do estudo de caso, esta disposta a proposta de projetos de transformao

    em si. Foi com base no estudo de caso e nas entrevistas realizadas que

    este foi desenvolvido e em resposta pergunta de pesquisa deste

    trabalho orbita. Como transformar o atual Ncleo de Pesquisa da

    Federao do Comrcio de Santa Catarina em um Instituto de Pesquisa,

    com mais poder de impacto positivo na sociedade Catarinense?.

    neste tpico de proposta de projeto que as principais informaes

    extradas das entrevistas em profundidade esto alocadas, em

    conformidade sequencial que os assuntos so abordados. Ao final do

    trabalho, esto as consideraes finais e a resposta pergunta de

    pesquisa que norteou este trabalho.

    Palavras-chave: Ncleo de Pesquisas, Instituto de Pesquisas,

    Transformao, Fecomrcio SC.

  • ABSTRACT

    This paper proposes a transformation of the Research Center of

    Fecomrcio SC in a strategic Research Institute for Santa

    Catarina. Throughout this paper is present the main concepts contained

    in importance and relevance of management theory to the project. In

    addition, to enable the construction of the proposed project of

    transformation, is executed a case study in the current Research Center

    of Fecomrcio SC. This case study was conducted by a

    researcher participant observer with more than a year working in

    Fecomrcio SC, in the areas of research and planning. However, to

    ensure the impartiality of the information contained herein, the case

    study was also supported by in-depth interviews with key employees

    who influence the core operations at the tactical and operational

    level. This methodology is better detailed in chapter itself. Following

    the case study, is the transformation project proposal in itself. It was

    based on the case study and the interviews that this was developed and

    is in response to the research question that this study revolves. "How to

    transform the current Research Center of the Federao do Comrcio de

    Santa Catarina in a Research Institute, with more power of positive

    impact on the catarinense society?". It is in the topic of project proposal

    that the main information extracted from in-depth interviews are

    allocated in accordance and sequence that the issues are addressed. At

    the end of the work are the final consideration and the response to the

    research question that guided this work.

    Keywords: Research Center, Research Institute, Transformation,

    Fecomrcio SC.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Estrutura funcional ........................................................................... 37 Figura 2 - Estrutura por Produto/Mercado. ....................................................... 38 Figura 3 - Estrutura Matricial. .......................................................................... 40 Figura 4 Representao Grfica Sistema Comrcio ....................................... 70 Figura 5 - Organograma Fecomrcio SC .......................................................... 71 Figura 6 - Organograma Diretoria Fecomrcio SC ........................................... 72 Figura 7 - Grfico Retorno (Financeiro) de Mdia ............................................ 83 Figura 8 - Proposta de Organograma para Fecomrcio SC ............................... 88

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Diferenas entre planejamento estratgico e ttico .......................... 47 Tabela 2 - Diferenas mais importantes entre planejamento estratgico e ttico

    .......................................................................................................................... 48 Tabela 3 - Tipologias de Grupos ....................................................................... 52 Tabela 4 - Tipologias de Equipes...................................................................... 52 Tabela 5 - Formas de resolver conflitos dentro da organizao ........................ 57

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ADVB/SC Associao dos Dirigentes de Vendas de Santa Catarina

    CDL Cmara dos Dirigentes Lojistas

    CNC Confederao Nacional do Comrcio

    CNTur Confederao Nacional de Turismo

    DAF Diviso Administrativa Financeira

    DCES Diviso de Cmaras Empresariais Setoriais

    DCOM Diviso de Comunicao

    DIP Diviso Instituto de Pesquisas

    DJUR Diviso Jurdica

    DN SENAC Departamento Nacional do SENAC

    DN SESC Departamento Nacional do SESC

    DPLAN Diviso de Planejamento

    DR SENAC Departamento Regional do SENC

    DR SESC Departamento Regional do SESC

    EFAPI - Exposio Feira Agropecuria, Industrial e Comercial de

    Chapec

    FC&VB Florianpolis e Regio Convention e Visitor Bureau

    Fecomrcio SC Federao do Comrcio de Bens, Servios e Turismo

    do Estado de Santa Catarina.

    Fenactur Federao Nacional de Turismo

    FGV Fundao Getlio Vargas

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ICEC ndice de Confiana do Empresrio do Comrcio

    ICF ndice de Consumo das Famlias

    IGP-M ndice Geral de Preos Mensal

    IPM ndice de Predio do Mercado

    LGBTS Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Simpatizantes

    NP Ncleo de Pesquisas

    ONGs Organizaes No Governamentais

    PDCL Plan, Do, Check and Learn

    PEIC Pesquisa de Endividamento e Inadimplncia dos Consumidores

    PIB Produto Interno Bruto

    PMC Pesquisa Mensal do Comrcio

    PNQ Prmio Nacional da Qualidade

    S.A. Strategic Adviser

    SANTUR Santa Catarina Turismo S/A

    SEGS Sistema de Excelncia na Gesto Sindical

  • SENAC Servio Nacional de Aprendizagem

    SESC Servio Social do Comrcio

    SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats

    T&D Treinamento e Desenvolvimento

    WTTC World Travel and Tourism Council

  • SUMRIO

    1 INTRODUO 27

    1.1PERGUNTA DE PESQUISA 27

    1.2JUSTIFICATIVA 27

    1.3OBJETIVO GERAL 28

    1.4OBJETIVOS ESPECFICOS 28

    2 FUNDAMENTAO TERICA 29

    2.1ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 29

    2.1.1 A Organizao em cinco partes 31

    2.1.1.1 Cpula estratgica 32 2.1.1.2 Tecnoestrutura 32 2.1.1.3 Assessoria de apoio 32 2.1.1.4 Linha intermediria 32 2.1.1.5 Ncleo operacional 33 2.1.2 Departamentalizao 33

    2.1.3 Organograma 33

    2.1.4 Tipos de Estrutura Organizacional 35

    2.1.4.1 Estrutura Funcional 35 2.1.4.2 Estrutura por Produto/Mercado (divisional) 37 2.1.4.3 Estrutura Matricial 38 2.1.4.4 Estrutura Geogrfica 40 2.1.4.5 Estrutura Horizontal 40 2.1.4.6 Estrutura Hbrida 41 2.1.5 Caractersticas que modelam uma organizao 42

    2.1.5.1 Complexidade 42 2.1.5.2 Formalizao 42 2.1.5.3 Centralizao 43 2.2PLANEJAMENTO 43

    2.2.1 Planejamento Estratgico 45

    2.2.2 Planejamento Ttico 46

    2.2.3 Planejamento Operacional 48

    2.2.4 Balanced Scorecard 49

    2.2.4.1 Conceito e objetivo do BSC 49

  • 2.2.4.2 Metodologia do BSC 49 2.3GESTO DE EQUIPE 50

    2.4PLANO FINANCEIRO-ORAMENTRIO 58

    2.4.1 Planejamento 58

    2.4.2 Coordenao e Comunicao 59

    2.4.3 Monitoramento do progresso 59

    2.4.4 Avaliao do desempenho 60

    2.5GESTO DA MUDANA 60

    2.5.1 Resistencia a mudana 60

    2.5.2 Desenvolvimento organizacional 61

    2.5.3 Mudana organizacional: Panorama conceitual 62

    3 METODOLOGIA 65

    3.1TIPO DE PESQUISA 65

    3.2OBJETO DE ESTUDO 66

    3.3COLETA DE DADOS 66

    3.3.1 Dados primrios 66

    3.3.2 Dados Secundrios 67

    3.4ANLISE DE DADOS 67

    4 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS 69

    4.1ESTUDO DE CASO 69

    4.1.1 Ncleo de Pesquisa 73

    4.1.1.1 Estrutura fsica e tecnolgica 74 4.1.1.2 Corpo Tcnico e Know-how 75 4.1.1.3 Atuao, Relevncia e Visibilidade 76 4.1.1.3.1Atuao .......................................................................................... 76 4.1.1.3.1.1Pesquisa, Estudos e Anlises Econmicas 77

    4.1.1.3.1.2Pesquisas de Turismo 79

    4.1.1.3.1.3Pesquisas de Mercado 81

    4.1.1.3.2Relevncia e Visibilidade .............................................................. 81 4.1.1.4 Estrutura Financeira 83 4.1.1.5 Gesto 83 4.2OPORTUNIDADES DE MERCADO 85

    4.3PROPOSTA DE PROJETO 86

  • 4.3.1 Estrutura Organizacional e Gesto 88

    4.3.2 Planejamento Estratgico 89

    4.3.2.1 Misso 89 4.3.2.2 Viso 89 4.3.2.3 Bandeiras (diretrizes) 90 4.3.2.4 Valores 90 4.3.2.5 Anlise SWOT 91 4.3.2.5.1Foras (Strengths) ......................................................................... 91 4.3.2.5.2Fraquezas (Weaknesses) ............................................................... 94 4.3.2.5.3Oportunidades (Opportunities) ...................................................... 97 4.3.2.5.4Ameaas (Threats) ......................................................................... 98 4.3.2.6 Objetivos estratgicos 100 4.3.2.7 Aes estratgicas 101 4.3.3 Plano Financeiro-oramentrio 102

    4.3.4 Projetos de Pesquisa 104

    4.3.5 Plano de Comunicao e Marketing 105

    5 CONSIDERAES FINAIS 107 5.1LIMITAES 108

    5.2RECOMENDAES 108

    6 BIBLIOGRAFIA 111

    ANEXO 114

  • 27

    1 INTRODUO

    A Federao do Comrcio de Santa Catarina (Fecomrcio SC) a

    entidade que representa todas as empresas do comrcio de bens, servios

    e turismo no estado de Santa Catarina. Sua estrutura organizacional

    dividida de forma simplista em 4 nveis: Presidente, Diretoria Executiva,

    Gerencias e operacional. Nessa hierarquia o Ncleo de Pesquisa compe

    a diviso de planejamento, cuja gerncia responde diretamente para o

    diretor executivo, que se reporta ao presidente da Fecomrcio SC.

    O Ncleo de Pesquisa da Fecomrcio SC se constitui em uma das

    formas mais relevantes que a instituio tem para representar o

    empresrio catarinense uma vez que a produo do mesmo alimenta as

    empresas com informaes estratgicas sobre mercados e setores

    ajudando-as no planejamento e conduo de seus negcios.

