2-O Novo Tempo

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o N o v o T empo : C irc ula çã o E c on ôm ic ae C on hec im en to do M undo -Translção,

E xp an sã o C om e rc ia l e M e rc an tilis tT lo ,/

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Os três séculos (XVI -XVIII) correspondentes cronologicamente à Idade Moderna ca-

racterizam-se no plano da história econômica p.ordois processos distintos, embora es-treitamente inter-relacionados: astransformações estruturais que marcam a transição do

feudalismo para o capitalismo e a expansão mercantil que constitui a primeira etapa

do processo de unificação do mundo - ou de estabelecimento do assimdenominado

"sistema mundial (Capitalista)moderno ••" .

No caso do primeiro dessesprocessos, há pelo menos três aspectos a sublinha r:

1, O conjunto doprocesso histórico desseperíodo considerado-em termos defa se j inal

; / ~ ' J e u d 4 l í . l I 1 1 0 J ou ainda, seassimSepreferir, co mo-a êpocaprê-capi tali sca por exce-

lência,' r 0 1 ' < ' . ;7' . li ' i'; '.'

} 2, Asa tividades deeuáter mercmtíJ,'índudve swu co n e"ae , e ramí6ca~6e§ financei-

ra s c co loni a i s , q u/e ;~ ís t :u em C O t l j l 1 f 1 t o , correspondem 1l~",tr(dlttIflUlt~ ou A a . ! f ! J E ! l d \ ._m e r c a n t i l , ~ J " \ ; : 0r-- 5 - . : . S ~ ~ I \: ~~lt-J'-..I\)~~ ~ p.~ J !( G . : :\ s . \ ir

. 3 . ~esso~ relacionados coma _a.~umul:lçãoIpritl1itiva~caplta~~jas fo~\'~\~~

variáveis, conforme o setor produtivo considerado, constituem asassimchamadas

p r ec on d íç õ es d a R e vo lu ç ão l tl du s t ri al .

Em relação ao segundo dessesprocessos, caracterizado pela const rução domercado

mundial, t rata-se do desenvolvimento dos mercados europeus e extra-europeus qu edefinem aestruturaçâo de diferentes circuitosmercantis mais ou menos articulados à ex-

ploração colonial segundo as,va ria d a s formas assumidas P0l' esta última. .

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I~'f ORMl i ç 1\ o I) o M U f: I) o M o I)F.n N oF at c o n ~ Rourlgucs

A C RIS E D O V E lH O S IS TE MA : A F AS E F I NA L D O F EU DA LIS M O

A fim d e m elh or s itua rm os es ta lf os 1 CO I1 ~~ ;~ :~ m os e m m e nt e :I . d iv is ~o d o f e t / d a I L ~ I I I ~

europeu , espec i a lmente 113S regiõescentto-ocidentais d a Eu ro pa , em tr ês g ra nd es p erío -

d os o LI fases :

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~~s'~ ~~~~1!, Desd e os sé cu lo s IV-V a t é o s s é c u lo s X-XI d, C. - u m a e ta p a de formação marcada pe-

l os v a r ia d o s a s p ec t os constitutivos d a t ra n si çã o d o c s c ra v i sl l lo a n t ig o p ar a o feudalismo (me-

d i e v aQ , '

2 ~, D os s éc u lo s X - XI a té o l nl ci od o s éc u lo X IV , cons t i tu i ndo lifase de a po ge u o u d e m a i or, d e se n vo lv i me n to d a s 'c~ t ru~~ lr~ seudai s , ~ imul t ane~me~ te â e xp a n sã o d a s c i d a d e s e dn s ativi - , '

dade s t íp ic a s d a c h am a d a e c o l to l ll ia " r b /l l la ,of)

r3 a ,·A p a rt ir d o s s é c ul os X I V - X V e e st en d en d o- se a té o s éc u lo X V II I o u m e sm o o X IX , e malguns C3S0S, s e nd o e s ta a f a s e f i n a l c1ofoud,t lislf fo p ro p ri amen t e d i t a , c u j a p r i n ci p a l c a r a c t er í s ti -ca é a t ra n si çã o d o f eu d a li sm o p a ra o c a pi ta li sm o c o mo p ro c es so g er a l.

r. ..r. . .

r'-,r-

T r a ta - s e, p o rt a n to , 11~ c a so d a t ra n si çã o f eu d a l- ca p it al is ta , de um processo mui to

lo ng o e m te rm os c ro no ló gic os , a lé m d e d es titu íd o d e u ma v er da deira u nifo rm id ad e.

C om eç an do c om o s p rim eir os s in ais d a c ris e d o feu da lis mo , termina, s éc u lo s m a is t ar d e,

c om o a dv en to d o c ap ita lis mo , o q ue n os p er mite d ete cta r n es se p ro ces so d e tr an siç ão

in úm ero s a sp ec to s c om pon en tes , a lg un s d os qua is c on tr ad itô rio s, c on fig ur an d o- se a i

d ~ is t ip os b á si co s d e t ra n sf or m aç õe s:8('-

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r v A s tr an sf or ma çõ es a ss oc ia d as à s f or ma s o u e str utu ra s s oc io ec onôm icos d e na tu -

re za fe ud al p re sen te s n a s oc ie da de d o A ntig o R eg im e na é po ca d o E sta do a bs o-

lu tis ta , típ ic as d o m u nd o r ur al, m a s p re se nte s ta m bê rn n as o rg an iz aç õe s c or po ra -

tivas u rb an a s.

r. ' A s tra ns fo rm aç õe s m ais lig ad as a o s ur gim en to e à ' e xp an sã o d e formas socioeco-

n ôm ic as d e n atu re za pti -capi ta l ista , 'ta nto n o campo c om o n as c id ad es , em ge ra l

m a is l ig a da s à m a nu fa tu ra e à s a tiv id a de s m er ca n tis .

. S e q u hermos p e u s o r d e U 1 n p ou eo d e vigta hist6r ico l n A i s preeise 1 1 .oc:ol't'~ttcill.d e tlli.

t r q n a f O t 'fl ' l ã ç 6 e a , eoneldersndo-se R O b ré tu d o a s v a ri aç õe s eof\jul1tur:iis d a e c on omi a , p o-d ere mo s d elim ita r, n o b ojo d a fa se fin al d o feu da lis mo, os s eg uin te s pe ríod os :

(J .-: 1!l. O p erío do c or re sp on de nte à c ha ma da c r is e d o f inal d a I d ad e M é d ia , d u ra n te o s s éc u lo s

C) X IV e X V, qu e a tin giu m uita s d as a ntiga s form as tra dic ion ais d as rela ções feu da is n a

(J a gric ultu ra e q ue s e f ez a co mpa nh ar d e s en sív el declínio d e mo gr áf ic o e d e s ig n if ic a ti vo s

f) d e sc en s os n o . âm b it ~ d a s a ti vi d~ d es m a n u~ a tu re ir ~s .e m e~ ca n tis . D aí, ç er ta m :n te , aS·l1U-

m er os as m a n\[ es ta ço cs d e t en so es e c on flit os SÓCla1S, a ss im c om o a s ex pre ss oes d e u ma()~~~~ ~ S..<...·'x,\\.) \J\-.' N~\) O- -d~"'-.I<"'C>

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o NOVO TEM PO: CIRCULAÇ IlO !-COIJÔM ICII [ CONHECIMF .NTO DO ~ 7M U NO o - T R IIN 5 I ÇÃO, E X PANSIIO COM ER C I A l [ M E R (11 NTIU 5 M O'

ELSEVIER

verdade i ra c r í s e í d e o l ó g i c a . C on stitu in do o c on ju nto d es sa c ris e o u, s eg un do o u tr os , s ua

v er da d ei ra e ss ên cia , e nc on tr ar em os a o l ad o d a d ep re ss ão econômica a presença d a t r i l o -g í a t rt fg í ca : a f o m e , a pes te e a guerra.

F oi ~ m finsda Idade Mé d ia q u e s e i n se ri u, n a l it ur gi a c a m pe st re d a s R og a çõ es , a no v a

i n vo c a ç ão : A Parne, b e lI o e t p e st e, l ib e ra n o s D om in e .

F om e , p e st e, e g u er r a , t a is s ã o o s p e ri go s q u e a t o do i n s ta n t e ameaçam.o h om em , ta l êa

t ri lo gi a d o s t la g el os q ue s e e n co n tr a m n o l am e nt o, c o nv en c io n al o u s in c er o, p ou c o i mp or -t a, d o p oe ta b r et ão J oã o M e s ch i no e

. " O m i sê ra b le et t r e s do len te vie,

La guerre aVOI\A, mortalitê, famine ,

Le f r oi d, le c ha ud , le j ou r, I a n u it n o us m i ne ." ! ,,\... . \ _ \ "'

~'- ~~ (O ~~ •.• ~\ "'- r~~~'~'~ ~211 • Dos m ead os d o sécu lo XV a té o com eço d o sécu lo X VII, um períod o d e expan são

e co nô m ic a c o rr es po n de à qu il o q ue a lg u ns h is to ri ad o re s vêm d en om in and o d e o l o ng o . sé ·

c u l oXVI . Temo s aí u m a r el at iv a e xp a ns ã o d a s a t iv id a d es i n J u s t r i a i s , ar te sana i s , ê claro, be mc om o d a p ro du çã o agr íco la , e m es tr eita c on ex ão c om a r etom ad a d o c re sc im ént o dêntõ':g rá fi co e o início d aex pa ns ão m er ca nti l+ m arít~ e c olo ní~ . Im po rta nte s m u da nç as c ul-

tu ra is - c om o a qu ela s d iretamente l i gadas ao H um an ism oe a o R en asc im en to - e re lig ió-S a5 - c omo as Reformas .;...m a r c am a ruptura co m diversos aspec tos do ttíÚvefi!b meWêv a l

a br in d o c an tin ho p ata a r t V O l u ç ã o d m t ! f l C d e pa ra o a dv en to d a m o d e m i d a d e , 2

O s éc ul o X V I c on he ce u tr ês ~pocas . A p r imei r a, e nt re 1 50 0 e 1530, é a d otr iu nf o d os ,

p or tu g ue se s n o m e rc a d o d a s e s p e c i a r i a s . O Me d i te r râ n eo , e sm a ga d o p e lo s t u rc o s, c e d e l u ga r

ao At l~n t ic o. É o te mp o d os F ug ge r, A se gu n da v ai d e 15 30 a 1 56 0. É o t em p o d a p ri me ir ap r a ta d a Am é r ic a . Carlos V p r a ti c a a s u a g r a n d e p o lí ti c a. T en ta s a lv a r a unidadeda c r i s t anda-

d e . Vê m e n fi m a s c r i se s , c om a a b d ic a ç ã o d o i m pe r ad o r , a c a t á s tro fe f in a n c ei ra d e 1559 e apa z d e Cateau-Cambrêsis, o desmoronar d e Lyon.ide Toulouse , de A n tu é rp ia , e n fi m a s

guerra s d e r e li g iã o ... M as é t am b ém a é po ca d a pr é-Revoluç50lndul t r i a l na Inglilter.ra. É

tam bém o períod o em qu e o a f)u xo d a pra t a recomeçou, de Potos ' e do Mme i c o , mantendo

li E s p : U 1 h a n a li d e r a n ç a d o m u n d o , a E s p a n h a , CI\ÍO s c be r an o ~ r e i d e I 'o tt u ga l, a o n d e c h e g a , 'e n t p 6 8 1! If IM " n U i , o R ç {l cl r do . B t R S ! ! , '

3l!. D o in íc io d o s éc ulo X VII a o fin al d es se m es mo s éc ulo o u, e m a lg un s c as os , à s pr ime-iras d éc ad as d o X VIII, o co rre , e m d iv er so s países e uro peu s, a c ha ma da c riS e d ó s é ci il ô

XVII, c uja n atu re za e a lc an ce c on stitu em m otiv o d e In ter min áv eis d eb ates e ntr e o s h is -

to r ia d or es . P a ra a lg un s, tr ata -se d e U m a fa se d e a ju sta men to , ou m esm o d e recu o, d o d ê-

s en vo lv ir ne nto d o c ap ita l c om erc ia l, a o p as so q ue, s eg un do ou tr os , fo i u m d os d ois m o;

m e nt es d e ci si vo s d a h is tó ri a d o c a pi ta li sm o , em ter mo s e co nô mic os , p olític os e s oc ia is -

a Revolu ção Inglesa . Do ponto d e v is ta d a pri m e ir a d e ss a s p er sp ec ti va s, a c ris e é um

III

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ELSEVIER' ',,) , M U Ni) O - TA ! \tI S I \ Ã O, s x PAI/ 5 Ã O C O M E 1 <C I to l E M Ef~ C flln ILI ~, M () 9 ( <; ; p .I ELSEVIER . . -B

~l'~cC:àso'g er al q ue a~l:a!lg~ t~d05 os a sp ec tos d a ;-íd a d a s s~~~edades eU,ropéja~; já sob" , . 1 . Vjs~acon:~ "" tO,d,?, a f a se j i/ ~ (, 1 d o.reUrl( / l /~t fI·":cor;~~pondeu histo~i~~:nente a tra:ls- ::'~

OtlC~ da segunda,; a ,~se t er ra sido, na verdade , a VIragem decis iva que abriu caminho para, ,;t I fonri~çoes a~ mais vanada~, assoc~das ta~to a progressiva de:estrllt~.ra~aq das. relações I~

o tr iunfo do capitalismo. ." ; ', , ! feudais como ao avanç? lento, nao r,aro ~~regu~ar: das r~laço~s capitalistas. ,Qu,3pdo a" . ( .]I

! nossa.aten\~o se c~l1c~~~a nessas úlrimas, a ten~e~cia e ,s empr~ destacar aque las que ,I XI constituem a s man i f es t a çõ e s de processos e t e ndênc ia s ~uJo sentido vem a ser o d o a d - l~

I vento do ~~pitalis~o, d~ í o hãb íro d e int itulâ-las p r cfDn l lí ç õ cs r i a Revo lução I/If /us tr ial: a (I ]j)

! acumu~~ã~ (primitiva) d e capital; a /íb~r llfão d a m ão-d e-ob ra ~ os progressos rêcni- ( 1;. ' , I co-cíeneíflccs. , , 't. ,', :. .. ': , (Ii N a r ea li d ad e , a f a s~ f ina l .do fçudalí~l1~q~0tre$po ,nd e a l im a flue de transiçãocaracte- I &

i ._.. rizada p~~aco.existê~ciad'e demel lto.~, típicos dofeudalísmo, em processo de progressiva , r i J >desagregação, e de outros. propriamente capital is tas, ainda emergentes, ( l J l

. .' Ia

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r~( I : d j\

~urallte os ~éclllos XI e XI~ I verificou-se .nasati~idades agrícolas e a.~t~sanais~a Europa ~~

Ceurro-O cid en ta l u m c on ju nto d e trarntormaço.es, p o r v e ze s d e fi n id a s c0!l10 .~lna es- ( )pêctede re l l o /u f n a e c o n d tl ll ca ; qu e repefcutirain nà ct'éisciineruo da s ,tfocas' l~ercllntis, Si - . c

l.,;:fl J

tua-se aí I,;istoricamente o ,c~amado E~~~~ '!!!!.~n t oüi(j~~ m!~~~l.{ cid~des que 'maiS,. , F .: " :. , ( ~ : ! . : f , '; : i )~jprosperaram foram asda Itália centro-setentrional , as.do su l-d o s P a ís es BaiXOSe aquelas ..•:.:"" .:' ) ,Jsituadas àsmargen~do Bált ico. Acumulação de capi ta l, ampl iação da c ircu lação mone:-~~ ~ ' - : :1 2 " ( ~ ' ( jtá.r.!a,.surgÍl~e~to. d~. 1~~.vo~iJ1~~men t~s de : rédi to, aumen,to dos emprést i~nos aos ,. i ." i ; ; ~ :(~ t "' 1pnnclpes e as insunnçoes eclesiásticas, c i rcu lação cada vez maior de mercadorias. que~,f.",,: .~,";7 '< 2J

110Medi ter râneo , quer pe lo va le do Reno, entre o norte da Itália e o mar do Norte , s ão.i!~ (1(1 }fI>!,' Jcontemporâneos do Crescimento e da multiplicação das fc iras , sobretudo as da região (le '(p ( 1 : : ' - . . J

'. Champagne, na França, .' '. / f'('I'(i.J 111~, .~:if)9 ~ ~ ( v . r o A crise do f inal da Idade Média (sé~ulo sXJV-XV) inter rompeu por a lgum tempo 0,0( /)(:" J

J~(<...

