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    H]5TOR,IASffiSqII\nf\

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    4*) f"-.6,-B{a-2+c, llv:no*J'lo'n.C'h^, 49bc.

    pos 'rso]A PAZ' DO LAR

    Dedicado minha quericlasobrinhaVarriNnNr SuRvtt r

    IIIl$VENTURA re1'rresentntlaor esta-Cenapassor-sern fini dn tltQ-=lnu.Tbro.=*1809. rnomento eln quc o uaz IlnPJode Nlpolco ntingitt o ape&Lr de . s uesplendor. As fanfarras ca viiria .le Vngrarn resivam aindand coraoda monarquiaaustraca,Assinava'se Psl- entre eFrancae a Coaliso. bs reis e os prncipes icram ento' como

    @-.i, cumprisuasvole'

    "l ll:ij, j-. }1rylrn:^ ::,,^ *^i:|r.i a. it ela,.a Europa- o seu caro de triurlfo, magnficoesbodo rio que le desenvolvcumais tarde etn l)resde.dos ontcmpotncos,arisviu mais-lindas-t *^gg- ^ gfg.pre-cederarnscg.ir,,tn,,rnsamentos:" :fjti::;-.--I-*...^.,.*r^]j.. ': ,r' . nos maiores dias dacom .-gm4arqutduquesa a ustrl. (r)llllSfl'antiga monarquia, tantas ftontcs coroadasse alesentartP T: ryr^g.tr do Sena,e-lLunca?-aristocracia..francesaoi to rica nem torilhante, comffi?pca' Os d.iarnantesespalhados em Pro-rilhante. comiIca. Os diamantes espalhados em Pro-fusonos adornos,os r.rmor de ouro e pfata dos uniformes,con-trastavam o bem com a indignciarepblicana,que nos pareciaver tdasas riquezasdo globo a rolarem nos salesde Patis'

    t ; (

    o},"'f,"

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    ,"1' 204 HoNoRD! BArzc, r ' ' - , 'l )r' "!.(," ." 'i r | . ,u:igb4.qpz ggel tigbajgtrto- ue seapo.-dsrado-aquele,, " ., LTp9r,Lo_q9_l+t]_gra.Iocloses mllrtarqsr, em mesmo excetuaro.,.,1,J chefe, desfrutavam, como filhoi-d'-ituna, tesouros conquistados-!,'l por um milho de homens com dragonasde l, cujqq e.iig_ncias.-^. eram satisfeitas om algunsmetrosdJfita vermelha.--,$:p,qal.p*a,., r , 1, ., 9;#4%-Pa.4c, al.9Blh;-rfPq$sqtava s.a-facilid a lai rtr't"1t,ti\' ,,r* S.r4g*.rttlentoa moralque-^&i.*^tffi'o"rii e Lus XV.tr ' , ,ut" " sa'ia"jtatun dr'tioar\u desinbr5nda,'Ea:i;.";'.))') membros a famila imperial iveisemdado exemplo,- rrm como.'Wt pretendiams rondeses-doairroSaint-Germain,crto queho-4e!- ^. T..ns e mulheres,gdo_s-e preeipitava!-o prrr_"rJ-e&.ufd i-qqrJ-,,.'iD p'CSZ_Suepg4giava _f!4_domundp..:Mas':existia.otoutia( zl nou-se,,o,rr. "r.q--!g!9tj---stava.mpito d-:do -.".qrj; p"ttt r drltgl;h^-r\!"' I imperador, a!4 qye le lhe pusesse m freio.- As freqentei o-\ r^f m"^. - ^., ^. i : -^ -^^ ^.-^-r^l^^ :^, -- . -r .1 ,rac""1,Lv'- imperador,a!4 qye le he pur.rr. u freio.' i freqtienteio-!r" madas e armas izenm que-todos s tratads oncludsntrear Europa Napoleo e parcessemom armistcios- exounham s

    f I

    paixesa desenlaceso rpidosquanto as decises o cefesupre-mo dssescolbaques,dsss-dr5lmse- dessasagulhtas que tantoentusiasmamo blo sexo. Or c".rca.r t"rttrt:ry,ptigfmeg+os. Dg primeiro ag qui_ntoboletim do GrandeE,sIS!!o, ma muher podra ser sucessivamentemante.esDsa.me;qJisa Ser pes ea;va u-' ffi;;i;r;t*J;'"-o;;do Estado,ou a sperana e usar ;m--dstinado Histria,que tornavam os militares to sedutores As mulheres ficaramligadas.a les pela certezade que o segrdo de suaspaixes seriaenterradonos ca(nposde baialha, ou se deve procurar causadssedoce fanatismo n nobre att6o qo. ^ .or"g"L suscitanelas? Tal-vez essas azes,que o futuro historiador dos costumes mperiaisse divertir sem dvida em pesar,entrassemdas,-mais o ,ir.nor,

    U*-!gg d.-psl. Pp-a,,"-si"c.a.-os'aaais,e. quea.caract za, oiP.q.ixoesenfff{4 p . Jamaishouve

    Napoleo se parece-ssemom armistcios, e expunham as

    to grandevnlor. ()s' homens to vidos quanto as ,,mulheres..dssesseixoslrrnrrcos, e enfeitavamcom les,'tantoqua I{ Talvez a ne.

    cessidadee pr os despojos ob a forma mais fcil de transportar,tenha dado s j-!19. n.-I-ugar"d hon14-np exrcito. Um homcmno era to ridculo, cgryo"qepia.hoje,uando o peito da camisaouseusdedos oferecia bl-"h&'dffes'diamante. Murat, homemtodo oriental, deu exemplo de um luxo absurdo entre os militares

    Hrstnres F.tscnqeutns

    vlam-se m luxo, em vaidade, m exibio- em5rc1za. Orgulhosa

    2

    I

    -#a. do tom que reinava ento nos sales de

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    ry yzp,uv""J**t,L, ) -+aan;n,t*w'l.' ''aP roPnrJ"206 4ft:#,,ugl^"'*l*{* g"a qV,^^ {"o}a-s"l)"Voltai um pouco os os para aquela coluna quebradalW& que sustent-um andelabro:il;u-a journ mulg p.it.^dn f_t... ",,*,)hinesa? l no canto, esquerda; em campnulas luiy na massat*l..*de cabeloscastanloS,que lh cai em ondaspela cabea. :,1o staist* ""#^lnns!cl -to-4idq que qcreditaramosstar sofna"ffi3