    Alm disso, o ncleo de pesquisa tem uma oportunidade de

    mercado nica, tendo em vista a crescente profissionalizao dos

    negcios e o aumento do nvel de cientificidade da tomada de deciso

    nas organizaes. Somado a esses fatores, o know-how do ncleo e seu

    atual posicionamento de mercado sinalizam a oportunidade que se

    apresenta. Portanto, o presente trabalho explora a possibilidade de

    transformar o ncleo em um instituto de pesquisa, visando ampliar o seu

    impacto nas organizaes do Estado de Santa Catarina.

    1.1 PERGUNTA DE PESQUISA

    A pergunta que este trabalho pretende responder a seguinte:

    Como transformar o atual Ncleo de Pesquisa da Federao do Comrcio

    de Santa Catarina em um Instituto de Pesquisa, com mais poder de

    impacto positivo na sociedade Catarinense?

    Para responder tal pergunta primeiro ser feitos todos os estudos

    e anlises propostos nos objetivos gerais e especficos seguindo a

    metodologia proposta.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    Esse trabalho se justifica de muitas formas, primeiramente, pelo

    potencial de alavancagem que um instituto de pesquisa, mais robusto e

  • 28

    estruturado, pode proporcionar para o desenvolvimento do Estado de

    Santa Cataria que carece de dados e informaes estratgicas da regio.

    possvel destacar ainda que o setor pblico pode contar tambm

    com informaes importantes para orientar polticas pblicas e o

    planejamento do oramento pblico.

    Este trabalho de fundamental importncia para o acadmico que

    desenvolveu esse projeto, uma vez que se apresenta como oportunidade

    de aplicar a teoria em um caso prtico e tambm de impulsionar sua

    trajetria profissional dentro da Federao do Comrcio de Bens,

    Servios e Turismo de Santa Catarina.

    1.3 OBJETIVO GERAL

    Aprofundar o conhecimento sobre estratgia, estrutura &

    mudana organizacional e propor um projeto de transformao do

    Ncleo de Pesquisa da Federao do Comrcio de Santa Catarina em um

    Instituto de Pesquisa.

    1.4 OBJETIVOS ESPECFICOS

    a) Realizar pesquisa bibliogrfica nas temticas: estrutura organizacional, planejamento estratgico, gesto de equipes,

    planejamento oramentrio/financeiro, gesto da mudana e

    pesquisas;

    b) Realizar um estudo de caso do Ncleo de Pesquisas da Fecomrcio SC;

    c) Propor um planejamento estratgico para o Instituto de Pesquisas;

    d) Propor um plano de estrutura organizacional e gesto para o Instituto de Pesquisas;

    e) Propor um plano financeiro-oramentrio para o Instituto de Pesquisas;

    f) Propor reas de atuao dos projetos de pesquisa; g) Propor um plano de comunicao para o Instituto de Pesquisa.

    Com o alcance desses objetivos pretende-se responder a pergunta da pesquisa e construir uma proposta de aes estratgicas para a

    transformao do ncleo de pesquisa aqui examinado como um estudo

    de caso.

  • 29

    2 FUNDAMENTAO TERICA

    Neste capitulo ser apresentado os conceitos que serviro de

    apoio para compreenso do estudo de caso do Ncleo de Pesquisas da

    Fecomrcio SC e a proposta de projeto de um Instituto de Pesquisas que

    ser apresentado no captulo 4 desta obra.

    2.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

    Uma estrutura organizacional adequada imprescindvel para o

    bom andamento dos processos e atividades de uma organizao. Dentro

    desse pr-suposto algumas prerrogativas se apresentam imperativas, so

    elas: definio de organograma, que tradicionalmente podem ser

    funcionais, divisionais ou matriciais. Alm do organograma

    importante ainda determinar relaes de liderana formais e considerar

    as relaes informais de lideranas, ambas impactam grandemente

    qualquer organizao. Muitas vezes relaes de autoridade so

    determinantes para que a organizao tenha sucesso ou insucesso em

    sua misso.

    Alm disso, preciso considerar o papel dos colaboradores

    dentro da organizao, dos projetos e atividades que o mesmo estar

    envolvido. A atitude quanto centralizao e descentralizao do

    comando e ainda a capacidade de delegao so, por final, fatores a

    serem considerados.

    Com o objetivo de ter um funcionamento adequado e que

    atendam s suas necessidades, necessrio que as organizaes

    estabeleam uma estrutura organizacional na qual sero baseados seus

    processos e atividades.

    De acordo com STONER e FREEMAN (1999) a estrutura

    organizacional refere-se ao modo como as atividades de uma

    organizao so divididas, organizadas e coordenadas. J para Blau

    (1974, apud Hall, 1984, p.12) as distribuies, em diversos sentidos,

    das pessoas entre posies sociais que influenciam as relaes de papel

    entre essas pessoas. Robbins (2001) cita que uma estrutura

    organizacional, define como as tarefas so formalmente divididas,

    agrupadas e coordenadas, e que tais estruturas buscam equilbrio entre a eficincia e a necessidade de flexibilidade.

    Maximiano (2006) define estrutura como sendo uma sntese do

    processo de organizar, uma sequncia de procedimentos e decises

    tomadas que definem o trabalho que os indivduos que compem a

  • 30

    organizao devem realizar. Segundo ele, para estabelecer uma estrutura

    organizacional preciso analisar os objetivos e trabalhos a serem

    realizados, logo dividi-los, e definir as responsabilidades e os nveis de

    autoridades, para assim desenhar a estrutura organizacional.

    Blau (1974 apud Hall, 1984, p. 37) define estrutura organizacional como as distribuies, em diversos sentidos, das

    pessoas entre posies sociais que influenciam as relaes sociais que

    influenciam as relaes de papel entre pessoas. Hall (1984, p. 37)

    aproveita e conceitua diviso de trabalho como que se atribussem s

    pessoas tarefas ou trabalhos diferentes dentro das organizaes e

    hierarquia como as posies que as pessoas ocupam possuem normas e

    regulamentos que especificam, em graus variveis, como seus ocupantes

    devem comportar-se nessas posies. Hall (1984) enfatiza que as

    caractersticas estruturais e as caractersticas individuais interagem, com

    coisas que poderiam parecer consequncia de aes individuais se

    revelando ter importantes vnculos estruturais. A questo no dar

    pouca importncia aos indivduos, mas que os acontecimentos advindos

    destes tm interao com as caractersticas organizacionais para

    produzir os acontecimentos. O autor continua apontando que fatores

    como tamanho, tecnologia, ambiente e escolhas estratgicas podem

    afetar a composio da estrutura.

    Ainda para Mintzberg (1995) a estrutura de uma organizao

    pode ser simplesmente definida como a soma total das maneiras pelas

    quais o trabalho dividido em tarefas distintas e como feita a

    coordenao entre essas tarefas.

    Daft (2006, p. 79) aponta que os trs componentes-chave na

    definio de estrutura organizacional so:

    1. A estrutura organizacional determina relaes formais de subordinao, entre as quais o

    nmero de nveis na hierarquia e amplitude de

    controle de gerentes e supervisores.

    2. A estrutura organizacional identifica o agrupamento de indivduos em departamentos e

    de departamentos na organizao como um todo.

    3. A estrutura organizacional inclui o projeto de sistemas para assegurar comunicao eficaz,

    coordenao e integrao de esforos entre os

    departamentos.

  • 31

    Daft (2006) ressalta que estes trs elementos dizem respeito tanto

    aos aspectos tanto verticais com horizontais da organizao, sendo que

    os dois primeiros so o referencial estrutural, a hierarquia vertical e o

    terceiro refere-se ao padro de interaes entre os funcionrios da

    organizao. Uma estrutura organizacional incentiva os funcionrios a

    fornecer informao e coordenao horizontal onde esta necessria

    (DAFT, 2006, p. 79).

    Para Hall a estrutura organizacional atende a trs funes bsicas:

    Em primeiro lugar, as estruturas tencionam realizar produtos

    organizacionais e atingir metas organizacionais. Em segundo lugar, as

    estruturas se destinam a minimizar ou pelo menos regulamentar a

    influncia das variaes individuais sobre a organizao. Impem-se

    estruturas para assegurar que os indivduos se conformem s exigncias

    das organizaes e no o inverso. Em terceiro lugar, as estruturas so os

    contextos em que o poder exercido (as estruturas tambm estabelecem

    ou determinam quais posies tm poder sobre quais outras), onde as

    decises so tomadas (o fluxo de informao que entra numa deciso

    basicamente determinado pela estrutura) e onde so executadas as

    atividades das organizaes. (HALL, 1984, p. 38).

    Quanto ao processo de organizao Ernest Dale (1967 apud

    STONER e FREEMAN, 1999) traz cinco etapas do processo

    organizacional: 1. Listar o trabalho que precisa ser feito

    para alcanar os objetivos da organizao. [...]

    2. Dividir a carga total de trabalho em

    tarefas que possam ser realizadas lgica e

    confortavelmente por pessoas ou grupos. A isto

    chamamos de diviso do trabalho.

    3. Combinar as tarefas de modo lgico e

    eficiente. O agrupamento de empregados e tarefas

    geralmente chamado de departamentalizao.

    4. Criar mecanismos de coordenao. [...]

    5. Monitorar a eficcia da estrutura

    organizacional e fazer os ajustes necessrios.

    2.1.1 A Organizao em cinco partes

    Segundo Mintzberg (1995), as organizaes so estruturadas para

    apreender e dirigir sistemas de fluxos e determinar os inter-

    relacionamentos das diferentes partes. Tais fluxos e inter-

    relacionamentos dificilmente so de formato linear e disto resulta ser

    muito difcil descrever a estruturao das organizaes. O modelo

  • 32

    proposto pelo autor aponta a organizao em cinco diferentes

    componentes.

    2.1.1.1 Cpula estratgica

    Segundo Mintzberg (1995) a cpula estratgia encarregada de

    assegurar que a organizao cumpra sua misso de maneira eficaz e,

    tambm, de satisfazer as exigncias daqueles que controlam ou de outra

    forma exercem poder sobre a organizao. medida que a organizao

    cresce, torna-se necessrio presena de um gerente, ou um grupo de

    gerentes em tempo integral, formando a cpula estratgica.