~ ( V surto de_pros~eridade e ~}.~~nsão demogrâfica, TOAda~ia,já a par~ir,d~s meados d~ sécu - .;» ;i L l ( . . ' ~. 1 0 XV s a o e vi d en te s os s ina isde recuperação e co no nu ca , c ~m Q nucio da expansao ma - {'Ic!"ir::, .,.)t,~i d ~rltima, comercial e c o lo n ia l , liderada pelos países ib6ricô.:' " I/h/;:,,; ro l\b r ~ Para que se possa realme~t: entender ess~p~ssageni dos t,êmpos m~diev~i~ ~o~ 1110- ; " ' ~ : ' , < ~ ' ~ .9 ,~

,q . ~emos, ou o com~ço da transrçao feud~!-caplta!ts ta, talvez seja conveniente dividir esta o ' . '; :)

r~5k}( ~ exposição e~ três tó~icos pri.ncipai;s: a natureza socioeconôn~c~. política e cl1ltu~al das I'W~

f ' .- , ' ~ ~ transformações ocorridas ent re os -sécul os XI.e XV; a s c a r a c re n s ncas dos grandes circui- ~., ).. f to s comerciai s na época moderna; a expansão extra-européia e as h egemonias mercantis I~

~0'J f ' - (t J ao longo da era mercantilista, - ; t . i. ' - fJO(,1 ri; (r)

'1 " : ~S~ ~ 3Yfj~J ~~vt-jA~t-S , ~

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Ii .. A fOr! ijIí;AÇÃO' DO /t . H ll 110 M ODf 11I 'ID

· ' · l "' , Fa'lcun e l~o:dllgÍle~' •

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oséculo XVII éa época deuma crise que aferao homem todo. em todas 45 suasativi- '

d a d es , e c on ômi c a, social, política, religiosa" científica. artbtica, e em todo °seu ser, noAmíl go de , , : 1 1 poder vital. da ;ua sensibil idade '~ d a sua vontad e. A crise é p er ma ne nte .. ,.TeD lJ ên c ía . c o ntradít6l'í a . , ;o ex iJ ti ram longamente, mí»rurilda•. . . N ão só coexistem ná "mesma época ,naEu ro p a, m a . ílÍl i~a no me smo Bi cado , no me smo 81' \111°social ,no m ~ s m ~ 'h om em , c o nt ra d i tó rl a s e d i la c er a d as ." . .

" . ,.. .. . • .. . . ~,. "

Quando'examinamos a história do capitalismo concebida desse modo, toma-se claro

que devernosdat~~ S4~fase inicial na Inglaterra. não no século XII!. ..•nem mesmo no sêcu-

leiX lV ...• mas nasegunda metade doséculo XVI e início doXVII. quandoo'capiral come-

çou apenetrar naprodução em escalaconsiderável , seja naforma deuma relação bem ama-

d urec i d a entre capi tali s ta e assalari ados, ou na fo rma menos desenvolvida da subo rd i na ção

dos artesãos domésticos que trabalham em seuspróprios larespara um capitalista no chall1a~'d .' d balh ·.5' .. o sIstema e tra ar c aseIro .., Ó : , ~

'.,1

4 2 . ~ P ! lr 4r d e mç~4o$ do' século X VIII, ou mesmo duas ou' três décadas antes de 1750; •confo~~ O ! luta r eons íderadc, o c a p it a li smo tende!! se expand ir c om r ap id ez na EUfQ- -.

p~ Oc id~ l1~a l , D iV~~~ ' r e " D l ! l ç a ~ s e , o l 1 d m { c a s assinalam a e xp an sã o e u;o p6 ia • .ta mb ém v e-

~fi.cáy~1.do ponto de v is ta do comérc io e da exploração colon ia is . S in te ti zando tals

t ransformações es tá o concei to de revo lução bu rguesa ou de d u p la r e vo l uç ã o - as grandes,

mudanças econômicas e soc ia is ab rangidas pelo conceito de Revolução Indust ri al e as

mudanças políticas. s'ociais e ideológicas que correspondem ao conceito de Revolução

Liberal, Temos aqui, na verdade, a R e v ol u ç ão l n du s tt ia l I I I g l e s a e a s revoluções I i b e f a ís -)oud e m oc rá ti co -b u rg ~ le sa s J s e gu n do I /l I1 a t e r m in o lo g ia m a i s tr ad id on al =, is to é, a Revolllçãõ Am efl-

" " . . \

( a 1 1 f t e a Revolução F r a n c e s a : . ,

'" ' , . ,

A grande revolução de 1789-1848 representou o triunfo não daindústria como tal.mas

.da indúslría c ap ita li st aj n ão d a li be rd ad e e d a i gualdade em g er al, m as d a sociedade l iberol

u"rgueia ou d e c la sse mêd ia : n ão d a e co no mia mod ern a ou d o Estadu m od er no , m ~s da ie co n om ia s e E st ad o s de\tma região gecgráflca do mu n'do pa rt íc ula r ( pa rte d a E ur op a e a lg u-

mas áre~s' da Améridá do Norte). cujo centro eram os Estados vizinhos e rivais ". Grã-

Bretanha e França-,A transformação de 1789-1848 é essencialmente a convulsão social ger-

minada que' teve lugar nesses dois países e propagou-se apartir daí parao mundo inteiro ..

Mas não é errado encarar essarevolução d u al is ta ~ a Revolução Francesa. bem mais PQ -

linca, é a Revolução Illdu'~trbl (britânica) - não 'tanto co~noalgo que pertence à história dos

dois paísesque (oram seus portadores e s ímbolos, mascomo ascraterasgêmeas de um vulcãoregionalbem mais amplo." . .

.~ . . : ~. ;\,- . . •. .

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N O VO S éA MIN HO S E N O VO S M UN DO S :

A E XP AN S ÃO C O ME RC IA L-s- '". !!

Os antecedentes medievais

5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/2-o-novo-tempo 4/15

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e fi F O n M A ç Ã O [) () M l i r i [lo M o fH R N oFol(õl1 e lt o d r l g u e s . ELSEVIER

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As pnnClpal~ transformaçoes socloeconômlcas, P?lític,as I ~U~.l1 o s : ~e ito s m a is ey id en t~ s d o c~eseim ent ~ ~ a s ; i~ a de s fo i Oa um en to d a ~ tr an sa - p '(1 -SJ~8E~.' e , ~,u,ltur:~~_~~~ante ~ :t-s lJ ,-~ ff iJ ~ í~ 7 '~~ g ad ad e M ed ia .' , , i ~oes ,c~? , ~r ~l aI S e nt re ()a r n ~Oe e l ~a d e ,. c a b e ~d o, a e s~ u lt~ m a? P ~ l' e1 d e c e nt ro t nt eg ta -- tl\ç .. ,v M.~ ~ '.

O f eu d a l is mo , c omo modo d e l 'r o d uÇ~o' i s i gn i fi c a a s ep a ra ção ent re a p r op ri e d a de d ate rr a c ;,,' d o r d ,a sa t i v i dades m er ca nt is e ar te sana i s , T~na~no s ar e n t~ o, c O l. lf on n e v ~ n~ a e q u as e e s- ,~ S v ~~i0 .

s u n p os s.~ ou e xp lo ra ç ão , i st o é, el1tr.é s cnh ,o re s e camponeses ( se iv o s o u não), A eX .'.l 'a t1SãO -).~ .1 ..i'( I;I/.l/J,Y /~ ,ue cid a tes e, a p as.s ,a .ge m? e u ma ec on om . I a. d.lta .d e subsistência , ou natural, pa r aun . ta 1(1/ V - \'e c ? ~e lt u ca d c s c nc a ~ 1~ a d a n pa~tit do séc~l'o xr es teve ~s t r e jta1 l1eJ1~ejg : l. (~~ pressões ? cmo - /;'0/)'1 j! .? ; o u tr a , t n e~ c a n ti l e m~neta r i a . " '~ '. .. . {'IA. f{~C ~ , \gráf i cas cres centes , a i n tr o d uç ã o d e técnicas ,r i o v a s ou aperfeiçoadas e a u m m ov im en to in~ f l/ d ;./ ( ,; i?/" , , A:t~pJj a r am- s e a s s ~~ t a n t~ a s t r a n s a ç~~ ~O?IS ~eg t~~: \ ls como, ,em mui tos ca sos , aq u c~ten so d e o cu pa çã o d e novas áreas pa ra o ' c 'ultivo ~g n "'cola Corno uma 'd , ..A" d - . i Ia s r ea liz ad a s c om re gi oe s m a is o.u n .l en o s d i st an te s a tr av és d e e xt en s as r ot as t er re st re s e/ou '" " .• . , • • • a s c o n s e gu e n c la s e} / > , _ •• ", ', . , . I

t ai s m u d a n ç as , a lt er ar am - se a lg um a s d a s c a ra c terí sti ca s d a s ' r el a çõ e s e n tr e s e nh o re s e s ervos ( '! m:d~truls , S ob o c on tro le d :i sg u~ d aS e c o rp or aç õe s m e rc a ~t is e a~es ana i s , ,0, d om Í 'ú o e co - Iem a~gtmlaS regiões, C0111a t el 1d ê nc ia ,p o re xe ~l pJ o, à s ub s ti tu iç ã o d a s p r es ta ç õ es e m t ra b a ll /i ) / : no ~co u r~~~~ .s ob re ~ c a m po e l. rc u nd a n t~ t en ~ eu a ,a m pl ta r-:se - e o d om ín io ~a c ha ~~d a Igratwto n a c ha m ad a r e s cn 'a s e nho ri a l p or p aga me nto s e m p ro du to s o u 11 'l ;é smo,e m c er to s c:Í- \ ! po~{t~(ae~0 1Um ll(awf,a/la, mono p oh s ~ e f is ,c a ll S t. 'l . s ~ u c le o:~~rba l los .fora t~ l ta l11bemref ilg t~s I50S, e m m oe da o ua lg um t ip o-de equíva lentemonetâ r io. A lg un s h ist óí1 a d o re s d e n om in am i p ri v il e gi a d os p a ra a 9ueles q u e d e se ja v am e s~ a pa r às t mp pS l ço e s s e rv i s, pO IS ,c o n fo r m e s e di- !:sse proces so l iberação d a m ã o- de -o br á c am p on es a, s en d o c on sid er ad o p o~ e le s o e fe ito m a is 1 ~ ia e ~ t.1o,o a r d a d ~a ~e t or na ° 1t~'t'e~~IiVll? ,,~ t r e t : Into , .s abe-s e h o je , ~ er i: tmuito a ~ s c a do !importante daquela c o m ut aç ã o d e s er vi ço s a nte s d es cri ta . P ar a o ut ro s, p or ém o c on ju n to for - , I . tmag t l la r,\I tru l o po sl ~a o o u c o nt ra d iç ã o r ad i ca l e n tr e c id a d es e p ro pr ie d ad e s feuda is, ,mado }>or t od a s e s sa s t ra n s fo rma çõ e s c o n fi gu r ar ia um a v e rç l ad e i ra .';;; l,~ - i ; . 1 'J u im ' 1 ' ir:t ~ Desd e ced o o~ c om e rc ia nte s p ro cu ra ra m in te gra r a os c ir cu ito s m er ca nti s r eg iõ es

. , ;- '-:-' ",---,-'-'.-.a/-I/.9 (P}"cM'1/v. ~ c a da v e z m a is d i st an te s e p e ri fê r ic a s em relação a o s d o is p ri nc ip a is p 6 10 s e co n ôm i co s de

Do século XI a o X Il I, u m c on ju nt o d e p ro gr es so s n a ecen c rn i a nua) c o n st it u iu u r n a f~d . l2 tfl~6 '.I ?J .~ então: a s c i d ad e s i ta l ia n a s - Ven ez a , Gêno v a, P lo re nç a;M U â o, P is a, e ntr e' o utr as - e as 'verdadei r a r e vo lu ção "gr l col a . A d i fu sã o d 0 5 m o i nh o s :dgtr:1 e a v en to , a e le va çã o d o r en d i- i c id a d es I la rn e ng as - B r ug es , G an d , Y p rê s, L iê ge e A n tu ér pi a. A ss im , a s r o ta s m erc an tis

mente d o t ra b al ho d o s a n i m ai s d e t ra ç ão , o s a p e rf ei ço a m en to s d a c h ar ru a , o s p r og re ss os d a I a v an ç am p a ra o l es te , a tr av és d a s r eg iõ es es lavas , p ata a s marge n s.o r ien ta is d o Medi ter r â -

r o t aç ão t r ie n,a I d o s s o l os , o a p a reç i~ l en t o d e n o v ~ s c u lt u ra s , s ã o s e u : p r i n ci p ai s a s p ec t os . T õ- : n eo , so bre tu do a p artir d as , Cruzada s . A cu m ula nd o c ap it ais , d es en vo lv en d o o u c ria nd o' Id as essasn o vi d ad e s c o nc o rr em p a ra o v a st o movimento d e o C ll pa p o d e novas terra s que a u - , d ' ,;' , , ) d • b i , . I

nsid I .,. " ' 7 ~' novo s m eto os e técnicas com erc ra is , c om o a etra e c am 10, os comerciantes euro- Imcn t a cons í e r av e me n te a, s u e rfí cíe d a s f er ra s c u l ti v ad a s da Cr i s tandade , ", ,' : , " ',' ,~ . • ~ '

H' -: ,.~,,: p d ' , .' d '1 ' " ~ ''-';/Y.9'l 'tI p e u s emp re e n d em t ambém a lg um as fo rm as d e c olo niza çã o n oM e diterrân eo , e m u ma '/I, 1

_ a a o m esm o tem po um grm e cresc imento a p op u a ão, uma v e rd a d e ir a{ r evolucao " i ,-; , , • ~ " . ~ • I ' ' •".,y' ,/ /1 " .' :~ fo'

d e ; l jõ ; i J 7 i ê ~ . A T ev o.uç ã " 1 II e I:i' . , J~ d ' I' ~d à d ..' 4.1:/J, 17 4 :,> " ,: ' 'V /2 especte .de antecipação ou prelúdio d a e xp an sa o a tl..antica. ,~.,)/O/!JiYlI/ J/)?I ( A , c tl . - ; . . J ! .. . t/l f - . ,'YJ. "'.

....---" '~~' , aO "a g nc<? \a ie esta.u as v i unmamen t e r ga a .p or s eia r espon e e- /j ,- , Y'r/r~"*/n::?i/,' ""'d:l.:I';''''~;;;tJÚ /'(q,0~/'t:/

ma n d a amp li a d a d e p r od u t os a l im e n ta r es , E s sa s t r a ns fo r m a çõ es c o n tr ib u em p a ra mo d i fi c ar i ' " ' I I , I, ...~ s~o~c l içõ c s ~ c~nômi cii s c j u rí d ic a s d a e ~~ lo ~ç ã o dO ~ li ni al e p a ra m el h or a r a s c o n d i çÕ es : ,..} . , .. !r A co lo n iz a çã ~ dO ,mu nd o a t U n ti c o é g e ra lm en t e c . on ~ id e r: d a um f e~ ô~e ~ o s em p r ece- ' ! c ~ = Z · ~J U n d l.c a s e SOCIa ISo s c ampone s e s: a s corveias sao substi tuídas po r,paga .me l l to s em d i nhe i ro , ,{. /A'é/..A;,> , "I dentes e p.or tanto mteiramente n o v o , E s se p o n t o devista é erroneo, pOISexistiram, n o f in ~ )~ " - r . l i ' Y 7 . / .1 ,

, o s s e rv o s sâ o e m c er to s c a so s Iiberados.f .J \S \ \-J~ ~ NA \ "~?(;':" '( J I - ~ ;r; "....,~ ! d ,al~ :l d eM é d ia , c ~ lô ~ ia s n o M e d i te r cl ~ eo o r;i ent~ou L e va n te e é ~ e I .áque s ão o r i gi n á r ia s as í/q. jÚhf-tU v!.bA?

. , '. '. " Ü ~ _ \;. lJ:~~\\-\'~,,' 'I<7n~ 1 : 3 : : 1M, .•." le cn t~a s d : c o lo m za ç ao ,q u e s e e x t: a~ d u al ~ a ~ ra ye s do m u n d o a tl a. nt J~ o.Q u an d o s e ~ s tu ~ aQ t /17~/{M, 1 ' f f.,&;As .mud an ç a s o co rr i d a s n o s eto r a gn co Jrn a o d evem ser s epa ra d a s deeut ras dua s nã o fr)/(Jr/,w/>' <': 7 , as conce s soe s de t e rr a f e it a s 113 S colônias a t lant tca s , constata-se as f ib a ço es c o m a colonização" Ir,'01?L, ,

IllCI103 decidvn~: O I U t' l:O c o m e r c i a l , favorecido p e l a e x p a n lf to ruml, e Ó renAsdmento m e d i e v A l de u m J ad ! ', " d e out ro , .~A d a l ' t a Ç a e a de I n . t i l U l ç . a um . tr Q Po Ji C/ l n a! m e d l e v a i , ao "u r b a no , em es tr e ít a.cotlex!o co m o s ur to ág tíc o1 a e metc lI n ti l , T e r ia então ocorrido, . fiOVOmele e o lO l t l a l.1 CI

c om o p ro põe m a lgu ns, u ma v erd ad eira r e vo l u ção come rda l e u m a r ev ol uç ão u r b an a ?'I •.