    ^'(:- !@*d1 . peqejllr$ agora volta a cabea ara ns; tul$g4!#,

    lRqEXq-gj_DjtloGo5-trf-rormae amendoa doces,na seduao,Parecem eltos\1-' - de propsito para chorar. Porm, cuidado agora! ela se abaixa

    .,.9ffi - Ahl Eu sei, meu caro. No tinhas senoque ma designarHacDrd6o^o a mais branca de tdas as rnulheres qo. .ro aqui, ateria reconhecido, notei-a aqle-s.-dq i; tem a mais bela tez guejamais admirei. Dagqi, @iq.t) a distinguir no seu _atgl-J plrob!-_gg_e-.lefgi4!" ada uma as .qafi1as..dq eu colar. Mas ela.deve ter ou bons hbitos, ou muita vaidade, porque os fofos de suabJusa.m1l petmitem su,spgitala beleza dos conlornos. apS esb:@i'l- Quem ?- perguntougue inha alado rimeiro.fuAu2")r*'.': - Ah! No sei. Cgogner,r

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    It1\208 Holsonou Barzac

    '-. Talvez seja.uma viva cuio marido ,I*9gg;a{Jas repli-cou o belo couraeiro. '-*-u:i:;:--.t . - Com efeito, depoisda paz h tantos dssesipos de viva!5cf respondeuMaral. - Mas, meu caro Montcornei, somosdois\ *r$' simplrios. quela cabeaexprime ainda muita ingenuidadg res-rb(q\\ }g) pira ainda muita juventude, muito verdor na fronte e em trno

    l* .aof, clas temporas, p3lr jlgg_Le_E__!$t!!t. Que tons vigorosos de car_R.>".V^")-nao!. nenhuma mperfeioem trno do nariz. Os lbios,o quei-].}.N,*,,ut xo, tudo nesse osto fresco, tal como um boto de rosa brinca,*,*" se bem que a fisionomia seja como que velada por nuvens de tris_-.-

    teza. Quem faria chorar esta ovem?u l@pouca coisa... - d isse o\ coronel.N. J .f ^-, - --,ap-teLig; $'S.[Use!- ec slt^ nsl-chotle-,)0\v).D{t}| :#-{m 4a!{," 3 _5!gqs1s!q-o!e_:a-959_t*se quese z- t[ Delep{-a esla no$g, premeditadamente. H1 rt ama, aposlo.- Bah! Talvez seja a frlha de algum prnCipn-h-o da le-rnanha, ningum lhe fala - disse Montcornet.

    ,:._.,.-l rAlt! Srranto*a pobr. -u - continuou(Maral. - lgum tem mais graae finura que a nossapequenadesconhecida?Pois bem, ne.rhomadas megeras'quea cerc,une qrese dizem sensveis, he dirige a palavn. se ela flasse,veramos seseusdentesso belos.- h I essa Tu te alteras ento, tal corno o leite, menorelevaode temperatura? exclamou o coronel um pouco picadode encontrar to prontamentg- ln rival ern seu amigo.'- Como! - disseo referendrio, enr se aperceber a inter-rogaodo general e dirigindo seu monculo s-bre das as pes_soasqu os cercavam como! ningum agui poder nos dizer onome dessa lor ,extica- Ora! alguma dama de companhia - disselhe Mont-cornet.- Bom! uma damade companhia nfeitadade safirasdig-nas de uma rainh e um vestidode rendas? age_l"ra._ggqgldtNo sois to forte assimem diplomacia, e em vossa,ilfOspassais nstantneamente a princesa alem dama,ie cor-npanhia.

    itrrX {y"^ o frrot ' h|' e' Ltptvs'ttrarta\I *tsrnras Fascn'tlt$s 2S\l'tv* qndff:,{le, meu caro amigo, - disse-lhe Montcornet -quem ^q.li il.ntclora rnulherzitthasentada embaixo sob oimnsb cndlabr

    -.-O candelabro? Ravrio, llcll caro, fo i Isnbcyque fz o de'senho.- Oh! T reconheci eu gsto c tctt lttxo no mobilirio;{frs'a mulher?"h! no a coeo. sem dvicla ltlit lnriga de minhamulher.

    - Ou tua amante,velho hiPcrita.- No, palavra. e honra! a condssa e Gondreville anica mulher apaz e convidarPessos ue ningum conhece.Apesar dessa observaocheia de azedume,o gordo homen-zinho conservounos lbios o sorriso de satisfaonterior que asuposiodo coronel dos couraceiros inha feito nascer.ste ltimofoi juntar-sg num grupo vizinho, ao referendriq ocupado entoem procurar, mas sem esultado, informaes sbre a desconhecida'

    Tomou-o pelo braoe disse-lhe o ouvido:- Meu caro $!3l, toma cuidado A senhora de Vaudre- WrrC.r'-k' ,moqdFpbsgrva hffins minutos com um@ ilot{*"[-^lF "lh; pi"-^ati".., i p.t -"it""i ao' teris lbios,tudo o qu. m dissesses; s nosss olhares tm sido significativos I' demais, la 1 os percebeumuito bem e lhes seguiu a direo, e eua creio nestemomento mais ocupadaque ns prprios, da pequena

    -. *nJVelha astcia de guerra, meu carol.Montcorn! Queimporta, de resto? Eo toy oTo o i-pet"dot. qu cot- ,-"+ tg,_onse.*gs _ ,6[r,orlMaral, ua fatuidade rocuraies. Mas como! u* pgi' 1- , -{*f ,^no, t"r,, u'f.ti.i"a. dq ser'o marido'designadoa senhoie [utorU'n-t\l-- : -^ .- .

    L - - l l^ - - : - , - - -^ J^ - - i- r^ ^ s^:^ )^^^ ^ '^ - -^-u^ l^ *^- | l'-lsano tensa-"{g!i!-d-adeq se.{o marido- esignadoa senhora^deqor-('{\I fb&.-""tlq ma viva de vinte e dois a-nos, toqentada-pgt I HN/$.(,t''ii if9#5*q**3a":**+ l',iams ii-5lmiis{aqui, - .ej4r, tgeddotmio lt"r\sqggld4,4tg[9rSgd4-rl9--gue*a.f4ndonoucomplacentemente . I L,$LuerdaioJeferendrlqgg-ea.3f4n$o.grouomplacentemente e lf I -rcffit'.'}.f.i'ao-aplLouloi.,coms.-se-{s!se:_cilql4,,:.1b'' ' i - - - -a ' -?- - - . r ; .$rJFdg ^ manter_a-.ref-'rljlgg-ilitar_q$gra{l4es! Ora, vai! ir[ L7>tv,t^]-[s reflete,assimmesm, m tudoque podes erder. - 1lrr,,_,.tt.[a- iflete, assim mesm, em tudo que podes perder. friifr,.,,l .--Minha liberdadepelo menosno perderei replicouMar- ' t4 -" ' [)al, rindo foradamente. I11

    IIp,L

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    21 0 Houon rr Balzec

    sim $entarZnalo diante.de,um fgstim que d devor.