    2.1.1.2 Tecnoestrutura

    Segundo Mintzberg (1995), medida que o processo de

    elaborao continua, pode haver um aumento da padronizao como

    meio de coordenao do trabalho, a responsabilidade dessa

    padronizao de um grupo de pessoas que o autor chama de analistas,

    so eles que formam a tecnoestrutura.

    O autor d enfoque maior para os analistas de controle, no qual a

    sua principal funo estabilizar e padronizar as atividades da

    organizao. Existem trs tipos de analistas de controle, que

    correspondem, a trs formas de padronizao: os analistas de sistema e

    mtodos, que padronizam os processos do trabalho; os analistas de

    planejamento e controle, que padronizam os outputs; e os analistas de pessoal, que padronizam as habilidades.

    2.1.1.3 Assessoria de apoio

    Conforme Mintzberg (1995), a assessoria de apoio formada por

    unidades especializadas, criadas para dar apoio organizao fora do

    seu fluxo de trabalho operacional. Essas assessorias fornecem a

    organizao servios indiretos que podem variar de um restaurante a um

    departamento de consultoria jurdica. Sendo bem diferentes da

    tecnoestrutura, j que estas, no esto preocupadas com a padronizao,

    e no podem ser vistas como unidades de aconselhamentos.

    2.1.1.4 Linha intermediria

  • 33

    Funciona como conectora, um nvel mediador, entre a cpula

    estratgica e o ncleo operacional, tendo a funo de conectar essas

    duas partes. A linha intermediria possui uma autoridade direta e formal

    sobre os operadores, e envolve um mecanismo de coordenao

    denominado superviso direta.

    Um gerente de linha desempenha vrias tarefas no fluxo de

    superviso direta, acima e abaixo dele. Coleta informaes de feedback, e transfere aos gerentes acima, e tambm, intervm no fluxo das

    decises.

    2.1.1.5 Ncleo operacional

    O ncleo operacional da organizao, envolve os membros os

    operadores que executam o trabalho bsico, diretamente relacionado h

    fabricao dos produtos e a prestao dos servios (Mintzberg, 1995, p.

    23).

    Segundo o autor, esta a parte do diagrama que forma a base da

    organizao, onde, encontram-se os operadores que desempenham

    quatro funes principais: asseguram os inputs para a produo;

    transformam os inputs em outputs; distribuem os outputs; favorecem o

    apoio direto s funes de input, e transformao em output. Sendo onde

    ocorre uma maior padronizao.

    2.1.2 Departamentalizao

    Outro tpico levantado na lista de DALE, 1967, a questo da

    departamentalizao. Apesar de ser um assunto extenso, possvel

    sintetiz-lo a fim de compreendermos qual a relevncia do mesmo para

    estrutura organizacional de uma empresa. Uma forma relativamente

    simples de se esboar graficamente a departamentalizao dentro de

    uma empresa atravs de um organograma, que segundo STONER e

    FREEMAN, 1999, pg. 231, pode ser definido como diagrama da

    estrutura de uma organizao, mostrando as funes, os departamentos

    ou as posies na organizao, e como esses elementos se relacionam.

    2.1.3 Organograma

    Segundo Lacombe (2003) organograma uma representao

    grfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituio,

    especificando os seus rgos, seus nveis hierrquicos e as principais

  • 34

    relaes formais entre eles. Uma forma relativamente simples de se

    esboar graficamente a departamentalizao dentro de uma empresa

    atravs de um organograma, que segundo STONER e FREEMAN,

    1999, pg. 231, pode ser definido como diagrama da estrutura de uma

    organizao, mostrando as funes, os departamentos ou as posies na

    organizao, e como esses elementos se relacionam.

    Daft (2006, p. 79) cita que a estrutura organizacional se reflete no

    organograma, que a representao visual do conjunto inteiro de

    atividades e processos subjacentes a uma organizao. Ele mostra as

    vrias partes da organizao, suas inter-relaes e como cada cargo e

    departamento se encaixam no todo. No possvel s pela anlise dos

    funcionrios e seus locais de trabalho para perceber sua estrutura.

    Organogramas existem h muitos sculos, mas o uso em empresas nasce

    na Revoluo Industrial por causa do trabalho mais complexo executado

    por contingentes cada vez maiores de trabalhadores, o que levou a

    necessidade de desenvolver mtodos para administrar e controlar as

    organizaes.

    Em empresas com grande nmero de empregados e colaboradores

    se torna necessrio a presena de organogramas para que questes como

    hierarquia, cadeias de comando e relaes de subordinao se tornem

    claras.

    A partir do organograma tambm possvel determinar o alcance

    da gerencia, que consiste no numero de funcionrios que se reportam

    diretamente a um dado administrador (STONER e FREEMAN, 1999,

    pg. 231).

    Tericos definiram logo aps a Revoluo Industrial que o

    numero mximo de individuas que um administrador poderia gerencial

    era seis, contudo, atualmente esse nmero obviamente contestado, mas

    de fato existe um limite de individuas que um mesmo administrador

    pode gerenciar sem perca de eficcia.

    Essa definio do alcance da gerencia, que pode ser chamado

    tambm de alcance do controle, defini todo uma estrutura

    organizacional (no que desrespeito a ser mais ou menos horizontalizada)

    e tambm o aproveitamento dos gestores.

    Quando um gestor tem um nmero muito grande de subordinado

    o mesmo pode vir a perder o controle das operaes e de seus subordinados e ainda passar por cima de erros e falhos e em outra

    circunstancia poderia ser evitada. Porm com uma estrutura mais

    horizontalizada, e consequentemente com cadeias hierrquicas mais

    achatadas, possvel que a tomada de deciso seja mais dinmica. O

  • 35

    que um ponto positivo na atual conjuntura, em que so demandados

    velocidade e dinamismo em todas as reas.

    importante lembrar que o organograma retrata as relaes

    formais da estrutura organizacional, entretanto, existem ainda as

    relaes informais, que esto presentes em qualquer organizao, e em

    muitas delas tem um papel fundamental, para bem ou para mal. SIMON

    apud STONER e FREEMAN, 1999 descreveu a estrutura informal

    como sendo os relacionamentos interpessoais, dentro da organizao,

    que afetam decises internas, mas que ou so omitidas do esquema

    formal ou no so coerentes com o mesmo. e para STONER e

    FREEMAN, 1999 so os Relacionamentos no documentados e no-

    reconhecidos formalmente entre os membros de uma organizao que

    surgem inevitavelmente em decorrncias das necessidades pessoais e

    grupais dos empregados.

    Os principais tipos de organogramas so: setorial, barras, radial e

    clssico. O organograma setorial consiste em crculos concntricos, os

    quais representam os diversos nveis de autoridade a partir do crculo

    central, onde se localiza a autoridade maior da empresa e medida que

    os rgos se aproximam da periferia, diminui seu nvel hierrquico.

    Tambm um grfico de pouca flexibilidade. J o modelo de barras

    construdo por intermdio de longos retngulos a partir de uma base

    vertical, onde o tamanho do retngulo diretamente proporcional

    importncia da autoridade que o representa.

    Enquanto isso o modelo radial procura representar a estrutura

    formal, usando em sua configurao a filosofia do sistema solar, no qual

    a autoridade mxima localiza-se no crculo posicionado na parte central

    do grfico, equivalendo posio do sol; os departamentos ocupam as

    posies correspondentes s dos planetas circulando aquela. Por fim o

    modelo clssico teoricamente o mais completo, o mais encontrado nas

    organizaes e que permite melhor entendimento da representao

    orgnica de uma empresa, inclusive por leigos no assunto.

    2.1.4 Tipos de Estrutura Organizacional

    Existem diversos tipos de estrutura organizacional que

    encontramos na maioria das organizaes, sendo que dificilmente elas so encontradas puras, geralmente elas so combinadas a fim de

    adaptar-se melhor as necessidades de cada organizao.

    2.1.4.1 Estrutura Funcional

  • 36

    Estrutura funcional essa estrutura coloca os funcionrios que

    desempenham funes ou processos de trabalho semelhantes ou ainda

    que aplicam conhecimento e habilidades similares. Muito utilizada,

    geralmente faz com que funes como marketing, finanas, materiais,

    RH, atendam a um supervisor que cuida diretamente de cada rea

    especfica. Em casos que envolva especializao, como uso de bilogos

    ou qumicos tambm teriam um departamento s para si. As funes so

    agrupadas desde a base at o topo da organizao. Uma das vantagens

    dessa estrutura a reunio de conhecimentos e habilidades humanas que

    juntas possam oferecer uma maior capacidade de aprofundar o

    conhecimento, sendo valiosos pra a organizao. Mostra-se mais eficaz

    quando essa experincia importante para alcanar as metas

    organizacionais, precisa haver controle e coordenao por meio da

    hierarquia vertical, quando a eficincia importante, quando trabalha

    com poucos produtos. A economia de escala acontece por que os

    funcionrios ficam locados no mesmo lugar e podem compartilhar

    instalaes.

    Algumas das desvantagens apontadas so a resposta lenta a

    mudanas ambientais que demandam coordenao entre os

    departamentos, a acumulao de decises no topo o que sobrecarrega

    a hierarquia -, pode levar a coordenao horizontal deficiente entre os

    departamentos, a inovao menor e pode haver viso restrita das metas

    organizacionais.

    Daft (2006) apresenta que muitas poucas empresas podem manter

    uma estrutura estritamente funcional nos dias de hoje, instalando

    ligaes horizontais por meio dos mecanismos de ligao horizontais j

    apresentados.

    Aplica o princpio da especializao das funes para cada tarefa.

    O princpio funcional responsvel pela diferenciao entre os diversos

    tipos de atividades de funes; ela separa distingui e especializa.

    Caracteriza-se pela descentralizao das decises. As decises so

    delegadas aos rgos ou cargos especializados que possuam

    conhecimento necessrio para melhor implement-los.