[Os h i s t~ r í :t do r e. . d a cO l~ " iz a ç a o l J ~ g C : ( j _ " l t e c : m . cer tos 2§p~Ctd' da colonluçJó med lQ ," ,,'. . " te rra n ea m e d ie va l q u e a n u n c ia m a c o lo n iz aç âo a tl an tl ca n a é po c a m o d er na , n o ta d a me n te a sU m a r ev olu çã o c om er cia l e u in~ r~~ o lução u rb a na acom pa nha ram a revo lução a grí- a tiv id a d es ag rí c ol a s e i n d u st ri a is . Uma c omb in a ç ã ~ d e s se s c i o i~a s pe c to s c a r a c te r iz a a 'p r odu - I

c ol a, U m c om ér cio d e g ra nd e r aio d e aç ã o d e s en v o lv eu -se no Oc id en te e en tre o O cid en - Ç ao d o a çúc a r d e c ana p ela qua l a s repúb lic a s i ta lia n a s se in teres sa ram d esd e q ue, a p ó s a p r i- It e e a s r e g iõ e s b i zã ii t in a s e mu ç u lm a n a s: t r anspor tes 'p o r t er ra e s ob re tu d o p or m a r ( gr aç a s à meir a C ruza d a, a d qu ir i ra m p o ss e ss õe s n a P a l estin a ,ll ' , " , Ib ús so la e a u m n ov o tip o d e l e me ). A smo e d a s d i fu n d i ra m -s e, e f o ra m c un ha d as p ar a o co - A primeira v is ta, 3~re la ç õ es e n tr e a e s cr a v id ã o c o lo n ia l e a h i st ór i? ,soc ia l d a Eu ropa m e- ,

m êr cio in te rn ac io na l n ov as p eç as d e o ur o e d e pr a ta, C e rt as regiões e spec ia liza ram -se na d iev a l não são eviden t es , p o is , em g e ra l , a c r ed i ta -s e q u e a e sc ra v id ã o d e sa p ar ec e u d a m a io r Ip ro d uç ã o d e a rt ig os e m e rc a do ri as p a ra e xp or ta ç ã o ( vi nh o , s al , lã , p a no s) (,..) A s c i da d es s e' pa r te d o s p a íse s e~ J t ( ,p eu sno f in a l d a Antlgüidade. Na r e al id a d e, se a ~e r v i d ão foi , m u it o m a isdesenvolv er am e o bt iv er am p riv ilé gi os e l ib er da d es q u-e conduz i ra m c om fre qü ên cia , n a ' d o q ue a 'e s cr a vi d ~ ~, um a e s tr u tu r a c a r ac t er ís ti c a d a s o ci ed a d e m ediev a l, a que l a ú l tima C()I1-

F ra n ça e n a I tá li a, à f or m a ç ão d e c o rn u n a s a u t o- a dm in i st ra d a s, A s c id ~ d es f or am o ' cent ro ', tu d o sub sis tiu e~ numerosos p a íses eu ro pe us d ura nte to do o p er lo d oq u e s ep a ra a q u ed a .d o

d e o rg an iz aç õe s o nd e t ri un fo u a 'd i vi sã o d o t ra b al ho .9 Im p ér io R om a no d o O cid en te d a e po péi a d a s g r a n d e s de~cober ta l ,'2

o N O V O TEM PO: CIIlC lJlIIÇ ,\O r:cOI'IOMI CI\ r : r.ONl fECIM I'NI O pu , e 1 1MUN DO .. TRI\N SI( Ao, EX P I \I J silo COM EI~C IAI . E IHRU.N TII ,I5M o

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5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

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1 . .

Cabe também mencionar aqui a importância para esse surto mercantil e urbano

do desenvolvimento do conceito de luxo, da ostentação de riqueza. entre os membros \ ,.

da dite 'senl(órial e a a lt a burguesia . Novos hábitos de consumo: em parte ~ssoci~dos à ; . :

inlPpr~ªção de produtos orientais; valorizaram díversos tjpos de mercadorias, corno, os ..r .• ;

t~cidos de seda e algodão, louças, pedras preciosas, tapeçarias, bronze er c , ,D~mmais.conhecidas v ier am a ser, porém, asclianiada~ e s p e c /a i' /á s, de preço unitárioeievado e

consumidas ein 'peqaie~as'quai1tidades, na c'úlfná~a, na perfumaria ! ! tia medicin ••'. '".

t -:

Por c;pc f,:íar ía . c d roga. d eslgn a -Je 11m çon ju nr o d e produtof na quase totalí'dade ve - .

: ..• .. , . ,le t~l~ Ul .r.lp'eq~ .!lno i l ~ l T ie r o aÍlhnaí. o u mi sto$, qu e I t f V C m de ç~lldíh1Çi ltoa l.~leiinhai. ".'

. nlastícat6rioB (berel , areca), excitantes (cubcbas, pedra bazar), ou c:s túpéfaCient es (ópio),'

pe rfumes e ungüentos, ecores de tinturaria (pau-brasil, aç a fr ão, at{i1).·Amaior par te re m

polivalência defimções(. ...) Deste conjunto de dezenas de especiarias ed l:0g:isdestaquemos'

as seisque representam delonge o maior volume de tráfego (... )p imenta, gengibre, canela. .

maçãs, çoz-mpscada e cravo (...)13

"1

,

O s g ra n de s c ir cu ito s c om erc iais . j'

\ Os circuitos médievais " ' . .; ..

Diversas rotas ter~estt~~""emàritimas liga~~~ ~s grandes centr~s co~erci~is europeus en .•

tre si b em como às ár~as poreles abastecidas'ou nas q~ai~:se abasteciam de mercadorias,

Considerando-se os dois grandes pólos econômicos já citados - as cidades Italianas e t1~-mengas "-verifica-se que até o final do século XlII o comércio entre eles, através dos,

Alpes e da' Champanhe, constituía o principal eixo econômico intra-europeu. Já no'sé-.

culo XIV, condições polít icas adversas;' sobrei:udo os efeitos devastadores da chamada,':

G u er ra d os C e m A n os -levaram ao decÜnio 'das grandes feiras daquele eixo ao passo que

se intensificavam as comunicações marítimas entre o Mediterrâneo e aMar do Norte,

fato que beneficiou enormemente os portos ibéricos do Atlântico. Verificou-se tam-

bém nessa época o deslocamen to das comunicações terrestres norte-sul para o Vale do

Rene, origem da prosperidade de diversas cidades do sul da Alemanha, C01110 Nurern-berg, Augsbu rgó e Colônia. .

Do centro-norte da Itália partiam as rotas marít imas exploradas pelos venezianos,

genoveses, pisanos, entre outr os, para as regiões do Mediterrâneo oriental (Constanti-

nopla, Trebízonda, Alexandria, São João' d' Acre), bem como para o ocidental, estabele-

cendo contares com os comerciantes de Barcelona, Marselha, Narbona, Baleares erc,

Por outro Indo, río'n~rte qa Europa, inúmeras rotas mercantis ligavam Flandres aos por-

tos franceses, ao vale do Réno, ao Báltico, com destaque aqui para as cidades hanseáticas

- Lü be ck, Brernen, Hamburgo, Dantzig, entre muitas outras. Já naquela época, o valor

das mercadorias negociadas c o lucro propiciado pelas transações situavam em primeiro

lugar as relações das cidades italianas com os ponos do Mediterránco oriental e do Egito,

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o NO VO TEM PO : CIRCllI,A(ÃO ~CONÓM ICA ~ ,OIHIH IMCIHO no 1 3MUNIlO - rp. ANSlçI\O, fXPA(ISi\O C O M E R C I A L f. MEllCf;d j'T!lISM .O·~ (J ..· :

El.SEVIER '~

pois ~ra para lá que afluíam a; ~ercadorias t~'ansP9r1:!ldaspor ca~-av;u;as vindas das maisdiversas e d i s ta n t es regi ões d a Á~ i.a . .,.. - . . . . ..- .' .:. ." ' ..

. -.:

Modernos

o capital co merc ia l expandiu-se com rapidez em conseq üên c ía das novas e crescentes

oportunidades de lucro geradas pe lo esrabelecimen to de rotasmercantis transoceânicas,

pe lac o n qu is ra e e xp lo ra ç ão dererras n o Novo Mundo e pelo tráfico de escravos africanos.

Na Europa, um capital f inanceiro a in~a incipiente movimentava as prim eira s bo lsa s

'. "'! ""(Antuérpia, Londres, Lyon} , ao mesmo tempo que estimulava práticas especulativas varia-

das. Inrensificavam-se as associações de interesses entre comerciantes-banqueiros e prín-

cipes (os Pugger, de Augsburgo , e o imperador Carlos V, por exemplo). Coma Reformareligiosa, 'em países como a Inglaterra, por exemplo, as secularizações das propriedades

eclesiásticas propiciaram boas oportunidades de invest imento do capi ta l comerc ial.

Entre os ~.~culosXV -XVI e o século XVIII, o desenvolvimento do capital comer-

cial pode ser resumido em termos da formação/ expansão de dois grandes circuitos ou

complexos de rotas e trocas comerciais: o inrra-europeu e o extra-europeu. . . '

o circuito inrra-europeu predominou a té por volta de 1750 e compreendiaquatro complexos regionais: do Mediterrâneo, do Atlântico, do Báltico e da Europa

Centro~Oliental ..f\s diferenças regionais, tanto naturais como socioeconôrnicas, fàziam. ' .

transitarnesses circuitos intra-europeus os cereais, 9S vinhos, o sal, as l ãs, o peixe salga":

do, madeiras, metais e sabão, além de relógios,.livros e art igos de luxo, O gado desloca-

va-se "em pé", e certos artigos eram extraídos ou fabr icados em locais específicos, o que

produziu uma certa especialização no interior de cada um desses circuitos regionais.

O comércio dessas regiões européias com aquelas que se p oderia chamar de transe-

ceânicas compreendia um pequeno leque de exportações e. um apreciável e sempre

crescente volume de importações, ge'tálmente reexportadas para 'outràs portos e regiões

da Europa. Dentre as êxportações pode-se mencionar certas manufaturas - panos de lã,

ar tigos de metal, ferro, couro e madeira, além de ~artigos de vidro, papel e seda. Havia

ainda a exportação de armas de fogo, panos de algodão e bugigangas para acos ta africanae também, em alguns casos, para a kia, sendo importante lembrar que o comércio com

asregiões asiáticas tendia a consumir '(luantidades cada vez mais s ignificativas de prata.

Por volta de 1750 os mercados europeus 'ainda deixavam mui to a desejarem termos

de articulação, e a ecomi l1 lh im on et á r io convivia com enormes bolsões de economia nflltlml.

Os circuitos extra-europeus, (ipjo auge se situa no século XVIlf, compreendiam

três grandes áreas além das respectiva<~ub~ivisões regionais: Amér ic a , índias e China. A

Amé riw abrangia as c olônias inglesas da América do Norte, as colônias ibéricas e as cha-

madas "Índias Ocidentais" - as i lhas antilhanas e o Caribe. Sob a designação genérica de

Índi a s estão englobados a Índia propriamente dita, ou o subcontineilre indiano, a Insu-

lindia ali Indouêsia , a região da MaJ:ísír ou pen íns ul a malaia, e o arquipélago dJS Filipi-

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'110S.E;~ r elação ao comércio d a China; trata-se na verdade nãg ~6d o Im pé ri o Chinês ;m as ta mbém d o a rqu ipéla go ja ponês e d as área s d o ch am ad o Sud es te d a. Á sia .

Quan to ao continente afiicàno, d ev e- s~ d is tin gu ir a té c er to p on to as regiões oci- ,

d en ta is , m a is a rtic ula da s c om as r eg iõ es a meric an as - em fim çà o,so bre tudo , d~ tráfico

d e e sc ra vo s - , d a s r eg iõ es o rie nta is , n o Í nd ic e, l1 1a is lig ..d as ao com érc io com a Índia, o

M ar Vermelho c o G olfo P êts ic o, e mb or a pareicipassem t ambém d o tráfico d e esc ravos

a t ravés do Atlantico.

O d e se nv olv im ento d e ca d a un i d e ss es c ir cu it os c on st it ui u m ah is tória liga da às res -p ec tiv as fo rm as d e inserçãó no mercado i n te rnac ional , às' variações 'c o nj un tu r a is d e st e,

, b em c om o a fa tores e c ir cu n~tânc ia s 'típicos d e ~ad a liíli de l~s : ' ' , ' .

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A economia européia duranteos séculos XV e XVIe os efeitos inicia is das grandes navegações e descobril,nent~5 '

A expansão da economia européia

A ec onom ia européia d uran te; ; l, . segu nd a m eta de d o s éc u lo X V e ao longo d e tod o o sé- '

c ul o X V I c a ra c te ri za -se pela expa nsâo con sid eráv el ta nto d a prod ução em gera l c om o •

da s a t i v i dades mercant is . É provável qu e 1\ t endênc i a a a l ta d o s preços, e n tã o d om in a n te;

t en h a c on tr ib u íd o b a st an te para o aumento g er a l d a s a t iv id a d e s e c on ôm ic a s.a lém de d a i

mui to, incentivo à esp e cu la ç ã o m o n et ár ia : e f i nanceira . O utr o fa to r a c on si de ra r n es sa '

_ expansão fo~,8 ráp i do cr es cim en to p opnla cio na l e s ua s rep erc us sões s ob re o c on su mo e

o s m o vi me nt os m ig ra tó ri os . Tend o em v ista o conjunto d e s s a s t r a n sf ormações , a lguns

hi sto ria do res c ria ra m a exp res sã o "rev olu çã o ec on ôm ic a d o séc ulo X VI", a o p ass o qu e

out ros d er am p re fe rê nc ia à noção d e r e vo lu ç J o c O / H e m a l. ' ''

F "F oi tã o ra d ic al o d es l oc a me nt o d o c om é rc io ,in tema c i on a l, c u jo c en tr o p a ss ou d o M e-

di tena n e o a o A ti â~ ti co c especialmente ao spo r tos do Mar d o N o rt e, q ue n os anais da histô- ",

ria d a E uro pa sé lh e v em d an do tr ad ic ion alm en te o n om e d e R c vo lu fd o C o m er c ia l d o S éc ulo

XVI . F oi efetivamente u ma d a, 'g ra n d es mu d a nç a , d e centro de g r avi d a d e r egi s tr a d a . p e laHistória ·( . .. ' Significou q,uc , , . ia ! por d i an te e p el o e.paç~ de um 35 0 mos, 08 grandes aV3ltA

;

ço s e c o nôm ico s h av er ia m d e s er e nc on tr ad os sob retud o nUI11 r a io d e 5 0 0 m il ha s lip a rt ir d a 'Bélgica . H ' ,

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As navegáções e d escobrimentos constituíram, em boa med id a , uma d a s resultantes

d essa expa nsão gera l d a economi a e con tr ib uír am , p or s ua v ez ; p ar á a ce le ra r ta l e xp an -

s ão . E m um c er to sen tid o, p or s in al, a n oç ão m esm a d e R e v o l u ç ã o Com er c ia / su b li nh a d o is

fe nô me no s m uito im po rta nte s: a r áp id a a m plia çâ o e d iv er sific aç ão d os 'm erc ad os e o im -

pa c to represen ta do pelo a ílu xo d e metais preciosos , E~ am bos o s c as os , c res cera m ex-

p on en c ia lm en te a s p o ss ib ilid ad es d e lu cr o d os e mp re sá rio s, e m a s so ci aç ão , m u ita s v ez es ,

.c or n o s n eg óc io s d os p rín cip es .' ,

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o NOVO, TEMPO: CIRCUI .AÇÃO ECONÔM ICII I: CON IIEClMf:N10 op 1 5MU IIOO _ 1OIlN5IÇIl0. EXPANSÃO COMERCIAL E MERCIINT lllSMO !li

ELS EVI ER

o impacto dos grandes descobrimentos sobre, a p ro du çã o a gríc ol a e m a nu fa tu re ir a