    \ - Lanou um olhar apaixonado senhora de Vaudremont, qu1,\ no lhe respondeu eFc-.por um sorriso cheio de inqetaco- or-. ( :q, (" ' 'FAtu-,' , - Escuta,Maral, - continuou o coronel - se abordasa'^....Lct ll minha jovem desconhecida, u empreendereia conquista da senho-l'*" l\ ra de vaudremont.

    . - Permito, cro couraceiro,mas no obtereis nada - disseo jovem rgfuregdrio, metendo a unha polida de seu polegar sobum dos dentes superiores, do qual tirou um pequerg ruo tro-cista. No te esqueas ue sou solteiro, - replicou o coronel,l -: que minha e9p4^ 9 tda a minha fortuna, e qu me desafiar as-

    [ruriww)

    3 ;enrar .rantarocante de .um tqstrm qu e ele devo- P;a--Lrc.vr'{rorJr i ' /+'r^ * +r& ro

    das formas

    #"P'J

    que.-tl

    Esta zombadoraacumulao e consoantes erviu de resposta provocaodo general, que o seu amigo mediu prazenteirarienteantesde o deixar.

    r4e"ef"\- gg$,Ouguele tempoobrigavaum homema usar,no baile,6, calas e casimira ranca meias e sda.sse,bonito estumeu-

    Hrsrnres FascrNexrnscamotear eussentimentos,c lrcnrque c!t.r impassibiliillque nleq--3*sri1!'iq-,1.fi!ffi, ffi.#+r# Pode-se onsiderar corao os diplonratas orno um pro-blema insolvel,porque distinguiniosos trs mrtis ilustres embai-xadoresda pocapela persistnciir a antipltia c pclirs igaes o-mnticas.

    ritureiro ante, di

    (9

    ',l Y\IOs dois amigos oram obrigadosa se separarcom unl cordialaprto de mo. Os primeirosacordes ue preveniamas damasparaformarem as quadrilhas de uma nova contradana,vartetam os ho-mens do vasto espao nde conversavam o meio do salo.mum nos

    ParafU..r,'yh,Ylr'{4ls'" o'' T- t'F larinos retomavam os luga_res,1 sq-iedade o-palcio Gondreville eAvaY+A-vira surgir a mais bela mulher de P, a rainha da moda, a nic:r 1que altava quela sptiassEizia. l;d^; ;.-;;"b 't'4rQYn-chegar senono momento em que os sales ofeieciam sse movi- ftdtne' ometo animado que no permite s mulheres conservarem pot .IjLro ,,vttcr^{.muito tempo a frescurados rostosnem o arranjodas toaletes. ste - /

    conversa ida, mantida no

    todo o intersseda conversa. necessrio

    J^, 1/ttrn'!,ra 'A-i'

    aosIIler(-*}'q'j"L*o"V ''''''/ 1"7'\' ( l''l'nnY7.\ WY'^L \r[^) "1- ,\,1 , --9 t' |

    @ertencia a cstrrclassc dc homens ca-P4zes-dg-4lsdalo seu futu no meio dos mais ardentes praze'de ter notado a rapidez com a qrgl,qvtnavam_as pessoas que causavam pouca suspelta ao chetc. 'ffi

    +-

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    tinha entrado. As mulheres se diziam ao ouvido, com um senti- ,,mento de inveja, que ela prepaavae usava antos enfeitesquan- \.*Y'tos bailes,tinhanuma noite. $."L. jyVaudremont no ia ter o Drivil- t*t{t"

    | ^, , Jt-ptssa estuda-da:r.3_im de se convencer e que a sua eclipsava t-,rthQt i fus.--lebi"eiegantese ofereceu admiroda sociidade,con-L.:: ' . , - - - - -'- - - - - ' - ' ' ',-rf'dozida

    por um dos mais coralososoficiais de artilharia da Guarda,\-r l,VlP" ,r- fo.'^.it^ 7^--fr.!1aln" 7^..1" r le Srurlenoes A rrnin mo-, t-L,@'n um fav'orito o--frpador. onde de Soulanses.A unio mo-rrvJy-.

    --_t?-T-?--rct' mentanea e loftuta cos dos efsoneens reve sem ouvlqa alguma

    2t2 HoNon r'E BALzAcinstante rpido como a primavera de um baile. Uma' hora depois,.,,.1o {uando pLssou praze\ quando a f.adiga chega, tudo a fica semld| vida. 4 senhora de Vaudr,emo4tno cometia janais a falta de per-lLf manece'nurna esta para s mostrar com flres murchas, cablos,plo$espenteados,nfeites desarranjados,com urn rosto semelhanteao\f'de tdas aquelas que, solicitadas pelo sono, nem sempre o enga-. I nam. El4 se preservavamuito bem de d.gg_y_.I, co&_3!. iy4g" I sua be 'repufo de co-qgg!!$o, retirando-se sempre de um baile, to brilhante quanto

    qllquer coisa de misterioso.Ao ouvir anunciar o senhor de Sou-----h --a--e r \- ' ,'f- --- ---langes_ aqondessacte vaudremqnt,,algumasmners que estavamsem danar--(*) se levn[ri,e homens vindos dos salesvizi-nhos se dirigiram s portas do salo principal. Um dssesgaia-

    (t) O autor usa uma expresso correspondente ao nosso popular"luzr ,r croch", f icar no bai le sem danar . (N . do T.) ,