  • 37

    Figura 1 - Estrutura funcional

    Fonte: Conselho Nacional do Ministrio Pblico (2011)

    2.1.4.2 Estrutura por Produto/Mercado (divisional)

    Estrutura divisional - Daft (2006) emprega esse nome para a

    estrutura que outros autores chamam de estruturas de produto ou

    unidades empresariais estratgicas. As divises podem ser organizadas

    de acordo com cada produto, servio, grupo de produtos, projetos ou

    programas principais, divises, negcios ou centros de lucro (DAFT,

    2006, p. 90). O arranjo est baseado nos produtos da organizao. A

    estrutura funcional pode ser reprojetada para grupos de produtos

    separados e cada grupo contm os departamentos para cada produto

    maximizando a coordenao entre os departamentos funcionais dentro

    de cada grupo. Outra vantagem a flexibilidade e mudana adquiridas

    pelo tamanho menor, assim como a tomada de deciso descentralizada

    pelas linhas de autoridade convergirem para um nvel mais baixo na

    hierarquia. Sua utilizao recomendada para organizaes que

    procuram coordenao entre departamentos funcionais, a hierarquia

    vertical tradicional no consegue melhor controle e quando as metas

    esto voltadas para adaptao e mudana. Outra vantagem a

    visibilidade do produto, levando a que o cliente possa contatar a diviso

    correspondente e obter satisfao bem como posas o produto se adequar

    s exigncias de cada cliente ou regio. A coordenao excelente e

    essa estrutura funciona tambm em grandes organizaes com vrios

    produtos que tomam decises em nveis inferiores em cada deciso e

    podendo ser geis e responder rapidamente s mudanas no mercado.

    Mas a estrutura divisional tambm apresenta desvantagens. Entre

    elas podem-se citar as perdas de economia de escala que pode prejudicar

    reas como pesquisa e exigir mais instalaes fsicas, a difcil

  • 38

    coordenao entre as linhas de produtos levando a projetos repetidos e

    incompatveis, falta de especialidade tcnica, dificuldade de integrao e

    padronizao entre as linhas de produtos.

    Estrutura por produto/mercado, conhecida tambm como

    divisional, quando as divises de uma empresa so reunidas por

    pessoas envolvidas com um determinado tipo de produto ou mercados.

    Figura 2 - Estrutura por Produto/Mercado.

    Fonte: Operador Nacional do Sistema Eltrico (2011)

    2.1.4.3 Estrutura Matricial

    Estrutura matricial Para Daft (2006) muitas vezes uma

    organizao precisa ser multidirecionada no sentido de dar nfase a dois

    aspectos ao mesmo tempo e uma das estruturas j descritas no ir

    funcionar. A estrutura matricial pode ser utilizada quando tanto a

    experincia tcnica como a inovao de produto e a mudana forem

    importantes para alcanar as metas organizacionais (DAFT, 2006, p. 93). A matriz uma forma importante de ligao horizontal e sua

    caracterstica importante que ambas divises, por exemplo funcional e

    de produto, so implantadas simultaneamente e seus gerentes possuem

    autoridade igual e funcionrios se reportam a ambos. H trs condies

    para sua implantao:

  • 39

    1. Existncia de presso para compartilhar recursos escassos entre as linhas de produtos como pessoas e equipamentos.

    2. Existncia de presso ambiental em favor de dois produtos crticos, significando ser necessrio um equilbrio de foras

    entre os dois lados e necessria uma estrutura de autoridade dual.

    3. Existncia de ambiente complexo e incerto com forte interdependncia entre os departamentos que exige coordenao e

    processamento de informaes tanto horizontal quanto vertical.

    Avaliando essas condies, percebe-se a importncia de as linhas

    horizontal e vertical merecerem igual reconhecimento, sendo esse o

    problema de muitas organizaes que tentam implantar a estrutura

    matricial por que muitas vezes um lado da estrutura de autoridade

    domina. Isso criou duas variedades de estrutura matricial a matriz

    funcional e a matriz de produto. A matriz funcional tem os chefes

    funcionais com autoridade e os gerentes de projeto ou produto

    coordenando suas atividades. A matriz de produto a autoridade principal

    dos gerentes de projeto ou produto e os gerentes funcionais designam

    pessoal tcnico e fornecem especializao consultiva.

    Apresenta como vantagens o atendimento a demandas duais de

    clientes no ambiente, a alocao flexvel de recursos, adaptabilidade s

    mudanas nas exigncias externas, possibilidade de funcionrios

    obterem habilidades gerenciais funcionais ou gerais, melhor em

    organizaes de porte mdio com mltiplos produtos. Algumas de suas

    desvantagens so confuso e frustrao pela autoridade dual,

    necessidade de habilidades interpessoais e treinamento extensivo,

    consumo de tempo para reunies, s dar certo se houver

    compartilhamento de informao e poder e exige esforo para manter o

    equilbrio do poder.

    Na estrutura matricial cada empregado subordinado ao mesmo

    tempo a um gerente funcional ou de diviso e a um gerente de projeto

    ou de grupo.

  • 40

    Figura 3 - Estrutura Matricial.

    Fonte: Tecnocoop Sistemas (2011)

    2.1.4.4 Estrutura Geogrfica

    Estrutura geogrfica Como cada regio ou pas pode ter hbitos

    diferentes, essa estrutura divide a organizao em unidades geogrficas

    com todas as funes necessrias para produzir e comercializar

    produtos naquela regio (DAFT, 2006, p. 93). As vantagens e

    desvantagens se assemelham com as caractersticas da estrutura

    divisional, como os funcionrios se adaptando mais s metas regionais

    do que as nacionais e a coordenao horizontal dentro de uma regio

    tem prioridade sobre as ligaes entre as regies ou com o escritrio

    nacional.

    2.1.4.5 Estrutura Horizontal

    Daft relata essa estrutura como a mais recente abordagem que

    organiza os funcionrios em torno de processos centrais organizao,

    estes so reunidos de forma que possam facilmente se comunicar e

    coordenar seus esforos e fornecer valor diretamente para os clientes

    (DAFT, 2006, p. 97). Praticamente elimina a hierarquia vertical e as

    velhas fronteiras departamentais. As organizaes verticais talvez no

    consigam acompanhar o avano tecnolgico que d nfase integrao

    e coordenao, os clientes esperando atendimento mais rpido e melhor

    e os funcionrios desejando oportunidades para usar suas mentes,

    aprender novas habilidades e assumir novas responsabilidades. Isso leva

    organizaes a usar mecanismos horizontais.

  • 41

    Algumas das caractersticas so que a estrutura criada em

    torno de processos interfuncionais essenciais mais do que em torno de

    tarefas, funes ou localizao geogrfica (DAFT, 2006, p. 97), as

    equipes autodirigidas so a base do projeto e desempenho da

    organizao e no indivduos, os mestres de processos detm

    responsabilidade por ncleo de processo em sua totalidade, os

    integrantes das equipes tm todos capacidades e habilidades para tomar

    decises capitais, as equipes tm liberdade para pensar criativamente e

    responder com flexibilidade aos novos desafios, os clientes so os que

    dirigem a empresa com todos aspectos de avaliao remetendo no

    processo de entrega de valor para o cliente e a cultura de franqueza,

    confiana e colaborao concentrada no aprimoramento contnuo. A

    experimentao com equipes e organizao horizontal em geral comea

    nos nveis mais baixos da organizao.

    A vantagem mais importante da estrutura horizontal que

    aumenta radicalmente a flexibilidade e resposta da empresa s mudanas

    nas necessidades dos clientes por causa da maior coordenao. Alm

    disso, dirige a organizao para o cliente, os funcionrios tm uma viso

    mais ampla das metas organizacionais, promove nfase no trabalho de

    equipe e cooperao e melhora a qualidade de vida dos funcionrios por

    compartilhar responsabilidades, tomar decises e contribuir

    significativamente para a organizao. Como desvantagens citam-se a

    dificuldade de definir processos centrais, a dificuldade de encarar as

    mudanas organizacionais, o empacamento de gerentes tradicionais

    em abrir mo de poder e autoridade, o treinamento significativo dos

    funcionrios para trabalharem eficazmente em um ambiente horizontal

    de equipe e pode limitar o desenvolvimento em profundidade das

    habilidades.

    2.1.4.6 Estrutura Hbrida

    Daft (2006) relata que na realidade muitas organizaes adotam

    caractersticas de vrias abordagens para atender a necessidades

    estratgicas especficas. Estruturas desse tipo costumam ser utilizadas

    em ambientes de rpida transformao por oferecerem maior

    flexibilidade. Em geral procuram-se as vantagens de cada tipo e eliminar ou minimizar suas desvantagens. Os dois tipos mais utilizados so o que

    une as caractersticas funcional e divisional e a que une as caractersticas

    funcionais e horizontais.

  • 42

    2.1.5 Caractersticas que modelam uma organizao

    Hall (1984) define as caractersticas que modelam uma

    organizao em trs: complexidade, formalizao e centralizao. A

    seguir um breve resumo do que para Hall cada uma delas

    2.1.5.1 Complexidade

    Uma das primeiras coisas a se observar ao adentrar uma

    organizao so a diviso do trabalho, os ttulos dos cargos, as

    mltiplass divises e os nveis hierrquicos. As organizaes contm

    muitas subpartes que exigem coordenao e controle, e quanto mais

    complexa uma organizao, mas srios se tornam esses problemas

    (HALL, 1984, p. 55), alm de haver amplas variaes no interior de

    organizaes especficas. Os trs elementos que so mais comumente

    identificados so a diferenciao horizontal - mais complexa e que se

    refere ao nmero de posies diferentes e de subunidades diferentes na

    organizao (BLAU e SCHOENHERR, 1971 apud HALL, 1984, p. 57), uma organizao mais complexa quanto apresentar maior nmero

    dessas posies e subunidades e mais horizontalizada medida que o

    trabalho subdividido para a realizao da tarefa e h especialistas

    (diferenciao vertical) contagem do nmero de posies entre o

    executivo principal e os empregados que trabalham na produo

    (PUGH, HICKSON, HININGS e TURNER, 1968 apud HALL, 1984, p.

    57). Pressupe-se uma hierarquia em que a autoridade se distribui de

    acordo com o nvel de hierarquia e disperso espacial as atividades e

    pessoas se dispersando no espao com separao dos centros de poder

    ou das tarefas e o nmero de locais espacialmente separados em que os

    membros de uma organizao se empregam.