O afluxo de metais preciosos - qu e a cele ro u o m ~v im en to d e a lta d os p re ç9s - bem como .•

o a u me nt o d e mo gt âí ic o - '- que es timu lou a d em and a d o ponto d e v is ta d o consum o ~,~ ,

i nduziram à pr ô 'd uç ão d e m aiore s q ua ntid ad es d e p rod uto s p ara o m erc ad o - alimentos, '

matérias~pril l1a~ ,pa1109, made i ras , v i d ros , a rt igos'm e tá li c os e tc ,A p r es s ão d e ss a d em a nd a ampl iada sobre a p ro d uç ão l ev ou a Mguml l s i n ov a çõe s slg-

nificativas e m c er to s s eto re s p ro du tiv os , e mb or a e ss as in ov aç õe s te nh am o co rr id o comm aior freqü ên cia s om en te em a lg un s pa ís es o u reg iões d a Eu ro pa , c or no a In gla terr a, a

F ra nç a, os P aí~e s B aix os , e , em menor escalá; ' a S uéc ia , a região do Rena e a lg um a s d a s

c id a d e s i ta l ia n as .Dentre ta is i n o v a ç õ e s, ,des t a~a m-se a in trod ução d e rela ç õe s c a pi ta lis ta s d e produção

n a a gr ic ultu ra - em p rim eir o lu ga r, a p rá tic a d os c e r c a l 1 1 c n t o s , m ais in te ns a e ma lg um a s r e-

g iõ es d a I n gl a te r ra - , e a o rg an iz aç ão d as m a n r if a tu r a s - d e ti po d is pe rso com uns em d i-v er sa s r eg iõ es r ur ais , ou d e tip o c on cen tr ad o, m ais 'en cont radas n a s c id a d e s. N ã o m en os

importantes , n o e nt an to , f or a m c er to s p ro gr es so s t éc ni co s a pa r ti r d a m elh or u tiliz aç ão

d a e ne rg ia h id r áu lic a e d a i nv en ç ão d e e n ge n hos me cân ico s v ar a m ultip lic ar a e fic iê nc ia

p ro du tiv a d o tr ab alh o d os I1rtesã()s~ ' ,. "A l gU I 1 So u tr o s a s pe c to s p o d em se r m e nc io na d os , t ai s c om o : li . i n t roduç1l:o d e nov a s

cu ltu ra s a gríco la s, so br etu do o m ilho e a ba ta ta ; a tend ênc ia a o a um ento d os in ves ti- .

rn en to s d e c ap ita is 'n a a m plia çã o d a p ro d uç ão d e m e rc a do ri as , so br etu do a qu ela s d es ti- '

n a d a s à ' exp or ta çã o; e a ~ ultip lic aç ão d a a tiv id a de d e c om er cia nte s e e mp re sá rio s, inclu-

s iv e c om o e sta be lec im en to d e m uita s m an uf atu ra s.B e m m a io r d o q ue a r n flu ên~ ia d os gra nd es d escob rim entos sobre a produçâo fo i a

q ue tiv er am s ob re a s a tiv id a de s m er ca ntis . H ouv e u m a um en to quanti tativo e quali ta-tiv o d o < !omérc io europeu, e u m ae xp a ns ão g eo gr áf ic a , quando o Adântíccpassou ao

p rim eiro p la no d e im portân cia p ara a s a tiv i dàdes 'comerc i~is , a om ç:s~o tem po que se

pr ocessou um declín ío r el at iv o d a s p ri ~c ipais 'c id a d es m ed iterrâriea ~,co~form e se d e-

. ar ti cu la v a o monopó li o i ia J ia n od o d i an i âd o' c om i r c ' d o r l e l i i l l l , , ' 'O c~ pí ta lcometcialfortaleceu-se b a s 1 : l t l t i : ! . á t u a n d o t em l 'r e, t om o l h~ ,ra c :~rl ete • '

r ís ti co , n a esfera d a s t ro ca s, o u s eja , g an ha nd ó n a d ife re Nç a'entre o p re ço d~c om pr a e 'ode v en d a d a s m er ca d or ia s. A indústria de cons tru ção na va l desenvolveu-se r~p i " am~n-

t e , s o b r et u do no s Paí ses B aixo s e n a h~gla te r ra :' "E nq ua nto P or tu ga l e sta be le ce u, p elo menos por ;ígu~ tem po, o monopólio sobre

a s e sp ec i a r ia s e o utr os p ro du to s o rie nta is , a Espanha c on cen tro u s eu ~,esforços na explo-

ração /ex tra ção e no trangporte d a ,pra t a e do ou ro do Novo M u nd o p ara S ev ilh a. O.paí ses ibéricos l a nç a r am - se , em t empo s d i f er e n te s , 1ctmquis ta e a colonl !açi l.o do! terras ,a meric an as , d an do a ssim orig em a o q ue s e p od eria c ha ma r d e o s p rim eiro s- impêrios :co -

lon ia is d a e ra m od er na .

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ELS EVIER :.,

,A abertura d as gran d es rotas do mundo ampliou enormemente o co mér c íc d a Eu ropa e

lu a riqueza: Os nicta{ s pr ec io sos s e aCU lii~ lam 'no cais de Sevilh a; eles farão da Bspanh a a p r i-

meira potência éuropêia. M~s a p~riirdaí ~'ouro e a prata irão sé esparramar portoda a Eur~- 1. ,

pá. Es se afluxode metais preciosos multiplica a s espécies nÍ.onet.~d:;; po r su; abundância,

elas ba ixam de valor, ó que p r ovo c a umaalra geral dos preços d as mercad orias durante t~do

o século XVI. É a inflação: com a moeda valendo menos, ê 'preciso maior quantidade pará' '.'

pagar pelo mC5lUO ob jero . O magistrado economista francês,lean Bod ín compreendeu bem

íno quando c:&crcvcu:"h principal e.quase única causa d a carestia é a abundância d e ouro e' ,', -,de pl a ta , qu e é hoje ne,u: reíno maior do que ~í Jlo s ·ú 1 dmoi qua rroce n rcs an os .".N o con- :""jllllto . 01 preços quadruplicam d e 1501 a 1601 .'5 '-i" .;. ,

;' ,,1 1 tI: i vft'l! 1,\9f/O· ..·i I Ir<- -__ -

-=4 ASJ~;e~em.~.~~~smercantis, na Eyropa, "na época o mercantllismo ,

0 , 5 s éc ulo s X V e X V I- ex pa ns ã'ó Ibérlcae h e qem o n l a f larrien ga . t ,

Âf grandes navegações oceânicas, os de s;ob ril1 lef lt ~$ , as cOl1ql l i s ta~ e o s primórdios da.co;" ';

.lonização d a s t~r ras recém-!:I~sc~b~rt;; ç~nstit~em as etapas ~uces~(vas de'um processo ..

' que se pode denominar emp re sa m er ca ntil ib ér ica , que teve como marca car acterística a

par ti cipação das coroas de Portugal e d e Ca srela, be m como a d a Igreja Católica. emt od a s e ssa s e ta p a s..

Os empreendimentos portugueses tiveram início em 1415, com a conquista de

Ceuta, no Marrocos; e culminaram no final do século XV; com o sucesso da viagem de

Vasco da Gama à Índia, em 1487-1488, e com a chegada de Pedro Álvares Cabral à en':~

tão denominadaIlha de Vera Cruz (o futuro Brasil), em 1500. Os castelhanos, afora a,

conquista d'a~Aniuipélago das Callárias, n,? começo do século XV, apenas no fina l desse

mesmo século puderal~l efetivamenn, lançar um sério desafio aos portugueses, p~is\

com asv iagens de Colombo.e a conseqüente descoberta da América, eles puseram.çmrisco a .hegemonia marítima lusitana. Resultou dessa 'disputa e da inteivenção do pa pa d o

• , < ~ • , •

a assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, que estabeleceu oÃ1e r id il1 no d e T orde si -

lh a s, isto é, ~malinha divisória imaginária no sen ti d o uorte-sul que de~;ria passar a 370

léguas a"oeste das Ilhas de Cabo Verde, separando as terras a oriente - pertencentes à' Cqroade'Poitugal.:.. daquelas situadas a ocid~nte":' pertencentes a 'Castela. Entreta'l1to,

somente após a g rande viagem de F~mãode Magalhães, entre 1518 e 1522, colocou-se

o problema ela divisão através do oceano Pacifico, tendo em vista adisputa pelo A['~ui-'.-t .

pélago das Molucas. 'Assim, em 15~9, pelo Tratado ~e Saragoça, ficou estabelecido .um

meridiano 1 7 graus a leste daquelas i lhas, ficando Portugal com as regiões or ientais e a

Espanha cOl1las~cident~is, em cànseqüência do que coube à coroa lusa o Arquipélagodas Molucas e aos castelhan~s; o das Filipinas,' , ,

De a co rdo com Vicrorino M ag al hâes Godinho (19Q fl), a expansão ibérica configu-,'

1'a U llÚ OÚ l plcxo ~ lÍs lóri(o-geo gf 4f;c (l que se defin. a p ar tir das décadas finais do século XV e

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ELS EV1 ER

o NOVO I'EMPO: CIr<CULAÇAo ECONÓ .MI CA E CON IHC IM l'lnD (IO"~ 1 7MUNDO - ·iIlAN5IçA(). EXP AIISÃO COM ERCIAL E Mfl<(.\WiILiSi',\(l

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começa a entrar emcrise por volta de 154 9 (na Espanha seda um pouco mais tarde), en -cerrando-se com asNidssltudes associadas à :união da s coroas ibéricas; 110 caso portu-

guês, e com a crise financeira do Estado, já no fina l do reinado d e F il ipe .Il, e a subse-qüente queda do afluxo de metais preciosos americanos, entre 1620 e 1630,

Os empreendimentos mercant is ibéricos seguiram caminhos diversos conforme se

tenha em vista apol ít ica lusa ou a c as t elh ana e, ainda, suas diferenças em função dos múl-

tiplos espaços por ela s abrangidos.N o Oriente, a política ponuguesaconcentrou-se no comércio d a s chamadas es peciarias ,

certamente o m ais lucrativo. Os portugueses procuraram-apropriar-se, a fer ro e fogo, do

comércio do Índico e ~~-S\la~extensões orientais (Insnlíndia e Chinajcorn 'oobjetivo de

fazer desse <?ceano um verdadeiro lago lusitano, controlando suas principais portas

(O rmu z, no. Go lf o P érs ico , Socot ra, no Mar Vermelho, e Malaca, na passagem para o Mar

d a Chi n a), expulsa nd o ou esmagando todos os comerciantes rivais (árabes, muçulmanos,

indianos e ma la ios), e tentand o estabelecer um verdadeiro monopó lio comercial, tanto

regional quanto uansoceânico, Foi a êpocado estabelecimento de fortalezas e d a vigilân-

cia naval incessante - um esforço financeiro e humano extraordinário] '

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. 'É, portanto, de 'evidência que, eni meio à aparente prosperidade, a nação empobrecia.

Podiam os empreendimentos da Coroa ser de vantagem para alguns particulares: assim, osfeitos de África rendiam tenç as e graças à fid a lguia: com o tráfico da Gu inê enriquec iam cer-

tos merc ado res : mas para que esses lograssem proveitos, recaía .s obre os P9:vos.o fardo dos

impostos e o agravo das levas, par a o serviço militar, que uJ ? 1 estado perpétuo de guerras exi-

gia , ao mesmo tempo que no país escasseavam os braços. Sucedeu, porém, que o ganho de

alguns, poucos, .depressa se .tornou, como sempre, sedução par a . t.odos.16,

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P~ra'os ~spanhpis, 'supera_da, ap6s) 5 ? O , a fase das chamadas viagen~ de reconheci-

mento, iniciou-se a er a do s cOl 1qu ista .d o l '~, cujos exemplos mais conspícuos são o de Cor-

tez (sob re os a s tecá s; no M éxico) ê o de Pizarro '(s~bre os. in~as, no Pel~l), A partir de

1550, a ' c oroa de Castela inicia a retomada dos poderes delegados aos primeiros conquis-

tadores e pas~~ela~~esl~la a empreender e ad;~in~~r as n~vas conquistas CO;11 legiões de '

militares. missionários ' e ' funcionârio s . I;licia-se' a~s.i~la organizaçã o d a c olo niza ção pro-

priamente d ita : exploração' das minas de prata e ouro (Zaca teca s e Guanajuaro, no Mé-

xico, e Potosi , no Peru), desenvolvimento das grandes plantações tropicais, nas terras

baixas, e grandes hadendas visando a criação extensiva de rebanhos. Tudo isso à custa, na

verdade, de variadas'forn~1s de trabalho compulsório impostas aos indigenas, nas terras

altas, e, s~bretud(), aos escravos africanos, importados, nas telT~s.baixas. '

Voltando ao .9asoportuguês, ve rif ica-se qu e a defesa e ,a ocupação efetiva d a Terra.

d e Sa nta Cruz significa ram , na prática, a conversão da empresa me rc an til em empresa

colonizadora, sempre subordinada, é claro, aos objetivos mercantis iniciais. Da u ti liza-

ção do ir;dígena corno t~abJlhador' submetido a 11~11TOC~SSo de ~scravi2açiio:" ~~',1I11os '

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c h amado s n eg ro s d a t er ra - passou-se à mã o-d e-ob ra esc rav fI a frica n a , a sse gu ra d a p el o tr á-

fico negreiro em rápida expansão, e'ni 'co"ieJi: '~o com o d ~~ ch v 'olvi l1l en (ó do gr án de la ti-

fún dio - aplalltalÍO/i -, d e d i c a doao cu ltiv o e à produçâodo dç úc ar .·' . ,

D o p on to de 'v is ta d a-co roa ' po itug u esà ,·ú :i. p ri me ir a rriét.1 d e d o sêcúlo X V I , pcl iJi : :ipal-m en te , a d efes a d o s eu m on op ólio n o fá dic o'c h '< ljl l< :êri ci iis 'réve!ott e r um a ta refa ba st:lI1té'

d is pe nd io sa : e ra m n ec es sár io s r ec ur sos pa ra renovar li 'egU~J1te i l1ent:e~ 's f r ó ta s , conservar '

em cond ições d e c om ba te a s f o rta le za s , p ag a r a verd a d eir a'm ul tid ão d e s el~ id or es liu lita - ' ' ,

rcs, burocráticos e e c le s iá s ti c os , e n fren tar a co rr u pç âo cx i,st e,nt e em todos o s e sc a lõ es ~ a s - "sumir o s p re ju íz os d os naufiâgiós freqüentes , Há que se lev: ir n a ' d ev id a c on ta tarnbêm os ' .

g a st os r es ulta nte s d e c on flito s c om p oten ta do s m uç ulm a nos n a Ín d ia e n a s ' Mo lu "ca s:

A Coroa fo i s en do for ça da a c on tr air s uc es siv os em pré stim os c om b an queiros Ila -

m en go s, ita lia no s e a le mã es; on er a n do a in d a m ais os cu stos d a em pr es a m er ca ntil. L og o

v eio s om ar- se a ta l en div id am en to o d i ji c Í t d as im porta çêes sobre a s exporta çõ es , p ois , "

n a v er da de , era p rec is o c om pr ar 110 es tra ng eir o q ua se to do s o s i te ns cons ta ntes d as cat te- •

ga ções d as fr ota s. Ass im , a ru ín a d a feitóriaoficia l d a C asa da Í nd ia .rem A rittié Íp i a , e m1 54 5, s im boli za b em a s c on seq üên cia s d a fa lta d e ló gic a d o s is tem a: pa ra m an ter o s eu

monopól i o , a Co roa d ev ia a rc ar com o s c u sto s d a obtenção e d o tra ns po rte d as e spec ia -

r ia s d a s r eg iõ es d o O rie nte p ar a L is bo a; e nq ua nto is so , a c om er cia liz aç âo e a t ransfe rên-

c ia d a s e spec ia ria s d e L is bo a p ara A ntu érp ia , m uito m ais lu cr ativ as , fic av am em m ãos d os

comerc i an tes f1a men gos e ou tros , que e ram os seu s redistribuidores n a E ur op a seten-tr ion a l e 'central.

N o ca so d a c o ro a e sp anhola , se os prob lem as era m ou tros , poss iv elm en te os m eca ~'

n ism os do s is tem a n ão er am m uito d ifer en tes , Em bor a fo ss e ex tr em am en te ric a, a C o- '

ro a d e E s pa n h a g a st a v a m u it o- g ue rr a s, g a st os s u nt uâ ri os , s u st en to d e no b res e burocr a-tas c on su mia m a s r en da s d o tes ou ro r ea l e pr od uzia m dq ,dts c rescen tes':"; to rn ou -s e c ad a

v ez m a is n ec es sá rio r ec orr er a os em pr és tim os ou a dia nta men tos d e ba n qu eir os a le mães

(C01110 os F uggers , d e Augsb ur go ), g en ov es es e flam engos . Se a s .fin an ça s d o E sta d o ia m

ma l, tampouco a ec on om ia d a s d ivers a s regiões es panholas ia m elh or: a a lta d e pr eç os e

d e s alá rio s c olo ca va em d es va nta gem a p rod uç ão loca l , favorecendo a s impo rt a çôes ;ta nto a b ur gu es ia m er ca nríl c om o o s b u rg ues es em pres ário . d e m an ufa tu ra s { or am v iti-

m as d a c ares tia g en er aliz ad a e , q ua se a o m es mo tem po, d as s uc es siv as ba nca rro ta s d o te-sou ro rea l . A s si m, vista co m o u m tod o, a tra jetór ia econ ôm ic a espa nh ola a o longo d o

séc ulo X VI configura -se c om o a qu eleproc esso ch am ad o por V lc en s V iv es ( 19 64) d em e t e o r o b u ~ ~ " e .~ : - . . '.