    ,d

    te que o acasoacabava e or-co\r nunra situao ncrnoda.o vlos arnanarem.(1v1414lpreci1'ritou-seara un grupo de l|o'^d w.homensqu. o.upuu" o pr--lTeim, prra observar,atrnvts ,)as (a6\r-o \-cabeas ue formavam-coTo que uma muralha,a scnhoradc Vau- ', ,riAD l. -5!remont, om a atenociumntaque faz nascero pnm-crro-,t-osoW 1. Lrtn:apai*ao..@edizerq. 'eoscessodequer"- ' , ' * , ,sifi-lhava seria talvez precrio; mas o soiriso de polidez fria d'-];t i

    imensa antagern . j!ry,tt1qa4or psl gen[ileza 9 _s_qas_g.Dir4s,g1e_Cglll_C*-tgllUls1-qonfirnram tlasas promessasue faz_SUA.bla..qule casal,por alguns nstantcsobjcto claatenogenl, nodeixou que se satisfizesse curiosiclldc custa dlcs por muitotempo.O coronel e a condssa arecerrrnomprecndcr erfeitarnen-

    .o* io. a condssaagradieceo o senhor de Soulanges " o g"r-n^ i. Lto que fz para dispens-lo, ndo sentar-seunto da senhorad" (r.6/l*ttbGorrdreville,distenderam odos os msculos ue %cige tinha con- Wtrado no seu rosto. Entretanto,percebendo, dois passos o cana-penhavam, um e outro, gn_-pe.Pel_lJdculo, vulcnica .ranziude novo as

    of , a

    Hrsrnras FescrneNrns

    A calma indiferena do seu rivq! calma indiferena do seu rival fz (+S{e!e,qdadd_p9!der-as estrrberras. ncapaz de dominar a secreta mpacinciaque o;nt;i Maral'dirigiu-separa a senhorade Vaudremont,paraas e-st5iras- Tnca,lwn4'

    4a[ta71cJ' l r: l

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    HoNoR DE BaLzac

    ao assoalho, no de-

    -uYrutfJ

    do candelabr

    1nrp*f./J tta44.

    olhos da condssaos primeiros olhares que l'a.nou dama azul,. ,1r, foi bern depressa urpreendidoem flagrante delito; e, se se fz,, N " dcsculparuma primeira preocupao, o justificou o impertinente,, ..u,P ,.\J silnciopelo qual respondeumais tarde mais sedutora nterroga-(QtI rr(rr , o rluc trmamulher pode dirigir a um homem: "N*g_ra.-Sar.qit'r r l ' I '. . ' ,t r\ _r.ll u;trr roitc.?" Quantomais le se punha sonhador,mais a condssa,t t.,1rt'y' ' l [\ sc lrrostrnvirnsistentc tagarela.

    HAUto*'

    dia oblicamenteo luar. pelo temor de um udculo que-sq asqo-@-,^- .cja empreaos amantesdStron4dos.O r,{erendri.evantou altt-Hvimetd-a cea, oThou para a desconhecida;depois, quando sesentou com desenvoltura unto da senhoraje Vaudreqoflt ouviu-acom ar to distrado, que no entendeu estaspalavras pronuncia-

    xal-me nos observando.

    q,^^[ ,y @. 6 k "t"'^z Ovka av{^;

    Hrsrnras Fascwarrrs. / ' \ . . r^ ^-.--^ ktoe-_Engu4nto rral danrva, o\coronf foi de grupo em grupotomandonform:rgesalq^ lo .fr.ohaid.*-n-oi-f9ur (ouoww)rq..i-.-----.-f-^_e$otado a complacnci-de-fdS-fxrisas, at a dos indiferentes, resolveuaproveitarurn morrcnto nl que a condssa e Gondre-ville parecesseivre, para lhe pcrguntlrr,a cln rncsrna, nonre da-quela dama misteriosa,quando percebeuur) lc(pcnocs;rno ivreentre a coluna quadradaque suportavao candclabro os dois divs

    l

    t\-

    215

    mulheres d certa idade, e empreendeuatravessares-sa aliada co-beila-de.xales,-e..deenos.Ps-se cumprimentaras vivas; depois,de mulher em mulher, de polidez em polidez, acaboupor atingirperto da desconhecida lagar vazio. Com risco de se engancharnos grifos e nas quimerasdo imensocandelabro,manteve-se sob ofogo e a cra das velas, para grande descontentamento e Maral.HbiI

    ao L4,'#il

    o coronel Montcornet com vo4-!-1p_e.ggrra.- Sim, senhor. respondeu desconhecida.- O senhor vosso marido est certamenteaqui ?- Sim, est.- E por que ento, senhora,permaneceis este ugar? Porvaidade? ma, aflita, sorriu tristernente.- Concedei-me honra, senhora,de ser o vosso cavalheirqparu o,prxima contradana, eu no vos reconduzirei ara c cet-tamente! Vejo perto da lareira um sof vazio, vamosl Quandotanta gente se preocupa em reinar, e a loucura do dia a rcaleza,

    t@lrel comeou por dizer a :um&grande da-@tada J,ra esqia- Eis a, senhora,um belssimo baile! Que luxo! Que mo-vimento Palavn de honra. as mulheres aqui so tdas bonitas Seno danais, sem dvida por m vontad.

    inspida conversa niciada pelg=coronel inha or fim fa-zer alar sua vizinha. da direita, qq(silenciosa e preocupda, nolhe--oncediaa mais ligeira atn;:-ffiI-' tffn.:f. fr;uma multido de frasesque deviam terminar por um: "E a senho-

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    I{oNoR DE BaLzAc

    ue tirssei

    Hrstnres Fescrrllgrns (:)Mry

    oa

    - Eu o vi - diss(fillm; ;. Depois 4165sn[qs;Senhor, eu vos agradeo num tom de voz que equivalia a umadespedida.Nessemomento, estandoPrestcsa tcrtninar a contradana,coronel, desapontado, Penas eve tcmpo te se retirar, dizendomaneirade consolao: Ela ctsrt

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    Y-'as"5"\o' ,ri-, ,p\,rtt Lg Honon DE BALzAc.rx$ ^Yfu ,rf 'RIid"- ,lo sn.rlan&.s. se*ptsxtr-ngu, o--conde ganhava. O ma-o rechal duque d'Isemberg, e Keller, banqueiro clebre, se levanta-{rtA vam, completamentedeJfalcadosem soms considerveis. Soulan-- ^il' ges tornou-seainda mais sombrio, recolhendoum monte de ouro e. ^r\0t"1 de notas; nem mesmo contou; um amrgo desdmcrispou-lheos)^f lbios, pareca ameaara sorte, em lugar- de lhe agradcer os fa-

    vofes.- Coragem, - disse-lhe o coronel - coragem, SoulangesDepois, crendo prestar-lheum verdadeiroservio arrancando-o oigo: - Vamos, acrescentou tenho uma boa notciapara vosdar, mas com rma condio.- Qual? - perguntou Soulanges.- Responderao que vou perguntar-vos.