    2.1.5.2 Formalizao

    A formalizao envolve o controle sobre o individuo (CLEGG

    e DUNKERLEY, 1980 apud HALL, 1984, p. 68) e tem um componente

    tico e poltico e as normas e procedimentos concebidos para lidar com

    as contingncias enfrentadas pela organizao fazem parte do que se chama formalizao (HALL, 1984, p. 68). Pode ir de um nvel

    mximo, onde para tudo existe uma maneira de fazer, at um nvel

    mnimo em que os membros da organizao devem usar seu prprio

    critrio para decidir o que deve ser feito. Em geral, organizaes mais

  • 43

    formalizadas no papel so mais formalizadas na prtica e as

    organizaes com trabalho rotineiro tendem a serem mais formalizadas.

    Seu grau afeta significativamente o modo come ela e seus membros

    agem.

    2.1.5.3 Centralizao

    Refere-se distribuio de poder na organizao. Pode ser

    definida como o nvel e a variedade de participao dos grupos nas

    decises estratgicas em relao ao nmero de grupos na organizao

    (HAGE, 1980 apud HALL, 1984, p. 81). Sendo assim, maior o nvel de

    participao de um nmero maior de grupos, menor a centralizao, e

    ainda como o lcus da deciso que determina a autoridade dentro de

    uma organizao. Quando a maioria das decises tomada

    hierarquicamente, uma unidade organizacional considerada

    centralizada; uma unidade descentralizada geralmente implica que a

    fonte principal do processo decisrio foi delegada pelos gerentes de

    linha pra o pessoal subalterno (VAN DE VAN e FERRY, 1980, p. 399

    apud HALL, 1984, p. 81).

    2.2 PLANEJAMENTO

    Toda organizao deve partir da premissa bsica que existe um

    plano, um planejamento, que pode ser definido da seguinte maneira:

    Planejamento o processo de determinar como a organizao

    pode chegar onde deseja e o que far para executar seus objetivos. Em

    termos mais formais, o desenvolvimento sistemtico de programas de

    ao destinados a alcanar objetivos de negcio estabelecidos de comum

    acordo por meio da analise, da avaliao e da seleo das oportunidades

    previstas (CERTO, 2003, pag. 103).

    Contudo, para compreender mais a fundo o planejamento

    preciso identificar quais so seus objetivos, por que uma organizao

    deve ter claro seu planejamento? Para C.W. Roney apud Certo (2003),

    h dois tipos de objetivos, o protetor e o afirmativo. O primeiro visa

    minimizar os riscos, prevenir a organizao frente a adversidades e

    quando elas ocorrerem a organizao dever estar pronta para enfrent-los. J o segundo diz respeito ao crescimento, a prosperidade, como os

    dirigentes planejam os rumos organizacionais para que a organizao

    esteja sempre em desenvolvimento.

  • 44

    Certo (2003) ainda acrescenta que o planejamento est

    diretamente relacionado com a coordenao, em outras palavras, para

    que haja coordenao e eficincia organizacional deve existir

    planejamento. Logo um dos objetivos do mesmo a coordenao. O

    autor ainda afirma que o objetivo central do planejamento atingir os

    objetivos organizacionais.

    A principal vantagem de ter o planejamento inserido na dinmica

    organizacional que proporciona aos gestores uma viso de futuro,

    dessa forma os mesmo esto permanentemente orientados para atender

    as demandas de longo prazo que se preocupam com a sustentabilidade

    da organizao.

    Outra vantagem encontrado na existncia do planejamento a

    possibilidade de no mesmo estar inserido a coordenao, dessa forma, as

    atividades da organizao estaro macro orientadas.

    Contudo os gestores devem estar atentos ao tempo dependido no

    planejamento, existem outras atividades igualmente vitais para que a

    engrenagem da organizao continue funcionando. Aqueles no devem

    desviar cuidados de atividades to importantes quanto organizar,

    controlar, influenciar e liderar sua organizao.

    No que diz respeito ao planejamento preciso atentar as suas

    etapas de elaborao e execuo.

    O primeiro passo, que ainda antecede o planejamento formal,

    defini os objetivos da organizao. Uma vez definido os objetivos

    organizacionais, preciso estabelecer como ele ser alcanado, ou seja,

    definir quais so as possveis e realizveis formas de alcanar esses

    objetivos.

    Aps definido as formas de alcanar os objetivos se faz

    necessrio compreender as premissas de uma organizao, que pode ser

    compreendido como parte da ideologia da organizao, aquilo que

    norteia a organizao. Baseado nessas premissas pode-se tomar a

    deciso a despeito de qual a melhor forma de alcanar os objetivos

    respeitando tais premissas.

    Aps definido a forma de alcanar tais objetivos preciso

    planejar como se dar a execuo a fim de alcanar os mesmos. E para

    tal, realiza-se planejamento estratgicos (longo prazo) e ttico (de mdio

    prazo), ambos sero abordados com maior profundidade ao longo do trabalho, em especial o planejamento estratgico, alvo deste tpico. Por

    fim, elaborados os planos, eles devem ser colocados em prtica, a

    organizao s poder colher os louros dessa empreitada se o mesmo

    forem executado com maestria.

  • 45

    2.2.1 Planejamento Estratgico

    Periodicamente as organizaes devem realizar um planejamento

    que abrange toda a organizao, esse planejamento estabelece a

    estratgia da organizao, a partir de uma viso sistmica, de como ela

    vai alcanar seus objetivos e satisfazer sua misso. A esse planejamento

    realizado a nvel institucional se da o nome de planejamento estratgico.

    Sobre esse Chiavenato (1994) afirma:

    O planejamento realizado no nvel

    institucional da empresa recebe o nome de

    planejamento estratgico. Os dirigentes, no nvel

    institucional da empresa, esto totalmente

    voltados para a tarefa primria da empresa de se

    defrontar com as incertezas geradas pelos

    elementos incontrolveis e imprevisveis do

    ambiente de tarefa da empresa e do ambiente

    geral.

    Tendo isso dito, Chiavenato (1994) ainda continua discorrendo

    sobre o tema e aborda que para um planejamento estratgico bem

    realizado deve ser consideradas as ameaas e oportunidades dispostas

    (no ambiente externo organizao) e pensando no longo prazo e na

    sustentabilidade da organizao deve ser estabelecido um plano que leva

    em considerao as foras e fraquezas da organizao (ambiente

    interno) afim de garantir o referido plano que garanta o alcance dos

    objetivos e misso organizacional, como mencionado anteriormente.

    O planejamento estratgico [...] mais

    abrangente e desenvolvido nos nveis

    hierrquicos mais elevados da empresa, isto , no

    nvel institucional. um processo continuo de

    tomada de decises estratgicas. (BOUCINHAS,

    Jos F. da Costa apud CHIAVENATO, 1994).

    Em complemento, Certo (2003), afirma que planejamento

    estratgico um planejamento de longo alcance que se concentra na

    organizao como um todo. Os gerentes [...] se perguntam o que deve

    ser feito a longo prazo para atingir metas organizacionais. Ainda de

    acordo com o autor, longo alcance um perodo de 3 a 5 anos, logo os

    gerentes devem traar planos que compreendam esse espao de tempo, e

  • 46

    ainda complementes que os gerentes mais bem sucedidos so aqueles

    que assumem um carter estratgico inovador dentro da organizao.

    importante frisar apesar de o planejamento estratgico ser feito

    na cpula da organizao, de fundamental importncia que as outras

    instancias organizacionais (nvel intermedirio - planejamento ttico e

    operacional - planejamento operacional) estejam atuando de forma

    integrada.

    Fazendo uma comparao entre planejamento estratgico e

    estratgia empresarial Ansoff (1979) apud Chiavenato (1994) afirma

    que: Enquanto a estratgia empresarial est

    voltada para o que a empresa deve fazer para

    alcanar seus objetivos empresariais, o

    planejamento estratgico especificar como fazer

    para alcanar aqueles objetivos.

    Chiavenato (1994) ainda elenca 5 pontos que considera chave na

    formulao do planejamento estratgico:

    1. Determinao dos objetivos organizacionais. 2. Anlise ambiental. 3. Anlise interna da organizao e de seus recursos. 4. Gerao, avaliao e seleo de alternativas estratgicas. 5. Implementao atravs de planos tticos e de planos operacionais.

    Certo (2003) nos lembra que o planejamento estratgico deve ser

    encarado como um investimento, logo deve ser apenas despendido

    recursos para o mesmo se os gestores vislumbrarem um retorna para tal.

    2.2.2 Planejamento Ttico

    Uma vez pronto o planejamento estratgico que nortear a

    organizao para os prximos, em geral, cinco anos preciso que os

    gerentes elaborem, em conformidade com o plano de longo prazo, suas

    estratgias para o curto prazo. Esse plano feito no mbito

    intermedirio da organizao, ou seja, dentre os gerentes de mdia

    hierarquia.

    Certo (2003) define que:

    O planejamento ttico um planejamento

    de curto prazo que enfatiza as atuais operaes de

    varias partes da organizao. O curto prazo

  • 47

    definido como um perodo de tempo que se

    estende a um ano ou menos no futuro. Os gerentes

    usam o planejamento ttico para delinear o que as

    varias partes da organizao devem fazer para que

    ela tenha sucesso dentro de um ano o menos.

    Planos tticos em geral so desenvolvidos nas

    reas de produo, de marketing, de pessoal, de

    finanas e de instalaes de fbricas.