. Antes .d e conc lu ir mo s e ss a s ín te se. d a e co no mia dos ano s quinhentistaS é oportuno

f.1 ze r a lg u ma s o b sc I'v aç 5es qu e rela tiv izern um pouco a noç ão d e h e g em o n i a i b ér ic a po r

. n ó s e m pr eg a da . O s d ema is pa ís e s e u ro p eu s ,' exc lu íd os en tão d a pa r ti lha 'd o m undo ex-

tr á - eu ro peu , n ão c es sa ra m d e c on tes ta r, n a teo r ia e n a prá tic a, a qu ela h eg em oni a . Fô-ra m m uita s a s te nta tiv as d e in gl e se s e fr an ce se s, lo go s eguid os p elos nee r landeses, d e es -

ta b elecer colôniase'descobn- ro ta s o ce ân ic as , po ndo en i risc o a n av ega ç ão ib én~ no

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o NO VO TEM PO: CtRClIlAÇ il ,O F .COtlOM ICA E CON IIE<1MHITQ 00 q 1 9M U NO o - T I! i\tl 5 1(1\0. E X P A N silo (O M EHC IA! . E M E R C/ IIH'tL I 5 M O

I

At lân tico . A in d a d u r a n te a p ri meira metade d o séc ulo XV I , p r eo c up a r am -se ta n to ;n-

gleses c on io fra n~eses e m organ i zar exped i ções cuj o ob je tivo er a en con tra r ~ ch am a d a s

paSStlgm s d o noroes te e d o n ord es te pa ra o .Or ie nte , s in gr an do a s r e giõ es árticas a o norte

d o continente americano e d a Sibêria, re spec t i vamente. Delas resultaram.iapenas para

ex em pli fica r, o i{ lí c io d a e xp lo ra çã o d o b ac alh au d a T err a N ov a e do com érc io d e peles '

d o Lab ra d or, assim-como o s p ri me ir os c o nt at os comerciais com a Moscôvia. Já.na se-gU l1d am eta de d es se m es mo s éc ulo , q ua nd o p ar ec ia m c ad a v ez m ais p ro bler n âe ica s a s.tais

pa ssagen s , a tendência passou a se r à d o d e s a fio d ire to a o m on op ólio ibêrico, pois, apa rtir d e então, divergências políticas e r el ig io sa s c on ju g aram -se 110 se ntid o d e lev ar

fra nceses, ingleses e holandeses a at a ca r a s fro t as espanhola s e, em s eg uid a , os ter ritó-

rios lu sos e hispânicos n a A méric a, s ob retu do a p ar tir d e 1580, q ua nd o F ilip e II reun iua s d ua s c oroa s . A v iagem d e Drake (157 7- :15 79) a o r ed or d o m und o rev elou a f ra qu eza

da s po siç ões lu sa s n o O rie nte, p rin cipa lm en te s ua s c re scen tes d i f i cu ldades po lí t icas: ,

ing les es e h ola nd ese s qu e s erv ira m em n au s lu si ta na s ap ren de ra m qu ase tud o sob re os

roteiros ma rítim os , os por tos e a s r ea l id a d es p ol ít ic a s d o s d iv er so s l oc a is f re qi ie h,t ados .

A ss im , qu an do , em 1595, os ho la nd ese~ e , em 1600, o s i ng le se s o rg a ni za r am suas

com pa nh ia s d e comérc io c om a( s) índ i a(s), o m istério ou s ig ilo sob re a r o l a d a S 'e s p e c ia ;

rias há m u ito d eix ara d e ex is tir . /

H eg em o n ia n ee rl an d es a e d e sa fi os ançio-franceses,

A i mp or tâ nc ia d e A ms te rd ã

Dec lfn lo Ibé ri coDuran te q u a se to do o s éc ul o X V I, a s m o na rq uia s ib ér ic as u su fiu ír am d a s v an ta ge ns

decorren tes da su a p ri or id a d e m e rc a nt il e co lon i a l em re lação às ro t as, e regiões ex-

tr a ..e ur op éia s. O T ra ta d o d e T or de silh as (1494) d iv id in do es se m un do ex tra -europeu,

ta nto s ua s p ar tes já c on hec id as c om o a quela s a in da p or c on he ce r, entre a s c oro as d e P or-

tugal e d e C a st el a penna neceu v álid o a in d a po r b a st an te t em p o. C on te st aç ões à s u a lêgí -

ti ltÚdad ~ , co,"o'aquew promovidas por t tanc:ete. e ingleuf, ti v e r a m ef e ito re.t~to 11 0

século XVI. .

Os fla men gos tiv era m u ma pa rtic ip aç ão s ub sta nc ia l n os lu cro s d o c om ér cio u ltr a-

m a rin o ib ér ic o, p ois , a p arti r d e L is bo a e d e S ev ilh a, a ss eg ur av am o flu xo d e m er ca d or ia s

p a ra A ll tuér pia,ou s e j a , a s m erc ad or ia s e o s m eta is prec io so s d a Á sia , A fr ic a é Améri ca

er am tr an sp or ta d os v ar a o s P a ís es B a ix os (c ta m bé m p ar a a s c i da d es it alia na s,' em bora em

esca la b em m en or) e d ali re distr ib uld os v ar a ou tra s r eg iõe s e u r o p é I a s . -Com a re vo lta d os P aís es B aixos con tra o dom .í,ni oespanhol ,~ó bretu d o a p a r tir d a

d éc ad a d e 1560, íla me ng os e h ola nd es es b us ca ra m a mplia r o m io d e a ção d e se u s n a v io s ,

s ob re tu d o a p ar tir d e 1580, qu an do , com a ch ama d a " U nião da s Coroa s I b ér ic a,!, osportos

lusi ta n os fica ra m p ra tic am en te p ro ib id os a os a dv ers ár ios d e F ilip e 1 1. C ou be e ntã o ,ao ~,~

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5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

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2 0 • A F U I t M A Ç A 'O no M U N DO M OD Jl tN Ofa lcon c Ilodrigues E L S E V I E R

h ola n de se s.H d er es d a resistênciaâs i nves ti d a s e s pa n h o la s , a mplia r os , s e u s n egóc io s C01}l

diversas regiões afr icanas, as i á t ic a s e a me rica n às, entrando çm con fli to P fi,n fi pa)m~n~e

c om o s i nt er es s es p or tu g ue se s. N a e ste ir a d os n ee rla n deses Jogo fora mra mb êm os n a-v i os i n gl es e s e, em m en or e sc ala ,' o s f r an c e se s, "

C a s sa lt o d o s Inimigos d e C a st ela às p os iç ões e m p od er d os p or tu gu e ses , n as c os ta s

af r i canas e em .d iv er sa s p artes d a Á sia ,. s e c om ple tar ia , n a s egund a d éca d a d o s éc ulo

XVII , co m a s i nv asões ho lan d esa s n a B ah ia e, em segu id a, em P ern a rnbu co , b em com ona Am ér ica do Norte. No e nt an to , n ão se d eve at r ibuir o declínio i bér ic o tão-somente

'. A s ínve.tíd as de Iciu competid ore s e l! dvcnádo$, A ef ic ácia d e ta is a t aques res ul tou , em

b o a m e di d a; d e f a t o re s i n e r en t es à s pró pr ia s s oc ie da d es i bé ric as , p ois p ortu gu es es e es pa .. .

n h óis n ão c on se gu ir am a ss im ila r e c on ver ter em in stru men to d e pod er n a cion a l os l u -, ç ros d e su a h egem on ia m ercan t i l"

, J J . . ' \f- A n oç ão q! ; d ec lín io ib éric o d ev e s er , p ort an to, pens a d a em te rm os re la tiv os , resu l -

I . b J 1 , u l 0 1 C l . r a nc e s d a s c on d iç õe s s oc io econ ôm ica s e po lí tic a s d a s d u a s so ci ed a d es , is to é, d o f a to d e

~ 6 G c l t z r . . , : ' 'f'2 {() q ue o s c a p ita is p ro du zid os a p ar tir d o c om ér cio . e d as conquí s t as n ão prop ic i a ram condi -

'J ~/i~ L4"t ç õe s s ufi ci en te s p ara u m a t ra n sf or m a çã o c a pi ta li st a-bu rgu esa em P ortuga l e n a E sp a nh a ..

Ic/ 1 9 /l N a v erqa de ,p re~al,ec eu o ~a p i ta l c o~ e rc i a1, ~ ~a t1ü v era m -s e d e p~ m u ita s d a s an t iga s~. J e st ru tu r as s en h or ia is n o b OJO d e SOCied a d e s npi ca rn en re es t a rnen tais .

q d e ,(§fl/!U"tie To d a a p r im e ira m eta d e d o s éc u lo X VII fo i m a rc ad a pela per d a progre ssiv a d a s m a is, ,' : rm p o rt a n te s p o si ç õe s po r t~ g u es a; d ia n te d o a s sa lt o em pr eend i d o po r .h o la n d ese s , in gle -

i J{. y J . i \s es e fr an ce se s. A ch am ad a R ev o lu ç ã o R e s ta u r a d o ra . d e 1640, qu e libe rt ou Portuga l' d o

, \ . . ; " ' c & ~ { d om ílliO e sp an ho l, rep resen tou o in íc io d e um a gu erra difícil e lon ga c on tr a a E sp anh a e

~ 4 l :§ (I que eX ig.u um a lto preço em term os d e n egoc ia ções com hola n d eses e in .gl eses , P ara po -

J M '~ '(r '~ d erem prese rva r a lg um a s p ou ca s p os iç õe s n a Á frica e n a Á s ia , b em com o pa ra asse gur a r a

(. 1.~1~. . recuperaç ão d ~s cap i t an i as d o n o r de st e d a A mérica port ugues a, os p o rt u gu ese s tiv e ra m

, , ( l j r r y y , : r '} ~ · ( ' 1 d e f a ze r m u i ta s c o n ce s sõ e s, s ob re tu d o a os int e re ss es m erc a nt is e fi na nc eiros d os ing leses :

,li,(.,~litl d e 1 65 4 a 1703 s u c es s iv o s t ra t a d os c ome r c ia is c on ce d e ra m à Ingla te rra e.a seu comé r cioL .u m a p os iç ão a lta m en te p ri vile gia da em P ortu g al . .

.',

O predomínioeconômico.e político da Grã-Bretanha não se estabeleceu pelo Tratado

d e M erhu e n , C0 l1 1 0 e t em p re te n d i d o , Já ex i s ti a a n tes, pe lo d e 1654, q u e n o s i m p ôs ob r iga -

ç õe s e l he c r io u d i re it os exc epc ion a is . À s om b ra d e le , f iu rifico u o reb en to d e 170 3, e m e-drou.entre nós o bretão em fortuna e auroridade.V

O. d c c lí nio e sp an ho l r ev el a-se com n itid ez "C re sc en te ao longo d o século XV II,

m uito em bora a lgun sd e seu s p re nún c ios já e st iv es sem m a ni festo s n a s s ucess i vas b a n c ar -

r ota s d o erá r io rég io à ép oc a d e F ilip e 11 .Em bor a ' t i vesse s i do a b enefic iá ria im ed ia 'ta d o

af luxo m etálic o d o tesou ro am er ica no , a Espan h a d eix ou prat ica m en te esc orr e r en tr e

s eu s d ed os a m a ior par te d essa riqu ez a gi gant esc a ; tra n sfo rmações d e tipo ca p i t a lista es -

b a rr a v am na res is tê n c ia d os int e resses aristocráricos e se nh ori a i s , os q ua is s e t ra d u zi am,

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o N OV O T E M PO I C l l t C U L A Ç l l O E C O N ( l M I C .A ~ C ON IH C · I .M ~ N " O I Ú í : Q " 2 1M U N D O - T R A N S i Ç Ã O , E X P A N S Ã O C O M E l lC I A l E M f : 1 1 C A N T IL l S M O

E L S E V I F .R.• ' .(

in c lu siv e, e m p rá tic as ec o nô mic as e p olítica s q ua se s em pre a lh ea d a s d a qu ilo qu e sé ' pO '... :·:i

d eri a c on ceb er cor rrosen d o os in teres se s d o s s et or es b u rg u es es a i nd a pouc o numerosos. ,

Pa r a a gra va r m ais a in da ta l s it ua ç ão , h o uv e s uc es si va s p er se gu ições ~~n t~~ "g~u po~ ep~s:'

s oa s süs peito s d e j ud aís mo e ís la rn í smo - os c h amado s m a r m n o s c m o u n s c o s - , que ' era mem gera l a r re são s, p eq u enos c om er cia nt es e a gr ic ul to re s ( ca so d o s m o u rí sc os ), enfraque-'

cend o a ind a m ais a ir icipiente b u r g u e s i a ,

. Alêm d es s es f a to re s s oc io ec o nôm ic os es tru tu ra is , h á qu e se lev a r e in c on ta aqu e le sd e n a t u re z a c o n ju n t ur a l: os e no rm es g as to s ex ig id os pel os e x ér c it os e a rm ad a s empe -

nh a d o . em con sra nr es g uer ra s e c ru za d a s fo ra m d ec is iv os par a a p rod u ç ão d e um dijic ít

c ome rc i al e f in a n ce ir o .em .cons t an t e c r es c lm e nr o: p ar t e c o ns id e rá v e l d o .ou ro e d a p ra ta ..

c heg ad os d a A mér ic a er a q ua se q ue d e im ed ia to tra ns fer id a pa ra fo ra d o p aís a fim p ag ar

em prés tim os d e cu rto e l on go pra zos . O b ri lh o d o c h am a d o S é c u 1 o " d e Ouro -c orres pon- ,

d en te ao s r ei na d os d e F ilip ~ II e F i li pe I II - cons t i tu ía d e fa to u ma { ac h a d a qu e m a l CO 'Il- '

segu ia ocul t a r a ve rd a d e ira s itu a ç ão d á C oroa , d e so rte qu e m a isa d ia nt e , d u r a n t e o s rei -n a do s d e F ilip e IV e Ca rlo s Ü, d es fiz er am -s e a os p ou co s a lg um as d a s p ri nc i pa is i lu s õe s

a ce rca d a gra n d eza d e E sp anha . . ,

Colo ca d a no cent ro. d a s d is pu ta s a nglo -fra nc esa s em com eços d o sécu lo XVII I ,

a E spa nh a era um m erc ad o cob iça d o e a m etrópole d e um v a sto im pério co lon ia l. A

pa rtir d e F ilipe V , já, por ta nt o , sob a d in a s tia 'd os B our bo n s , a Es pa nh a tev e um d e-se nvo lv im en to um ta nt o osc ila nt e d u ran te o Setecentos. A política bou rbôni c a em - , .

pen hou -se em pr om over su ce ss iva s re for m a s te n d entes i r mod ern i za ç ão doEstado,

qu er em te rm os d e d es envo lv im cn ro d a ec o nom ia; qu e r d a refo rm a d o a par elh o bu -

ro c rático -ad m in istra tiv o, segund o um a per spe ct iv a s e c u la riz an te, s ob retu do d ura n-

te o re in a d o d e Ca rl os III, sob a influ ên c ia d e s eu s gr an d es m in is tr os p ar tid ár ios d o

abso lu t i smo esc la rec i do . r P fÇ ! '~( J ,' tf 1 J'j'

~}}~

;

Asc~nso holandês

É c o st um e a s so ci ar hi s to ric am en te o séc u lo XV II a o apogeu -d a r i queza e dq.po-d ecio d a H ol and a , ou s e ja , a Repú bl ic a d a s P rov ín c ia s U nid a s d os P a íses · B aixos , ,

cons titu íd a a p artir d e m ea d os d o século XVI em fun ção d e u ma re vo lta d as p ro vin - .c ia s se tent rio n a is d os P a íses B a ixo s E sp an hó is c on tr a.a s i mp os iç õe s fis ca is e r el ig io sa s

,< '\90 re gim e ab so lutista d e 'iF i~! :}.. s in sa ti s fações com os a bu sos e im posi ções fi sc ais d a '~... . . "- '."

a dm i n i s t ração espa nhola v ieram som ar-s e d e sc o nt en tam en tos e o pos ições re li gi os a s d e-

vi d os à propaga ção d a s i dé ia s ref o rm is ta s d e c un ho lu ter an o e.ca lv i n is ra en tre o s h ab i-

ta nt es d a s p ri n c ipa is v ila s e c id a d es n ee r la n d e s a s. A política d e c o nf ro nto e r ep re ss ão

po sta em prática p elos e sp anhói s a ca bou por transfo rm a r a s d iv ersa s rev olta s e m rebe l iã o

ge n era li z a d a ali, c om o p refe rem a lgun s , em ur n a v erd a d eira re vo luç ão bu rg ue sa , a qu a l

d eu orig em a um a rep úbl ic a m erc anti l oligárquica.. "

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5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

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- ! "jI>.~~:~ o NOVO TE.MPO: ClRClI'-ft ,çAO ((OIlÜM ICA E CON IIECIM f.NTO DO e 2 3MUNDO - TRAN SiÇÃO, EXPAN SÃO C<?MERCIAl E MERC'iN illI,SM O., ELSEVIER

,U m ex em plo fri sa n te d e c o mo os b encficios .d o c om ér cio ex te rn o e d os e mp ré stim os

ex ter n os p od em s er a ntagôni cos em rela çã o a o c re sc im en to d a in dústria é oferecido pelosPaí s es Baixos, A d e s pe it o d o Ilorescimento pr ec oc e d o c ap italis~noJle~s~fortaleza in ic ia l d .a i "

i ndús tr ia têx t il , o i n ve s ti m en t o i n d us tr ia l n o s s é cu l os posteriores i ri a m a rc a r p as so ; e n o s é-cu lo xvm a.Holanda seria completamente ec lipsad a pe la l ng la t e rra no progresso da produ -

ção cap i t a list a , A s f o rtu na s q ue pod ia m s er c on seg u i d a s :i tr a v ês d a m a n ip ula ç ão d e 'va lo res .-es tra ngeiros pa re cem t er d e s vi a d o c a p it a l c esp ír i to d e e m pres a d a i nd ú stria . Os tit u l os b r itâ-

n ic o s t o rn a ra m -s e o p ri nc ip al o bje to d e especula çã o n a B o ls a d e Am st er d ã, e xp ul sa n d o d e s-

,$ a po siç ão m esm o o; t í tulos d a C ia , Ho l a nd e s a d a s i n d ia s O r ic n ta i s) 8 , ....