    - Ssesdiabos de militares se entendem como ladres nafeira! - disse em voz baixa um diplomata da galea, tomando olugar do coronel.Um nico rosto, plido e fatigado, se voltou para o que fa-lava, e disse, anando-lhe um olhar que brilhou mas se extinguiucomo o faiscarde um diamante: - Qoem diz militar no diz ci-vil, senhorministro.- Meu caro, - disse.Mogrtcornet Soulanges, traindo-o ai um canto- esta manh: ittg$4 falou de vs elogiosamenteevossapromooag marechalato o mais duvidosa.

    O conde de Soulanges areceuno compreendernada dsse

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    HoNoR DE BaLzAc- E entq dissea verdade?- Pois bem! Em que estou pensaodo? replicou a con-dssa, ando uma pancadacom o leque nos dedos do coronel. -Sou capazde vos reco mpensar, e o adivinhardes.- No aceitareio desafio, levo vantagensdemais.- Presunoso!- Tendes mdo de ver Maral aos ps. .- De quem? - perguntou a condssa,afetando surprsa.- Daquele candelabro respondeuo coronel, mostrando abela desconhecida olhando para a condssa om uma ateno m-Porruna.- divinha5f65 respondeua coquete,escondendo rostoatrsdo leque, com o qual se ps a abanar-se. velha se.hera.{ L441acque, j sabeis, maligna como um velho cal: 1e1.-.. . i

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    ,, Para provocr a luta, a jgghgla de Lansac anou sbre a se-l-'ohor" de Vaudremont um olhar sardnico, que fz estremeceraI jqy-e-m.oquete, por ver sua sorte nas mos da viva. Era dsses1ifrlfi de mulhr para mulher, que so .o-9_gg$ 2l.gtiados nosI desjclo-arr.rrna tragdia. En preciso ter conhecido a duquesapara apreciar o terror que o jgo de sua fisionomia inspirava condssa.A senhora de Lansac era grande, seus traos f.azam di-ze' - "is a uma mulher que deve ter sido bonita!" Cobria asfaces com tanta pintura que as rugas quaseno apareciam;mas, longe de regeler u-m brilho artifical dssq carmir! carregrlq, .seusi olhor-permaneci-ii-Jri. - T ila giande quantidade de diamantes,i e se vestia com bastante sto para no se expor a ridculos. Seuil nariz pontudo era o prenncio de um epigrama. Uma dentadurali bem feita conservavana sua bca um rictus de ironia que lembra-Jlva o de Voltaire. Entretanto,a refinada polidez de suasmaneiras' suavizavao bem o boleio maliciosode sas dias,que no se po-dia acus-la e malvada.

    222 Iloron DE BALzAc

    r,l_'' Os olhos cinz entos da velha dama se animaram,-_un_._olh4_rr\*t triunfante aompahhade urn iolrisg que diza: - "Bem que eu., ,si i . , ,yL, h. t*hr pr-.t ido!' ' tr.u.rsou o'sal e estendeu icolorido da\l, ". 'J"'n''..!.rurru nas facesplidasda jovern mulherlue g.--o-p=-ao', . ;'- .-,t' r cndelabro.Essa alianaentre a senhorade Lansace a desconhe-;'t :'1i'- I cida no poa" "rcr["ro lho experienteda condssa e Vaudre-," lumont, que entrerriuum mis!.rioe qu-is-desvend-lo.

    ,, .,, . Nessemomento,{ baro de la RochgHugon,depoisde te rruq'Y' acabado e interrogar das as-+ivas;sepoer saber^onome dadama azr, dirigiu-se,em desespro e causa, condssa e Gon-drwille, e no recebeuseno esta respostapouco satisfatria:- . Voltando-sepor acasopara a poltrona ocupadapela velha da-ma, o referendrio surpreendeu-lheo olhar de inteligncia dirigido desconhecida, embora no estivesse m bons trmos com el4 halvia algum rempo, esolveubord-la.,ff"ry&ryeo*ur1"egr_s#{ennora oe vaucf(1 \---*

    - Scnhora, disse-lhe soubeque estencarregadae ve-l,rr po r urr csouromuito precioso! (*) Descendncia do filho mais novo. (N . do T.).

    Hrsrnres F.rscrNaNrrs- Tomais-me por um drago? -- perguntou a velha dama. -Mas de quem falais? - ajuntou cl:r, cor.u rma doura de voz quetrouxe sperana a Maral.- P_glsg_pqrena clanta clcsronhccitu rpc o cirnc de tdasessascoquetes confinou l r crnbir ixt, . ( .orr lrcct ' isscrrr t lrvida a su afamilia?'- Sim - dissc u,lrr t lr rcsu; r irs lu c t l t rcr i rzc l r lc um aherdeira provinciir rr ir , r tsr t, l, t t: i ; t l l i r t t t l t ' r r1ro, rr tnrr tubcrn-nas-cida qu e vocsdrr

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    ".-___=_\-\\senhora de Lansac aDertoucom sua velha mo, scae en-rugada, a boni-mio-5]{ou,n, e co--il"l- d'paiio, -ies-podeu-lh em t;-; - Po!_-19-,quen l -As duasmulheresse entreolharam. senhorade Vaudremont

    224

    gia, dade quem estapaixonada.

    HoNoR DE Balzac

    \ .\ d{'r>, .^\ , i , r(l\uu'' ^t'c.\ ls' --* 2

    - Tsjerl4--pretensode.imitar o imper-gdor? dissea se-nhora de Vaudremont, evantando a cabea mais alto possvel,para conte\nplaro referendrio,com ar irnico.Q.C-,,e lre-qqqjo demais em sociedade, muita finura efcalcu,"iaG utitu. a romper com uma mulher to bem nalcrte qu o imperador a queria-casar; ontav,alis, com o cimelque se propunha despri, m melhor meio de adivinhar o