    O autor ainda elenca as diferenas entre planejamento estratgico

    e ttico:

    Tabela 1 - Diferenas entre planejamento estratgico e ttico

    rea de diferena Planejamento

    estratgico

    Planejamento Ttico

    Pessoal envolvido Desenvolvido

    principalmente pela

    gerencia de nvel

    superior

    Desenvolvido

    principalmente pela

    gerencia de nvel

    inferior

    Dados sobre os

    quais se baseiam o

    planejamento

    Os dados so

    relativamente difceis

    para coletar

    Os dados so

    relativamente fceis

    para coletar

    Quantidade de

    detalhe nos planos

    Os planos contem

    relativamente poucos

    detalhes

    Os planos contem

    quantidades

    substanciais de

    detalhes

    Tempo de

    Abrangncia dos

    planos

    Os planos abrangem

    longos perodos de

    tempo

    Os planos abrangem

    curtos perodos de

    tempo

    Fonte: CERTO, 2003

    A partir desse quadro comparativo possvel entender que o

    plano estratgico mais complexo e tem um grau de detalhamento superior. Na viso de Chianato (1994):

    O planejamento ttico o conjunto de

    tomada deliberada e sistemtica de deciso

    envolvendo empreendimentos mais limitados,

  • 48

    prazos mais curtos, reas menos amplas e nveis

    mais baixos de hierarquia da organizao. O

    planejamento ttico est contido no planejamento

    estratgico e no possui um conceito absoluto,

    mas relativo: um planejamento ttico de um

    departamento da empresa em relao ao

    planejamento estratgico geral da organizao

    estratgico em relao a cada uma das seces que

    compe aquele departamento.

    Quando o autor compara o ttico e estratgico e afirma que a

    distino entre planejamento estratgico e ttico deve ser sempre feita

    em termos relativos porque, em termos absolutos, ambos ocupam os

    dois extremos de um espectro continuo de possibilidades.

    E ainda complementa destacando as diferenas mais importantes

    entre planejamento estratgico e ttico, portanto so:

    Tabela 2 - Diferenas mais importantes entre planejamento estratgico e

    ttico

    Nvel de deciso: O planejamento estratgico sempre decidido

    e desenvolvido nos escales mais altos da

    empresa, isto , no nvel institucional.

    Dimenso

    temporal:

    O planejamento estratgico apresenta sempre

    um alcance maior, no tempo, do que do que o

    planejamento ttico.

    Amplitude de

    efeitos:

    As decises envolvidas no planejamento

    estratgico abrange a empresa como um todo

    e no apenas uma parte dela, como ocorre

    com o planejamento ttico.

    Fonte: Chiavenato, 1994

    2.2.3 Planejamento Operacional

    Uma vez estabelecido o planejamento estratgico e operacional

    preciso elaborar o planejamento operacional, esse plano est voltado

    para a tarefa, est preocupado com o que fazer? e como fazer?

    (CHIAVENATO, 1994)

    O planejamento o processo de usar fatos relacionados e

    pressupostos futuros para chegar aos cursos de ao que devem ser

  • 49

    seguidos em busca de metas especificas (ROBERT, Trewatha L. apud

    CHIAVENATO, 1994).

    2.2.4 Balanced Scorecard

    O Balanced Scorecard (BSC) se destaca dentre as ferramentas de

    planejamento estratgico, pois ela pode congregar o planejamento

    financeiro e no financeiro e estabelecer um controle preciso da

    execuo do planejamento.

    2.2.4.1 Conceito e objetivo do BSC

    BSC uma ferramenta que acompanha atravs de indicadores

    chaves o alcance dos objetivos traados, as aes e a tomada de deciso,

    ou seja, o desempenho da organizao e de seus colaboradores a partir

    do planejamento estabelecido.

    Para Kaplan e Nortan (1996) apud Lobato et al (2009) o BSC

    permite aos gestores visualizar e desdobrar as estratgia em quatro

    perspectivas: financeira, clientes externos, processos internos e

    aprendizado e crescimento.

    2.2.4.2 Metodologia do BSC

    Para Prado (2002) so seis os passos para criao o BSC:

    I. Criar a declarao e viso;

    II. Criar e ligar aos objetivos III. Descrever os objetivos estratgicos IV. Identificar os indicadores relevantes V. Criar e implementar plano estratgico

    VI. Reveja regularmente o plano

    Lobato et al (2009) aponta a construo do BSC alicerada em

    trs pilares: elaborao dos objetivos estratgicos, elaborao do mapa

    estratgico e a construo dos painis estratgicos.

    Os objetivos estratgicos devem sintetizar as habilidades

    exclusivas da organizao (vantagem competitiva em relao aos

    concorrentes), a viso da empresa deve se materializar em alvos claros e

    determinados, estabelecer referenciais os quais sero base para

    atingimento de metas e resultados.

  • 50

    O mapa estratgico a representao grfico dos objetivos

    traados pela organizao, seu objetivos facilitar a visualizao e

    como os objetivos integrados viabilizaro o resultado esperado. Sua

    construo deve ser orientada pela perspectiva financeira, do cliente, de

    processos internos e de aprendizado e crescimento.

    A partir das perspectivas, no mapa

    estratgico, selecionamos indicadores de

    desempenho e fixamos as metas para cada

    um deles. A gesto das aes estratgicas

    realizada pelo acompanhamento desses

    indicadores, que passam a constituir parte

    essencial do alinhamento da organizao

    estratgia estabelecida (Kaplan e Nortan,

    2000). Os indicadores e correspondentes

    metas monitoramento so descritos em painel

    de desempenho. Lobato el al (2009)

    2.3 GESTO DE EQUIPE

    Nos ltimos anos profissionais de recrutamento e seleo cada

    vez mais so valor as habilidades de comunicao, habilidade de se

    relacionar e liderar. Habilidades essas provadas por pensadores

    modernos que podem ser adquiridas e treinadas. Tais habilidades so

    fundamentais para o bom andamento de projetos ou tarefas realizados

    em grupo ou equipe.

    Nesse momento apresenta-se o que alguns autores discutem a

    cerca do tema e por que eles so to importantes para o ambiente de

    trabalho contemporneo.

    Primeiramente importante ressaltar a diferena entre grupos e

    equipes. Grupo a interao de duas ou mais pessoas que causam

    necessariamente influencia uma sobre a outra. J uma equipe alm das

    caractersticas do grupo elas tem um objetivo em comum, competncias

    complementares, metas comuns e existe comprometimento entre os

    membros e cobrana entre eles. (GRIFFIN E MOORHEAD, 2006)

    Existem ainda de acordo com os autores supra citados grupos e formais e grupos informais e 6 tipos de equipes: crculos de qualidade,

    equipes de trabalho, equipes de soluo de problemas, equipes

    gerencias, equipes de desenvolvimento de produtos e equipes virtuais.

  • 51

    Para Chiavenato (2010) algumas premissas bsicas esto

    presentes em todos os grupos:

    Esto motivados a trabalhar juntos. Percebem o grupo como uma unidade

    unificada de pessoas que interagem entre

    si.

    Contribuem em vrias medidas para os processos grupais, o que significa que

    algumas pessoas contribuem com mais

    tempo e energia do que outras.

    Alcanam acordos e desacordos por meio de vrias formas de interao.

    De acordo com o autor referido acima Grupos podem ser: Grupos

    de comando, Grupos de tarefa e Grupos temporrios.

    Mas para Chiavenato (2010) equipes vo alm de grupos e eles

    destaca: O grupo de trabalho tem um e nico lder,

    enquanto equipes tm papis

    compartilhados de liderana.

    O grupo de trabalho tem uma responsabilidade individualizada,

    enquanto a equipe tem uma

    responsabilidade individual e mtua.

    O propsito do grupo de trabalho o mesmo da organizao, enquanto a equipe

    tem um propsito especfico.

    O grupo de trabalho tem produtos de trabalho individualizados, enquanto a

    equipe tem produtos de trabalho coletivos.

    O grupo de trabalho utiliza reunies eficientes, enquanto a equipe encoraja

    reunies abertas e constantes e

    direcionadas para a soluo de problemas.

    O grupo de trabalho mede a eficcia de maneira indireta como o desempenho

    dos negcios globais, enquanto a equipe

    mede o desempenho de maneira direta pela

    avaliao dos produtos de trabalho

    coletivos.

    O grupo de trabalho discute, decide e delega, enquanto a equipes discute e

    decide e faz o trabalho real.

  • 52

    Chiavenato (2010) define quatro tipos de equipes: equipes

    funcionais cruzadas, equipes virtuais, equipes autogerenciadas e foras-

    tarefa.

    Tabela 3 - Tipologias de Grupos

    Tipologias de Grupos

    GRIFFIN e

    MOORHEAD,

    2006

    Grupos

    formais

    Grupos de comando,

    grupos por tarefa e por

    afinidade (os grupos por

    afinidade so pessoas do

    mesmo nvel hierrquico e se

    renem periodicamente para

    trocar informaes e resolver

    problemas emergentes)

    Grupos

    informais

    Grupos de amizade e

    Grupos de interesse

    CHIAVENATO,

    2010

    Grupos de

    comando

    Esto presentes

    relaes de autoridade e

    definidos por organograma.

    Grupos de

    Tarefa

    Pessoas alocadas para

    executar determinada tarefa

    ou projeto mas ainda sim

    respondem a seu superior

    imediato no organograma

    Grupos

    temporrios com

    prazos definidos

    Grupo semelhante ao

    anterior, porm com prazo

    definido para comear e

    terminar a fazem uso de

    cronogramas

    Fonte: elaborado pelos autores com base a partir do textos de Griffin e

    Moorhead, p. 220-222, 2006 e Chiavenato, p. 280-282, 2010.

    Tabela 4 - Tipologias de Equipes

    Tipologias de Equipes

    GRIFFIN E

    MOORHEAD, 2006

    Crculos de

    qualidade

    Reunio de funcionrios de

    mesma rea que se renem

    periodicamente para discutir

    e recomendar solues de

    problemas do trabalho

  • 53

    Equipes de trabalho

    Incluem todas as pessoas de

    uma mesma rea, so

    relativamente permanentes e

    responsveis pelo servio

    cotidiano, decidindo como

    realizar o trabalho.

    Equipes de soluo

    de problemas

    So equipes temporrias

    estabelecidas para resolver

    problemas especficos no

    local de trabalho.

    Equipes gerncias

    So formadas por gerentes

    de vrias reas de trabalho

    coordenadas

    Equipes de

    desenvolvimento de

    produtos

    So misturas de equipes de

    trabalho e equipes de

    soluo de problemas que

    criam novos projetos de

    produto ou servios para

    satisfazer as exigncias dos

    consumidores.

    Equipes virtuais

    Constituem-se de

    profissionais que trabalham

    juntos a distncia, por meio

    da internet e outros recursos

    de comunicao eletrnica.