A R epú blic a d as Províncins U nid a s com eç ou a ta ca nd o as posiçõe s portuguesas 110

litoral aft 'ic< lllo e nas Í nd ia s, a o m es mo te mp o em que assaltava os ga leõ es e sp a nh óis car -

r eg ad os c om QS' m eta is p reci osos d o N ovo M und o, Com o ins trum en to d e su a s e m pr e-

sa s mercantis ede c on q ui st a o s h o la n d eses c ria ra m d ive rsa s com pa nhia s d e com érc io,

princip a lm en te a C om pa nh ia Geral da s ín d ia s O rie nta is e ~ d a s Índi:t s 'O c id ent a is . Est a -

b el cc en d o n u me ro so s c nt rc po sto s c om er cia is e c onquis t and o a lgum as c ol ôn ia s , e les fir ,

m a t am-s e n a In su lin dia (a tu a l l nd o n ês ia ), e 1 1 1 a lgu ns p on to s d o lito ra l o cid en ta l d a Á fri :-, ,

c a c e m a lgum as ilha s d o C aribe , S eu s e sta be le cim en to s n a Amér ic a d o N ort e (N ov aAmste rd ã), na Am ê r i C:1 por tu gu esa (n ord es te bra s ilei ro ), em Angola e n a Ín d ían ão resi s-

tira m à s rea ções de i n gl es e s e p o rt ll gues cs , co nf orm e o c a so , ..: ' )_ i -::,.,.ão es qu eç am os, porém , qu e, d esd e mea dos d o séc ulo XVII, a ' supremacia d a

Os pi la re s d a hegemonia holandesa foram o Ba nco e a B olsa de Amsterdã, as com- .Y.I'/i ''l';' Holanda e ra d es afia d a p or i ng le se s e fr an ce ses, À ép oc a d e Cromwell, os A to s ( Le is ) de

panhias d e c om ér cio e os e sta leir os d e Ro ter d ã e ou tros port os ne er lan d eses , O bancç t? t. , 1 - J' J : , N a v e g a ç ã o lev ara m o s h ola nd es es a d ua s g uerra s p er did as c on tra alnglaterra; lo go em '

chegou a p os su ir d ur an te b ast an te.t empo a m a io r reserv a m etá lic a d a Eu ro pa, enquanto ' ;, i~ :)~~ s eg uid a, a F r a n ç a colbertista d e Luís XIV t110VeUcamp anh a s m ilita res e U ma autênti-

a b ols a e ra r es po ns ável por boa pa r te d as tra n s a ções comerc ia is e fi na n ce ir a s d e, en tão , ' Í l Il , ; . ; I , ' , VZI ';é .j ' ca gu err a ( mili ta r e fis ca l) contra o s h o la n d e ses . Ta is c on fl it os e xi gi ra m g a st os conside-E mpr és tim os pr iv ad os e,'of ic i a is e r :lfll rea li za d os n a Holanda, devendo-se a i nd a l em b r a r i " râveis e fo rça ra m a e lev ação d os im postos , causando s ér io s p re ju íz os c om e rc ia is ; os

que , j:í qu a se no fin a l d o S ei sc en to s, a fu nd aç ão d o B an co d a Ingla ter ra só se to rnar j' I qu a i s v ie ra m so ma r-se às pe rd a s d a fr a ca ss a d a Companhi a d a s ín d ia s Ocid en ta is e

p os sív el g ra ça s a os ca p ita is h ola nd es es in ve stid os n es sa o pera ção. " ,. . i à s d e sp es as e xig i d a s . d a Companhia d as Í nd ia s O rie nta is pe la s s uc ess iv as g uerras ja ' .. .. ,

Com o ch am ad oromémo de c Q . l 1 I i s s ã o , os "ca rre teiros do ma r" d om in a ram d ura nt e i v a n esqs. . ", . I.'

m uita s d éc ad as o c om érc io m a rí timo e flu via l d a Eu rop a c ent ro -oc i den ta l , a ss im c om o ~

d o . B áltic o, d os pa ís es n órd i cos , d a .Rú ss ia e p a r te d o comér c io d o M ed iterrân eo. Açú-. P o is o .d ec lln io d o p od er io m arítim o d a C ompa nhi a d o O r ie n te e ra d e a lg um a f or ma

c a r, e speciar ia s ; c há , a rtig os d e lu xo e pa no s do . Orien te , ce rea is d as re g iõ e s b á lt ica s , al êm . um re fl ex o d o d ec l ín io d o p od e rio d a s P ro vin da s U nid as 11;1 Europa , A a rm ad a que sob o '

d e m ad eira s e metais, e ram o for te do comércio holandê s , n o qu a l se i n c lu í ta m bém a . , c om a nd o d e Mi c h el d e Ruyter h a vi a d es a fi a d o c om ê x it o a s f r o ta s combinadas d a I ng la t e rr a

p rod uç ão d e navios, canhões er nosqu ete s , ' e da F r an ça e ra u rn a so ·m bra d ela m es ma u m s éc ulo m a is t ar de , 19

Te ma q ua se obrigatório-entre o s h is to ria d or es d es sa s upre ma ci a h ola nd esa é a qu~s- ,

tã o ac erc a d as ca usa s qu e pod er iame xpl ica r o fa to de não te rem a s Prov ínc ias U ni das

realiza d o s ua re vo lu çã o in du stria l, em bo ra ten ha m c on seg uid o a tin gir o m á xi mo d es en -

v ~l vi me nt o c om e rc ia l e fin a nc eir o. S eg un d o a con cepçã o m a rxis ta , ta lvez a m ais co-nhec i da , o grande d es en vo lv im en to d o c ap ita l m er ca ntil n ão é c a pa z d e a s se gu ra r p or si

só a passagem à p ro du çã o c ap ita lis ta , o u s eja , o fa tor d e c is iv o t er ia 'sid ó a in ex istênc ia de

u m p ro ce ss o de a cumu la ção prim itiv a d e C apita l e m esca l a s u fi c ien te pa ra d esenca d ea r

u ma a utê ntica re v o l u ç ã o ' f J w g u C S l / : Há,

n óentan to, diferentes e xp li ca ç õe s q u~ d es t acam '

ou tro s f ato re s e c ir cuns tân ci as i gu a lm e nte i rn pe di ti vo s para o d e s en v o lv im en to d e um a ,

, ec onom ia c a pi ta l is ta , e q u e ab d ilg emdeséle : t t 1 á l i s e A relativa s à il1su ftciêl1da d e r e c u r s o s

natura i s e h um a no s a té e sp ec ula çõ es s ob re o próprio ca rá ter d a soc ied ad e h ola nd esa d e

en tão e o pred om ínio político e soc ia l d e u ma olig arq uia d e b urg ue ses ren tis tas P o.U CO

interessados e m in ves tir n a pr od uç ão , e, s im , em a plic ar em títu lo s e a ções , P o r últim o, .

em bo ra n ão m enos importante, é p re ci so m e nc ion ar o m en or r itm od e cresc iment o ho- .

I andÚ em com pa ra ção c0111Ó d e pa íses com o a In gla ter ra ea F ran ça , a p artir d a s d éca d a s

f in a is d o s éc u lo XVII, origem'da noção de e s t a g n a ç ã o asso c i ada à economia é soc i edadeholandesas d o s éc ulo X VI II . I.·

Assim , d ad o s eu c ar áter d e interrúediârio, o comérc io ho la n d ês logo se tom ou um

a lv o p red ilet o' d a s t eo r ia s e pr á ti c a s m e rc a n ti lis ta s dás d em ais p otên cia s, o q ue le va ria a s

P rov ínc ia s . U n i d a s a pe rd erem su a posi çã o. h eg ernôni ca 'no ' c enár i o econômico interna -

c i onal n a p assagem do sécu lo X VII a o X VIIJ.

O s c on te m po râ ne os q ue l am e nta v am o declin io econômico da República Holande~a

tia úl tim a me tad e - m a i s e s pe c ia lm en t e n o ú lt im o q u a rt el- d o s é cu lo XV I II í nc l jn a v a ~- .e aatribuir 1 1culpa p r in c ip a l a o s ren ti8t§~ e c3Vi t a l i , t asa legadim en te lu to -satisfei tos e de c u r t A

vid o,'q ue p re fe riam Inven lr leu dinheiro no exterior em tURu de I m p u l J l r m A f d IHd(utrla e A

n a v eg a ç ão n o p r óp r io p a is e a ssim d iminu i r o de semprego (. . : )j~v imos q u e a lg um a s d e s~ aJ

queixas e r am e x ag e ra d a s ( ... ) A p e sq u is a h is t ó ri c a r e c en te sobre as r a zõ es d o d e clín i oeco-nômico do s P a í se s B a ixos se te nt ri on a is n a seg un da m eta de d o s écul o ' XV I I I e s ta b e l ec e u

q u e a l gu n s f a to r es e c on ôm ic o s - m u it os d e le s i n ev i tá v ei s, t a is c o rn o o d e s en v o lv imento

d a i n dú s tr i a e d os es tal e ir o s n o s pa íse s v iz in h os - f or a m ba síc am en te responsáveis po r isso.H 6, ~nt re t anto, II l gumM outra s C:lum, subs i d i á ri:u , qu e p o d er iam , t a lv e z, te r s id o : tb r a nd : t~d a s o u e vi ta d as s e a e st ru tu ra s oc ia l d a R ep úb li ca t iv es se s id o a lg o d if er en te d o q ue d e fato" ' .Ó ç,

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5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

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2 4 '. A F Ol iM A ç"ÁO "IJO M 'UNDO M O P 'E R I I Of a l c u n e R nllr lgu !lS

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foi. Em primeiro lugir, havia a tradição comerc i a l preponderante herdada do Século de

Ouro (,. .) Aspessoasque enriqueciam ou melhoravam devidacom a indústriac/ou o arte-

sanato estavam i nc l i nadas ase dedicar ao c om ér c io a s s im que t ivessem capital suficiente para

fazê -Ia e a educar seus filhos como comerciantes (.. .).20 , .

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D u e l o a n gt o -f ra n ci s e c r is e d o a n ti go s is tem a c o lo n ia l

Com o dc c l í n i~ho landê~ , evidente sobretudo após o t érm in o da Guerra de Suces-.•io d a E sp a nh a ( 17 1 3- 17 1 4) , a d~pllta ang ío-f r anccs a p a ss ou a o pr imei ro p la n o , r en d ocomo objet ivos principais o comércio marítimo inrernacional, o t ráfico de escravos af r i-

. .. " ". ~..canos e a ocupação de terri tórios coloniais . As sucessivas guerras envolvendo potências

européias, t ravadas ao longo do século XVIII , repercut iram cada vez com maio r inten-

sidade nas colônias americanas, nos entrepostos africano~ e nas regiões asiát icas , sobretu-

d q na Índia. Velhas e conhecidas querelas e amb ições ter ri to ria is e dinást icas mistura- .

rarn-se ao choque' de interesses econômicos epolíricosem escala mu'ndial. O controle

sobre o comércio de certas regiões; asdisputas pelo monopó lio do fornecimento de escra- ,

Vos negros para ascolônias' espanholas ; o domínio sobr e o tráfico negreiro nos diversos

entrepostos existentes no litoral africano; o comércio dê mercadorias asmais diversas, oli:"

ginárias do Orientej asdisputas pelo domínio rerríroríal entre colonos i n g les es e franceses.

na América se tentr iona l; a encamiçada luta peJos arquipé lagos e i lhas das Ant ilhas e do

Caribe - tudo isso 'fazia parte das rivalidades anglo-francesas,

Na verdade , t ra tava-se de uma disputa entre duas sociedades muito diversas em

termos sociais, políticos e econômicos. A França vivia' ainda sob o Ant igo Regime, ' ,

enquanto a Inglaterra já era uma monarquia par lamentar. Na França, o s interes ses

'mercantis e coloniais cor respondiam sobretudo às perspectivas de' uma burguesia

mercan til e f inanc~i ra do tada de razoáve l inf luênc ia no âmb ito do apare lho do Estado,

mas prisioneira', .ainda, das concepções mercanr ili st as , que só na segunda metade do sé-

culo XVIII seriampostas em xeque pela ideologia fisiocrática. Na Ing la te rra, ao lado dos

interesses tipicamente' mercantis e financeirosjá se afirmavam os dos empresârioscapita-

l is taa, e ao l ivre-comérc io para uso incemo contrapunha-se o protecionismo aplicado à~

.reíações econômicas externas.Seja como for, o fato his toricamente verificável é que nas sucessivas guerras do Se-

tecentos a polít ica bri tânica r evelou uma constância est ra tégica impressionante, poi s os

, recurso s em homens , navios e armas foram sempre direcionados pr io ri ta ri amente para

alcançar objet ivos c~lon ia is e comerciai s na América, África e Ásia. As lutas propria-

mente europé ias foram deixadas a cargo sobretudo de exérc itos a li ados - variáveis COI1-

forme as circunstâncias político-diplomáticas -: cabendo à Inglaterra (omecer significa-

tivos s.~~sí'dios financeirosparaa manutenção de t;is exércitos, .: ', ., ,

A França foi perdendo assim, uma por uma, suas possessões coloniais na América,

:África e Índia, de modo que após o Tratado de Par is (1763), que marcou o término da

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o N O V O T E M P O : C I R C U L A Ç Ã O E C O N Ô M I C A E C O N H E C I M E N T O D O 4 0 1 2 5M U N D O - TRAN$IÇÃO. E XP AN SÃ .O C OM E t< t: I A L E MtRCAlHllISMO •

. '. , . "". ~!~. ,.. :)~R

Guer ra dos Sete Anos, o antigo império coloniâl francês Jicou ri:dLlzid~ lidimensões

quase insignificantes . Todavia, co;ivém 'não exager a r esse d e c U n io j i- a tl C ê s .· A partir dos

anos 1760, a França logrou aumentapern muito a sua frota de navios mercantes ti o volu-me do seu comérc io exter ior , tornando-se uma séria r ival para osco rii erciantes b;itâni-

cos , situação esta que seencon tra cer tamente nas or igens d o t ra ta d o comercial f i rmadoem 1786 entrea França e a Inglaterra, môtiv.Ç) d e vlolentas cr ídca s do s comerclanrese

manufatureiros gauleses. .