    lJ.erdo'dr'ru. fez, e se distanciou anio mais voluntriamente,/qnto nesse nstante rma nova contradana unha todo o mundoem movimq,o.O\baroJ arqu-,-eiqr*,o'lugar.aos quadrilheiros, f oi se apoia--\#--o mffir'cle um consolo, cmzou os braossbre o peito, e per-maneceumuito ocupadocom a conversadas duas damas. De vezem quando, seguia-os olhares que as duas lanavamPor diversasvzes desconhecida. Comparando ento a cpndssaquela bg-leza nova que o mistrio tornava to atraente.o baro prendzu-seI a odiosos .olo, to habituaisnos homttsbem sucedidor^o ,-or',i flutuava entre uma fortuna P^ra agarar,e seu caprichoPara con-I tentar. O reflexo das luzes fazia bem ressaltarseu rosto inquieto esmbrio contra as tapeariasbrancas, ondeadas,em contraste comos seus cabelosnegros,que se teria podido compar-loa algumgnio mau. De longe, mais de um observadordeveriadizer, semdvida: - "Eis mais um pobre diabo que Parece e divertir mui-to!" O ombro direito ligeiramenteapoiadona esquadriada portaque estavaentre o salode dana e o salode jgo, o coronel podiarr incgnito sob seusamplos bigodes, desfrutava o P:azer de con-tcmplar o tumulto do baile; via cem bonitas cabeasolteando delr'rtlo com os caprichos a dana;buscava m alguns ostos,comorros rlil condssa de seu amigo Maral, os segredos a sua agita-irr; rfclrois, voltando a. cabea, erguntava-se ue ligao existia

    Hrsrmes Fascruartps 225entre o ar sombriodo conde Soulanges, emPre entadona convef'sadeira, e a fisionomia chorosa da dama desconhccicla, m cujorosto apareciam lternativamente s esPeranas as angstias, omum terror involuntrio.

    Montcornet estava como o rei da fcsta, clcottrtvr aquelequadro mvel uma vista completa do mrurclo,c t'irt, rcurlhcncltlossrrisos nteressados e cem mulheres brilhlntcs c ctrl'citatlas: mcoronel da Guarda Imperial, psto cluc inrplicrtvito gratt dc gcne-ral de brigada,era certamente tn cos ttais >clos .lrrrtidoslo cxr. rcito. ^ Era cerca e meia-noitc.s ctrnvctsrts, jgo, rt t lrtt lit, co-jl q"etef4-o-i"t6t. 'q .t ,rt i t l t i i ts .s 1'r '1r. i111vi,,,.1,, irr lr.rche- .. & - plf gado a sse rau c ccalor(lr lc tr l i t rcrtt ultt l t tocstacxclatrrao:bl " ,n*o" - "Belo baitcl" --#Y"- Meu bonranjinlro, t l izi lr scrrlurrirlc l- i t trsac condssa | |n - estaisnuma iduclc lr l ( luc cu ji r t inlra conrctit lo nuitas altas. , ) , & tI Ao ver-vossolcr a todo rrorlcuto nil tnortcs, pcnseide vos dar 5'- -.^itlv'I aiir avisoscarirlosr.ls.Corctcr lltas corn vint e dois anos,no .^^rtt'

    I e -pro,neter seu futuro, no dilacerar o vestido que se deve {P*

    I vestir?' Minha cara, aprendemosmuito tarde a nos ctttrgt.t^otsem desgostar. Continuai, meu corao,a procurar inimigos se-veos e amigos sem esprito de conduta,veteis que linda vidinhalevareisum dia.- h ! senhora, uma mulher tem que fazer muito esfropara ser f.eliz, no ? - exclamou ngnuamentea condssa.- Minha pequena, preciso saber escolher em vossa idadgentre os prazerese a ventura. Quereis desposar-Maral, que no nem bastante olo para ser um bom marido, nem bastanteapai-xonado para ser amante. le tem dvidas, minha cara, homemdevorarvossa ortunai mas isso no seria nada se vos dessePara cevoraf vossa rofmna; mas lsso nafelicidade. No vdes quanto velho? ter es-

    , , l t I

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    ^V.$o"I .ofsos mals cfuels

    \^ ebra.r - -J .1, \ lv l. , - rrrrrr4r, - qr )J- r r l a Jtr r lr luta uc laI lJaL, l I'rttp^1d rnnr os olhosa desconhecidaplidatremente obas uzesdo lus-{.t'b trc .eis_ltint+lgqona obrinhr, *r nges, lacedeury

    fu u ,wT h'rajtr.' CrnltcoLeAq-1l- o 9clraHrsrnrls FascrNnNrns, Vartmo|nf otan$&qt, ,zt t I VtlIoxon or Balzlc

    de szu casamentoum negcio de amorecos. Um rato cair duasvzesna mesma armadilha? gora um novo contrato deve ser uma\ especulao ara vs, e preciso, g4s?4dq_qgs utra ve, terdes_ao\ -nor "-.rprunu de vos ouu, [email protected] Neste momento, os olhos das duas mulheres se fixaram natu-ralmente sbre a bela figura do coronel Montcornet.- Se quereis desempenharo difcil papel de uma coquete eno vos casardes, enfinueu a duquesacom bonomia - ah mi-nha pobre peqrena, sabereismelhor que qualquer outra actrmularas nuvens de uma tempestadee dissip-la. Mas, eu vos aconselho,no tenhais o gsto de perturbar a paz dos casamentos, e destruira unio das famlias e a felicidade das mulheres que so felizes.Eu desempenhei,minha cara, ssepapel infeliz. Ah! Meu Deus,urrvr, uurur4 !*r4, lesv rrrLq vLsr,i por um triunfo de amor-prprio,assassinam-sereqentemeote o-I bres criaturas irtuosas; pois existemverdadeiramente, inha cara,I mulheres virtuosas, e crianr-se execraesmortais. Um pouco tarde\ lcmo ic e*en -rre "eorrnln a evnrcc

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    a alelao do mt9 ,gqgggg-- loegue encorajeis