    Os participantes entram e

    saem de reunies, de

    projetos e mesmo das

    equipes, conforme a

    exigncia de cada situao.

    CHIAVENATO,

    2010

    Equipes funcionais

    cruzadas

    Presente em desenhos

    organizacionais

    horizontalizados, equipe

    relativamente autnoma,

    membros de vrios depart.

    ou diferentes especialidades

    funcionais. Frequentemente

    existe um membro externo

    organizao.

  • 54

    Equipes virtuais

    Forte utilizao de

    ferramentas de comunicao

    via Web e trabalhos feitos de

    maneira remota.

    Equipes

    autogerenciadas

    Equipes independentes com

    autonomia total para

    gerenciar, admitir, planejar e

    avaliar. Forte presena do

    empowerment .

    Foras-tarefa

    Equipe temporria, com

    tarefa ou objetivo especfico

    que uma vez alcanado a

    equipe desfeita.

    Fonte: elaborado pelos autores com base a partir do texto de Griffin e

    Moorhead, p. 254-256, 2006 e Chiavenato, p. 294, 2010.

    Assim sendo, habilidades (ou a falta delas) de comunicao

    relacionamento e lideranas se tornam muitas vezes mais latentes em

    equipes.

    Dentro dessa perspectiva uma comunicao adequada vital para

    o bom andamento dos trabalhos. Montana e Charnov (2006) apresentam

    um modelo de comunicao organizacional em 3 nveis: Comunicao

    de cima para baixo, comunicao de baixo para cima e comunicao

    transversal.

    Comunicao de cima para baixo aquela formulada pela alta

    gesto e apresentada aos demais atravs de discurso ou memorando e

    muitas vezes deixa lacunas na informao passada. Algumas vezes essas

    lacunas so proposital por no confiar nos subordinados mas muitas

    vezes o gestor no sabe mensurar quais e em qual quantidade as

    informaes devem circular. Outro motivo para tais lacunas pode ser

    pois informao poder e controle, propositadamente gestores no

    passam informaes para criar uma relao de dependncia a assim

    assegurar sua posio. Quando o empregado no tem a viso sistmica

    por falta de informaes a tarefa ou projeto muitas vezes est fadado ao

    fracasso. (MONTANA E CHARNOV 2006)

    Comunicao decima para baixo tem como objetivo passagem de

    tarefas, projetos, misso, viso, objetivos, planejamento..., enquanto a comunicao de baixo para cima objetiva a identificao de problemas

    por parte dos executores (avaliao e feedback) e assim a correo possa

    ser viabilizada. Muitas vezes com receio de retaliao noticias ruins

    no so passadas para cima e assim os gestores no ficam sabendo dos

    problemas e falhas no processo ou projeto. Desse jeito a tomada de

  • 55

    deciso se apresentar, em consequncia, comprometida ou inapropriada

    devido falhas e comunicao. comum que empregados passem para

    cima as informaes filtradas ou apenas as que se enquadram dentro do

    esperado, isso com objetivo de assegurar promoes e recompensas

    salariais. (MONTANA E CHARNOV 2006)

    Comunicao transversal (lateral ou diagonal), muito comum em

    grupos e equipes, no respeita rigidamente o organograma. A

    comunicao lateral ocorre entres indivduos ou departamentos

    diferentes que esto no mesmo nvel hierrquico, enquanto a

    comunicao diagonal se d entre dois nveis hierrquicos diferentes no

    necessariamente seguindo a linha de comando. (MONTANA E

    CHARNOV 2006)

    Outro desafio dos grupos e equipes o relacionamento entre os

    membros e com membros de outras equipes, grupos ou departamento e

    demais stakeholders. Esse relacionamento pode provocar diversos fatores que interferem no grupo, como estresse, conflitos, relaes de

    negociao, liderana e poder.

    O estresse, do ingls stress = presso, tenso, exercer peso pode se originar por diversas razes, existe cada vez mais presso para

    cumprir metas - remunerao flexvel, cumprir prazos, longos jornadas

    de trabalho, ambiente globalizado incerto e volvel entre outros fatores.

    (CHIAVENATO, 2010)

    Luthans apud Chuiavenato 2010 aponta um fator que influencia o

    estresse em equipes e grupos diretamente, chamados estressores

    grupais. Falta de coeso grupal: o desejo de pertencer e o senso gregrio

    tem importante funo no comportamento das pessoas. Quando o grupo

    rejeita um pessoa devido o desenho de suas tarefas ou porque o

    supervisor probe ou limita seus relacionamentos, a falta de coeso

    pode ser uma forte produtora de estresse.

    As interaes interpessoais em equipes e grupos so muito

    relevantes para o desempenho das mesmas. Quando existe estresse entre

    os membros da equipe pode inclusive levar uma reao em cadeia

    impactando nas demais variveis que influencia a equipe, como

    restrio de informaes gerando problemas de comunicao,

    desrespeito ou perda de autoridade por parte do lder, descrdito, concorrncia negativa e embates desnecessrios nas negociaes por

    razes prtica.

    De forma semelhante o conflito pode prejudicar fortemente a

    equipe e trabalho desenvolvido pela mesma. Para Stoner, Freeman e

  • 56

    Gilbert (1995) apud Chiavenato (2010) conflito um processo de

    oposio e confronte que pode ocorrer entre indivduos ou grupos nas

    organizaes quando as partes exercem poder na busca de metas ou

    objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou mais das outras

    metas. De acordo com Chiavenato (2010) conflito muito mais que

    um simples desacordo ou desavena: constitui uma interferncia ativa

    ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa da

    outra parte de alcanar seus objetivos. Schermerhon, Hunt e Osborn

    (1995) complementam a conceituao de conflito como sendo um

    processo que tem incio quando umas das partes percebe que a outra

    parte afeta, ou pode afetar, negativamente, algo que a primeira considera

    importante.

    Alderfer (1977) apud Chiavenato (2010) ainda trs o conceito de

    conflito intergrupal como sendo o comportamento que ocorre entre

    grupos organizacionais quando os participantes se identificam com o

    grupo e percebem que os outros grupos podem bloquear a realizao da

    meta ou expectativas de seu grupo. Esse conceito pode ser transferido

    para conflitos intragrupais, nessa perspectiva um indivduo do grupo

    bloqueia o atingimento de metas ou objetivos de outro dentro do mesmo

    grupo.

    Nessa mesma linha de pensamento Montana e Charnov (2006)

    apresenta Conflito entre Grupo e Conflito entre Indivduos. A

    organizao essencialmente um agrupamento de indivduos, logo, em

    ultima instncia os conflitos se do entre os indivduos. Os indivduos,

    ao desempenharem suas funes organizacionais, entram em conflito a

    medida que competem por recursos organizacionais escassos. Quando

    h conflito atribui-se tradicionalmente as personalidades divergentes e

    demite-se aquele que ocupa posio inferior ou menos valorizado.

    Atualmente atribudo incompatibilidade de tarefas ou funes

    atribudas pelos gestores. (MONTANA E CHARNOV 2006)

    Sendo da natureza das organizaes estilos gerenciais e modus operandis diferentes para diferentes departamentos ou grupos, pela

    finalidade de cada um deles, conflitos ocorrem em virtude exatamente

    por isso, somado ao fato dos departamentos ou grupos e equipes

    disputarem muitas vezes os recursos escassos disponveis para

    desempenhar suas funes. Nesse sentido ocorre os Conflitos entre Grupos. (MONTANA E CHARNOV 2006)

    Existem 5 formas de resolver conflitos dentro da organizao de

    acordo com Montana E Charnov (2006), apresentado a tabela abaixo:

  • 57

    Tabela 5 - Formas de resolver conflitos dentro da organizao

    Estratgia Justificativa Vantagem Desvantagem

    Afastamento Os gerentes

    desejam evitar

    ter de lidar com

    o problema,

    algumas vezes

    acreditando que

    o problema

    desconsiderado

    simplesmente ir

    desaparecer.

    Permite que os

    gerentes evitem

    consumir muito

    tempo com

    problemas que

    podem revolver-

    se por si s.

    No lida com

    causas

    subjacentes; da

    margem a que os

    gerentes ignorem

    problemas vitais

    para a

    organizao.

    Abrandamento Os gerentes

    dessejam

    enfatizar a har-

    monia na

    negocia-o.

    Harmonia nas

    relaes; paz

    superfiial entre

    os trabalhadores.

    No lida com as

    causas subjacen-

    tes; geralmente a-

    penas cria a ilu-

    so de que est

    solucionando os

    problemas.

    Dominao Os gerentes

    desejam

    solucionar o

    problema

    rpida-mente e

    manter a

    estrutura de

    poder existente.

    O conflito

    resol-vido da

    maneira mais

    rpida.

    No lida com as

    causas subjacen-

    tes; o conflito

    pode no ser re-

    solvido; podem

    desenvolver sem-

    tidos negativos

    entre gerentes e

    funcionarios.

    Meio-termo Os gerentes de-

    sejam satisfazer

    parte do proble-

    ma de cada um.

    Cada parte

    recebe alguma

    coisa parcialmen-

    te vence.

    No lida com as

    causas subjacen-

    tes; no satisfaz

    nenhuma parte.

    Confronto Os gerente

    desejam chegar

    s razes ou

    causas do

    conflito.

    A administrao

    lida com as

    causas do

    conflito e chaga a

    uma soluo

    factvel que

    obriga todos os

    envolvidos a

    conciliar suas

    demandas com a

    realidade.

    Se no for de-

    vidamente admi-

    nistrada, criar

    sentimentos ne-

    gativos; tambm

    ha perigo que os

    gerentes fiquem

    atolados no trata-

    mento e as razes

    do problemas

    jamais resolvem.

    Fonte: MONTANA E CHARNOV, p. 358 e 359 (2006)

  • 58

    Dentro de grupos o papel da liderana mais presente e

    centralizado em um indivduo, enquanto nas equipes o papel da

    liderana disseminado entre os membros. Para Griffin e Moorhead

    (2006) liderana um processo e uma qualidade. Como processo,

    consiste do uso de influencia no-coerciva para dar instrues e

    coordenar as atividades dos membros dos grupos, a fim de atingir

    objetivos.