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Tan t~ a noção quanto ~ própria pala~ra metcan t i l i smo são posteriores his toricamente aos

fenômenos aos quai s se referem, Na verdade .foram alguns de seus adversá rio s - os f is io-

cratas , no .sé.~ulo XVH( e os economistas da e ~ c ~ l a dàss i ca , nos séculos xvtü e~XiX-

que de cer ta mane ira cons truíram a i déia. por meio de expressões como s is te m a m e r ca n ti l

e /ou s is te m a d o c om é rc io . Seus admiradores, os economistas da. escola h istór ica a len~ de• • ..... . • '·1 '" , •

economia pol ít ica, no (dtimo quartel do século XIX, der am-lhe o nome que a cabaria

por se fixar: Merkan t i /Úmus . ,

Aind ahoje, não

há 'umautênricc

c o n se n s o a r e sp e it odo conceito de

metcant l l i smo,pois, na verdade, a mesma palavra poderá designar, con forme o caso: o cap it ali smo

mercantil ou comercial , t íp ico da Idade Moderna ..a forma ou sistema que caracteriza a

chamada e co no m ia n ac iônal , própr ia dos Estados nacionai s modernos e e tapa daevolu-

ção econômica caracterizada pela superação da e c on om ia u r ba n a medieval; um sistema

econômico, ou,' quem sabe, um modo de produção, situado' entre o feudalismo e o ca-

pitalismo.

Não concordamos porém com nenhuma dessas perspec tivas, poi s, no nosso ponto

de vista o mercantilismo deve ser entendido como um conjunto de idéias e práticas po-

lítico-econômicas que caracterizam a história européia e, principalmente, a política

econômica dos Estados modernos europeus entre os séculos XV /Xv'l e xvrn. Nessesentido, penaamos que a definição proposta por Maurici e Dobb (1965)' - o mercanrilis-

mo foi csscnc ia lmentcn política econômica de uma era de acumulação primitiva - éainda plenamente válida e esclarecedora, entendendo-se tal acumulação primitiva

como sinônimo da acumulação prévia de Adam Smirh - como correspondendo a um

período anterior à existência da acumulação cap it al is ta propr iamente di ta como forma

011modo de p rodução (Íomínante, período esse du rante o qual d ive~sas forinas de acu-

mulação.de capital não capital is tas t iveram lugar.

Não devemos perder de vista, no, entanto, que a formação dos chamados Estados

modernos , i sto é , asmonarqu ias absolut is tas, representou de faro uma intervenção cada

vez maior do poder dos príncipes na vida econômica de seus respectivos reinos. Esse as-

pecto leva-nos a recuperar a afirmação de E li H ec ks c h er ( 19 55 ), um dos maiores estudio-

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" . 2 6 Q li ror./\1I1çl\n UO ~.\lHIOO MOn~ln.J()... FnlcolI r. Ro clr t g u e s

ELSEVIER

e Objetivos econômicos e sociai s - defender o mercado "naciona l' ; em formaçâo e

assegurar à burguesia nascente a s cond ições d e monopólio. econômico e de .

rnão-de-obra indispensáveis à sua expansão , f a vo re ce nd o A s simoprocesso d e s eu -mu laç âo de ca pita l. O p od er e sta ta l foi d ecis iv o: p or m eio d e leis e regulamentos

protecionistas, da fiscalização exercida sob re asa tividades econômicas a f im de

assegurar o cumprimento das práticas protecionistas e da concessão de auxílios e : L O rnercantilisrno ibérico - essencialmente m eta lis ta . s» : bu ll ioni s ta , com forte inter-

privilégios às cmpresas vistas como merecedoras de apoio para enfrentar a de, venção do Estado nas transações 'mercantis e exercendo total monopól io sobre os .~ 1pendência externa. ,.' : negócios ultramarinos. . '.'. . j

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50S c lã mercnntili smo, segundo a qual o Estado teria sid o 0 verd a d e iro su jeito c objeto da

política rncrcantilista, ou, em outras palavras, o rnercantilismo deve serentendido corno

11111~ po,!ítica, econômica caracte rí st ica dos Estados modernos ~uroPCl!S, absolutistas .. ,

Met:,caI1\iiismo~jgnjfic~; transferência do lucro 'capitalista para á politica. OEsta~o

procede como se estivesse ú;liea e ex c lus iv amente integrado po r empresários capitalistas. Á ,"políti~úê:onômiça para o ex:t~rior apóia-se ; 1 0 priucípio de comp ra ;' o l~l;j;i)~rat~ possível ~

vender o mais caro que sepossa (...) O mercantilismo implica.portanto, potências constituí- .

das lia forma moderna, isto é, diretamente pelo incremento do erário público c; 'indiretâ-'.L '.J. d ib iria d J .21mente, através ua ~.a'paclua. e. trJ .utaría .. ~ popu açao,

f > Objetivos político-sociais '- o atendimento dos interesses recíprocos c' perrna-

nentes do Estado absolutista - dominado a inda por uma aristocracia imbuída. de

. valores tipicamente senhoriais e assentada, em maior gral1, em suas raízesJe.udais-

e dos setores burgueses em ascensão, interessados em obter apoio e participação

desse mesmo Estado em relação às s u a s atividades mercantis, manúf atureir as e fi-

nanceiras. Nesse jogo, é possível perceber que o apoio das monarquias absolutas

às atividades econômicas cap i ta li s tas está. in timamente liga~9 aO,objetivç maior

que é o da p rópr ia defesa das estruturas sociais t ípicas do Antigo Regime. Daí a

procedência, neste nível de análise, da afirmativa de Heckscher:

Uma d a s características origin ár ia s d o m e rc a nt ilismo foi o fa to d e a política econô-mica urbana medieval, derivada dos in teresses mercantis e ar te sana i s dos mercadores e

arte sãos ha b i tan tes da ci d a d e medieval, especialmente os i n te re s se s d e seu pat r i c i ado , ter

sido retomada (e arnpliadarno níve ldes Estados monárquicos modernos. Assim, os 'cha-

mados E sta do s m oâem o s tornaram de emprést imo àsc idades a política econôrnica'que es-

. t as h~ mui to imp leméntavam em relação às áreas r iú:als sob sua influênciaaplicando-a

com método e em escala ampliada, enquanto alguns ideólogos cuidavam dêju;tiflcá-la.

Segue-se daíque o estado Estava no centro dos proced im en to s m ercan t ili s t as conforme·'s'ed e s en v o lv e ram h i st oric amen te: o Bs ta do er a a o m es mo tem po o s ujei to,c · o o bje to d a 1 '0 - :·litica econômica merpntili.s\a.23

P olítlca econômlca .e s is tem a m e rc a nt ili st a

Como disse um escritor a seu respeito (do mercantilismo), esteera a primitiva 'poJítíca':'

urbana ampliada 'em função dós negócios' do Estado. 'Era uma política. de monopólio similaràquela que, numa época anterior.as cidades tinham posto em prática nassuasrelações com o'

campo circundante, e que oscomerciantes e comerciantes-empresários dascompanhias pri-

v ilegia d as tinham aplicado aos trabalhadores ar te sana i s, Era UI11a continuação d3QUi\O 'qu esel11preha vi a sido o principal objetivo d a f ' o ll t l c a d e e m p & ,. ' rI , e t i nha seuparalelo 1 ' :1 . polltic~ de

cidades como Florença, Vene za, V Im , B r ug es ou Lübe ck nos séculos XIll e xrv, a qual,num capítulo anterior denominamos co ion ia li sm o urballo.22

Desde Adam Smith, peJo menos, tornou-se usual a r ef er ência a um s i s tem n me t can t ilis ta ,

embora tenhamos muitas dúvidas com relação à prop riedade do concei to d e sistema'

aplicado às i déias e práticas mercantilistas, Na realidade, essa visão sistemárlcà e coerente'.

:Irespeito do merc:llltiÚsl11o foi uma criação de seus adversârios.jâ no úl timo quartel do

século XVIII •.consolidando-se ao longo do século XIX por numerosas obras de econo-, ,

mistas e historiadores.

Em termos conceituais, o mercantilisrno é uma designação que tenta emprestar

um acerta coerência a determinadas i dé i as político-econômicas e às prá t icas delas decor-rentes, t íp icas da Idade Moderna européia, e que demonstram ser bastante variáveis

conforme consideremos épocas elugares dis tintos. Resulta de tai sd iferenças a tendência

bastante comum entre oshistoriadores que'consiste em descrever diversos tip o s e fa s es do

mercantilismo.

Tanto as t ip ol og is s d o me rc a nd lísm o co n str u ídas em função d a s d i fere n ça s existell-t es e n tr e p a í s e s como aquelas q u e t e p r en d em a e"Í9t~nda d e ~pucas o u f as e, di8tínta§b us ca m , n a v er da d e, d es cr ev er a s c a ra cte rí sti ca s p rín cípa ís d a5 í c J é í a s e pd tí c a§ n tt í , a g'g o -

dadas a es te ou aque le pa ís, ou , a inda , asmudanças de tai s características ao longo dotempo. l

Ex is te , 3 95 im, uma t ípo log ia m uito d ifu nd id a qu e descreve 05 chamados t i p os 'M e iO .n a { s de mercantilísmo iUàoc i at tdo cAd~ um d el es 1 1 u ma ou m ais Imagens I!s tereotlpadaido qu e.se imagina te re m s id o as suas ld éi:u e p o 1 í t i c .:A 8 econômlcas, 't'emos 'entlo:

Denominou-seessa política de intervencionismo e s ta to l, de inspiração francamente

med ieva l, d e poU t íca m e r c a n t i l i s t a (já 110 século XIX, corno ficou visto), a qual conservouou adaptou práticas anteriormente existentes, acrescentou-Ihes outras mais t10YílS ,e b,us-

cou assegurar, em síntese, doi s objetivos principais:

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, fa l,o ll ~ kod J'lgUil5 E L S E V I E R Fl .SEVIER

2. O mercantilismo holandês ~ caracterizado pelo regime di libe~dade existente nas

atividades mercantis e produtivas deum modo geral, ao mesmo ternpoqué em rela-

ção ao comércio ultramarino e às colôni;s dominam as práticas monopolistas, no

caso representadas por companhias de comércio organizadas eControladas pela Ré- ,.

I públ i ca das Provh~cíás Unidas, ou seja, pela oligarquia burguesa d et en to ra do po-

dei ' , L i b e r d a d e e tolerância relativa fizeram alguns imaginarem o mercanâlismo

neerlandês co mo Um m e r c a n t i ll s mo l ib er al , isto é, uma contradição, em termos , com o" próprio oxfmoro que" déi'igna; , ,3. O m e rc a ntílísm o fra n cês - ou c o l b e r t Í 4 m o , que teria como príncipa ís ca racre rístic as a

, ", forte intervenção d6'Estado nas atividades mercantis e manutatureiras, no âmbito

de uma política marcadamente protecionista, incluindo a criaJão de companhias de

comérc io pr iv il egiadas e de manufaturas re a is igualmenteprotegidas. Aumentar a

riqueza do país por meio da venda depr6d~tos nacionais a compradores estrangei-

ros c da redução da dependência em relaçã~ aos produtos importados era um dos

pontos principais dessa polít ica.

4. O mercantilismo inglês - na verdade , o resul tado de uma evolução interna que re-

duziu significativamente asformas d e intervenção, do Estado nas atividades econô-

micas, a partir da Revo lução Ing lesa do ~éculo XVI I, e da ampliação das pr áticas

monopol is tas na esfera do comércio ultramarino.e da exploração colonial, em queproli~eraram as companhias de comércio em poder de acionistas privados, mas de-

tentoras de privilégios .concedidos pelo Parlamento.

Idéias. práticas e sua evolução

A fim de resumir as'c~racter~tic~s das'dív~rsas etapas percorridas pelas idêiás e pdtic;;

mercant il is tas ao longo d o p etl od o d e transição J e u d a l- C ! l p i t a ! i s t a , vamos tentar, a stgl)ir;'

descrever de mane i ra bastante sUl'uá~ia cada uma delas:

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li, Corrcspondc c rónc logic am ent e ao século XV I, se be~ que tanto. seu começo quan-

to seu final ex trapo lam o referido sécu lo. Em termos bastan te gera is, o mercantilismodessa época pod e ser descrito como me / a l ista - o ouro e a prata constituem a própria ri -

que:l. 1, e a presença/existência desses mera is representa o .s e u i n d ic a dor mais seguro. Os

m et a i sp re ci os os g a ra n te m a quem os possui o poder de adquirir tudo ou quase tudo. Do

ponto de vista da economia das novas entidades polít icas - osEstados rnonârquicos mo-

dernos - considerava-se essencial envidar todos os esforços no sentido de ampliar o es-

toque metál ico e evi tar a s ua saída do país. Embora seja habitual na literatura do mercan-

tilismo associar tal política me / a l i s ta , pu a i s o - he don i s ta (sic), àsmonarquias ibéricas, ela de

fato foi praticada po r diverso s países. 'por outro lado, do ponto de vista das práticas eco-

nômicas ripicas em Porrugal e Espanha no século XVI, não se poderia afirmar que elas

tenham .t ido resultados correspondentes às suas premissas, "

2!. Corresponde aQséc~lo XVI I na Inglaterra, principalmente, e tem como carro-chéfe ,a cha~nada te o ri a dabo lança co m etda! J a v o rá ve l- expórjar mais do que importar. Inicialmen- '

te, tal idéia visava apenaso fluxo de mercadorias entradas e saídas do pa ís; aos poucos , no

entanrovpassou-se 'a ter em vista a relação ent re os valo res das mercadorias negociadas.

Finalmente, chegou-se à noção de ba l an ço d e p{ / gamer ~os , isto é1o conjunto de pagamentos

de todos os tipos feitos por um país em comparação com aqueles por ele receb idos , Pen-

sado, a princípio, em t e rmos de relações bilaterais, o conceito 'd e 'balanço d e p a g am e n to s

pa ss ou a os poucos a englobar o c on ju nt o das relações de u m de term in a d o país com todos

os demais. A teoria da balança comercial foi também muito utilizada pelos neerlandeses,

assim como a do balanço de pagamentos. I-Já t ambém que se levar em ~ó nta a lg um a s

con tribuições interessantes de pensadore s fra nc eses, espanhóis e portugues es, a inda qu esuas idéias, na prática, como foi () caso dos ibéricos, tenham ficado muito distantes da

realidade do comércio de seus respectivos países.

oproblema que s e apresenta toda vez que focalizamos esses tipos nacionais é de n;~ ,

tureza essencialmente his tórica. Idéias e práticas mercantilisbs transformaram-se cons-

' ra n te m en te d u ra n te essa época, s endo i lusó rio imaginar que a lgumas delas tenham fin -

.cado raíz'es ddínitivas neste ou naquelepaís durante três séculos.

Nas diferentes sociedades européias do iníci~ dos Tempos Modernos, os g overnan-

tes , quase s em pr e prín ci pe s m a is ou menos' em penh ados na construção de seus respecti-

vo s Etitados, tenderam 11 toma r com o pon to d e pài:lid a d a s iUill a çõ es pcl ítie o-eco nô-mícas certos pressupostos d e o rí gem med iev a l, bastante difundidos, acerca da natureza

da riqueza, da utilidade do comércio, do fimcionainento dos mercados, do controle da, . .moeda e assim por d iante. Tai s idéias e práticas, típicas da chamada pol í t ic a e co nôm ica tlYb(/-

na , cons ti tuí ram o fundo p rimi tivo inicial das políticas l~ercantilistas empreendidas" por

soberanos empenhados em asseg~rar o aumento da riqueza do Estado diante da .conjun-

tura de alta dos preços e dos conflitos bélicos entre os principais monarcas. Note-se, ain-

da, que não faltaram políticos, funcionários e intelectuais 'interessados ~n;efletir sobre

esses problemas dos príncipes, na tentat iva de explicar as suas origens e sugerir ou arbi trar

os remédios ou soluções mais adequados 110seu entender. '.

3i.Também 'no século XV II , precisamente na segunda metade, o mercant il ismo assu-

miu "em vári'~~ países uma feição rn~is voltada para oll1centivo à produçãomanufaturei-

ra, ou 111e'smosua implantação,':! sombra de leis protecionis tas rigorosase daconcessão

de numerosos privilégios aos empresários dispostos a investir na criação de indúst rias

Voltadas para asubstituição de impor tações ou par a a conquista de mercadores externos.

Exemplo' c láss ic o disso foi a p o lí r idi :ol b e rtist a t íp ica da 'França de Luís XIV , a qual incen-

t ivou a-omáximo cer tas manufaturas dicas privilegiadas bem corno as oficinas corporati-

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5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

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.; va s e m ~ er a 1. U l1l s is tema ~c rcg ulam eut a ?ão r íg i da p ro cu ra va a ssegu r a r.o co nt ro le 5'0-

.@ br e a mâo-de-obra e também sobre a qualidade d a s mercadorias, em pa rt ic ula r d aq ue las

.. .jl d e s tin a d a s à export açã o. Teoricamente, o p rin c íp io en tão d om in an te e ra ~,ql1e1eque'

bu s c av a a s se gu ra r g a nh o s s ignifica ti v os n ,a .d ifer en ça en tre os .va lo res da s mer ~ado r ia s ex - ,.

portad as (ma nu fatura s) c os d aq u e la s i mp or ta da s (pr od uto s agrí cola s e m atéria s-prima s).