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    E, quando a duquesa mostrou o amigo do referendrio, acondssa orriu.- Entq 9@ra, sabeis enfim o nome dessa desconhecida?- perguntou ( bar,c| om ar melindradq quando ela se encontrous . '--/- Sim - disse a senhora de Vaudremont, olhando o re-ferendrio.Seu rosto exprimia tanta finura quanta jovialidade. O sorrisoque expandiu vida nos seus bios e nas suas acese a luz mida dosseus olhos eram semelhantesa sses ogos-ftuos que assombramo viajante. Maral, que se acreditava sempre amado, tomou entoesta atitude vaidosa com que um homem se embala to compla-centemente unto daquela que ama, e disse com presuno:- E no me quereis mal se pareo dar alguma importnciaem saberssenome?- E no me quereis mal, - replicou a senhora de Vaudre-mont - se por um restode amor, no vo-lo disser,e se vos probode f.azero menor gesto em direo a essa ovem dama? Arrisca-reis vossa vda, talvez.- Senhora,perder as vossasboas graas no perder maisgue a vida?- Maral, - disse severamentea condssa a senhorade Soulanges. O marido vos arreben tariaos miolos, se vos atrevs-seis, apesarde tudo.- Ah| Ah! - replicou o ftuq rindo - o coronel deixa-

    r viver em paz aqule que levou o vosso coraoe se bater porsua mulher ? Que reviravolta de princpios Eu vos suplico, per-miti-me danar com a dzuna. Podereisassim ter a prova do poucoamor que encerra para vs ssecorao de neve, pois se o coronelacha ruim que eu f.aa danar sua mulher, depois de ter suportadoque eu vos. , .* Mas ela ama o marido.- Obstculo a mais que terei o prz'ze de vencer.- Mas ela casada.- Que engraada bjeol

    Hrsrnres Fascnqerrps Z2g- h ! - disse a condssa om um sorriso amargo - vsnos punis igualmente por nossas altas e pelos nossosarrependi-mentos.- No vos magoeis dissc vivanrenteMaral. - Oh! euvos suplico, perdoai-me. Vamos, no pcnso mais nn senhoradeSoulanges.- Mereceisbem que cu vos cnvinsscrart junto clela.- Eu von - disseo bmo rindo - e v

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    230 Houon on Ber,zecA ssepensamento, amor-prprio da senhorua. V"oJr..gJficou talvez mais fortemente nteressado ue a sua curiosidad-emdesembaraar fio da meada. A preocuponterior qual ftcaraprsa no a deixou senhorade si mesma. O coronel, interpretandoa seg--&vor a inquietao expandida nas frases e nas maneiras dacpndyid, no se tornou senomais ardente e mais apressado. Osvetosdiplomatas decrpitos, ue se divertiam a observaro jgodas fisionomias,nunca tinham deparadocom tantas ntrigas a se-guir ou a adivinhar. A-s paixes quq agitavm o {uplo- casal sediversificavam a cada passo nos sales animadqr_-rglgq$a4_do.qg.=..----------L.cdm oltias nuafrgrsqrn outros rostos. 9 espetculo dltantpq_p3i-xes vivas.__tda_s,g,udal4g1elas_ e _amp:,2s _y,iqganasrandas,os gyg5p* cgg1l-,9_l olhares fogosos, tda aqusla vida ardentedesenroladaem trno d-lesno thes fazia sen_oentir mais viva-mente"E ;poC"c.Finalmente, o baro conseguira assentar-se erto da condssa rrnarmente, o Darao consegurrassentaf-se efto da condessa

    -,6 de Soulanges. S.ur olhos erravm dissimuladamente bre um cologY' ,ow r:.^"-,-ori1l"::th?'-,ryid::i"r.1,ll:' :: flrg:,r' uK rrescoquanro o ofvarno, Perrumado como uma ilof closampos.' *rl8 ' le adrr:rava,de perto, belzas ue de longe o tinham surpreenddo.fdtJr"-n

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    Horon on Bar,zac Hrsrnres FescrrceNrrsria daquelashomenagense dizer-lhe que ela o preferia a todos osoutros; ps inocncia na sua coqueteri4 ou, antes, parecia se en-tregar ingnua admitaopela qual comeao arnor, com esta boa--f que no se encontra seno nos coraes ovens. Quando co-meou a d anar, os espectadores uderam fcilmente confirmar queela no desenvolvia essasgraasseno para Maral; e embora mo-, 1_destae nova nos manejosdos sales, oube, o bem como a mais

    -\. "",tu\osabida oquete levanta propositadamenteoi olhos para lg baix-tf,- o * -los com uma fingida mostia.^ -lrP n

    I No fim da_contrldola, mais de um cochicho ressoava mI mais de,um o-uytdo. As mulheres menos bonitas pregavam moralI aos seuspares, a propsito da nascente igao de Maral e da con-dssade Soulanges. As mais belas se admiravam de tal facilidade.

    @"'lr3 , Quando as leis novas de uma contradana nventada pelo dan-. .K0 i arino Trnis, e qual deu o seu nome, levaram Maral para diante* ^t1u fl I do coronel, disse.lhe, indo: - Ganhei teu cavalo.a" ^,, 'l | - Sim, mas perdeste oit.r,tn-'li-Gnda - replicou | | o coronel, mostrando a senhora de Vaudremont.I I - E que me importa isso! - respondeu Maral - 4 5sle-I I ra de Soulangesvale milhes.

    instanteantesde entrar em cada salo, e no lrenetrava li, seno'l depoisde, er estendidoo pescoo ara atimr utn olhar a todos osI ttoio.nr. stemdo, que-eqch!g--4-.nlc'grirpcqucno cferendrio,I no,Fa[cia- e acalmar, enoquando lc dizia rna'trtnula com-I pantt.ir"r -iai:;::iiIe no estit. Chcgaranr ssima uma' imerca galeade quadros,situadaetn uma ah do palrcio,e onrlese desfrutava,por antecipao, o magnfico aspcctodc um ban'quete preparadopara trezentasPessoas. Como o rcPasto a come-r, tvt.h conduziu a condss ara um aposentooval, que davapara os jardins, e onde as nrais raras flres e alguns arbustosformavam um pequeno bosque perfumado sob brilhantcs cortina'dos azuis. O murmrio da festa morria ali. condssa stren'e-ceu ao entrar, e se recusouobstinadamentea seguir o jovem; lnasdepois de ter lanado o olhar a um espelho,viu, sem dvida, teste'mhas, porque foi se assentarcom muito boa vontade sbre umaotomana.- Esta pea deliciosa - disse ela, admirando um estfoaztrl-_celesilfita.i com piitll -_- Tudo aq amor e volpia - disse o r^PLz, fortementeemocionado. frIs homens no concebiam a felicidade do pequeno referendrio,no qual no encontravam nada de mto sedutor. Algumas mu-lheres indulgentes diziam que era preciso no ter pressa ao julgara condssa:os moos seriam bem infelizes se um olhar expressivoou alguns passosgraciosamenteexecutadosbastassem ara compro.meter uma mulher. S Maral conhecia a extensode sua felici-dade. Na ltima figora, quando as damas da quadrilha tiveramque formar o movimento de rodopio, seus dedos apertaram entoos da condssa, le acreditou sentir, atravsda pele fina e per-fumada das luvas, que os dedos da jovem respondiam ao seu amo-roso a1lo.