    Montana e Carnov (2006) dividem a liderana em formal e

    informal. A formal algum oficialmente investido de autoridade e

    poderorganizacionais e geralmente recebe o ttulo de gerentes, diretor ou

    supervisor. J o lder informal no ter o mesmo ttulo oficial de

    liderana, mas exercer uma posio de liderana ... ou responsabilidade

    ... em virtude de um atributo pessoal ou desenho superior, pode

    influenciar os demais e desempenhar uma funo de liderana.

    O autor referido ainda elenca algumas formas de liderana:

    Poder legtimo (funcional) Poder premiador (funcional e premia

    subordinados)

    Poder coercitivo (punitivo) Poder de especializao (CHA) Poder Carismtico (influenciar outro pela

    fora do carter)

    Poder de referncia (adquirido por associao ou relacionamento)

    Poder de informao (posse de informaes importantes)

    2.4 PLANO FINANCEIRO-ORAMENTRIO

    Hayes (2010) define oramento como sendo a traduo do

    planejamento estratgico de forma mensurvel em termos de recursos

    necessrios para execuo de um projeto ou atividades em determinado

    perodo e o retorno que essa atividade ou projetos ir proporcionar. O

    autor aponta ainda quatro funes bsicas do oramento: Planejamento,

    Coordenao e a Comunicao, o monitoramento do processo e a

    avaliao de desempenho.

    2.4.1 Planejamento

  • 59

    O planejamento oramentrio passa por trs etapas bsicas,

    definio de metas estratgicas da organizao, brainstorm de todas as aes possveis para atingir estas metas, apontando os custos e

    benefcios de cada uma delas e por ltimo, definio das aes com

    melhor custo benefcio para organizao.

    2.4.2 Coordenao e Comunicao

    Nesta etapa ocorre a reunio de todos os oramentos das diversas

    divises ou projetos para compor um oramento geral. Neste momento

    muito conflitos podem ocorrer, pois pode envolver diversas pessoas

    neste processo. Da a importncia de estarem muito bem disseminados,

    entre todos os envolvidos no processo, os objetivos estratgicos da

    organizao.

    No importante apenas comunicar os objetivos estratgicos,

    mas tambm estabelecer um canal de comunicao entre os envolvidos,

    para que eles possam visualizar os projetos e atividades que os

    oramentos propostos estaro financiando e tambm visualizar os

    benefcios de cada um deles para finalmente alcanar os objetivos

    estratgicos da organizao.

    fundamental que o responsvel pelo oramento geral seja capaz

    de coordenar os envolvidos, neste processos de comunicao e tambm

    a conciliao dos diversos oramentos setoriais objetivando a

    consolidao dos mesmos com vista alcanar os objetivos estratgicos

    da organizao, traduzidos de forma mensurvel em um oramento

    geral, ou plano oramentrio.

    2.4.3 Monitoramento do progresso

    Uma vez iniciadas as aes previstas no plano, o oramento passa

    a funcionar com uma ferramenta de controle, utilizado para acompanhar

    e verificar se cada uma das aes esto sendo executadas conforme

    planejadas. Esse acompanhamento fundamental para avaliao do

    progresso e permite, dessa forma, corrigir o curso, caso necessrio.

    A diferena entre o resultado esperado e real (conhecido tambm

    como previsto e realizado respectivamente) chamado de variao, positiva quando o real melhor que o esperado e negativa quando

    ocorre relao inversa. Em ambos os casos importante identificar a o

    motivo que causou esse desvio, para no caso de variao negativa

    eliminar esse fator e no caso de variao positiva reforar esse fator.

  • 60

    2.4.4 Avaliao do desempenho

    Por fim, realizada uma avaliao do desempenho do plano

    oramentrio utilizado. Um oramento bem sucedido deve ter

    respondido os objetivos estratgicos da organizao para o perodo

    previsto. Sendo possvel mensurar a eficcia do mesmo verificando a

    variao alcanada.

    Alm disso, a avaliao de desempenho pode ser utilizada critrio

    em um sistema de recompensas aos colaboradores baseadas em

    desempenho.

    E ainda pode ser utilizado como base para determinao de

    futuras alocaes de recursos e plano oramentrios dos prximos

    perodos.

    2.5 GESTO DA MUDANA

    No passado paradigmas permaneciam verdadeiros por anos, sem

    qualquer alterao. Atualmente eles no duram mais que alguns anos,

    em alguns casos no mais que alguns meses. O gestor deve estar

    preparado para perceber com antecedncia tais mudanas e responder a

    elas. Isso quando no se torna imperativo ser o prprio motor da

    mudana, muitas vezes, a nica forma de se manter no mercado.

    Hoje as mudanas no s ocorrem com mais frequncia, como

    tambm se disseminam por todo o mundo instantaneamente, da a

    dificuldade e a importncia de perceber e antecipar tais movimentos.

    Para responder a essas mudanas no mercado, ou para ser a fora

    impulsionadora de tal mudana, preciso em muitos casos impelir

    mudanas dentro da prpria organizao.

    Gestores precisam estar abertos a mudanas tanto fora como

    dentro de sua organizao e saber lidar com tais mudanas. Apenas essa

    flexibilidade e abertura a novas ideias e abordagens podem garantir o

    sucesso e trazer vantagem competitiva organizao.

    2.5.1 Resistencia a mudana

    Apesar de parecer bvio a imperatividade da mudana e a

    necessidade de lidar com ela, muitos gestores esto fechados a elas,

    muitas vezes pelo simples fato de estarem acomodados e seguros em

    seus status quo e sentirem insegurana frente s incertezas provenientes

  • 61

    pela mudana. Mas existe ainda o medo frente s alteraes de deteno

    de poder que esse movimento pode gerar. (LACOMBE e HEILBON

    2006) No h nada mais difcil de executar, mais

    perigoso de conduzir e mais incerto no seu xito

    do que introduzir uma nova ordem, por que essa

    transformao ter forte resistncia dos que se

    beneficiavam das leis antigas, e as leis novas no

    encontraro, com igual nimo e timidez,

    defensores entre os que estas vierem a favorecer.

    (MACHIAVELLI sc. XV apud LACOMBE E

    HEILBORN 2006)

    Os movimentos de mudana so em muitos casos difceis de

    serem percebidos por aqueles que esto dentro da organizao ou

    inseridos no processo. Muitas vezes so englobados pela rotina e no

    consegue perceber ou a mudana que ocorre no ambiente externo, ou

    no consegue visualizar as falhas dos processos internos. E quando

    apontadas as necessidade de mudana o indivduo um mecanismo de

    defesa e resistncia frentes as sugestes de mudana.

    Por isso muitas vezes importante um olhar esterno, tanto ou

    processo quanto organizao. Quando envolve toda organizao,

    frequentemente faz-se necessrio o acompanhamento de um consultor

    externo. Quanto s questes internas, uma opo vlida a avaliao

    interdepartamental. Nessa oportunidade, por exemplo, o departamento

    de marketing tem a chance de avaliar e validar e identificar falhas ou

    necessidade de mudana no departamento de financeiro, e o financeiro

    no departamento de qualidade, e assim por diante.

    2.5.2 Desenvolvimento organizacional

    A tcnica desenvolvimento organizacional foi criada na

    segunda metade do sculo XX com objetivo de implantar mudanas

    dentro das organizaes de forma eficaz. Apoiada nela; atravs de um

    processo complexo de reeducao da cultura organizacional em que os

    colaboradores passem a estar abertos as mudanas do mercado; crena,

    valores, atitudes e estrutura organizacional transformada.

    Esse processo no raramente conduzido por um agente externo,

    e sua misso criar um clima de disponibilidade a soluo de

    problemas, instigar a concorrncia para o atingimento de metas de

    trabalho, sistema de recompensa que reconhea o desenvolvimento das

  • 62

    pessoas e o atingimento de metas, desenvolver o sentimento de suporte e

    apoio dos colaboradores para com seus gerentes e o convencimento dos

    colaboradores que os objetivos organizacionais so tambm seus

    prprios objetivos profissionais e pessoais. (BENNIS, 1972 apud

    LACOMBE E HEILBORN, 2006)

    Para encaminhar esse processo necessrio que a comunicao

    esteja bastante desenvolvida na organizao.

    2.5.3 Mudana organizacional: Panorama conceitual

    Visto que mudana organizacional imperativa em vista do

    mundo globalizado, das mudanas tecnolgicas sucessivas, da

    velocidade com que a informao viaja e com a atual postura dessa nova

    gerao que chega ao mercado de trabalho, apresenta-se agora o que

    alguns autores discutem a cerca do termo mudana organizacional.

    Destaca-se a perspectiva de reunio de colaboradores, seja em

    grupos de trabalho multidisciplinar ou unidades estratgicas de trabalho

    especializadas, mas com um objetivo comum, dar flexibilidade e

    agilidade aos processos tendo com foco nico o cliente, o mercado e as

    metas. (MILLS, 1991; WATERMAN, 1987 apud WOOD JR., 2004)

    Existem basicamente duas formas percebidas de mudana, a

    passiva e a ativa.

    Passiva quando a organizao no toma parte do processo de

    mudana e apenas depois faz um esforo para gerenciar seus impactos

    em seu negcio. Alguns exemplos so mudanas no campo tecnolgico,

    no comportamento social, restrio de recursos, novas legislaes,

    crises, desastres naturais e muitas outras mudanas que so bastante

    reais e que impactam diretamente as organizaes, e por muitas vezes

    elas no tem qualquer controle sobre tais mudanas. (BASIL e COOK,

    1974; BROWN, 1991; HERZOG, 199; MARCH, 1981; ELIOTT, 1990

    apud WOOD JR., 2004)

    Nesses casos, fundamental ter uma cultura organizacional que

    esteja pr-disposta a perceber tais mudanas, ou tanto melhor, antever

    tais mudanas quando possvel. E assim, poder planejar considerando as

    mudanas e poder se valer dessas para agregar valor e transformar esse

    conhecimento em vantagem competitiva. Na perspectiva de mudana ativa, a organizao toma parte no

    processo de mudana, se no necessariamente o agente causador da

    mudana, que seria um cenrio i