A lé m d a F ra nç a, o m er ca ntilis rn o d ito it~dúst r .ia li st a v i c e jo u , d u r a n te pe r ío d os l imita d os ,'

em pa ís es com o Portugal , Espanha , P rússia, Rú ss ia etc . " .. .• "

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41•A o lo ng o do s é c u lo XV III, o rnercantilismo in co rp or ou a lgum a s nov a s id éias :1 0 'mesmo tem po em qu e a ssoc iou ou tra s já c on he cid a s. T alv ez b em ma is im porta n te , n o

en ta nto , ten ha s id o o fato d e se ter en tã o c ria do u ma d is cr ep ân c ia c a d a v ez m aio r ent re

aque les que d efend i am ;' 'v a lid ad e d os pre ss u po st os m e rc a ntilis t:is 'e a qu eles qu e se cm pe-

nh av a mcm c ritic á - los ~Ô1 11a r gu m en to sp od er os os : o sI is io cr ata s, a p ri nc ip io , e d epo isA d am Smi th , ,'; ., .

Do ponto de v i s t a d à s carac te r í s t ic a s d o merc antilismo setec en tis ta , ta lv ez Sé d e v a

. s ub lin ha r a im po rtâ nc ia c ad a v ez m aio r a tr ib uíd a à no çâo d e l'a ctócolor t ial (u ma id éia já

an t i ga , v in da ' d o s éc u lo XViI)' e a os mecanismos que o c a ra c ter izav am , a cornêçar pelo

p rin cíp io d o ex clu s ivo (o / a n i l / I . N ov id ad es , ta lv ez , se ria m, a contestação anglo ..f ran ce sa ..

a o ex cl u s ivo m an tid o pe lo s paí ses ibé r ico s , a d is pu ta p elo s c on tr ato s d e asienio (p a r a 1 I 1tro - .

d u ç ão d e e sc ra vo s a fr ic an os n as c olôn i as ' espanholas d a Am é r ic a) e a percepção Cres cen te".

d a im portância d o s m erca d os c olo nia is c orn o c on su mid ore s e le m anu f a tu ra s e de imi- '

grantes metropolitanos, ta nto por pa rte d as p rópr i as metrópoles qu a n to pe los d ema i s'

pa ís es em pen ha do s 1 10 c om érc io u ltrama r i n o .

A ss is tiu -s e, a ss im , a o. longo d o Setecentos , a um a lu ta qu a se in term .in ;Í v c ! en t re os

pa í se s i b ér ic os , em pen ha dos em d efen de r e explo r a r se u s i n tere ss es ec on ôm ic os e p olí ti-

co s em r el aç ã o à s s u a s c ol ôn ia s a m e ri ca n a s (ou , co r no querem ou tr os , s u as p os se ss õe s o u

terr it ór io s u l tr am a r in o s ) \ e a s c o n st a n tes m an ob ra s e p re ss õe s d e in gle se s e fran c eses em -

p e nh ados ju s ta men te em queb ra r os m onopólios c o l on ia is i béri cos. .,

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Algumas conclusõesA con ce pç ão q ue c on sid era o m ercan t i l i smo lim a espéc ie d e s is te ma u niíic a d o e coe-

r en te q ue te ria s e m a n t id o com o ta l d u r a n te qu ase três s éc ulos n ão d ev e m ais ser l ev ad a a

sé r io . N o tem po e no e sp aç o a s i déia s e a s p rá tic as m erc a n t il is t as t ra n s fo rm a ram -s e b a s-

ta nte en tre o fin a l d a Id a d e M éd ia e o fin a l d o sécul o XVIII. H ouv e, s im , um gr a d ua l

ap r imo r amento teóric o e um a c resc en te co m plex id a d e d o pon to d e v is ta d a s p r át ic a s

m er ca n tili sta s p ro pr ia m en te d ita s. D as p ro vid ên cia s q ue , a p rin cíp io , d es tin av am -s e a '

im ped ir a sa íd a d e ou ro e p ra ta , p as so u-se a 05 pou cos a po lític a s a nc or ad as n a te oria d a

ba la nç a c om erc ia l fa v orá ve l. U t i l iza r a s p au ta s a du an e ira s d e m a n eira p ro t ec io n is ta ; e s-

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o NOV O TF.MP O, CIR(UL IIC1l 0 ECON Ô' '' ICIi " COJ-/II,,(JMOITO DO • 3 1M U N D o - T R l i N 5 IÇ À O, E X r li N 5 À (1 c o M E R C I AI. r: M r : R c 1 \ N 1 li. I S M o

ELSEVIER

tabelecer a s c h am a d a s lei s s u n tuàn a s a fim d e lim ita r o u c oib ir o lu xo b a se ad o e m i mp or -

ta çõe s s upêrflua s .favorec e ros es ta b ele cim en to s m a nu fa tu re ir os c om s ub síd io s e p riv ilé-

gios a fim d e a te nd er à d em an da in te rn a e p os sib il ita r m a io re s e xport ações; e co~cede r

v an t agens à agr i cu ltu ra com erc ia l exporta dora - e is a lgum as d as m ed id as m ais comu-

men te . p os ta s e m p rá tic a p ela s p ol ític a s m er ca nt i li s t as.

N o con~~ xt? d as p r in c ip ai s id éia s e p rá tiç as , me r c an til is ta s a im p or tâ nc ia d o m er ca d o

c o lo n ia l e s ta b ele ce u- se a os p ou cos . Su rgi u a ss im a c h am a d a teor ia d o p a c to c o lo n ia l, ba sea d a

110 p rin cíp io d om on op ólio , o u d o c h am a d o ex clus ivo, d a m etrópole sob re a s p ossessões

co lon i a i s. N ão s e tra ta , porém , d e u m a c o nc ep ç ão consensual : ha v ia a qu eles po líticos e

ad m ini s t rador es q ue v iam na s c o lô n ia s u m t er rí ve l s orv e do u ro debmços metropoli tanos ,UI11a to r, portanto, d e r ed u çã o d a o fe rt a da m ão ..d e-obra e d o p ró pr io m er ca d o na metró-

po le . O enten d im en to in verso , is to ' é , d e qu e a transferência pa ra a s c olô ~a s d aq ue le s

e le me nto s p ob re s e /o u 'oc iosos da metrópole p od er ia s er duplamente p os it iv a , f oi u m a

c o n qu i st a r e la t iv am en te ta~d ia n o â mb ito d o p en sa m en to m er ca n tíl is ta , Afi nal , o s i s tema

co lon ia l m e rc a nt il is ta n ã o s e e s t.u tU r ou h is to ric am en te c om a f in àlid a de d e p os sib ilita r so -

luções pa ra ev e n tu a i s p r ob l em a s demogrâficos d ~ s m e t ró po le s c o lo n iz a doras ,

PRINCIPAI S TRA N S FO R M A Ç Õ ES S O C I O E C O N Ô M I C A S

AO LO NG O DO P E R (O DO D E T RA NS IÇ Ao D O

F E UD AL IS M O P A RA O C AP I TALI S M O ·'

Trata -se , ag ora , d e te nta r r ela c io na r a s prin c ip ai s tra ns fo rm aç ões o co rr id as d ur an te e ss e

per íodo à q u es tã o d a s c h am a d a s precondições d a s m u d a nç as r ev ol uc io ná ria s e m g er al a sso - .

c i a d a s à Re volução . In du str ia l o u, a in da , em te rm os m ais ge ra is , a o a d ve nto d a s oc ie da d e

c ap ita lis ta . A desagregação d o s is te ma f eu d al e a p ro gr es siv a es t ru tu ra ção d o s is tem a ca -

pi ta lis ta o correram d uran te um perío do d e tra ns iç ão , s em pr e em es tre ita s e rec íp roc as

re lações , As tra ns fo rmaçõe s socioeconômicas típ ic as d e ta l p roc es so a bra ng em , c om o é

lógic o es pe ra r , um leq ue m uito amplo d e mudanças, d en tr e a s quais im por ta d es ta ca r

aq u i aquelas q u e c o ns ti tu em a s c o n ~i çõ e5 hi s~ór if3,5qu e produz iram o surgim~n to d e al -g u ns d o s e le m en to s bás icos neces .á r i os à p ro d uç ã o c a pi ta lis ta : c a pi ta l. t ra b a lh o , maquí-n ism o c mercado mundial, V eja m ~s , p or or s, o s d o is p rime ir os e lem en to s, d eixando 0 1 1

d o is ú lt im os pa ra qu a n do e stu d ar mos a Rev olu ção In du stria l. .É im po rta nte te r em v is ta a r ela çã o c ap i'ta l~ t raba Jho e a m ane ira pe la qu al o c ap i ta l

ten d eu a se c on cen tra r em pcucasrnâos e p a ss ou a s er em pre ga do n a a qu ís íç io d e m até-

ria s -p rim as , m áq uin as e , a cim a d e tu do , fo rç a d e tr ab alh o. Logo , é fu nd am en ta l q ue s e. . .

a na lis e a c on stitu iç ão h is tó ric a d e u m ex ér cito d e m ão -d e-ob ra c ;omposto d e tr a b a l h a -

d o re s d is pos tos a a lu ga r a p ró pria fo rç a d e tra ba lh o, m as s em p os su írem qu a isqu er d irei-

t os s ob r e o f ru to d e ss e t ra b a lh o , É s em p re p os sí ve l, p a ra f in s ex p~~itiv os l d id á tic os , t ra ta r' '

separ a d am en te a a cu mu la çã o d e c ap i ta l e a fo rm açã o d o pro le ta ria do , em bora , n a rea li -

d ad e, o processo ten d a a se r um só.

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5/13/2018 2-O Novo Tempo - slidepdf.com

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S e qu i se rmo s , p o r ta n t o, obter algum sentido danoção delima aC""fII/nção primi tiva , an-

terior no tempo ao florescimento completo da produção capitalista, ela de verá serinterpre-

tada', em primeiro lugar, como uma acumulação de valores decapital - de títulos ebens exis-

tentes que 5~ acumulam, primordialmente para finsde especulação - e, em segundo, como

acumulação em mão s de uma classeque, em v i r tude de su a posição especial nasociedade, é, capaz de transformar esses títulos guardados em meios reais de produção, Em outras pala-

: v ra s, quando se fala de acumulação num sentido histórico deve-se estar referindo à proprie-

, d ad e d e b ens e 'a uma transferência de proprie dad e, e não à quantidade de instrumentos tan-giveb de produção exí.tentes.u;

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Todavia, é sempre bomlembrarmos que tal conceito de acumulação pode facil-

mente le~ar à suposição de 'que se trata de um aumento pur~Q...e-:simplesa quantidade de

bens , fazendo-nos esquecer que mais impor tante que isso é a concent ração desses bens

e m poucas mãos. 'Transferência de títulos de .riqueza para as mãos d a classe burguesa,

mas 't~mbém sua concentração em mãos muito menos numerosas. Logo; embora seja

usual a uti lização do termo acumu la ção , t rata-se na realidade de um processo de co nce nt ra -

ção, acompanhado.da t ra nsJ 'e r~n c ia da propriedade dos título~ de riqueza; como aponta

to 'com prec isão Maurice Dobb (1965).

! A constituição/formação de um proletariado, p'Or vezes denominada l iberaçi io d a

l11ão -de -ob ,ra, vem a ser, como já mencionado, a outra face-da acumulação ptimi t iva. A princi-

pal caraéterístíca de tal processo f~i a produção de uma quant idade crescente de trabalha-

doresli~res, ou seja, Í iberados de q~aisquer t ipos de sujeição econômica oujurídica. Do-

nos da sua própria, capacidade de tr abalho, esses trabalhadores podiam negociá-Ia como

mercador ia num mercado de mão~de-obra em troca de salários. Para que i sso pudesse~ ,

ocorr er, no entanto, várias transf ormações se deram ao longo de séculos: o tr abalhador

desvinculou-se sucessivamente daque las formas mu ito variadas' de exploração e sujeição,

coletivas e'pe~soais, típicas das sociedades feudais e/ou prê-capitalístas; A o longo desse

processo de liberação. porém, o trabalhador viu-se privado da propriedade e mesmo da

s imples posse dos seus meio s de produção, de tal maneira que sua subsistência tendeu a fi-

'car cápà ve z mais dependente da remuneração paga sob a forma de salário por sua força de

trabalho. Fundamental, em suma, é não perder de 'vista que o conceito de acumulação de ca-pi ta l refere- se. a pm processo criador ao mesmo tempo do capital e do trabalho.. '. ' ,

fi· "

".' Pode ser que um dos motivos par a a negligência comum nesse aspe,ctoda questão tenha

-: sido a suposição implícita de que o aparecimento de um exército de trabalho fosseum pro--• • I :

, duto simples da população crescente, criando mais b•açosdo que osernpregâvei s nasocupa-

<;õ~sexistentes e maisbocas do que as sustenrâveis pelo solo então cultivado (...) Na verdade,

osséculos nos quais um proletar iado serecrutou mais rapidamente eram aqueles deaumento

,demográfico natural lento , e não rápido, e a escassezou plenitude de uma reserva de mão-

de-obranosdiversos países não secorrelacionava a diferenças comparáveis em suas taxas decrescimento 'demográfico, 25

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o NOVO TEMPO, CIRCULAÇ ÃO ~CONÔMICA C CONHECIM ENTO DO Gl 3 3MUNDO - 'J'RANSIÇAO, EXPANSAO COMERCIAL E MEllCANTILlSMO'

Historicamente, o processo de acumulação primitiva de capital e liberação de

mão-ele-obra, ou formação do proletariado, assumiu características bastante diversifi- ,

, cadas do ponto d e vista de suas mani fes t açõe s espaço-temporais ê0ílérec;\s, beál'côíílO .

do setor econômico que, se tenha em v is ta: o agrícola, o industrial e o mercantil. Há

q\;!e se levar em conta, ao analisar t ai s manifestações, os papéis eventualmente-desern-penhados por alguns fatores tão diversos como: os progressos técnicos introduzidos na

p rodução de mercadorias; o crescimento dernográfico rural e urbano; a ampliação

maior ou menor do mercado consumidor, tanto o interno quanto o ex terno , quer se te-nha em vista o consumo de cereais, quer o de produtos manufaturados; os avanços

conseguidos no âmbito .dos meios de transporte, sobretudo os terrestres; e o desen-

volvimento da oferta e dos mecanismos de crédito, a partir da multiplicação dos es-

tabelecimentos bancários. Restaria mencionar, ainda, a influência que poderia ter

tido então, isto é, no Setecentos, a retomada do afluxo de metais preciosos oriundos

da América, com um papel talvez decisivo desempenhado pejo ouro das Minas Ge-

rais, na América por tugues~ '

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ES TRUTURAS S O C IA IS E f O RM AS P O LfT IC ASO Antigo Regime

A expr . ão An t ig o Reg im e é uma construção apos t e r i o r i que se reveste de fortes nota-

ções ideoló ' as, pois, a rigor, foi produzida justamente por aqueles agem istóricos

mais empenha em condenar e destruir a sociedade à qual aplicava ssa denomina-

ção - os constituinte e 1789. Ao chamarem de Amigo Regime a ciedade existente,

os revolucionários franc s tinham na mira justamente uma r Idade que execravam e

pretendiam demolir. Na idêi esrna de Antigo Regime e s incluíam - e condenavam

- toda.urna constelaçãode institu •es, prát icas e repr ntações soc ia is t ípicas, segundo

eles, (io regime existente na França a es da Rev ção . A idéia que tinham a respeito

desse regime talvez pouco tivesse a ver '1 com a realidade supostamente com ele

ídentificada. Esse primeiro equívoco, n nta '0, somente começou a ser evidenciado,já em meados do século XIX, co obra O An ' R eg im e e a Re v o l u çã o, de Aléxis do

Tocqueville (1989).

Se, em junho de 178 ,assis te-se ao emergir e à afirma '-0da nação em oposição ao

poder monárquico a lutista, em agosto/setembro do mesm no rem lugar a comple-

ta destruição do girne feudal, síntese de tudo que em matéria de igualdade e explo-

ração conti am as estruturas e práticas sociais vigentes até então, Segu o Pierre Gou-

bert ( 9), o dobre de finados do Ant igo Regime e, ao mesmo tempo, 5 definição

r' uma, constam do preâmbulo da Constituição de 1791, podendo-se situar o asci-

rnento, também póstumo, do termo, em 1790.

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