    - Senhora, - disse-lhe, quando terminou a contradanano voltareis para aqule odioso canto onde amortalhasteat ago-ra o vosso osto e a vossa oalete. A admirao o nico lucro quepodeis tirar dos diamantesque enfeitam o vosso colo to branco eos vossoscabelos o bem tranados Vinde dar uma volta pelossales,para desfrutar da festa e de vs mesma.\ .1-qrtg" 99 so]4-?"9.9-p--iggllll--sepedutor,-e qual peqs"ayag9"'\eln lhe perten-ceria_maiseguramente e pudesseexibi-la. Os doisderarn e-nto iguma;oit atravs dos grupos qe travanavamos sllircs do pa[cio: -cndsia de soa'n$t,'in.iii, p"ru.r" .rrn

    - O belo diamanle! - exclamou ela, com a ingnua exPres-so de "ocittftu {"e deixa ver os estmulos de uma primeiratentao.Maral, emocionado com a carcia involuntria mas embaga-

    dora que a condssahe tinha feito, ao tirar o brilhante, fixou nelaolhos to faiscantesquanto o anel.- Levai-o - disse-lhe lembrana desta hora celesteepelo amor de. . .Ela o-contemplavacom tanto xtase,que le no terminou e lhebeijgs-a mo.- Vs mo 4i:j._- disse ela com um ar dc espanto.- Eu.gostaqia e vos oferecero tnunclo ntciro.- Nq- gracejais - tornou ela com voz. alterada Por rmasatisfaomuito viva.

    Favorecido pela misteriosapara a condssae de de desei Lq-gr-rautgu.-*{e esse sofrlso fim

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    234 Iloxon DEBALzAc- No aceitais enoo meu diamante?- No mo tomareisnunca? perguntou ela.- Nunca.

    Hrsrnres FlrsctNrrNrns

    ciente para suportar ais devotamentos". Suspiravaainda quandoo seu acaiodesceu eleganteescabelo e onde ela se anou.parao vestbulo da sua manso. Subiu a escadacon-iprecipitao,equando chegou o quarto, estremeceu e terror, vendo seu maridosentado unto lareira.- Desde quando, mnha cara, des ao bile sem mim, semme prevenir? - perguntou le com voz aTtenda. - Sabei queuma mulher est sempre fora do lugar sem seu marido. Estveissingularmente omprometidano canto obscuroonde vos alinhastes.- Oh! meu bom Leo, - disse ela com voz acacianteno pude resistir felicidadede te ver sem que tu me visses.Mi-nha ia me levou a ssebaile e fui muito feiiz !O tom carinhosodestaspalavrasdesarmaramos olhares doconde de sua severidade ictci, porque le acabavt de fazer vivasrepovaesa si mesmo, receandoa volta de sua mulher, sern d-vida informada no baile de uma infidelidade que le esperavaer--lhe escondido, , confotme o costumedos amantesque se sentemculpados, entava, brigando com a condss rimeiro, evitar suacleramuito justa. Olhou silenciosamenteara a mulher, que nossens brilhantesadornos he pareceumais linda qlle nunc. Felizpo r ve r se u marido sorrinclo, de o encontrar quelohora ntrnt

    . ,,.t, *ur'6r1. 0"0". Maral, ontando om umaprxima-,bq!' felici@r, purr, a mopela cintura d" .on-t'.* " i'*"tiJrj.*nr;"de'repente disse or,ooz clara,semne-

    ad^ _* j - Senhor, eu aceito ste diamante sem o mgn_o-r*.qq_r_p3rlo,.i l lL i I pOlS qU g l-m-c--ncrre({i,, \ '" " ir6f=;-;;;';'..iramente perprexo) \'" t - O;e-+lo,rde Soula-ngestirou recentementea minhapen-o _ \ teadeira -11g-di$e tJo perdido. _-4 \' -- - Incor;1i- -r19, gnhoa;- disseMaralcom ar me-lindrado - eu 6iiveda snhora e Vaudremont. -'Jdremont,que riam a bom rir.- lQueres meu cavalo parc corrcr atrsda tua conquista?disse-lhio tbronel.

    - complacnciacom que o baro suportou os motejos pelosquais o atormentaram senhorade Vaudremonte Montcornet, hevaleu a discriodlessbre essanoite, em que seu amigo trocou ocavalo de batalha por uma jovem, rica e linda mulher.Quando a condssa e Soulanges ranqueavaa distnciaque se-pnra a Chausse-d'Antino bairro de Saint-Germain, nde mbrava,sut almn ficou tomadadas mais vivas inquietaes. ntes de dei-xirl o 1r:rlcio e Gondreville, havia percrrido os salessem en-rrrntrrrr cll.sua tia, nem seu marido, que tinham sado sem ela.

    Ao passarpor sbre a Pont-Royal,ela atinru fori os crrlrclosprofanadosque se encontravam ob o diamante,ofcrccirl()s utrorcomo o penhor de um amor puro. hotou--aoen.'hrr1-5lQs ',ro1fundos sofrimentosnas garras dos quais se achavahavia rnr.rito,"@qlP-gls3!49-g99-t4r das nrtrll

    ,-J

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    quarto,,onde,-,haviaalgum tempo, le vinha menos freqentemente,a condssaolhou-o com tanta ternura que le corou baixou osolhos. Essa clemncia extasiou Soulanges, anto mais quanto estacena sucedia os tormentos que le tinha sofrido duranie o baile;agaffou a mo da mulher e a beijou com reconhecimento:no se

    HoNoR on Baraac

    encontra freqentemente gratido no amor ?, "rEgg -qu,9r-I tu -node_d9,_*$s_-gg,_tjr_c.!g9gg_9:

    lalbo de Ls29

    ,$sis'"1ros - Pefguntoua sorrlr.@ que tu dizias perdido e que rec1r-9,gu.r-- O_,generalMontcornet no desposou 4b.5olufamente senhorade_Vaudimont, malgrado o entend-imento om que os dois vive-ram durante alguns instantes,porque ela foi um das vtimas doI esp-antosoncn'io ue ornouet.. paa sempre bailedadopeloI embaixador a usria, por ocasio'docasairentodo imperdorI Nap6I omr_{llilhdo- mperadorFranciscoI.I'fI f.r,i"^-r-t